quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Novas aventuras de Askeladden

Título: Novas aventuras de Askeladden
Organização: Francis Henrik Aubert
Editora: Edusp

Esse livro reúne contos tradicionais noruegueses extraídos da coletânea de P. Ch. Asbjørnsen e J. Moe publicada em meados do século XIX. Com muitos elementos em comum com os de outros contos populares europeus, as histórias também apresentam características bastante norueguesas em seus cenários, relações sociais e na presença de criaturas mitológicas, como os trolls.

O mais interessante de notar ao se ler o livro são as semelhanças e diferenças entre as histórias e alguns contos de fadas clássicos. "Kari Batadepau", por exemplo, tem uma personagem andrajosa que, por magia, vai toda elegante ao baile, conquista o príncipe e parte sem revelar sua identidade, deixando com ele um sapato, o que lembra bastante a história da Cinderela.

Outras histórias não são tão similares a um conto específico, mas apresentam vários arquétipos básicos desse tipo de narrativa, como a presença de objetos mágicos (mesas que dão alimento quando se pede, espadas superpoderosas), animais falantes que ajudam o herói em sua jornada e todas aquelas velhas histórias de reis que desejam algo e oferecem a mão da princesa em casamento e metade do reino ou de três irmãos que vão tentar a sorte no mundo lá fora e apenas o mais novo, mais esperto e/ou bondoso, consegue algo.

É importante lembrar que esses contos são bem antigos e nada politicamente corretos, então alguns momentos das histórias ficam bastante estranhos/cruéis vistos pela nossa perspectiva, como no caso de "A véia contra a corrente", um conto cômico em que um homem afoga a mulher só porque ela era "do contra" ou em "Kari Batadepau", em que Kari casa com o príncipe que a esnobou e tacou coisas nela quando ela era uma reles criada. Os contos não passaram pelo processo de edulcoração da Disney. :P

Essa coletânea é uma leitura bastante proveitosa para quem gosta de contos tradicionais, mas as narrativas são bem repetitivas e poucas delas oferecem algo realmente diferente do que já temos nos contos dos Grimm, Perrault & cia. Esse é o segundo volume de contos noruegueses publicado pela Edusp e creio que o primeiro (Askeladden e outras aventuras) apresente histórias mais "únicas", que não parecem apenas variações de narrativas que já conhecemos (ou das  narrativas do próprio livro). Ou seja, se você ficou curioso, o primeiro volume vale mais a pena.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Projeto Ghibli #3: O castelo de Cagliostro


Lupin III: O castelo de Cagliostro
Título original: Rupan sansei: Kariosutoro no shiro
Ano: 1979

Esse foi o primeiro longa-metragem dirigido pelo Hayao Miyazaki e o segundo filme protagonizado por Lupin III, personagem da série de mangá Lupin III, de Monkey Punch, publicado a partir de 1967. O mangá foi um grande sucesso no Japão e gerou diversas adaptações para TV e cinema.

Arsène Lupin III é, segundo seu criador, neto do Arsène Lupin do escritor Maurice Leblanc (resenhei um livro do personagem aqui), mas não conheço o suficiente do mangá/anime nem dos livros para saber até que ponto o personagem francês influencia seu neto nipônico.

Em O castelo de Cagliostro, Lupin e seu amigo Jigen roubam um cassino, mas descobrem que o dinheiro é falso. Eles então se dirigem a Cagliostro, um pequeno país que parece ser a fonte das notas falsificadas. Lá Lupin encontra Clarisse, a princesa, fugindo do conde Cagliostro, que deseja forçá-la a se casar com ele. Lupin a salva de seus perseguidores, mas ela é recapturada após lhe entregar um valioso anel de família desejado pelo conde. Lupin e Jigen então convocam seus aliados e partem ao encontro dos mistérios de Cagliostro para resgatar Clarisse.


O filme é bastante charmoso com seus personagens carismáticos, cenários europeus, ritmo acelerado e jeitão de aventura clássica. Boa parte da diversão do filme consiste em ver como Lupin se safa das situações mais difíceis e absurdas, sempre zombando dos inimigos. Algo que não me agradou tanto no filme foi o humor meio forçado, mas eu sou chata nesse aspecto mesmo.

Apesar de derivar da série de TV, o filme se sustenta bem sozinho e me deixou com bastante vontade de assistir ao primeiro anime e conhecer melhor os personagens. Li que o Lupin do Miyazaki é mais bem-humorado e divertido que o original, o que me deixou curiosa para ver que outras mudanças o Miyazaki fez em seu filme.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Randomicidades do mês - julho

Estou meio atrasada com os posts e nem tenho a desculpa de estar muito ocupada nem nada do tipo, só estou com preguiça mesmo. n_n

Livros lidos

Boneco de neve - Jo Nesbø
Nota: 3,75


Trash - Andy Mulligan
Faz tempo que eu queria ler esse livro, mas ele é o tipo de livro que eu eu queria ler sem precisar comprar (de certa forma, isso acontece com todos os livros, não?). Ele não estava disponível na biblioteca que eu frequentava, aí um dia decidi mudar de biblioteca e finalmente consegui pegá-lo. Ele é sobre um grupo de garotos que vive no lixão e um dia encontra uma carteira misteriosa. A partir daí, eles seguem pistas, fogem da polícia e descobrem coisas que eu já nem lembro direito quais são. O livro é interessante, mas eu esperava mais. Achei bastante esquecível.
Nota: 3,25


