segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Desafio Leia Mulheres

Depois de um tempinho sem participar de desafios literários, decidi fazer o desafio Leia Mulheres, que apresenta uma boa mistura de temas interessantes (e fáceis). A proposta é ler a cada mês um livro escrito por mulher que se encaixe no tema.

Como estou preguiçosa para escrever, não pretendo postar resenha aqui no blog, só se eu conseguir sair da letargia ou achar que tenho algo de interessante a dizer sobre o livro. Vou comentar as leituras nas Randomicidades do Mês, como de costume.

Os temas e as minhas escolhas de cada mês são os seguintes:

Janeiro: um livro clássico
Pride and Prejudice - Jane Austen (lido)

Fevereiro: uma HQ
Usemono Yado - Hozumi
Otoyomegatari - Kaoru Mori

Março: uma escritora contemporânea nacional
As águas-vivas não sabem de si - Aline Valek

Abril: uma escritora asiática
A fórmula preferida do professor - Yoko Ogawa
Querida Konbini - Sayaka Murata

Maio: uma ficção científica ou fantasia
The Dispossessed - Ursula Le Guin
Alma? - Gail Carriger

Junho: um livro de contos
Coração azedo - Jenny Zhang

Julho: um livro de poesia
Ainda não decidi

Agosto: um livro de temática LGBTQ+
Dia de domingo - Olivia Pilar

Setembro: um livro de não-ficção
A mãe de todas as perguntas - Rebecca Solnit

Outubro: um livro de terror
As coisas que perdemos no fogo - Mariana Enríquez
A assombração da casa da colina - Shirley Jackson

Novembro: uma escritora negra
Nossa Senhora do Nilo - Scholastique Mukasonga
As mães - Brit Bennett

Dezembro: escolha livre
O que der vontade

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A lista pode acabar mudando bastante, mas como a maioria das minhas escolhas é de livros que já tenho, não pretendo fugir muito dela.

Aceito sugestões de livros de poesia para quem não gosta muito de poesia. E de livros dos outros temas também, afinal, sugestões sempre são bem-vindas.

E você? Gosta de desafios literários? Está participando de algum?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Retrospectiva de 2018


A lista desse ano vai ser bem enxuta porque sinto que tudo o que eu leio e vejo se torna cada vez menos marcante para mim.

Livros

Li uns 80 livros em 2018, o que é bastante, mas menos do que nos anos anteriores.

O país de origem da maioria dos escritores que li, como sempre, foram os Estados Unidos, com 36 livros, seguido do Brasil, com 12, e da Inglaterra, com 9.

Li livros de 21 países diferentes, mas apenas quatro foram de países que eu não havia lido antes para o desafio Volta ao mundo em 80 livros.

A maioria das leituras foi de romances. Fora isso, li 12 livros de contos (ou contos publicados sozinhos), 9 quadrinhos e dois livros de não-ficção.

Livros favoritos


Os vestígios do dia – Kazuo Ishiguro
Romance sobre um mordomo que serviu a um nobre importante e que reflete durante sua primeira viagem de lazer em anos sobre sua dedicação à profissão e seu passado. Gostei do estilo elegante e contido do narrador, que se revela mais naquilo que ele não conta do que no que conta.


Stoner – John Williams
O livro conta sobre a vida de William Stoner, filho de agricultores que descobriu a paixão pela literatura e seguiu carreira acadêmica, vivendo uma vida comum, com suas pequenas alegrias e grandes decepções. A sinopse não soa tão interessante e a escrita direta também não parece se destacar no início, mas o livro se revela belo e melancólico.


This One Summer – Mariko Tamaki e Jillian Tamaki
Graphic novel sobre duas amigas que passam as férias na praia. Em meio a dias preguiçosos sob o sol e noites assistindo a filmes de terror, elas lidam com os problemas familiares e se tornam espectadoras de um drama maior. O traço da HQ é muito bonito e a história tem um tom agridoce e nostálgico que me agradou.

Filmes


O lagosta
O diretor Yorgos Lanthimos é mestre em criar boas histórias a partir de premissas inusitadas. Em O lagosta, a sociedade dita que as pessoas não podem ser solteiras. Quem está sozinho é mandado a um hotel, onde precisa encontrar um par, senão será transformado em um animal a sua escolha. Eu escolheria algum tipo de pássaro, tipo uma andorinha. E você?


