segunda-feira, 2 de março de 2015

Randomicidades do mês - fevereiro (parte 2)

Ando bem animada para ver filmes, o que é algo raro, portanto acabei assistindo a mais filmes que o normal. Espero que esse meu ânimo continue por mais tempo. ;)



Era uma vez em Tóquio (Yasujiro Ozu)
Aproveitei uma mostra de cinema no Centro Cultural São Paulo para finalmente ver esse filme. Gosto muito das animações japonesas, mas, além delas, não conheço muita coisa do cinema nipônico, então era a chance perfeita para assistir a esse clássico.

O filme mostra o relacionamento entre um casal idoso e seus filhos. Os pais vão visitar os filhos em Tóquio, mas estes têm suas próprias preocupações e responsabilidades e veem a visita do casal como um incômodo. Gostei do filme, mas achei um tanto lento, e algo no estilo e nos diálogos me incomodou um pouco. O tema é bastante universal e não dá para não se identificar nem que seja um pouquinho com a situação.

Nota: 3,5/5


AninA (Alfredo Soderguit)
AninA é uma animação uruguaia/colombiana da qual tomei conhecimento porque de vez em quando passa na HBO. O desenho tem um traço bonitinho, com cores terrosas e um aspecto mais artesanal, e a história é simples e simpática: Anina Yatay Salas seria uma menina normal e perfeitamente feliz se não fosse por um detalhe, ela é zoada na escola porque seu nome consiste em três palíndromos. Sua implicância com uma colega, a quem ela chama gentilmente de "elefanta", a leva a uma briga e a um castigo que consiste em cuidar de um envelope por uma semana sem abri-lo, pondo sua responsabilidade e sua curiosidade em teste. O filme é uma graça, e recomendo para as crianças e para os adultos com alma de criança.

Nota: 3,5/5



Sharknado (Anthony C. Ferrante)
Assisti a esse filme porque ele foi o escolhido do clube do livro que também é clube do filme do qual participo. Tinha altas expectativas, porque já ouvi muita gente comentando sobre ele e porque ele é referência quando se fala em filme trash. Eu esperava no mínimo dar algumas risadas, porque é isso o que se espera de um filme com tempestades de tubarões, mas no final nem ri direito. Imagino que o filme se leva a sério em alguns pontos e isso tira um pouco a graça da coisa, além de não ser assim tão tosco quanto eu esperava, do tipo "tão ruim que fica bom". Mas o pior foi que ele nem conseguiu me entreter tão bem assim. Decepção. :(

Nota: 2/5


Minha linda garota, Mari (Seong-kang Lee)
Animação coreana que assisti sem expectativas. Conta a história de um menino em um momento de mudanças na vida: seu melhor amigo está para se mudar para Seul e sua mãe viúva está se envolvendo com um novo namorado. Em meio à infelicidade e ao tédio das férias, ele encontra uma bolinha de gude em um antigo farol que o transporta para um universo mágico.

O traço dessa animação é bem diferente do que eu costumo ver e não é propriamente do meu agrado, apesar de alguns bons momentos. Já a história deixa bastante a desejar e me pareceu bem confusa e mal desenvolvida. Pelo título e pelo cartaz, dá para imaginar que essa tal de Mari e o mundo fantástico teriam maior peso na história, mas não é bem assim que acontece. Os dois meninos viajam para esse mundo de visual estranho e fascinante, mas nada acontece lá. O protagonista vai parar ali umas três vezes, mas tudo o que faz lá é flutuar sobre nuvens, cair no ar e andar sobre um cachoro gigante (???). A Mari do título é uma garota misteriosa que aparece junto com o cachorro e não diz nada. Supostamente esse mundo onírico deveria ser o catalisador do amadurecimento dos personagens e, sim, no final eles estão mais maduros e aceitam melhor as mudanças, mas que papel esse mundo fantástico teve eu não sei. Ou sou muito burra para entender o filme.

Para não dizerem que só falei mal do filme, ele tem momentos muito bonitos e no geral gostei bastante das cenas de vida cotidiana.

Nota: 2,5/5


Samurai X - O fim de uma lenda (Keishi Otomo)
Final da trilogia live-action de Samurai X. Kenshin aprendendo a técnica suprema (que ficou indistinguível de todas as outras com a abordagem mais realista das lutas) e finalmente enfrentando Shishio.

O filme me pareceu mal balanceado. A primeira parte, cheia de treino e conversa, se arrastou demais, e a segunda, cheia de pancadaria, foi uma versão extremamente compactada do que ocorre no mangá/anime. As falhas do segundo filme continuam neste, seja nos personagens subaproveitados (Sanosuke e Yahiko e, no caso desse filme, Kaoru) ou nos claramente deslocados (Aoshi).

