quarta-feira, 29 de abril de 2015

Anime: Shigatsu wa Kimi no Uso


Shigatsu wa Kimi no Uso
Episódios: 22
Ano: 2014-2015
Diretor: Kyohei Ishiguro

Arima Kosei era um menino prodígio do piano. Desde pequeno, ganhava todas as competições e inspirava todos os que o ouviam. Porém, após a morte da mãe, ele não consegue mais ouvir o som do piano ao tocar e desaparece da cena musical. Até que, aos catorze anos, ele conhece uma violinista cheia de vida que vai ajudar a mudar o modo como ele enxerga as coisas.

O que me atraiu a princípio em Shigatsu foi a música. Adoro música clássica, mas não conheço muita coisa e sinto que quando eu ouço as músicas em outras mídias eu consigo apreciá-las mais. Além disso, um dos meus animes preferidos é Nodame Cantabile, que também é sobre música clássica. No entanto, é um erro assistir Shigatsu como se fosse um novo Nodame Cantabile, porque enquanto Nodame retrata o amadurecimento musical de personagens imersos nesse universo, Shigatsu usa a música como uma escada para o amadurecimento pessoal dos personagens.


Shigatsu é um anime muito agradável de assistir. A arte é muito bonita, embora às vezes eu ache os cenários "bonitos demais" e não seja tão fã do character design, a trilha sonora tem momentos ótimos e eu simplesmente adoro a primeira abertura, "Hikaru Nara". A história é interessante e, apesar de alguns problemas de ritmo, foi bem desenvolvida.

"Hikaru Nara" em versão acústica:

Mas agora chegou a parte em que eu começo a falar dos problemas e fica parecendo que eu não gostei do anime, sendo que eu gostei (minha nota seria algo como um 7,5).

Problema 1: melodrama. Eu gosto de drama, adoro filmes/livros/etc tristes que dão vontade de se acabar de chorar na cama, mas aqui eu achei que faltou sutileza. Chegou a um ponto em que em todo episódio algum personagem tinha um colapso emocional e aí eu cansei. Em poucos momentos consegui me emocionar com os momentos dramáticos (acho que só no último episódio mesmo).

Problema 2: monólogos interiores. Shigatsu usa bastante o recurso de mostrar os pensamentos dos personagens de maneira poética. Acho brega, mas se isso for usado com moderação acho tolerável (como em Honey & Clover), mas em Shigatsu isso acontecia o tempo e os pensamentos eram repetitivos demais. Alguns dos momentos que eu mais apreciei no anime foram os concertos, mas muitos foram arruinados pelo excesso de monólogos interiores com os mesmos flashbacks e as mesmas frases. Eles deviam deixar a música e as imagens falarem por si.

Kaori

Problema 3: Kaori. Ela não foi muito bem desenvolvida e não consegui gostar dela, nem nos momentos bons nem nos ruins. Os outros personagens também não são lá muito agradáveis, mas, no caso do Kousei, pelo menos houve um bom desenvolvimento, e no caso da Tsubaki, sei que muita gente a odiou, mas eu quase sempre gosto da personagem "amiga de infância" e gostei de ela ter atitudes pouco louváveis porque me pareceu mais humana.

Agora vamos falar de coisas boas: o anime teve momentos memoráveis e que realmente me empolgaram, o que talvez contribua para a minha irritação com os momentos ruins. Mais para o final do anime eu já estava um pouco cansada dele, mas o fim me agradou muito. O último concerto foi incrível, sem muita falação, do jeito que eu queria, e alguns momentos foram lindos. Apesar dos problemas, eu gostei de acompanhar o anime. Não é desses de que eu vou me lembrar com carinho e empolgação, mas valeu a pena ter assistido.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros - 2 anos

E meu projeto completa dois anos! Agora tenho "só" oito anos para ler livros dos países que faltam.

Nesse segundo ano do projeto, li mais livros (88) que no anterior (62), mas apenas 12 foram de países não repetidos, contra 22 do primeiro ano. Não é um ritmo ruim, mas também não é bom, então vou tentar explorar melhor as estantes da biblioteca (hoje mesmo vou lá pegar um livro diferente u__u).

