terça-feira, 22 de março de 2016

Livro: As aventuras de Pi

Título: As aventuras de Pi
Título original: Life of Pi
Autor: Yann Martel
Tradutora: Maria Helena Rouanet
Editora: Nova Fronteira

Estou com esse livro me esperando na estante faz um tempão, mais um do lote dos empréstimos da minha tia. Relutei bastante em pegá-lo para ler porque ele me parecia ser voltado a leitores com um mínimo de religiosidade, e narrativas de sobrevivência no mar às vezes podem ser uma grande chatice.

Acho que todo mundo conhece razoavelmente a história do livro, graças à popularidade do filme: a família de Pi é proprietária de um zoológico na Índia. De mudança para o Canadá, com alguns dos animais a tiracolo, o navio em que estavam naufraga e Pi sobrevive em um bote junto com uma zebra ferida, uma hiena, uma orangotango e um grande e feroz tigre.

Acabei me surpreendendo positivamente com o estilo de escrita do Martel, que consegue transformar o cotidiano monótono de Pi no barco em algo bastante interessante de se acompanhar (com a exceção de alguns capítulos). Também gostei muito de todas as informações sobre comportamento animal, tanto no início, ao explicar a vida dos animais no zoológico, quanto mais para frente, na convivência de Pi com o tigre. Acho esse tipo de informação interessantíssimo e, por mim, o livro poderia ser inteirinho sobre isso.

Por outro lado, o livro também se concentra bastante na fé do protagonista, que é cristão, hindu e muçulmano, e prega a mensagem de que o importante é amar Deus, independentemente da religião. Confesso que li esses trechos no automático, o que se mostrou prejudicial ao terminar a leitura, porque fiquei bastante confusa com o que o autor queria passar no final. Acho que minha completa falta de religiosidade me deixou cega para esse aspecto do livro e acabei sem ver muito sentido nos capítulos finais.

Mensagens à parte, o livro me deixou com muita vontade de ver o filme, pois imagino que ele seja muito bonito visualmente, e de ler o livro Max e os felinos, do Moacyr Scliar, no qual Martel se inspirou livremente para escrever sua obra.

Livro lido para o Desafio Volta ao Mundo (país: Canadá).

7 comentários:

  1. Esse é um livro que está na minha lista de leitura desde antes do filme, mas era difícil de achar. Quando relançaram, acabei indo ao cinema e agora preciso esperar uns anos para a história sumir um pouco da memória e poder ler. Acho o filme incrível e nem sei se segue a vibe do livro. Li o do Moacyr Scliar e, realmente, há muitas coisas em comum, embora o tom seja outro. Resumindo, acho que cada um deles tem algo interessante a mostrar. Só não colou o Yann Martel alegar total desconhecimento do livro do Scliar. Achei jogo baixo. Custava falar que se inspirou na história do outro? (pelo menos os textos que li dão a entender isso).
    Beijo!

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    1. Provavelmente o filme é mais emocionante e grandioso que o livro, que tem umas passagens bem chatinhas.
      Estranho isso de o Martel dizer desconhecer o livro do Scliar. Na minha edição ele agradece ao Moacyr Scliar no início, mas não sei se isso foi adicionado a uma edição posterior ou algo assim.

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    2. Sério? Na edição de Max e os Felinos tem um texto que fala sobre o suposto desconhecimento do livro pelo Martel e do impasse sobre processar ou não. Que história enrolada!

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  2. Gostei muito da sua resenha, é diferente das que eu já li sobre esse livro - a maioria foi relativamente negativa.
    Só não entendi um ponto: o protagonista é cristão, hindu e muçulmano AO MESMO TEMPO? Ué hahaah

    Mago e Vidro
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    1. Obrigada! Também li muitas resenhas negativas sobre ele e até concordo com muitas das coisas que as pessoas criticaram, mas achei o livro bem interessante e para mim é isso que importa. :)
      Sim, ele é os três ao mesmo tempo, mas isso não tem grande peso na história além de mostrar a visão que ele tem da religião.

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  3. Me recuso a ler esse livro por causa das merdas que o autor falou quando copiou a obra do brasileiro. Se você não sabia, ele falou que não plagiou (quando foi acusado) mas pegou uma obra com um ótimo potencial, mas totalmente desperdiçada e MELHOROU. Cara idiota e babaca. Morro de raiva dele. Depois o agente do cidadão deve ter dado um toque nele e ele se "retratou" e agradeceu ao Moacyr pela "inspiração". Não dou ibope pra esse homem mesmo. Nem o filme tenho vontade de assistir mais. :-/

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    1. Ouvi falar dessa história. Realmente, o cara foi bem infeliz no comentário.

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