segunda-feira, 30 de junho de 2014

DL do Tigre: Santuário

Título: Santuário
Autor: William Faulkner
Tema do mês: autores queridos

Meu primeiro contato com a literatura de Faulkner ocorreu com Enquanto agonizo, livro escolhido ao acaso em um momento de leituras despretensiosas, e embora a multiplicidade de narradores tenha dado um nó na minha cabeça, gostei bastante do livro. Depois li outras obras do autor e todas me impressionaram de uma maneira ou outra. Apesar de às vezes durante a leitura eu ficar completamente perdida, esse foi um dos raros casos em que ficar perdida não foi um grande problema.

Santuário, de 1931, é uma obra mais acessível que outras do autor, deixando de lado grandes fluxos de consciência e diferentes focos narrativos. Foi um sucesso comercial e Faulkner declarou que foi escrita com esse intento. Apesar disso, não deixa de ser complexa e de tratar de diversos temas comuns na obra do autor.

Ambientado no sul dos Estados Unidos, o livro reúne um grupo de personagens perdidos na vida: um advogado ingênuo e otimista prestes a se divorciar, uma adolescente bobinha, uma mulher endurecida pela vida e seu bebê quase morto, um produtor de bebida acusado injustamente, um criminoso impotente, todos envolvidos em uma trama de assassinato e estupro.

Adorei a maneira como Faulkner constrói a história e cria a atmosfera decadente, sufocante e sem esperanças do livro. Apesar de esta não ser a obra-prima do autor e não apresentar as características estilísticas que o consagraram, não deixa de ser um ótimo livro. 


quinta-feira, 26 de junho de 2014

Tag: Sua vida em livros

Vi essa tag no blog Resumo da Ópera e decidi responder logo, porque senão vai acontecer como sempre, eu fico com vontade de responder, deixo para depois e nunca posto aqui...

1. Escolha um livro para cada uma de suas iniciais.
Luz em agosto - William Faulkner
Angústia - Graciliano Ramos
Gone Girl - Gillian Flynn
Beijo, - Roald Dahl

2. Conte sua idade pelos livros de sua estante.
Ando me confundindo e achando que tenho 25, mas fiz 26 há um mês. Então na contagem deu Inkspell (Cornelia Funke).
Mas meu pai pegou um livro da estante; se ele continuasse lá, a contagem cairia no Novas Aventuras de Askeladden.

Nem dá para ver o Inkspell direito aqui na foto, ele ficou na sombra, coitado.

3. Um livro ambientado em sua cidade/estado/país.
Escolhi esse porque um dos personagens mora no meu bairro ♥


4. Um livro que se passe em um lugar que você gostaria de conhecer.
Budapeste parece ser linda e gosto bastante do pouco da literatura húngara que conheço, então minha escolha aqui é a Antologia do conto húngaro.


5. Um livro com capa da sua cor favorita.
Minha cor favorita é teal (verde-azulado ou azul-esverdeado, dependendo de como você vê) e não tenho nenhum livro do tom exato que eu prefiro.
Na minha estante o mais próximo é O castelo no ar (Diana Wynne Jones).


Fora da minha estante, acho que a edição da Cosac Naify de Peter Pan é dessa cor.



6. Um livro que te traz boas lembranças.
Harry Potter. São muitas lembranças das horas devorando os sete volumes, de quando minha mãe me deu o segundo livro de surpresa, de minhas tentativas destrambelhadas de traduzir o sexto livro para minha irmã (e conseguimos chegar ao fim!)...


7. Um livro que você teve dificuldade para terminar.
Crônica da casa assassinada. Gostei muito do livro, mas a leitura foi penosa e arrastada.


8. Um livro ainda não lido que lhe dará uma sensação de missão cumprida.
Talvez Os Irmãos Karamazov. Comprei a pedido do meu pai há uns anos e nenhum de nós leu ainda, então olho para ele na estante e me sinto meio culpada.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Pokémon: The Origin


Anime: Pokémon: The Origin
Número de episódios: 4
Ano: 2013

Meu primeiro contato com Pokémon se deu quando o desenho estreou no Cartoon Network. Comecei a assistir um ou outro episódio despretensiosamente e quando percebi estava viciada. Além do desenho, eu também gostava muito dos cards, da revista Pokémon Club e de qualquer produto licenciado que surgisse.

