Título original: Arrecife
Autor: Juan Villoro
Tradutora: Josely Vianna Baptista
Editora: Companhia das Letras
Depois de ler o infantojuvenil O livro selvagem, um romance adorável sobre o poder da literatura, fiquei bastante curiosa para conhecer mais da obra do Juan Villoro. Aproveitando que o país de fevereiro do Desafio Volta ao Mundo é o México, escolhi mais um livro do autor.
O protagonista de Arrecife é Tony Góngora, ex-baixista de uma banda de rock, que trabalha em um resort de luxo no Caribe sonorizando o movimento dos peixes no aquário. Seu melhor amigo, Mario Müller, foi o responsável por transformar o hotel em um empreendimento de sucesso, oferecendo aos turistas endinheirados uma experiência diferente em suas rotinas modorrentas e seguras: o perigo. Em um ambiente controlado, os hóspedes passam por situações de risco pouco usuais para eles, mas típicas da região controlada pelo narcotráfico, como sequestros-relâmpago e encontros com guerrilheiros, tudo devidamente encenado por atores. No entanto, a fronteira entre encenação e realidade se esgarça quando um dos mergulhadores do hotel é encontrado morto.
Apesar de um início que aponta para o romance policial, a investigação do crime não é o foco do livro. O mais importante aqui é a amizade entre Tony e Mario, ex-companheiros de banda, que viveram altas loucuras nos anos 60 e 70. Devido ao excesso de drogas, Tony perdeu parcialmente a memória, e Mario o ajuda a preencher as lacunas em suas lembranças, relembrando acontecimentos da infância e dos anos de estrada.
Esse é o típico livro que me envolveu bastante durante a leitura, mas se tornou esquecível depois que terminei. Estou escrevendo esta resenha algumas semanas após a leitura e já não lembro direito da história (me sinto como Tony e suas lembranças incompletas). Ele apresenta ideias interessantes, como a do hotel que explora a fascinação que temos pelo perigo, e personagens também interessantes, além de uma boa dose de críticas à sociedade mexicana contemporânea (e aos gringos também), mas o desfecho deixa a desejar e, em retrospecto, a imagem que ele deixou em mim é a de um livro meio insípido.
Livro lido para o Desafio Volta ao Mundo 2016 (México)
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