De olhos bem fechados
Talvez eu tenha gostado tanto do filme porque minhas expectativas eram meio baixas, mas de qualquer forma, o filme me envolveu bastante e gostei de como ele adaptou a novela original.

Animes e séries


Hakumei to Mikochi
Fantasia relaxante sobre duas mulheres pequeninhas que levam uma vida tranquila no bosque. O charme do anime é transformar acontecimentos pequenos e simples, como uma viagem de trem, um festival no centro da cidade ou uma tarde fazendo sabão em algo charmoso e agradável. O visual e a trilha sonora ajudam a construir o clima aconchegante.


The Good Place
Essa série é muito divertida e gostosa de assistir, com seus personagens carismáticos, uma premissa interessante e algumas reviravoltas. Raramente sou entretida por uma série o suficiente para assistir mais que uns dois episódios em seguida, mas nesse caso minha vontade era devorar tudo de uma vez.

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É isso! 2018 não foi um ano dos mais animadores, mas fico na torcida para que 2019 seja um pouco melhor.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Randomicidades aleatórias: dezembro/2018


Últimas randomicidades de 2018! Dezembro não foi o melhor dos meses para leituras. Fiquei meio empacada nos romances, então aproveitei para ler algumas obras mais curtas e leves. Quanto aos filmes e animes, a falta do que fazer até que me fez ver bastante coisa.

Livros lidos


Short stories from Hogwarts of power, politics and pesky poltergeists – J.K. Rowling
O ebook reúne textos curtos presentes no site Pottermore que se aprofundam um pouco em personagens e outros aspectos do universo de Harry Potter. Nele, ficamos sabendo mais sobre Umbridge, os ministros da magia, Azkaban, Slughorn e Pirraça. Os textos são interessantes para os fãs de Harry Potter por trazer informações que não conhecíamos, como o passado de vários personagens, as ideias da Rowling por trás de algumas escolhas e curiosidades sobre o mundo bruxo.
Nota: 3


O céu que nos protege – Paul Bowles
O livro mostra três viajantes americanos no norte da África após a Segunda Guerra Mundial. Em um ambiente árido e hostil, sem compreender as culturas locais, o vínculo entre eles vai se desgastando aos poucos, assim como a sanidade. O livro tem uma atmosfera meio pesada e sufocante. Fiquei meio incomodada com a visão dos personagens dos povos locais, assim como com o destino da personagem feminina na metade final.
Nota: 3


Sobrevivente – Chuck Palahniuk
Tender Branson, sobrevivente de uma seita religiosa, conta a sua vida para a caixa-preta do avião que ele sequestrou e que está prestes a cair em algum ponto da Austrália. De obediente seguidor de sua religião a celebridade influente, ele narra sua trajetória um tanto inusitada. Achei bem interessante.
Nota: 3,5


Foreign Gods, Inc. – Okey Ndibe
Ike é um taxista nigeriano morando em Nova York. Apesar de ter diploma universitário, ele não consegue bons empregos devido ao sotaque carregado. Cheio de dívidas, ele planeja roubar a estátua do deus de sua vila e vendê-la para uma galeria que comercializa deuses de todas as partes do mundo para colecionadores ricaços. Ao voltar para a Nigéria, ele se vê na estranha posição de forasteiro em um vilarejo diferente daquele que ele conhecia, em que o cristianismo agora domina. O livro tem uma premissa pouco usual e um estilo meio satírico que me agradaram, mas achei a história meio arrastada em alguns momentos.
Nota: 3


Contos escolhidos – Aldous Huxley
Do autor, só conhecia Admirável mundo novo, então não sabia muito o que esperar dessa coletânea de contos. O estilo da escrita é bem agradável de se ler, e a maioria dos contos trata de personagens da elite e sua relação com a arte. Dito assim, não parece muito interessante, mas garanto que é! Há um certo humor e leveza, mas também uma certa tristeza. Vários contos não são dos mais marcantes, porém gostei da maioria enquanto lia.
Nota: 4


Short stories from Hogwarts of heroism, hardship and dangerous hobbies – J.K. Rowling
Mais textinhos sobre o mundo de Harry Potter, dessa vez sobre a professora McGonagall, Lupin, a professora Trelawney e Silvanus Kettleburn.
Nota: 3