Apesar disso, até um tempo atrás eu nunca havia jogado o jogo a sério. Nunca fui de jogar videogame e era muquirana demais para comprar um Game Boy para jogar um único jogo, portanto minhas experiências se resumiam a uma semana de férias em Goiás com o Game Boy do meu primo, sabendo que aquilo não iria durar (e terminando perdida no Mt. Moon), e, em época mais moderna, a um tempo jogando com emulador no computador (e terminando perdida no Mt. Moon, porque eu era cabeça-dura ou burra demais para seguir um tutorial ou algo assim).

Mt. Moon, argh!!!1!1

Mas nessas últimas férias despertou uma nostalgia de Pokémon e decidi tentar mais uma vez, afinal, eu já era madura o suficiente para isso, né?

Então saí em minha jornada Pokémon e finalmente fui bem-sucedida (depois de alguns erros bestas e umas derrotas dolorosas, devo admitir). E agora posso entender por que os jogos continuam fazendo tanto sucesso no mundo inteiro e os fãs continuam fiéis. Jogar Pokémon foi uma ótima experiência  e terminar o jogo me deu aquela sensação de ~conquista~ que eu dificilmente sinto (sou loser, okay?).

Depois de jogar a versão Red e a Silver, decidi assistir o anime Pokémon: The Origin, um especial de quatro episódios que conta a história de Red, o protagonista do primeiro jogo, e que segue o jogo mais fielmente que o anime original (o do Ash). Eu já tinha lido resenhas e comentários positivos sobre o desenho, então estava bem animada para conhecê-lo.

O anime realmente é fiel ao jogo, seguindo a trajetória de Red desde a escolha de seu pokémon iniciante até a captura de Mewtwo. O grande problema é o número de episódios. Não há tempo suficiente para desenvolver a jornada de Red, com a captura dos 150 pokémons, a conquista das oito insígnias e a vitória sobre a Elite e seu rival. O que há é uma narração breve contando os fatos relevantes da jornada de nosso herói e a escolha de certos fatos para serem contados em detalhes. Sei que esse é o melhor caminho a tomar quando só se tem quatro episódios, mas fiquei frustrada com a velocidade da narrativa e com a seleção dos eventos narrados (queria ver o duelo contra a Misty, pô!). Como é tudo muito rápido, não dá para criar aquela conexão com os personagens e falta o impacto emocional que, na minha opinião, o anime original tinha. Podem falar mal mal do Ash, que é um bocó que só perde e solta todos os pokémons, e do anime original, que só se repete, mas pelo menos a primeira temporada era boa e teve muitos momentos altamente emocionantes, como o adeus do Butterfree e o falso adeus do Pikachu. 

Pokémon: The Origin é uma boa para fãs saudosistas do jogo que querem relembrar a própria jornada ao assistir às aventuras de Red. Menções a eventos, locais e a falas do jogo, o desenvolvimento de certos fatos, tudo colabora para que você fique com vontade de voltar a jogar. Como o desenho foi lançado logo antes dos jogos Pokémon X e Y, é clara a intenção dos produtores.

Apesar de eu ter muitas críticas a esse especial, isso se deve mais ao potencial que vejo nele do que a defeitos. Gostaria que ele desenvolvesse melhor os personagens e explorasse mais o relacionamento entre Red e Green, principalmente porque vejo Green como uma figura trágica e solitária que usa sua arrogância como escudo e que é suplantado por Red na Elite e no coração de seu avô (okay, eu queria mesmo é um anime protagonizado por ele; adoro o lado dos derrotados). E apesar de eu ter gostado das batalhas mais brutais, achei algumas das vitórias do Red bem inverossímeis para um anime fiel ao jogo.


Mas tudo fica muito melhor quando tem um Snorlax!

terça-feira, 17 de junho de 2014

Volta ao mundo em 80 livros - Impressões de leitura (5ª parte)


Mais quatro livrinhos para o meu desafio!

O cão dos Baskervilles - Conan Doyle (Escócia)


Mais um lido para o projeto Volta ao mundo em 12 livros organizado pelo blog ConversaCult. Eu já tinha lido dois romances e alguns contos do autor, mas sei lá por que ainda não tinha lido a aventura mais famosa de Sherlock Holmes. Gostei do livro, mas esperava algo a mais. Gostei da atmosfera geral de suspense naquele pântano sombrio, mas não achei o caso tão surpreendente quanto esperava.



