sábado, 28 de fevereiro de 2015

Randomicidades do mês - fevereiro (parte 1)

Muita coisa rolou em fevereiro, então decidi dividir esse post em duas partes, porque senão ele ficaria gigante e eu perderia a vontade de escrever quando fosse chegando ao fim (isso sempre acontece, e os filmes sempre saem prejudicados).

Nessa primeira parte falarei sobre as leituras, animes, mangás, séries e compras, na próxima escreverei sobre os filmes, porque essa parte ficou meio gigante.

Livros lidos


Dez mulheres - Marcela Serrano
Dez mulheres muito diferentes entre si contam as histórias de suas vidas. O que elas têm em comum? Todas compartilham a mesma terapeuta e se reúnem a pedido dela para desabafar. Não é um livro ruim, mas também não achei especialmente bom. Os relatos são interessantes, mas apesar de termos várias personagens, elas pouco interferem/contribuem para os relatos alheios, o que torna a leitura um tanto monótona.
Nota: 2,75/5


A cabeça do santo - Socorro Acioli
Samuel faz uma longa viagem a pé para a cidade de Candeia, onde vive seu pai, a pedido da mãe, que morreu. Lá se abriga na cabeça abandonada de uma estátua de santo Antônio e descobre que consegue ouvir as vozes das mulheres que rezam para o santo pedindo casamento. Esse é o primeiro livro para adultos da autora e, gente, que coisa mais deliciosa de se ler. Recomendo! :D
Nota: 4/5

Hibisco roxo - Chimamanda Ngozi Adichie
Nota: 4/5

Crime e castigo - Fiódor Dostoiévski
Nota: 4/5

Krabat - Otfried Preußler
Nota: 3/5


Entre assassinatos - Aravind Adiga
O livro reúne contos que se passam na cidade fictícia de Kittur. Gosto de livros que se passam na Índia porque a realidade social de lá lembra bastante a do Brasil (pobreza, corrupção) e a cultura de lá é riquíssima e interessante. Em alguns contos, senti que me faltavam maiores conhecimentos sobre a Índia para compreender algo que aconteceu, mas no geral dá para ler sem problemas.
Nota: 4/5

Mangás

A arte do mangá é muito bonita. Bem que podia ser tudo colorido, né?

Li Suiiki, mangá da mesma autora de Mushishi, e pretendo resenhar em breve. É uma obra fantástica e que lembra bastante Mushishi em alguns aspectos. Fiquei com vontade de ler outros mangás da autora, mas além dos dois citados ela só tem mais um. Se quiserem ler um texto sobre o mangá, tem no blog Gyabbo!

Animes

Digimons, digitais, digimons são campeões!

Me bateu uma nostalgia fortíssima, a ponto de eu ficar com as músicas na cabeça o dia inteiro, e juro que tentei resistir, mas acabei cedendo e comecei a rever Digimon. Estou bem no comecinho e, apesar de alguns episódios mais fracos, estou adorando. :D O bom de rever agora é que poderei acompanhar a nova temporada que lançarão este ano.

Terminei de ver Hakuouki Reimeiroku e comecei a assistir ao OVA, Hakuouki Sekkaroku. É uma série meio fraquinha e cheia de coisas que me incomodam um pouco, mas não consigo deixar de assistir inteira. Resenharei tudo quando terminar.

Continuo assistindo Shigatsu wa Kimi no Uso.

Série



Terminei a primeira temporada de Six Feet Under e provavelmente vou dar um tempo na série. Estou gostando bastante, mas acho cansativo assistir coisas mais compridas que meia hora.

Sobre o que é a série: a família Fisher é dona de uma funerária. Após a morte do patriarca, os dois filhos mais velhos assumem o negócio, com alguma relutância e muitos conflitos. Nate, o filho mais velho, que nunca gostou do trabalho da família e saiu de casa cedo para fugir dessa responsabilidade, volta de Seattle para ajudar na funerária. Ele se envolve com uma mulher meio problemática (e seu irmão louco). David, o filho do meio, se ressente com o pai por ter deixado de herança parte da funerária para Nate e precisa lidar com a própria homossexualidade, que tenta esconder de todos e tem dificuldade de aceitar. Claire, a filha adolescente, se sente deslocada na escola e na família. Ruth, a mãe, uma dona de casa que nunca pôde ser livre, finalmente pode tentar descobrir o que quer na vida.