Hogwarts: an incomplete and unreliable guide – J.K. Rowling
Os textos desse livrinho contam um pouco da história e das características da escola. Nele, aprendemos sobre as matérias escolares, sobre a origem da Plataforma 9 e 1/2, sobre algumas das criaturas que vivem em Hogwarts e objetos mágicos, como o Chapéu Seletor, sobre lugares como a Câmara Secreta etc. É interessante, porém nada é muito aprofundado.
Nota: 3

Quadrinhos


Deer woman: a vignette – Elizabeth LaPensée
HQ curtinha baseada na lenda da mulher-veado, da mitologia nativo-americana, que atrai homens para a morte. A história é super curta e não tem muito enredo, não tenho muito a dizer sobre ela.
Nota: 2,75

Animes


Amaama to inazuma
Anime adorável sobre um viúvo e sua filhinha que se reúnem com uma estudante solitária para preparar pratos deliciosos. Todo o ritual de cozinhar e, claro, de comer une os três e desperta lembranças. O anime é bem relaxante e fofo, e a menininha, Tsugumi, é muito engraçadinha, além de ser um retrato bem realista de uma criança, com suas fofuras e suas birras. O preparo das refeições tem bastante ênfase e, apesar de os pratos serem bem apetitosos, essa parte é um pouco repetitiva e se torna cansativa depois de alguns episódios, o que, para mim, foi o maior defeito do anime. Gostei mais dos episódios que fugiam um pouco da fórmula, seja reunindo mais personagens na cozinha ou criando situações diferentes para os protagonistas.
Nota: 3,5


Akagami no Shirayuki-hime
Após fugir do príncipe, que cobiçava seus cabelos vermelhos e queria torná-la sua concubina, Shirayuki encontra o príncipe do reino vizinho, Zen, que a salva e a abriga em seu reino, onde ela inicia uma nova vida. O anime mostra o relacionamento entre Shirayuki e Zen, como a proximidade entre eles é vista com maus olhos por alguns dos nobres, o trabalho de Shirayuki como herbalista e as dificuldades de Zen como príncipe. O anime tem jeito de conto de fadas, é muito bonito visualmente e apresenta personagens interessantes, mas eu não gostei tanto quanto esperava. Não consigo dizer exatamente o que me incomodou ou o que faltou. Talvez a falta de conflitos maiores? Talvez o relacionamento perfeitinho de Shirayuki e Zen? Talvez um certo idealismo? Talvez umas breguices meio shoujo aqui e ali? Não sei, só sei que raramente os episódios conseguiam prender a minha atenção, mas o anime não é ruim.
Nota: 3


Piano no mori
Eu já tinha visto o filme e gostado bastante. Nele, Shuuhei, um menino pianista, conhece Kai, que aprendeu a tocar sozinho em um piano abandonado na floresta. Enquanto o primeiro tem técnica impecável, o outro tem o seu próprio estilo e toca com a alma. Essa primeira temporada do anime mostra da infância ao início da vida adulta dos personagens, com os dois se esforçando para ser alguém no mundo da música. O que mais se ouviu do anime é que a animação está ruim, o que é verdade. A animação em CGI na hora em que os personagens tocam piano ficou bem feiosa, mas é só em algumas cenas e não incomoda tanto assim. O resto está decente, mas não é nada muito especial. A história não me prendeu tanto quanto no filme e alguns pontos me incomodaram um pouco, como a rivalidade unilateral por parte de um dos personagens (eu queria uma amizade mais bonitinha). E não sei se no mundo do piano é assim, mas estou meio cansada de ouvir sempre as mesmas músicas nos animes de música clássica (ok, é só aqui e em Shigatsu).
Nota: 3


Ani ni tsukeru kusuri wa nai! 2
Gostei mais dessa temporada do que da anterior, talvez por focar mais nos amigos do Shi Fen e nas bizarrices deles do que no relacionamento entre os irmãos, que eu acho interessante, mas um pouco repetitivo. Esse foi um anime que comecei sem nenhuma expectativa e que me conquistou aos poucos, a ponto de eu ficar bem triste quando ele acabou.
Nota: 4

