domingo, 21 de setembro de 2014

Volta ao mundo em 80 livros - Impressões de leitura (6ª parte)

Passaram mais de três meses desde meu último post com as leituras do desafio Volta ao mundo. Fiquei muito tempo nos mesmos países de sempre, mas no último mês desencalhei uns livros da estante e li países inéditos em sequência.

Aqui vão meus comentários sobre eles.

O duplo - Fiódor Dostoiévski (Rússia)
Esse livro está há um tempão mofando na minha estante e finalmente decidi dar uma chance para ele. Acho o tema de duplo interessante e gostei muito de Crime e Castigo, então minhas expectativas estavam altas, mas a leitura foi arrastada e penosa. Comecei gostando muito, mas chegou um momento em que o estilo da narrativa ficou mais truncado e incômodo de ler devido à mente do protagonista, e meu interesse foi diminuindo até o ponto de eu encarar a leitura como uma tarefa indesejada. Foi chato, mas não deixa de ser um livro interessante.


Tia Julia e o escrevinhador - Mario Vargas Llosa (Peru)
Gosto muito do Vargas Llosa e esse é um que meu pai me recomendou. Ele alterna capítulos narrando a história do protagonista e seu amor proibido pela tia mais velha e divorciada com as radionovelas do autor amigo do protagonista. Essas radionovelas são muito divertidas, cheias de dramas e suspense, e vão ficando cada vez mais malucas e misturadas.


O palácio da meia-noite - Carlos Ruiz Zafón (Espanha)
Li esse por causa do projeto Volta ao mundo em 12 livros do blog ConversaCult. Já li outros dois do Zafón antes (A sombra do vento e Marina) e, apesar de ter gostado, acho o autor superestimado. Tem algo no estilo dele que não me agrada, algo que soa forçado, mas em geral a trama é interessante e é uma leitura que prende. No caso do Palácio da meia-noite, nem isso aconteceu muito bem. O livro começa misterioso e envolvente, mas vai ficando cada vez pior. Achei os personagens mal desenvolvidos e a trama meio mal construída e clichê. Já vi gente dizendo que esse é o pior do autor, e espero que seja. Ok, falei super mal do livro, mas não é tão chato assim, só não tem nada de especial. :P


O jantar - Herman Koch (Holanda)
Faz um tempão que quero ler esse livro. A sinopse me lembra muito o filme O deus da carnificina e em geral gosto desse tipo de coisa que provoca certo mal estar, hehe. E sim, esse livro é desses com personagens desagradáveis em situações desagradáveis e que deixa um gosto ruim na boca. Talvez eu não tenha gostado tanto quanto esperava, mas é um bom livro.


A casa dos náufragos - Guillermo Rosales (Cuba)
Lembro de ter lido uma resenha sobre esse livro em algum desafio literário, mas não lembro em que tema foi, nem o que me cativou nele. É sobre um cubano exilado em Miami e mandado a uma boarding home, uma espécie de hospício/asilo. Apesar de sofrer algumas alucinações, o personagem é lúcido e isso só faz com que enxergue melhor toda a decadência do lugar e o tratamento injusto que ele e os outros "hóspedes" recebem. O livro tem muito de autobiográfico, pois o autor passou por experiências semelhantes no exílio.


Por enquanto é isso. Alguém tem dicas de escritores de países que ainda não li para o desafio (africanos e asiáticos seriam uma boa)?

Um comentário:

  1. Que pena que não gostou de O duplo, tenho que ler para ver se vou concordar com você... Em A casa dos náufragos você nem disse sua opinião direito, viu como é difícil formar uma opinião sobre livros tão curtos? ;P

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