A série traz muitas reflexões sobre a morte e bastante humor negro também. Para uma série mais séria até que ela é bem divertida. Os personagens são bem desenvolvidos e é muito fácil se apegar a eles (só não gosto muito da Brenda e do Billy e espero que essa parte da história seja menos abordada na próxima temporada).

Compras

O tradutor cleptomaníaco, Como vivem os mortos,
O mundo explicado por T. S. Spivet, Love that Dog, Stealing Heaven,
A Wrinkle in Time, The Book of a Thousand Days

Comprei o do Will Self (parece divertido!) e minha irmã comprou O mundo explicado por T. S. Spivet em uma promoção da Fnac. O resto foi comprado em um sebo, e alguns serão lidos em breve. O tradutor cleptomaníaco eu já li, na biblioteca, e agora quis comprar, porque ele é muito bom e está esgotado.

Como não dá para viver só de livros, agora vou mostrar coisas fofinhas que vieram da minha última visita ao bairro da Liberdade!


Essa é uma borracha em forma de porco-espinho. Na loja Fancy Goods tem um monte de borrachas em formato de bichinhos, comida e objetos variados. É tudo muito fofo e não dá a mínima vontade de usar para apagar, né?


E esse é um kit para fazer um golfinho de lã/feltro desfiado (?) que eu comprei na Daiso Japan (que fica na rua Direita e não na Liberdade, mas é perto). Basicamente vem um monte de lã e você fica apunhalando ela com uma agulha até ela ficar emaranhada e dura, "modelando" no formato que quiser. Não é difícil, mas exige MUITA paciência (levei quase uma tarde inteira!). Como dá para ver, meu golfinho ficou bem mais magro do que deveria, mas isso foi proposital, porque fiquei com medo de estragar o formato ao qual cheguei. Também preferi deixar sem boca, porque achei que tinha grandes chances de dar caca, pois quando você mistura lã de outra cor fica difícil corrigir se der errado. Gostei bastante do resultado final, mas não compraria outro desses kits porque dá trabalho demais.



Esses adesivos também foram comprados na Fancy Goods e são muito gracinha. Quando era pequena, eu colecionava adesivos, então tenho um apego especial a essas coisas. Lá na loja tinha outras cartelas adoráveis e foi bem difícil escolher essas duas.

A miragem (Ellen Gold), Canto dos pássaros (Impala),
Ciao Milão (Risqué), Super secret (Beauty Color)

O primeiro esmalte foi a minha irmã que escolheu, o resto é meu.

Amanhã eu posto sobre os filme do mês. ;D

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Krabat

Título: Krabat
Autor: Otfried Preußler
Editora: HarperCollins

Krabat é um jovem pobre que vive vagando de vila em vila, pedindo esmola, até que um sonho misterioso o convoca a um moinho, onde ele se emprega como aprendiz. O que ele não sabia é que esse moinho na verdade é uma escola de magia das trevas. A comida é boa, ele tem um teto sob o qual dormir e aprender magia tem muitas vantages, mas coisas estranhas acontecem e ele precisa usar todas as suas habilidades para descobrir como acabar com aquilo.

Conheci a obra do Otfried Preußler por dois livros que li quando era criança: O menino das águas e A pequena bruxa. Esses dois livros são bonitinhos e bem infantis (pelo que me lembro), já Krabat é um pouco mais pesado e sombrio. Para vocês terem uma ideia, algumas edições em inglês têm o título The satanic mill (O moinho satânico), e aí eu fico me perguntando: que mãe/pai daria um livro com esse título para o filho??? Hahaha.

A magia tem papel importante na história, mas não esperem algo como um Harry Potter das trevas. Temos pouco acesso às aulas de magia de Krabat e seus companheiros, e elas consistem basicamente na decoreba de fórmulas mágicas. Na maior parte do tempo, o que vemos é o trabalho de Krabat no moinho, trabalho braçal mesmo, com um eventual acontecimento funesto.