Se vivêssemos em um lugar normal - Juan Pablo Villalobos (México)

Tinha altas expectativas em relação a esse livro porque Festa no covil foi uma das minhas leituras preferidas dos últimos tempos. As expectativas não foram superadas. Comecei gostando bastante da leitura, mas do meio para o final eu perdi o ânimo. O livro não é nada ruim, mas sei lá, não rolou. Pelo menos a capa é linda.

Sete narrativas góticas - Karen Blixen (Dinamarca)
Peguei esse livro meio às cegas. Tinha lido uma resenha de A festa de Babette no blog da Michelle e me interessei, mas a biblioteca não o tinha na época em que procurei. Vi esse livro grandão de contos e decidi que ele seria o escolhido, mas fui adiando porque, bem, o livro é grande e eu sou preguiçosa. Quando finalmente decidi pegá-lo, A festa de Babette também estava disponível, mas aí eu já tinha metido na cabeça que tinha que ler o livro grandão e é raro eu mudar de planos quando já estou na biblioteca.
As narrativas do título tem um tom de suspense e de fantasia e em geral tem como centro a aristocracia decadente e seu apego às tradições. A escrita da autora é primorosa (e bem lenta) e ajuda a construir um clima sombrio e misterioso, mas a maioria das narrativas tem uma porção de reviravoltas e histórias dentro de histórias que me deixou bastante confusa. Eu não estava muito no clima para esse tipo de leitura, mas certamente vale a pena conhecer a obra da autora.

A ordem de pagamento / Branca gênese - Sembène Ousmane (Senegal)
Esse foi escolhido meio aleatoriamente. A Ática tem essa coleção de autores africanos, com lombada verde, cara de livro paradidático e diagramação de Para gostar de ler. Não é das mais atraentes, mas apresenta autores variados de países africanos que têm pouco espaço no mundo editorial brasileiro e vai ser de grande ajuda aqui no meu desafio, viva!
A ordem de pagamento é sobre um homem que recebe uma ordem de pagamento de seu sobrinho na França e não consegue tirar o dinheiro devido à burocracia. Ele é mandado de lá para cá tentando conseguir os documentos necessários, enquanto seus vizinhos, ao saber da ordem de pagamento, ficam o parasitando. Já Branca gênese é uma história de incesto em um povoado em crise com seus valores tradicionais. Os dois romances/novelas foram para mim uma boa apresentação da cultura de Senegal e e espero um dia assistir aos filmes do autor, que também é cineasta (vi um em aula, mas não deu para assistir inteiro).

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Os discos da minha vida

Quase não falo de música aqui no blog e devo admitir que nesses últimos meses a música não me anima mais tanto quanto costumava animar, mas vi em vários blogs listas de discos que marcaram a vida e decidi fazer minha listinha também.

Escolhi discos que foram marcantes, que representam uma fase da vida, uma guinada no gosto musical, ou que me apresentaram a novos horizontes, e não meus favoritos atuais. No começo pensei em listar apenas cinco discos, mas resolvi incluir mais dois de última hora porque não poderia deixá-los de fora.

1. Os Saltimbancos - Chico Buarque
Tenho vários discos queridinhos de infância, e esse talvez seja o que mais constantemente esteve ao meu lado. Das pouquíssimas músicas que sei de cor, metade é dos Saltimbancos, de tanto eu cantá-las por aí com meus bichinhos de pelúcia. Adoro as letras espertas, as melodias divertidas e os arranjos instrumentais. É o tipo de disco que todas as crianças do mundo deveriam ouvir e todos os adultos do mundo também.

2. Classic Disney - Vol. 1
Quem não gosta das músicas da Disney? Essa coleção de 5 CDs apresenta uma seleção de canções que vão desde filmes antigos e meio desconhecidos até os grandes sucessos. Tenho dois desses CDs físicos e alguns baixados, e prefiro o primeiro volume, que já começa arrebentando com os mega hits A Whole New World, Circle of Life e Beauty and the Beast. Além deles há algumas músicas divertidas que eu não conhecia, como The Monkey's Uncle, que conta com a participação dos Beach Boys.

3. A Bela Adormecida / O Lago dos Cisnes / O Quebra-nozes - Piotr Ilitch Tchaikovsky
Foi com esse disco (e com o filme Fantasia) que comecei a gostar de música clássica. Ele reúne os três balés do compositor russo, mas infelizmente não contém as obras completas. Apesar de até hoje eu ainda não ter um repertório muito vasto de música clássica, esse CD me incentivou a buscar coisas novas, e meu hábito atual de frequentar concertos se deve em parte a ele.