Meu mapa por enquanto está assim:

visited 32 states (14.2%)

E os países, com o números de livros lidos, são:

1. EUA (51)
2. Inglaterra (18)
3. Brasil (15)
4. Japão (9)
5. França (6)
6. Índia e Portugal (4)
7. País de Gales, Irlanda, Alemanha (3)
8. Hungria, Noruega, Dinamarca, Rússia, Canadá, Chile, Coreia do Sul, África do Sul, Austrália (2)
9. República Tcheca, Escócia, Espanha, Holanda, Bélgica, Israel, Colômbia, Argentina, México, Peru, Cuba, China, Angola, Senegal, Nigéria (1)

Fiz um gráfico porque gráficos são legais:



Os EUA estão com quase o triplo do segundo colocado e equivalem a mais de um terço do total de leituras. E eu pensando que minhas leituras até que estavam bastante diversas .__.'

Para ver a lista dos livros que li para o desafio, clique aqui.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O talentoso Ripley

Título: O talentoso Ripley
Autora: Patricia Highsmith
Editora: Companhia de Bolso

Tom Ripley, um talentoso manipulador e imitador, vivia de pequenos golpes em Nova York até que surge diante dele uma oportunidade inesperada. Herbert Greenleaf, pai de Rickie, um amigo não muito próximo seu, pede que Tom vá à Itália para convencer o filho a voltar para os Estados Unidos para assumir a empresa da família. Tom vai, satisfeito com as férias pagas, e se aproxima de Rickie, usando de todo o seu poder persuasivo para conquistar a aprovação do jovem, e desenvolve uma amizade obsessiva e um fascínio pelo estilo de vida de Rickie.

Esse livro ficou um pouco aquém das minhas expectativas. Por ser um livro bem famoso e, no geral, bem avaliado, eu esperava que ele fosse um pouquinho mais interessante. No começo julguei que minha falta de interesse no livro se devia à falta de tempo para sentar e ler o quanto eu quisesse de uma vez, e isso se confirmou quando eu finalmente tive mais tempo para ler e comecei a me envolver com a história, mas quando terminei o livro, fiquei levemente decepcionada. E não sei dizer exatamente por quê. Não é um livro ruim, os personagens principais são bem construídos e a trama tem seus momentos de tensão, mas não me marcou.

Me desculpem pela resenha que não diz nada de importante. Não sei muito o que dizer do livro e escrevi só para cumprir a obrigação no Desafio Skoob mesmo. ._.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Projeto Ghibli #1: Horus: o príncipe do sol

Artista: Kaiami

Foi assistindo A viagem de Chihiro que me tornei fã do estúdio Ghibli. Depois desse filme passei a assistir aos outros do estúdio sempre que surgia a oportunidade, mas sou uma pessoa lerda para filmes e ainda tenho muitas pendências nessa área, portanto decidi começar esse projeto, que consiste em assistir a todas as animações do estúdio Ghibli em ordem cronológica e comentá-las aqui. Eu já tinha a ideia de fazer algo do tipo faz tempo, mas fui procrastinando e procrastinando, porque é isso que eu faço bem. :P

Vou incluir também os filmes anteriores à origem do estúdio dirigidos pelo Isao Takahata e pelo Hayao Miyazaki. Você pode ver a lista dos filmes aqui, mas não pretendo segui-la à risca, pois o Ghibli também tem alguns curtas, que pretendo assistir se encontrar.

Artista: Little Miss Paintbrush
Quais desses filmes você já viu?

Para dar o pontapé inicial no projeto, começamos com Horus: o príncipe do sol, filme do qual eu nunca tinha ouvido falar dirigido pelo Takahata!