O desenvolvimento da história é meio lento. O livro acompanha três anos da vida de Krabat no moinho, então temos uma repetição de ciclos sazonais que me lembrou bastante o livro Naufrágios, por focar bastante no trabalho. No início eu me impacientei pela lerdeza/falta de interesse de Krabat nos mistérios do moinho, além de sentir falta de um maior desenvolvimento dos personagens e dos relacionamentos entre eles, mas mais para o final o livro melhora bastante.

Krabat tem um tom de conto folclórico/conto de fadas antigo que muito me agrada, mas achei que, para esse tipo de história, o livro se estende demais. Por algum motivo, não sei se pela tradução para o inglês, estranhei o estilo da escrita, que me pareceu seco, mas nada que incomode demais. O livro foi publicado aqui no Brasil pela Martins Fontes, e talvez ler em português fosse melhor.

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Consegui o livro em e-book graças a minha irmã, que tem conta no NetGalley, um site que oferece legalmente e-books ainda não publicados para avaliação. Na maioria dos casos você precisa ser aprovado para receber o e-book, mas há alguns e-books disponíveis para download imediato e dá para encontrar coisas legais entre eles. Se você tem e-reader, vale a pena ;).

Livro lido para o Desafio Literário Skoob, tema fantasia.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Crime e Castigo

Título: Crime a Castigo
Autor: Fiódor Dostoiévki
Editora: 34

Li Crime e Castigo pela primeira vez faz alguns anos e já não lembrava muito bem da história. Lembro que a leitura fluiu melhor do que eu esperava e que gostei bastante. Também lembro vagamente de algumas cenas, mas, se me pedissem para falar mais detalhadamente do livro, eu não conseguiria falar nada. Eis que surgiu a oportunidade de reler o romance, graças ao clube do livro do qual participo, e admito que não fiquei muito animada devido à minha enorme preguiça de ler livros razoavelmente compridos, mas li tudo e resolvi resenhar para o Desafio Literário do Tigre, no tema de clássicos.

A história todos já conhecem: Raskólnikov, um jovem estudante, mata uma velha usurária. Ele crê em sua teoria de que há grandes homens, como Napoleão e outras figuras históricas, que podem cometer crimes e ser absolvidos. Acreditando ser também um grande homem, ele comete o assassinato, mas, movido por um delírio, comete erros banais, mata a irmã da velha também, falha em roubar e usar o dinheiro e descobre não ser capaz de continuar sua vida normal após o crime.

Minhas impressões (sem muita elaboração) sobre o livro após a releitura: Crime e Castigo merece toda a fama que tem, mas não gostei tanto do livro quanto da primeira vez que li. Apesar de em alguns momentos achar a leitura empolgante e instigante, em outros a achei apenas aborrecida. Me perdi e confundi alguns nomes de personagens (muita gente com o patronímico igual/semelhante). Achei os devaneios do Raskólnikov cansativos e enfadonhos e não me identifiquei com eles como da primeira vez que li. Gostei bastante de alguns personagens, principalmente das mulheres (Sônia ♥). Não gostei do final, que na minha opinião apresenta uma redenção meio abrupta que poderia ter sido mais gradual ou não existir.

Se o livro fosse mais curto, eu teria gostado mais. Ou talvez eu simplesmente esteja preguiçosa demais atualmente.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Tag: Calhamaços



Essa tag foi criada pela Denise Mercedes e fiquei sabendo dela no blog da Michelle. Não sou lá a maior leitora de calhamaços, mas achei a tag bem interessante.

Quando eu era uma leitora mais voraz, não me importava a mínima com o grande número de páginas e talvez até achasse que quanto maior o livro melhor. Hoje admito ter certa preguiça de livros grande. Se tem mais de 500 páginas eu já fico procrastinando com medo de que a leitura não vai fluir e vou ficar empacada com o maldito livro, além de ficar impaciente enquanto leio, por mais que eu esteja gostando.

Achei meio difícil pensar em algumas das categorias da tag porque percebi que, com exceção de Harry Potter, não tem tantos calhamaços que eu amo de paixão. Tem vários que eu quero ler, tem vários de que gosto bastante, mas acho que em geral amo mais os livros de tamanho mediano.