Filmes


Shiki Oriori – O sabor da juventude
Essa coprodução entre Japão e China conta três histórias com as mudanças da China como pano de fundo. Na primeira, temos um jovem relembrando a sopa de bifum que ele costumava comer com a avó na infância. Na segunda, temos uma modelo de sucesso que enfrenta dificuldades na carreira. Na última, um casal de amigos corre o risco de se separar ao mudar de escola.O estúdio que produziu o filme é o mesmo de boa parte das animações do Makoto Shinkai, e o capricho no visual é evidente. Infelizmente, eles insistem em algumas características não tão agradáveis do diretor, como o excesso de narração em estilo poético. As histórias são bem curtas e não conseguem se desenvolver muito bem no tempo disponível, com exceção talvez da última.
Nota: 2,75


Mai mai shinko to sennen no mahou
Em um vilarejo no campo, que no passado foi a capital da província, uma menina cheia de imaginação e uma menina recém-chegada da cidade inventam personagens e vivem aventuras ao lado dos amigos. Como faz algum tempo que eu estava com vontade de assistir algum anime tranquilinho que se passa no campo, esse filme foi uma boa opção. Ele tem um estilo meio Ghibli e as travessuras infantis são fofas e divertidas. Só achei que algumas das tramas não casam tão bem com o resto da história.
Nota: 4


Podres de ricos
O filme ganhou bastante visibilidade por ser um dos raros filmes americanos com elenco todo asiático. Ele conta a história de uma mulher que vai conhecer a família do namorado e descobre que eles são incrivelmente ricos. O filme mostra o choque de cultura entre a sino-americana de classe média e a família tradicional singapuriana ricaça, que se opõe ao relacionamento do filho. Achei o filme divertido, mas tirando a representatividade asiática, ele não tem nada de tão especial e algumas tramas ficam meio jogadas.
Nota: 3,25


Para sempre Alice
Alice é uma professora de linguística bem-sucedida que é diagnosticada com Alzheimer aos 50 anos. A doença vai piorando aos poucos e afetando profundamente a vida dela e da família. Como tenho casos de Alzheimer na família, fiquei com certo receio de achar o filme devastador demais, mas no final não achei tão triste.
Nota: 3,5


Roma
O filme mostra a vida de Cleo, uma empregada doméstica que trabalha para uma família de classe alta. Achei o filme muito bonito visualmente, mas um tanto arrastado. Apesar de a história focar na Cleo, sinto que não nos aproximamos dela o suficiente para saber quem ela é. Eu esperava um pouco mais.
Nota: 3,25


O experimento de aprisionamento de Stanford
Baseado em um experimento real, o filme mostra um estudo psicológico realizado na universidade de Stanford que colocou um grupo de estudantes em um ambiente prisional simulado, com parte dos jovens como presos e outra parte como guardas. Os guardas começam a agir autoritariamente e a situação logo sai do controle. Acho muito louco que esse experimento realmente foi feito e que não gerou maiores consequências para os responsáveis, mas, bom, eram outros tempos.
Nota: 3,75

Curtas e especiais


Cencoroll
O curta é sobre um garoto que tem uma criatura que consegue tomar diferentes formas e que enfrenta outras criaturas semelhantes. A arte estilizada é bem legal e a história é interessante, mas não faz muito o meu estilo.
Nota: 3


Agressive Retsuko: We Wish You a Metal Christmas
Retsuko é uma panda-vermelho que trabalha em uma grande empresa, onde sofre com o chefe machista, com os colegas chatos e com outros percalços da vida moderna. Nesse especial, ela fica viciada no Instagram, louca para tirar fotos produzidas e ganhar muitos likes, o que é intensificado com a chegada do Natal. É um especial divertido para quem já fã do desenho.
Nota: 3


Tabisuru Nuigurumi: Traveling Daru
Curta fofíssimo sobre um bonequinho de Daruma que se separa acidentalmente da dona e parte em uma jornada pelo mundo para reencontrá-la. A arte é linda, seja nos cenários mais detalhados ou nos personagens simples e fofos.
Nota: 3,75

Aquisições

Minha tia acertou em cheio e me deu o Flores para Algernon, que eu queria muito ler, de Natal. Minha irmã ganhou o Tudo aquilo que eu não disse.


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E é isso, essas foram as últimas randomicidades de 2018! Em breve (ou não tão breve) eu posto sobre os melhores do ano e sobre planos para 2019. ;)