Horus: o príncipe do sol
Título original: Taiyou no Ouji: Horus no Daibouken
Ano: 1968

Este foi o primeiro filme dirigido pelo Isao Takahata e também contava com o Hayao Miyazaki na equipe de animação, marcando o início dessa parceria duradoura e bem-sucedida. O filme foi importante para a animação japonesa por ser um dos primeiros a começar a se distanciar da fórmula ocidental disneyficada em voga na época e a buscar seu próprio estilo, com temas mais maduros. Mesmo assim, se você estiver acostumado ao estilo atual dos animes, não vai ver muita diferença entre esse filme e os desenhos antigos da Disney. As paisagens, a trilha sonora, os companheiros animais e até alguns números musicais me fizeram lembrar bastante da Disney mais sombria, como na fase "dark age", e dos filmes do Don Bluth.

Horus

O enredo é bem clichê para os dias de hoje: o jovem Horus encontra uma espada mágica e, seguindo o pedido do pai à beira da morte, inicia uma jornada até o vilarejo onde se originou sua família. Grunwald, um demônio que quer acabar com a humanidade, destruiu esse vilarejo no passado e agora o pai quer que Horus se vingue. O garoto é acolhido em um vilarejo próximo, e Grunwald logo o localiza, usando então todos os estratagemas possíveis para acabar com ele e com os habitantes do local.

Hilda e seus companheiros animais
Apesar de ter um enredo simples, o filme consegue desenvolver alguns temas complexos. O protagonista e o vilão são completamente unidimensionais (o vilão na verdade é meio patético e nem aparece tanto), mas a personagem Hilda, irmã do demônio, é enigmática e apresenta bastante complexidade. Achei que ela foi bem desenhada/animada e suas expressões faciais conseguiram transmitir o conflito dentro dela.

O filme tem algumas músicas muito bonitas, principalmente as cantadas por Hilda. A arte infelizmente não envelheceu tão bem e, apesar de os cenários serem bonitos, o desenhos dos personagens é bem datado.

Com exceção dos momentos de conflito de Hilda e de algumas cenas de convivência com os aldeões, o filme não me empolgou muito. A batalha contra o vilão se resolve muito facilmente e alguns temas foram abordados com superficialidade. Eu esperava mais da parte em que Horus cai na floresta e achei que o que viria pela frente seria uma viagem visual e assustadora, mas ele consegue sair de lá com uma solução repentina e sem graça. Também achei o filme meio arrastado, me pareceu ter bem mais que 1:20 de duração.

Concluindo: não é o melhor filme do mundo, mas também não é ruim. Vale para quem gosta de animações antigas ou para quem, como eu, quer conhecer os trabalhos mais antigos do Takahata.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Sukiyaki de domingo

Título: Sukiyaki de domingo
Autora: Bae Su-ah
Editora: Estação Liberdade

O que me chamou atenção ao ler uma resenha desse livro foi que ele falava sobre o lado nada glamuroso da Coreia do Sul. Estamos acostumados a ver a Coreia como um país próspero, com um sistema educacional excelente e exportador de cultura pop, mas o livro revela a faceta miserável do país.

O romance é fragmentado e apresenta personagens diferentes em cada capítulo, que se ligam uns aos outros de alguma forma. Ele mostra gente como um homem que se degenerou após um incidente e agora passa os dias sem fazer nada, dependente da mulher, sonhando com comida; uma filha passiva controlada pela mãe muquirana que esconde um monte de dinheiro mas não gasta; uma jovem que se mata de trabalhar para poder pagar o casamento; um jovem que aceita um trabalho e se vê envolvido com uma mulher esquisita em uma casa bagunçada; um homem que decide viver apenas dos restos dados pelos outros.

O ruim de um romance com essa estrutura é que nem todos os personagens são tão interessantes. Eu particularmente achei o início do livro bem mais forte que o final, pois as ligações entre os personagens eram mais próximas e as histórias eram mais marcantes. Fiquei curiosa para saber mais sobre algumas das situações apresentadas, como as consequências diretas do mandu de bucho e o que aconteceu com o Sae-won, mas acabei ficando só na expectativa mesmo. Os capítulo finais, mais dissertativos do que narrativos, me cansaram bastante, e o que vinha sendo uma leitura excepcional acabou se transformando em uma leitura boa.