1. Maior livro da sua estante que já leu


Tem que ser da minha estante? Porque o maior livro que já li na vida foi Guerra e Paz, do Tolstói, com mais de mil páginas (não me lembro do número exato), em uma edição velhíssima em dois volumes do meu avô. Lembro que penei um pouco na leitura, apesar de na época eu ler feito um foguete, e que odiei as extensas reflexões sobre a guerra.
Se formos considerar apenas os livros da minha estante, o maior é The History of Tom Jones, a Foundling, do Henry Fielding, edição da Penguin Classics e 975 páginas (cem delas só de notas). Não é um livro tão conhecido/lido aqui no Brasil, mas ele é bem divertido e merece uma chance em suas estantes. ;)

2. Maior livro da sua estante que não leu


Os irmãos Karamázov, do Dostoiévski, na edição da Editora 34 (1010 páginas). Na verdade o livro é do meu pai, mas aqui em casa os livros não têm dono, é tudo compartilhado. O livro está na estante já faz uns três anos, mas ninguém leu, e sei que ele ainda vai amargar mais alguns anos na estante, apesar de eu ter bastante vontade de ler.

3. Calhamaço que tem medo de ler


Ulisses, James Joyce (por volta de 950-1000 páginas). Esse é o exemplo clássico de livro difícil, né? Apesar de eu ter curiosidade para saber se conseguiria ler, tenho medo de não entender nada ou encontrar um texto incrivelmente maçante.

4. Calhamaço que tem fissura para ler


Middlesex, Jeffrey Eugenides (576 páginas). Já li os outros dois do autor e gostei muito, então estou ansiosa para esse, que todos estão elogiando.

5. Livro grande, capa linda



Oblómov, Ivan Gontchárov (736 páginas). É da Cosac Naify e tem estampa paisley na capa, adoro.

6. Livro grande, capa feia


Felizmente não tenho muitos calhamaços feiosos na minha estante. Vasculhando meu Skoob, a única que achei realmente feia é a de Drácula, Bram Stoker (464 páginas).

7. Calhamaço que tem vergonha por estar abandonado na estante


A maioria dos meus livros grandes não é tão antiga nem tão "OMG, quero muito ler!!!", então o único que me faz ficar meio entristecida pelo chá de cadeira é Os irmãos Karamázov mesmo.

8. Calhamaço que leu e não lembra quase nada / quer reler


Jonathan Strange & Mr. Norrell, Susanna Clarke (824 páginas). Li esse livro há anos, na época em que comprava tudo quanto é livro de fantasia. Gostei muito dele, mas não lembro de quase nada. Recentemente o livro foi adaptado em uma série da BBC e tenho alguma vontade de assistir.

9. Último calhamaço que leu


Os pequeninos Borrowers, Mary Norton (809 páginas), que só é grande porque reúne todos os volumes da série. Os volumes em si são, na maioria, bem curtinhos. Resenhei aqui.

10. Último calhamaço que abandonou


The life and opinions of Tristram Shandy, gentleman, Laurence Sterne (686 páginas). Não costumo abandonar leituras, mas tive que deixar de lado esse livro porque o inglês era difícil demais para mim. Depois li em português, então não foi um abandono total, mas me sinto meio mal por não ter lido a minha edição, que tem todo um trabalho gráfico legal.

11. Livro grande que leu muito rápido


Harry Potter e o Cálice de Fogo, J.K. Rowling, 584 páginas. Os livros da série são uma delícia de ler e nunca duraram mais que uns poucos dias de leitura. Em uma das minhas releituras, cheguei a ler esse volume em apenas um dia (mas não consegui repetir a experiência com os volumes seguintes, que era a minha meta inicial).

12. Livro grande que leu devagar


The Amber Spyglass, Philip Pullman (544 páginas). Foi um dos meus primeiros livros em inglês e, por ser menos empolgante e mais complexo que os volumes anteriores da trilogia, demorei bastante tempo para ler (e não entendi muita coisa, hahaha).