4. Revolver - The Beatles
Nunca sei qual é meu álbum preferido dos Beatles. Fico dividida entre o Revolver, o Sgt. Pepper's e o Abbey Road, mas escolhi aqui o Revolver porque ele tem minha música preferida de todo o sempre, Eleanor Rigby. Gosto dos Beatles desde pequena por influência dos meus pais, mas foi só na adolescência que comecei a gostar pra valer da banda, desde então ela passou a ser uma constante no meu gosto musical e algo confortável e seguro onde sei que posso me refugiar.

5. Three Cheers for Sweet Revenge - My Chemical Romance
Difícil não dissociar o MCR da minha fase áurea no fórum Fan Clubs do Neopets ;D. Comecei a ouvir MCR depois de ter visto muita gente comentando sobre eles no Fan Clubs, aí vi o clipe Helena na MTV, gostei do clipe e não tanto da música, mas ouvindo outras vezes fiquei viciada. Provavelmente o MCR foi a banda que amei mais intensamente, de ser fã mesmo, mas esse amor não durou tanto assim, assim como meu gosto por outras bandas do gênero. Pelo menos ao reouvir o Three Cheers recentemente ainda pude sentir aquele gostinho delicioso de nostalgia.

6. Vanguart - Vanguart
Primeira banda nacional da qual gostei e primeiro show da minha vida. Até então eu não era muito de sair sozinha de casa, mas com o Vanguart fui descobrindo todo um horizonte de bandas nacionais pouco conhecidas legais e fui em muitos, muitos shows. Devo admitir que não gostei tanto do rumo que a música da banda tomou nos últimos dois discos e não estou seguindo o trabalho deles de perto, mas as músicas antigas são muito amor.

7. Dark Was The Night - vários
Descobri esse álbum no Spotify faz uns anos. Estava ouvindo Beirut e vi que havia uma música da banda nessa coletânea, além de uma do Arcade Fire. Claro que fui ouvir, né. E minha grande surpresa foi perceber que gostei mais da maioria das músicas dos outros artistas, que eu nem conhecia, do que as dessas bandas que eu já amava. O álbum reúne covers e originais de artistas ~indies~ e mais voltados para o folk, e foi com ele que conheci alguns dos meus artistas favoritos atualmente, como Sufjan Stevens, Grizzly Bear e Andrew Bird (gênio, maravilhoso, divo etc.). Só por ter me apresentado esses músicos, o CD já merecia um lugar na lista, mas a melhor parte é que a maioria das músicas é incrível.

domingo, 1 de junho de 2014

Chi's Sweet Home / Chi's New Address



Animes: Chi's Sweet Home e Chi's New Address
Ano: 2008; 2009
Episódios: 104 cada
Duração: 3 minutos

De vez em quando gosto de assistir animes curtos porque eles não exigem muita dedicação e podem ser encaixados em qualquer período breve de ócio. Já tive algumas experiências boas com esse tipo de anime (Kogepan, o pão queimado mais ranzinza e lindinho do pedaço) e uma ruim (Chocolate Underground, que talvez tenha sido ruim porque não segue uma fórmula episódica, e aí peca no desenvolvimento). Chi pode não ser o melhor anime que já vi, mas é fofinho e divertido o suficiente para me entreter ao longo de 208 episódios de 3 minutos cada.


Chi's Sweet Home é sobre uma gatinha que se perdeu da mãe e é adotada pela família Yamada (pai tapado, mãe normal e filho fofinho e mais esperto que os pais). Como donos de primeira viagem, os Yamada vão aprendendo na marra sobre como cuidar de um gato e passam por muitas confusões para lidar com o lado curioso e brincalhão de Chi. O problema é que eles moram em um prédio que não permite animais de estimação, então precisam ocultar Chi dos outros moradores e principalmente da síndica.

Já em Chi's New Address, a família finalmente resolveu se mudar para um apartamento que aceita animais, e Chi conhece os vários vizinhos de quatro patas e os outros gatos das redondezas. Ela continua sendo a ingênua e brincalhona de sempre, mas dessa vez com muito mais liberdade.

É um anime infantil, com traços simples, enredo simples, linguagem simples. É para quem quer algo para se entreter por alguns minutos, uma pequena dose de fofura. E é uma boa para quem gosta de gatos, porque muitos episódios giram em torno de comportamentos típicos desses animais.