Winnie Puff - A. A. Milne
Esse livro é tão fofo! Para quem assistiu boa parte das animações do Puff/Pooh da Disney é muito nostálgico ler essas historinhas. E para quem nunca assistiu, a leitura também vale muito a pena. Os personagens são adoravelmente bobos e se metem em aventuras adoravelmente bobas. Ri muito de algumas situações, mas também fiquei de coração partido em alguns momentos. É um livro acalentador e divertido. Quero ler os outros da série!
Nota: 4


Vaclav & Lena - Haley Tanner
Esse livro está aqui na estante (no armário, na verdade) faz um bom tempo e eu realmente não sei por que o deixei lá abandonado. É um YA sobre duas crianças de família russa vivendo nos EUA, um menino que sonha em ser mágico e uma menina de situação familiar complicada. Vi muitas críticas ao modo como a comunidade russa foi retratada no livro e imagino que isso me incomodaria se eu não fosse tão leiga no assunto. A história em si me agradou bastante, apesar de eu achar o início, quando os protagonistas eram crianças, muito melhor e ter achado o final meio corrido.
Nota: 3,75

Precisamos de novos nomes - NoViolet Bulawayo
Nota: 3,5


Suíte em quatro movimentos - Ali Smith
Adorei esse livro e não sei explicar por quê. Algo no estilo da autora me conquistou. O livro é composto por quatro partes, cada uma sobre um personagem diferente. O que une as quatro é Miles, um homem que decidiu se trancar em um quarto de hóspedes durante um jantar e se recusou a sair.
Nota: 4,25

Quadrinhos


Habibi - Craig Thompson
Adorei Retalhos, a outra obra do autor que li, então estava empolgada para ler Habibi. A arte desse livro é fenomenal, uma das mais bonitas que já vi em graphic novels. A história não me empolgou tanto quanto a arte. Achei que o que eu mais gostaria no livro seriam as histórias contadas por uma das personagens, em um estilo meio mil e uma noites, mas isso acabou sendo o que eu menos gostei.
Nota: 4


Watashitachi no Shiawase na Jikan - Sumomo Yumeka
Esse mangá é baseado em um romance da escritora coreana Ji-young Gong e conta sobre o relacionamento de uma jovem que tentou se suicidar com um homem sentenciado à pena de morte. Decidi ler o mangá porque ele é super bem avaliado no MyAnimeList e só tem um volume. Pela sinopse oficial ele parece ser bastante brega (o que serviu de motivo para minha irmã me zoar ._.), mas até que eu não achei tão brega assim. Ele poderia ser mais sutil, sim, e ter personagens um pouco mais multifacetados, mas para um mangá curto eu achei que ele cumpre o que promete e ainda pode gerar algumas reflexões.
Nota: 4

Animes


Terminei Shoujo Kakumei Utena (resenha), estou avançando com razoável rapidez por Digimon Adventure 02 e comecei a acompanhar Working!!! semanalmente.

Filmes

Graças a mostras, consegui ver alguns filmes que queria ver faz tempo.


O castelo de Cagliostro
Vou escrever um post sobre ele para o Projeto Ghibli em breve.
Nota: 3,5


O conto da princesa Kaguya
Vou falar mais sobre ele quando chegar a vez dele no Projeto Ghibli (vai demorar...), mas já posso dizer que amei o filme! A arte é lindíssima, a trilha sonora é fantástica, a história é muito interessante e o filme cria momentos mágicos e memoráveis. Um dos melhores do Ghibli, assistam!
Nota: 4,5


O congresso futurista
Esse filme mistura animação e live-action para criar um universo futurista em que os estúdios cinematográficos conseguem escanear atores para criar uma versão digital que pode atuar nos filmes. Robin Wright, uma atriz em decadência, decide aceitar essa proposta quando essa tecnologia está se iniciando. Anos depois, seu eu digital se tornou um grande sucesso em filmes de ação e ela é convidada ao congresso futurista, uma loucura psicodélica onde não dá para distinguir direito o que é real e o que é ilusão e tudo fica uma loucura. Achei o filme viajado demais para o meu gosto, haha.
Nota: 3


Quando estou com Marnie
Também escreverei mais sobre ele quando chegar a vez dele no Projeto Ghibli. Não gostei tanto do filme quanto esperava. Achei que ele pesou a mão no relacionamento das duas protagonistas, ficou forçado e não consegui simpatizar com a Marnie (além de no início ver aquilo como um relacionamento romântico -q). Tirando essa falta de sutileza, achei o resto do filme bom, ele tem umas cenas muito bonitas e todo o cenário é lindíssimo.
Nota: 3,75

Aquisições





Declínio do homem eu encontrei em uma barraca de um sebo perto do metrô. Os preços lá não eram dos mais interessantes, mas achei esse livro novinho por oito reais e comprei, mesmo sem saber nada sobre ele. O Reino animal é um livro de colorir e tem umas ilustrações muito bonitas. 



Esses dois outros livros de colorir eu ganhei da minha tia. Estou cheia de livros de colorir aqui em casa, mas na velocidade em que ~coloro~ eles vão durar para sempre. :P


Os esmaltes de cima eu encontrei em promoção na perfumaria aqui perto. Os debaixo a minha mãe comprou.