13. Calhamaço que deixou uma saudade imensa


Harry Potter e as Relíquias da Morte, J.K. Rowling (590 páginas). O último da série que acompanhei por tanto tempo. :(

14. Calhamaço que te fez chorar


Gostaria de fugir um pouco do Harry Potter, mas não tenho opção: Harry Potter e o enigma do príncipe, J.K. Rowling (510 páginas). Aquele final ;-;

15. Próximos calhamaços (a lista de futuras leituras)




Atualmente estou relendo Crime e castigo, do Dostoiévski (561 páginas), e depois quero dar um tempo nos livros longos. Tem dois na minha lista de leituras que pretendo ler ainda neste ano, mas não sei se vai rolar: As irmãs Makioka, Jun'ichiro Tanizaki (744 páginas) e Irmãos, Yu Hua (632 páginas).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Hibisco Roxo

Título: Hibisco roxo
Autora: Chimamanda Ngozi Adichie
Editora: Companhia das Letras

A autora Chimamanda Ngozi Adichie vem sendo muito comentada graças aos seus discursos no TED (O perigo de uma única história e Sejamos todos feministas) e ao seu último romance, Americanah. Queria ler algum livro dela já faz um tempo, mas foi só com esse hype atual que decidi finalmente pegar na biblioteca. Eu queria mesmo era ler Meio sol amarelo, mas ele não estava disponível, então optei por Hibisco roxo, o primeiro romance da autora, de 2003.

O livro é protagonizado e narrado por Kambili, menina rica, filha de um pai poderoso, Eugene. Muito respeitado por todos, o pai é um exemplo de homem altruísta e de conduta moral exemplar, mas em casa ele revela sua faceta dominadora, violenta e intolerante. Católico fervoroso, ele rejeita totalmente as antigas tradições nigerianas, a ponto de se recusar a se encontrar com o pai "pagão". Seu fanatismo religioso oprime a vida de Kambili, sua mãe e seu irmão Jaja, que precisam se sujeitar ao poder do patriarca, seguir obedientemente os preceitos católicos e viver com medo de desagradar Eugene.

Apenas quando visitam a tia Ifeoma, irmã de Eugene, eles podem ser livres. Professora universitária e mãe de três filhos espertos e questionadores, ela é a única com coragem de se opor a Eugene. É nessas visitas que Kambili conhece uma nova realidade, mais pobre e dura, mas também livre e alegre.

O livro apresenta a situação política e social da Nigéria, mas sem exageros, sem parecer algo pesado ou forçado naquele estilo "senta que lá vem uma aula sobre a Nigéria". As disputas políticas, a luta pela liberdade de expressão, os problemas da universidade local, a desigualdade social, o conflito entre o catolicismo e as religiões e tradições locais, tudo isso é abordado no romance.

A escrita da autora é fluida e bonita, do tipo que te faz ler sem perceber o tempo passando, e os personagens são bem desenvolvidos e cativantes. Recomendo a leitura e já coloquei os outros livros da Chimamanda na minha fila de leitura.

Essa leitura vale para meu desafio pessoal em duas categorias (livro de escritor da África Subsaariana e livro escrito por uma mulher negra) e para o desafio Volta ao Mundo em 80 Livros (Nigéria).

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Mangá: I-Revo - Ice Revolution


I-Revo: Ice Revolution
Autores: Youhei Takemura (arte) e Aya Tsutsumi (história)
Volumes: 3
Capítulos: 13
Ano: 2008-2009
Revista: Jump SQ


Masaki Oosawa, filha de um mestre do caratê, foi criada em meio a homens e é tratada como menino pelo pai e pelos irmãos. Campeã de caratê, a garota age como menino, se veste como menino e até se refere a si mesma com o pronome masculino, mas sonha secretamente em ser feminina e delicada. Um dia, ao andar distraída pela rua, ela é salva de um atropelamento por um garoto, Kaoru Tachibana, e se apaixona por ele. Decidida a reencontrá-lo, ela segue pistas até chegar a um rinque de patinação e descobre que Kaoru é patinador. O gelo logo fascina a menina, e sua primeira tentativa na patinação não é nada ruim. O técnico do rinque se impressiona com sua atleticidade e a convence a treinar patinação, o que Masaki vê como uma oportunidade para se tornar mais graciosa e elegante e descobrir quem ela realmente é e o que quer ser, pois, quando se está no gelo, você pode representar qualquer papel.

Em seu percurso para se tornar uma patinadora, Masaki descobre que o esporte não é nada fácil e exige inúmeras habilidades. Além de se preocupar com isso, ela tem que lidar com a oposição inicial de seu pai, que se recusa a pagar pelo treinamento da filha, com a inimizade de uma das patinadoras locais e com a presença de Kaoru, que, no início, a confunde com um menino.