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E com essa resenha termina o meu mês de ler mulheres! No total li oito livros e resenhei todos. Dois eram da biblioteca e os outros eram meus. Não tive dificuldade em escolher os títulos, mas admito que se esse desafio se extendesse por mais alguns meses eu ia começar a ficar sem muitas opções aqui em casa. Já na biblioteca eu não teria problemas, tem muitas autoras que ainda quero conhecer.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Tag: 7 coisas

Fui indicada pela Samy para fazer essa tag, que consiste em listar 7 coisas de acordo com as categorias. Acabei demorando para responder, porque pela primeira vez na história eu estou cheia de coisas para postar, mas não quero ficar enchendo o blog de uma só vez.

7 coisas pra fazer antes de morrer:
Ter um cachorro ou um gato
Segurar um filhote de leopardo das neves no colo
Viajar para a Amazônia, a África do Sul ou o Japão
Assistir a uma competição de patinação no gelo ao vivo
Ficar boa o suficiente na flauta doce para tocar a Fantasia nº3 de Telemann
Usar todos os meus esmaltes (hahaha)
Ir a outro show do Andrew Bird, porque uma vez não é o bastante

7 coisas que mais falo:
Não sei
Sei lá
Tanto faz
Pode ser
Quê?
Preguiça...
Maaa! (essa sou eu chamando a minha irmã para fazer alguma coisa)

7 coisas que faço bem:
Jogar stop (não sou tão boa assim, mas se as categorias forem favoráveis até que eu vou bem)
Ficar sem fazer nada
Ficar em silêncio
Dormir (não durmo tanto assim, mas em condições normais costumo pegar no sono com bastante facilidade)
Criar uma ideia geral de enredo para livros escritos por meus bichinhos de pelúcia
Não terminar de escrever as histórias que eu invento
Comer um monte de doce

7 coisas que NÃO faço bem: 
Falar em público
Ser simpática
Chegar nos lugares sem me perder/me confundir
Praticar esportes/atividades que exijam coordenação e mente rápida
Ficar em pé muito tempo (minhas costas doem)
Lembrar das coisas
Lidar com responsabilidades

7 coisas que me encantam:
Animais fofinhos!!!!
Bibliotecas públicas
Programação cultural gratuita
Transporte público eficiente
Árvores
Chocolate e doces em geral
Quando minhas compras chegam em casa :3

7 coisas que eu não gosto:
Pernilongos
Calor excessivo
Multidões
Gente sem noção
Livros "fantasmas" na biblioteca (aqueles que constam no sistema, mas não estão onde deveriam estar)
Minha incapacidade de lidar com a vida
Barulho excessivo

7 blogs para responder a TAG:
Não vou indicar ninguém. Quem quiser responder que responda.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Love That Dog

Título: Love That Dog
Autora: Sharon Creech
Editora: HarperCollins

A Sharon Creech me conquistou completamente com o livro Andar duas luas, que se tornou um dos meus preferidos, desses que sempre mantenho na minha lista de recomendações, mas até agora eu não havia lido mais nada dela. Talvez por medo de me decepcionar? Ou então porque não há mais livros dela publicados no Brasil? Não sei, só sei que vi o Love that dog disponível em um sebo e a capa com o cachorrinho torto me conquistou.

O livro reúne poemas de um menino, escritos a pedido de sua professora. Nesses poemas o menino comenta sobre o que eles leram nas aulas e reflete sobre o ato de fazer e de ler poesia. Ele começa mais relutante, por achar que escrever poesia é coisa de menina e que é só separar as palavras em verso, mas aos poucos vai ganhando confiança, se orgulhando do que escreve e se apaixonando por poemas dos outros.

Os poemas do menino se ligam não apenas por meio das aulas de literatura na escola, mas também pelo cachorro do título, que demora para aparecer, mas está por trás de quase tudo que o menino escreve.

O que mais gostei no livro foram os comentários do menino sobre os poemas que ele leu em classe, que incluem clássicos, como William Blake e Robert Frost, e autores contemporâneos. Ele comenta o que gostou, o que não gostou e às vezes diz que não viu sentido em nada daquilo (me identifiquei!). Algumas vezes ele recria os poemas e, no início, suas criações parecem meio aleatórias, mas aos poucos as coisas vão fazendo sentido.

