sábado, 17 de setembro de 2011

DL 2011 - Paulicea Desvairada

Inspiração

São Paulo! Comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...

São Paulo! Comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!


Não costumo ler poesia. Nem sequer posso dizer que gosto de poesia (exceção: Ou isto ou aquilo, de Cecília Meireles), então este foi um desafio e tanto.

Eu gosto do Mario, li alguma coisa de prosa dele, alguns ensaios e já tinha lido alguns poemas do Pauliceia em aula. Foi por isso que escolhi esse livro. E também porque quando penso em São Paulo, penso no Mario, quando penso no Mario, penso em São Paulo. Para mim eles são indissociáveis e esse livro é um exemplo disso. Nada mais apropriado para o mês de autores regionais, certo?

Pauliceia Desvairada, publicada em 1922, é uma das primeiras obras modernistas brasileiras. No livro, Mario busca uma forma de expressão livre, não tão atada por rima, métrica, regras, como explica no Prefácio Interessantíssimo, que "apesar de interessante, inútil". O prefácio todo funciona como um manifesto do modernismo, e também do desvairismo, que tem o livro como seu início e seu fim. É uma coisa bem... estranha. E eu gostaria de escrever algo mais aprofundado, mas acho que só lendo dá para entender... ou não entender.

Os poemas. Como já disse, não tenho o hábito de ler poesia, então não tenho muito o que dizer além de que gostei de algumas coisas, não gostei de outras, fiquei boiando em algumas partes, mas ainda gosto muito do Mario e acho a capa do Pauliceia uma coisa linda e arlequinal.

E acho que essa será minha única leitura do mês para o DL. Não me animo a enfrentar o Oswald...