Escolhi ler esse mangá porque ele é sobre meu esporte favorito e aborda questões de gênero (o fato de ser curtinho ajudou também). Li uma resenha sobre ele no blog Gyabbo e achei que seria uma leitura com a minha cara.

No começo, não gostei da maneira como abordaram a questão do feminino no mangá. Fiquei com medo de que Masaki tivesse que se sujeitar totalmente à norma do que é considerado feminino para se aceitar e ser aceita. Logo no início a amiga de Masaki diz que, quando encontram alguém de quem gostam, as garotas vão querer mudar, e é com isso em mente que Masaki começa a patinar, para se tornar mais feminina e conquistar Kaoru, o que não me parece o melhor dos motivos. Claro que com o tempo ela passa a amar o esporte e tudo mais.

Também me desagradou inicialmente a ideia das patinadoras como o ápice da graciosidade e delicadeza, mas essa ideia foi levemente desconstruída no mangá. Masaki tem um programa de princesa, mas também tem um do Robin Hood, no qual incorpora movimentos de luta e pode exibir toda a sua força, e essa é uma das graças da patinação, os diferentes estilos que os atletas podem adotar no gelo (apesar de alguns serem mais apreciados pelos juízes do que outros).


A arte do mangá é agradável, mas não memorável. O design dos personagens é bonitinho e as cenas de ação foram bem desenhadas, com as posições dos elementos da patinação representadas fielmente.

O mangá foi publicado em um revista para meninos, mas tem muitos aspectos de mangás para meninas (além do fato de que patinação é um esporte com fãs mulheres, em sua maioria). Talvez isso explique sua baixa popularidade e o fato de ter sido cancelado, o que é uma pena, porque a história estava sendo bem desenvolvida até chegar aos capítulos finais, onde tudo foi super corrido e os principais acontecimentos esportivos do mangá ocorreram em poucas páginas. Infelizmente o concorrido mercado de mangás impediu que a obra desenvolvesse todo o seu potencial.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Randomicidades do mês - janeiro

Viajei nessa virada de mês, então o post vai sair um pouquinho atrasado. Janeiro foi um mês bem regular nas leituras e bastante proveitoso nos filmes.

Livros lidos

Garoto Zigue-zague - David Grossman
Nota: 4

Naufrágios - Akira Yoshimura
Nota: 4

Loving the Band - Emily Baker
Livro que originalmente era uma fanfiction de One Direction. Sabendo disso, não dá para esperar grande coisa e, realmente, não é grande coisa. Leitura bobinha para passar o tempo, com personagens sem graça, algumas trapalhadas e um triângulo amoroso forçado.
Nota: 2


Uma casa na escuridão - José Luís Peixoto
Minha irmã precisava desse livro para um trabalho da faculdade e acabei lendo também. Gostei muito de Livro, também desse autor, então imaginava que gostaria desse, mas... não deu. A linguagem exageradamente poética me cansou e não consegui ver sentido nenhum na história. Talvez eu seja burra demais para esse livro.
Nota: 2

Os pequeninos Borrowers - Mary Norton
Nota: 4


Nada - Janne Teller
Eu sabia que esse livro é do tipo que tem acontecimentos chocantes e desagradáveis, portanto, decidi ler logo depois que minha irmã leu para fugir de qualquer spoiler e podermos conversar sobre ele. É um livro curtinho mas bem pesado. Algumas coisas me desagradaram na leitura, especialmente a parte final, mas gostei bastante.
Nota: 4


Naïf.Super - Erlend Loe
Comprei esse livro faz tempo em uma promoção e ele sempre ficou naquela posição de "livro que quero muito ler mas acabo não lendo". Ele foi o escolhido para levar na viagem por ser simples e fácil de ler. É uma leitura bem rápida e segue um pouco o estilo Nick Hornby de contar uma história: uma narrativa fluida, descontraída e divertida, com muitas listas no meio. A história é a de um jovem adulto que não consegue mais ver o sentido da vida e tenta se recuperar passando um tempo no apartamento do irmão, dedicando-se a atividades simples, como jogar uma bola contra a parede.
A ingenuidade do narrador não me pareceu tão crível. Adoro narradores infantis ingênuos, mas acho bem mais difícil acreditar em um cara de 25 anos com uma visão de mundo tão ingênua e pura. Além disso, o livro me pareceu incompleto. Talvez páginas demais tenham sido gastas com fichas de biblioteca e o final não tenha se desenvolvido o tanto quanto eu gostaria. Uma pena, porque eu queria muito gostar desse livro, mas achei apenas razoável, desses que entretêm mas não marcam.
Nota: 3