Aqui dois exemplos dos poemas do menino:

Quando os poemas dele são expostos para a classe

Sua recriação de "The Apple" (S. C. Rigg)

Esse é um bom livro para quem gosta de poesia e também para quem não gosta. A autora tem um segundo livro nesse estilo Hate that cat, que me deixou bem curiosa.

Decidi ler esse livro para o tema "poesia" do Desafio Literário do Tigre, mas fiquei em dúvida se valeria mesmo porque na capa está escrito "a novel" (romance). Como é um romance escrito por meio de poemas, acho que vale como poesia, né?

terça-feira, 7 de abril de 2015

Anime: Hakuoki


Resolvi começar a assistir a esse anime por apenas um motivo: Shinsengumi. Para quem não sabe, o Shinsengumi foi um grupo de espadachins que serviu ao xogunato no final desse regime. Ele foi derrotado em 1869, mas o grupo permaneceu no imaginário japonês como exemplo de heroísmo e inspirou diversos filmes, livros, séries, mangás e animes.

Meu primeiro contato com o Shinsengumi se deu por meio do anime Rurouni Kenshin e, depois disso, como sou obcecada por todas as coisas que tenham a ver com a série, fiquei com vontade de assistir tudo quanto é anime que se passa no mesmo período.

E então chegamos a Hakuoki, anime baseado em uma visual novel (traduzindo: um jogo de video game que conta uma história em que os acontecimentos dependem das escolhas tomadas pelo jogador. Pelo que eu entendi, ele basicamente mostra imagens e texto e em certos pontos oferece opções para o jogador escolher) otome (traduzindo: voltado principalmente para meninas). Eu não estava muito animada para assistir ao anime porque ele é do gênero(?) harém (no qual o/a protagonista fica cercado por gente do sexo oposto) e, desculpem, tenho preconceito. Mas o Shinsengumi falou mais forte e lá fui eu assistir.

O anime consiste em três temporadas de 10 a 12 episódios cada (Hakuoki, Hakuoki Hekketsuroku e a prequel Hakuoki Reimeiroku), um OVA e dois filmes. Não vi os filmes pois eles parecem ser basicamente a mesma história da série e não vejo sentido nessas coisas de ficar reciclando a história.

Chizuru
As duas primeiras temporadas do anime contam a história de Chizuru Yukimura, que vai a Kyoto em busca do pai, um médico. Lá ela é atacada por um homem demoníaco e salva por membros do Shinsengumi. Ao descobrirem que ela é filha do médico que trabalhou com eles desenvolvendo um elixir que transforma homens em demônios extremamente fortes, decidem ajudá-la a encontrar o pai. Chizuru passa então a acompanhar o cotidiano do grupo em suas batalhas e missões.

O anime tem um ritmo irregular e a primeira temporada é bem chatinha. Muita coisa acontece durante o período, mas os acontecimentos são apenas citados superficialmente e aí não dá para se envolver. É na segunda temporada que as coisas melhoram e ficam mais dramáticas, com a trama dos demônios se definindo e os eventos históricos mais bem explorados.

Minha maior crítica ao anime é igual a de quase todo mundo: a protagonista é chata. Sim, estamos no século XIX e as mulheres não lutavam. Sim, ela faz o melhor que pode dadas as circunstâncias. Isso não muda o fato de ser cansativo ver inúmeras vezes a menina entrar no meio da bagunça, ficar paralisada de medo diante de um ataque e ser salva na última hora por um homem. Não estou pedindo que ela seja a maior espadachim do mundo, mas gostaria que os criadores do anime não ficassem colocando a coitada na posição de donzela em perigo o tempo todo. Isso pode ser condizente com a época, mas não é que a maioria do espectadores atuais quer. u_u

Ryunosuke
A terceira temporada do anime se beneficia da mudança de protagonista. Como é uma prequel, ela narra o início da trajetória do Shinsengumi, desde que era um grupo sem expressão até conseguir o apoio de clãs poderosos e se estabelecer oficialmente em Kyoto. O protagonista agora é Ryunosuke, um jovem encontrado ferido e salvo por Serizawa, comandante do Shinsengumi na época. Ele vira o criado de Serizawa e passa a viver na sede do Shinsengumi, tornando-se amigos de alguns dos membros do grupo. Ryunosuke é bem parecido com a Chizuru em um aspecto: ele é um protagonista que pouco age. Ele não participa das batalhas e também precisa ser salvo/protegido pelos outros. Também acho o Ryunosuke um personagem chatinho, mas ele interfere bem menos na história e isso o torna mais tolerável.

