terça-feira, 19 de abril de 2016

Mangá: Adolf

Título: Adolf
Título original: Adolf ni Tsugu
Autor: Osamu Tezuka
Editora: Conrad
Nº de volumes: 5

Esse foi o meu primeiro contato com a obra do Osamu Tezuka, provavelmente o autor de mangás mais famoso do mundo. Originalmente publicado entre 1982 e 1985, Adolf é um mangá mais adulto do Tezuka, com fortes influências do gekigá (o que me faz lembrar que ainda não publiquei a resenha de A drifting life, ops).

A obra se passa no período da Segunda Guerra Mundial e gira em torno de três personagens chamados Adolf: Adolf Kamil, um jovem judeu que vive em Kobe; Adolf Kauffman, amigo do primeiro, filho de um membro do partido nazista; e, claro, Adolf Hitler. A história começa quando Sohei Toge, um jornalista japonês, em Berlim para cobrir a Olimpíada de 1936, descobre que seu irmão foi assassinado logo após lhe revelar sobre um importante documento que poderia derrotar o regime nazista. Seguindo as pistas, ele acaba se envolvendo direta ou indiretamente com os três Adolfs, em sua tentativa de cumprir o último pedido do irmão.

Apesar de ser uma história de espionagem, cheia de ação, perseguições, traições e lutas (e essa parte ser bastante empolgante e engenhosa), o foco recai nos personagens. Os protagonistas passam por grandes transformações no decorrer da história, influenciados pelas figuras de poder ao redor deles ou devido aos acontecimentos terríveis em suas vidas. Alguns se mantêm firmemente agarrados aos seus ideais, outros mudam completamente e são corrompidos pelo ódio.

O fundo histórico é interessante, porém nem sempre aparece tão bem integrado à história. Em geral há algumas poucas páginas no início ou fim de cada capítulo narrando alguns dos fatos históricos relevantes, mas admito que li essas partes meio por cima porque elas não me interessaram muito.

A arte não é das minhas preferidas, mas também não me incomodou, com a exceção de alguns momentos cômicos mais cartunescos que achei que não combinaram muito bem com o resto da arte. Como o mangá tem influência do gekigá, eu esperava um pouco mais de experimentalismo, mas ele é bastante tradicional em sua forma e bastante diferente do estilo mais dinâmico dos mangás atuais. 

Inicialmente eu planejava ler o mangá para o Desafio Skoob, no tema Holocausto, mas ao ler a obra vi que, apesar de o assunto ser bastante abordado, a ênfase é em como o nazismo e a Segunda Guerra afetaram a vida de todos, sejam judeus, japoneses ou os próprios nazistas. Então ficarei sem cumprir o desafio de abril, fazer o quê? Pelo menos ele serviu para eu deixar a preguiça de lado e ler meu primeiro Tezuka.

6 comentários:

  1. Oi, Lígia, tudo bem?

    Tezuka é muito legal! Inicialmente também tinha uma reação morna à arte do Tezuka, mas especialmente após assistir o filme Metropolis passei a gostar dela - aquela coisa de sentir nostalgia por uma época que você não viveu, haha. Eu gosto muito de como a leitura flui bem nestes mangás clássicos, também. Se algum dia se interessar por um Tezuka mais experimental, sua obra a ser lida é Phoenix, que também está disponível em inglês por scans na internet.

    Tentei ler Adolf uma vez, mas se me lembro bem, não passei do primeiro volume. Estava gostando, mas quando houve uma cena de estupro meio doente, acabei parando. Mas eu posso estar até lembrando do mangá errado, haha.

    Estou curioso para ler sua resenha de A Drifting Life! É um mangá que tive uma reação morna, e não sei explicar porquê - é o tipo de história que normalmente adoro.

    Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ainda não vi Metropolis, mas pelas imagens que vejo, a arte parece ser muito bonita. Vou dar uma olhada em "Phoenix".

      Sim, tem uma cena de estupro no primeiro volume, infelizmente. Não sei o que passou pela cabeça do Tezuka ao criar essa cena, porque ela coloca o "mocinho" sob uma luz totalmente desfavorável e fica meio difícil simpatizar com ele dali para frente.

      Acho que a resenha de "A Drifting Life" sai no mês que vem. Apesar de eu ter gostado do mangá, achei que faltou focar mais na vida pessoal e interna do protagonista, a história é narrada de uma maneira meio fria, sei lá.

      Excluir
  2. É, não sei, foi vendo Metropolis que a arte do Tezuka "clicou" para mim. Acho que a combinação do familiar com o não familiar me deixou mais aberto ao não familiar - o familiar para mim no filme era a trilha sonora, que é bem ocidental.

    Sobre a Drifting Life, é, acho que é isso mesmo. Mas talvez o protagonista não tenha vida interna rica, seja só aquilo mesmo. O que seria curioso, mesmo que não muito emocionante. Aah, eu estou com muito sono, melhor não viajar, hahaha. Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Agora fiquei curiosa para assistir Metropolis, até porque vi o Metropolis do Fritz Lang recentemente (acho que os filmes não têm nada a ver além do visual futuresco, mas tudo bem).

      Excluir
  3. Não tenho o hábito de ler mangás, mas esse e Gen são dois que me atraem. Adolf são só cinco volumes mesmo ou ainda vão lançar mais?
    bjo

    ResponderExcluir