Mangás

Personagens de Solanin


Uma das minhas resoluções de 2015 é ler mais mangás. Gosto bastante desse tipo de quadrinhos, mas acabo lendo pouco por dificuldade de comprar (a maioria tem muitos volumes e não estou disposta a pagar tanto por eles), pegar na biblioteca (não tem na biblioteca que frequento atualmente) ou ler no computador/e-reader, mas vou ter que recorrer ao computador ou a mangás com poucos volumes se quiser ler mais.

Solanin (Inio Asano) foi lançado faz um tempo aqui no Brasil pela L&PM, em dois volumes, e ouvi altos elogios ao mangá, inclusive de gente que em geral nem lê mangá. Conta a história de um grupo de amigos no início da vida adulta, com os problemas típicos dessa fase da vida: empregos, relacionamentos, responsabilidades. É tudo muito real, muito bonito e muito doloroso. E agora fiquei com vontade de ler outro mangá do autor, Oyasumi Punpun, que parece ser ainda melhor. :)

Outro mangá que li este mês foi I-Revo, sobre patinação no gelo, mas ainda pretendo escrever um post sobre ele.

Animes

Shigatsu

Terminei os animes curtinhos Dannga Nani wo Itteiru ka Wakaranai Ken e Orenchi no Furo Jijou (resenhas aqui). Comecei Shigatsu wa Kimi no Uso, sobre um pianista traumatizado que não consegue mais se ouvir ao tocar, e Hakuoki Reimeiroku, prequel de Hakuoki, anime do qual não gostei muito, mas é sobre o Shinsengumi, então eu assisto.

Série


Pois é, comecei a acompanhar uma série. Atualmente todo mundo assiste séries e eu fico com vontade de ver algumas, mas... preguiça. Então decidi finalmente assistir uma e escolhi Six Feet Under, que quero assistir desde a época que passava na tv. Estou no final da primeira temporada e gostando bastante. Não é o tipo de série que dá vontade de assistir tudo de uma vez, ela tem um desenvolvimento mais lento, mas estou começando a me apegar aos personagens e acho que daqui em diante ela só vai melhorar.

Filmes

Ninguém pode saber

Vi seis filmes, o que é bem mais que o meu normal. Assisti a Rurouni Kenshin - Kyoto Inferno, segunda parte da trilogia live-action de Rurouni Kenshin. A maioria das pessoas gostou mais desse filme que do primeiro (resenha aqui), mas nesse caso sou do contra. Sim, esse filme tem uma história bem mais interessante, mas isso ocorre porque o material original é assim. Como essa parte do mangá é bem superior, eu esperava um pouco mais.

Também vi Quando eu era vivo, Uma longa queda, baseado no livro homônimo do Nick Hornby, Ninguém pode saber (ótimo!), Álbum de famíliaUma história de amor e fúria, que achei meio didático demais, como uma espécie de Tibicuera em versão animação.

Compras/presentes


Seguindo minha resolução de ler mais mangás, comprei o segundo volume de Solanin, que já li, e Aventuras de menino, também da L&PM. Pretendia comprar o mangá O cão que guarda as estrelas,  que parece lindo, desses de despedaçar o coração, mas estava esgotado. :(

Aproveitando uma promoção na Livraria Cultura, comprei esse livro de contos, organizado pelo Neil Gaiman e Al Sarrantonio, porque a capa é simpática e reúne contos de vários autores que eu conheço ou quero conhecer.

O esmalte da OPI é o Do You Lilac It?, que comprei em uma promoção na lojinha aqui perto. Os quatro menorzinhos foram presente da minha tia, diretamente da Turquia. Ela acertou na escolha de cores e agora tenho lindos esmaltinhos turcos na minha coleção. ♥