Não gostei muito de toda a trama do Shishio querendo que o governo executasse o Kenshin, porque me pareceu fugir um pouco do caráter do Shishio original. Para mim o Shishio é um cara megalomaníaco que deseja conquistar o país porque acha que é a pessoa certa para isso, já que considera o governo da época incapaz. Ele não age por vingança ao governo que tentou matá-lo e vê Kenshin como uma ameaça, sim, mas gosta da oportunidade de medir forças com ele. Não consigo ver o Shishio do mangá desejando tão ardentemente a cabeça do Kenshin, embora consiga vê-lo se deliciando ao manipular o governo.

Acho que o primeiro filme foi meu preferido por causa do possível desastre que essa adaptação poderia ser. Assim que vi que estavam fazendo um bom trabalho, passei a me preocupar mais com outros aspectos do filme e esperei mais dos filmes seguintes.

Nota: 3/5


Nebraska (Alexander Payne)
Todo mundo assistindo aos filmes do Oscar de 2015 e eu vendo um do de 2014, hehe. Sinopse básica: filho leva o pai em uma longa viagem de carro até Lincoln, Nebraska, porque o pai acredita ter ganhado um milhão de dólares em uma dessas propagandas falsas para enganar trouxa.

Gostei muito desse filme. É desses que é meio melancólico, mas engraçado. E fala sobre relações familiares, que é um tema que sempre me atrai, embora eu sinta cada vez mais que filmes sobre idosos fazem meu coração se despedaçar um pouquinho.

Nota: 4/5


Ladrão de casaca (Alfred Hitchcock)
Gosto muito do Hitchcock, apesar de ainda não ter visto tantos filmes dele. Ladrão de casaca conta a história de um famoso ladrão de joias aposentado que decide investigar uma série de crimes, pois o criminoso usa o mesmo modus operandi dele, fazendo todas as suspeitas recaírem sobre ele. Não é o melhor filme do Hitchcock, mas é divertido.

Nota: 3,5/5


Bling Ring: a gangue de Hollywood (Sofia Coppola)
Já vi a maioria dos filmes da Sofia Coppola (só falta As virgens suicidas) e não gostei muito de nenhum, mas mesmo assim continuo com vontade de assistir os outro filmes dela. Esse filme, baseado em fatos reais, é sobre um grupo de adolescente que rouba as casas de celebridades como Paris Hilton e Lindsay Lohan. Ele mostra bem a futilidade da sociedade contemporânea e a obsessão por dinheiro e fama. Achei um filme ok, como todos os outros da diretora, e pelo menos ele não me entediou.

Nota: 3/5

7 comentários:

  1. Como assim não riu com Sharknado? Heresia! Hahaha...
    Eu acho esse primeiro muito divertido, mas o segundo não me agradou.
    E adorei Era Uma Vez em Tóquio. Adoro suas dicas de animações, viu?
    bjo

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    1. Não sou muito de rir em filmes, principalmente se estou sozinha ou acompanhada só da minha irmã (como foi o caso). Ouvi gente falando bem do segundo, mas acho que não vou assistir, tenho outras prioridades trash, haha.
      Que bom que você gosta das dicas de animação! Adoro descobrir animações novas :)

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  2. Muito legal conhecer o blog e lê-lo aqui. :)

    Uma coisa eu posso comentar! Ozu! Sua estética demora um pouco para 'clicar' às vezes - mas pode nunca clicar mesmo, haha.

    Não sei, normalmente não recomendaria Era uma vez em tóquio para quem está assistindo pela primeira vez um filme dele. Recomendaria A rotina tem seu encanto - Ozu usa cor de forma magistral - e talvez o documentário Tokyo Ga, do Wim Wenders, meio sobre Ozu, meio sobre qualquer coisa. 'Era uma vez em tóquio' é um filme onde metade da graça é o que não está sendo mostrado, é imaginar o que os personagens estão pensando - não sei, acho menos acessível, por mais que o filme seja muito simples.

    Enfim, não desanime se não foi amor à primeira vista. Você ainda pode se apaixonar e se juntar ao clube de admiradores do mestre japonês, a qual pertenço. Ou não! :)

    Também assisti Nebraska, aliás, e gostei muito. Ri e fiquei triste e tudo o mais.

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    1. Apesar de "Era uma vez em Tóquio" não ter me agradado tanto assim, pretendo assistir a outros filmes do Ozu. "A rotina tem seu encanto" parece ser interessante, obrigada pela recomendação! :)

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  3. Só para variar, eu quero assistir as animações que você indicou! :D

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    1. "Minha linda garota, Mari" não é um filme que eu recomendaria tanto, haha, mas "AninA" é muito fofo, e acho legal ver animações aqui da América do Sul :)

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    2. Mesmo esse Minha linda garota, Mari eu assistiria só para variar do meu lugar comum e sair um pouco da minha zona de conforto das animações! Que nem aquele da Pequena Loja de Suicídios que assisti por sua indicação e achei sensacional, por ser super diferente! ;)

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