Uma observação: é curioso ver como a diferença de gênero interfere na opinião das pessoas sobre um personagem. Ryunosuke sofre do mesmo mal de Chizuru de entrar no meio da batalha tentando ajudar e acabar travando e precisando ser salvo. Quando isso acontecia com a Chizuru, a maioria das pessoas assistindo ficava irritada e odiava a personagem; com o Ryunosuke quase ninguém reclamava e alguns ainda gostavam do personagem.

Opinião da minha irmã ao ver essa imagem: parece uma boy band.

Ter protagonistas chatos não é um problema tão grande assim, pois todo mundo sabe o que realmente importa em Hakuoki: homens bonitos! Isso tem de monte, pena que a personalidade deles nem sempre é tão interessante. Depois de muitos episódios acabei me apegando aos personagens (principalmente ao Saito, ao Okita e ao Sanosuke), mas todos são meio unidimensionais.

Apesar de as primeiras temporadas contarem a parte mais importante da história do Shinsengumi, com as grandes batalhas que definiriam o futuro do Japão, achei a prequel mais interessante. A parte histórica não ficou tão jogada, há menos da trama dos demônios e os personagens são mais interessantes. Conhecemos melhor os membros do Shinsengumi, vemos suas personalidades se desenvolverem e temos um dos personagens mais fascinantes de toda a série, Serizawa, que é um antagonista/anti-herói diante do qual é difícil permanecer indiferente.

O interessante de Hakuoki é que, apesar de ter uma trama fantasiosa com demônios e focar bastante no romance, ele segue os fatos históricos com bastante precisão. Eu dei uma lida nas páginas da Wikipédia de algumas das figuras históricas citadas enquanto assistia e é curioso ver como quase tudo o que estava escrito lá aparece de alguma forma no anime. Para quem se interessa por essa parte da história do Japão, o anime é uma boa pedida (desde que você goste ou tenha tolerância a protagonistas insosos, caras bonitos e haréns).

Apesar de eu ter achado o anime fraco, senti que ele melhorou à medida que as temporadas progrediam, então não fiquei com uma má impressão no final. De qualquer forma, me senti recompensada por ter assistido tudo ao ver o curta que foi lançado junto com os OVAs, Hakuoki SSL, uma paródia escolar com os personagens do anime. Rolei de rir em algumas cenas!

E vou terminar essa resenha por aqui, porque ficou gigante e confusa. :P


quarta-feira, 1 de abril de 2015

Randomicidades do mês - março

Livros lidos

Março foi meu mês de ler mulheres. Foi bem fácil escolher os livros e eu gostaria de ter conseguido encaixar mais algumas leituras, principalmente da biblioteca, mas fica para a próxima. Como a proposta era não apenas ler os livros, mas também resenhar todos, esse foi um mês com muitos posts aqui no blog. Dos meus livros escolhidos no início do mês, faltou terminar Vida querida, da Alice Munro, que estou lendo aos poucos. Também faltou resenhar dois livros lidos no fim do mês, mas fica para abril.

A lista negra - Jennifer Brown
Nota: 3,75

A esperança - Suzanne Collins
Nota: 4

Morte no Nilo - Agatha Christie
Nota: 4

Culpados - Kate Chopin
Nota: 3

The Book of a Thousand Days - Shannon Hale
Nota: 4

Grande irmão - Lionel Shriver
Nota: 3,75

Love That Dog - Sharon Creech
Resenha em breve
Nota: 3,75

Sukiyaki de domingo - Bae Su-ah
Resenha em breve
Nota: 4

Animes

Artista: Heyenna

Março foi um mês de términos. Terminei Digimon Adventure, que começou bom, mas morno, e foi ficando cada vez mais viciante. Foi muito emocionante rever essa série e estou ansiosíssima para a nova temporada!

Também terminei os OVAs de Hakuoki, finalizando todos os animes da franquia (exceto os filmes, que recontam toda a história do anime original e eu dispenso). E terminei Shigatsu wa Kimi no Uso, que tem seus pontos positivos e foi agradável de acompanhar, mas tem lá seus defeitos que me incomodaram bastante. Vou resenhar tudo ao longo do mês.

O único anime iniciado em março foi Nihon Animator Mihonichi, que é um projeto de curtas do estúdio Khara. Tinha ouvido falar de dois dos curtas e fiquei curiosa. Como os desenhos são bem diferentes entre si e têm por volta de sete minutos, decidi ver tudo.

Filmes


Em fevereiro vi tantos filmes que precisei separar o post de randomicidades em duas partes. Em março voltei ao normal e vi apenas um único filme.

Até que a Sbórnia nos separe é uma animação nacional baseada no espetáculo Tangos & Tragédias. O filme conta a história de um pequeno país, a Sbórnia, que era separado do continente por um grande muro. Um dia o muro cai e a Sbórnia se vê aberta para o mundo. Estrangeiros começam a chegar e a cobiçar riquezas locais, sbornianos começam a conhecer o mundo exterior e a se encantar com hábitos estrangeiros, antigas tradições correm o risco de desaparecer.


O filme é muito divertido. Demorei um tempo para entrar na história, porque no começo a Sbórnia parece um lugar bem estranho e os personagens têm um jeitão exagerado e esquisito, mas assim que o muro cai e o conflito começa a se desenvolver o filme fica ótimo. O traço é simples e bem estilizado, eu gostei bastante. A trilha sonora também é muito boa. Infelizmente esse é o tipo de filme que não recebe uma boa distribuição como merece (aqui em São Paulo ficou só umas duas ou três semanas em cartaz), então pouca gente fica sabendo dele.

Compras

Minhas compras seriam bem modestas se não fosse pelos mangás e pelo bota-fora da Cosac Naify, hehe.

The Bell Jar; O pintor de letreiros; O crime do padre Amaro
Desses três, só O pintor de letreiros é meu, e os outros dois são da minha irmã, para a faculdade. Comprei o do Narayan porque já li um conto do autor, me interessei pela sinopse, achei a capa simpática e o preço estava bom. Não conhecia a editora Guarda-chuva, mas julgando só por essa edição já gostei dela.

The Bell Jar eu já li em português e pretendo reler um dia. O crime do padre Amaro eu provavelmente só lerei daqui a muito tempo por motivo de preguiça, mas até que eu gosto do Eça.


Finalmente comprei os volumes de Rurouni Kenshin que faltavam na minha coleção! Como só comecei a me interessar pelo mangá quando ele já tinha sido lançado na primeira edição faz tempo, comecei a comprar a partir da saga Jinchuu, que não foi adaptada para o anime. Desde então eu reli o mangá inteiro algumas vezes, emprestado do meu primo ou na internet, mas sentia falta de ter os mangás aqui para eu ler quando quisesse, então decidi comprar, apesar de sair super caro e de eu não ter onde guardar. Para aproveitar a compra, também comprei esse mangá do CLAMP de volume único, com histórias curtinhas sobre relacionamentos. 

Raul Taburin; História do dinheiro; Marcelino Pedregulho;
Cães heróis; Coração apertado; A brincadeira favorita;
A última névoa; Zazie no metrô
Teve bota-fora da Cosac Naify e lá fui eu pegar fila para comprar livros. Eu já sabia pelo que divulgaram na internet que boa parte dos títulos que eu queria mesmo não estava disponível, mas chegando lá acabei escolhendo livros que não foram planejados. Os únicos que eu queria mesmo eram os do Sempé, que eu já li e amei e quero ter para todo o sempre, o resto foi um misto de impulso e "tenho que fazer essa viagem valer a pena". Espero que sejam bons. :)