quarta-feira, 27 de abril de 2016

Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros: 3 anos

Hoje meu desafio Volta ao Mundo em 80 Livros completa três anos, então não posso deixar de escrever o já tradicional post de balanço de aniversário.

Por enquanto li 43 livros da minha meta de 80. Como tenho até 2023 para completar o desafio, acho que estou em um bom ritmo.

O último ano não foi dos mais animadores para o projeto. Não fui atrás de muitos livros de países diferentes e li apenas nove livros válidos. Por um lado, esse não é um número muito expressivo, por outro lado, não está muito abaixo dos doze livros que li no ano anterior e houve uma boa variedade de países, com boa representação da Ásia, África e América Central e apenas um país europeu.

No momento, meu mapa está assim:


E os países, com o número de livros lidos, são:

1. EUA (83)
2. Inglaterra (32)
3. Brasil (30)
4. Japão (22)
5. França (12)
6. Irlanda (7)
7. Hungria, Portugal, Alemanha, Canadá, Índia (4)
8. País de Gales, Noruega, Israel, México (3)
9. Escócia, Dinamarca, Rússia, Argentina, Chile, Peru, China, Coreia do Sul, Angola, África do Sul, Austrália (2)
10. República Tcheca, Espanha, Holanda, Bélgica, Islândia, Colômbia, Cuba, El Salvador, Honduras, Uruguai, Irã, Paquistão, Afeganistão, Senegal, Nigéria, Marrocos, Zimbábue (1)

Como dá para observar, comparando com o balanço do ano passado, não houve nenhuma grande mudança na ordem além de a Irlanda ter subido uma posição e agora ocupar isoladamente o sexto lugar. Os EUA continuam dominando com mais que o dobro das leituras do segundo colocado, situação que eu gostaria de mudar, mas não sei se vou conseguir sem interferir demais na espontaneidade das minhas escolhas de leitura.

Minha lista completa de leituras está aqui, caso alguém queira ver.

Como sempre, se alguém tiver recomendações de livros de países que ainda não li, elas serão muito bem-vindas!

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Livro: O mar

Título: O mar
Título original: The sea
Autor: John Banville
Tradutor: Sergio Flaksman
Editora: Biblioteca Azul

Após a morte da esposa, Max Morden, um historiador da arte de meia-idade, retorna à praia onde costumava a passar as férias na infância e mergulha nas lembranças de seu relacionamento com a família Grace. De uma classe social superior à sua, a família exercia grande fascinação sobre o garoto. Inicialmente atraído pela sedutora sra. Grace, ele tenta se aproximar da família e se torna amigo dos gêmeos Myles e Chloe. O livro alterna esse passado e o presente, em que ele convive com as pessoas da casa alugada que costumava alojar os Grace e relembra os últimos dias de sua esposa.

Sinceramente, não tenho muito a dizer sobre o livro. Eu gostei, mas ao mesmo tempo achei meio chato. O estilo de Banville é muito bonito, poético e cria imagens interessantes, não tenho dúvidas disso, mas às vezes ele se torna arrastado e cansativo. Não há muito enredo para prender a atenção do leitor (pelo menos se você for uma leitora como eu, impaciente, chata e cansada). As memórias do protagonista e suas histórias com os Grace são interessantes, mas há pouco desenvolvimento e tudo parece meio sem rumo até chegarmos próximos ao final, em que várias coisas começam a se desenrolar rapidamente.  Apesar disso, houve bons momentos que compensaram meu tédio e terminei a leitura com uma impressão positiva do livro.

Livro lido para o Desafio Volta ao Mundo (país: Irlanda).

terça-feira, 19 de abril de 2016

Mangá: Adolf

Título: Adolf
Título original: Adolf ni Tsugu
Autor: Osamu Tezuka
Editora: Conrad
Nº de volumes: 5

Esse foi o meu primeiro contato com a obra do Osamu Tezuka, provavelmente o autor de mangás mais famoso do mundo. Originalmente publicado entre 1982 e 1985, Adolf é um mangá mais adulto do Tezuka, com fortes influências do gekigá (o que me faz lembrar que ainda não publiquei a resenha de A drifting life, ops).

A obra se passa no período da Segunda Guerra Mundial e gira em torno de três personagens chamados Adolf: Adolf Kamil, um jovem judeu que vive em Kobe; Adolf Kauffman, amigo do primeiro, filho de um membro do partido nazista; e, claro, Adolf Hitler. A história começa quando Sohei Toge, um jornalista japonês, em Berlim para cobrir a Olimpíada de 1936, descobre que seu irmão foi assassinado logo após lhe revelar sobre um importante documento que poderia derrotar o regime nazista. Seguindo as pistas, ele acaba se envolvendo direta ou indiretamente com os três Adolfs, em sua tentativa de cumprir o último pedido do irmão.

Apesar de ser uma história de espionagem, cheia de ação, perseguições, traições e lutas (e essa parte ser bastante empolgante e engenhosa), o foco recai nos personagens. Os protagonistas passam por grandes transformações no decorrer da história, influenciados pelas figuras de poder ao redor deles ou devido aos acontecimentos terríveis em suas vidas. Alguns se mantêm firmemente agarrados aos seus ideais, outros mudam completamente e são corrompidos pelo ódio.

O fundo histórico é interessante, porém nem sempre aparece tão bem integrado à história. Em geral há algumas poucas páginas no início ou fim de cada capítulo narrando alguns dos fatos históricos relevantes, mas admito que li essas partes meio por cima porque elas não me interessaram muito.

A arte não é das minhas preferidas, mas também não me incomodou, com a exceção de alguns momentos cômicos mais cartunescos que achei que não combinaram muito bem com o resto da arte. Como o mangá tem influência do gekigá, eu esperava um pouco mais de experimentalismo, mas ele é bastante tradicional em sua forma e bastante diferente do estilo mais dinâmico dos mangás atuais. 

Inicialmente eu planejava ler o mangá para o Desafio Skoob, no tema Holocausto, mas ao ler a obra vi que, apesar de o assunto ser bastante abordado, a ênfase é em como o nazismo e a Segunda Guerra afetaram a vida de todos, sejam judeus, japoneses ou os próprios nazistas. Então ficarei sem cumprir o desafio de abril, fazer o quê? Pelo menos ele serviu para eu deixar a preguiça de lado e ler meu primeiro Tezuka.

sábado, 16 de abril de 2016

Anime: Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu


Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu
Diretor: Shinichi Omata
Estúdio: Deen
Ano: 2016
Nº de episódios: 13

Passando os olhos pelos guias da temporada de inverno de 2016 (ou seja, a que começa em janeiro), o anime que mais me chamou a atenção foi este. Baseado em um mangá josei, demografia meio negligenciada quando se trata de animes, ele retrata uma arte tipicamente japonesa em declínio durante um período histórico de grandes transformações. Só pela sinopse e pelo visual geral da obra, minhas expectativas já estavam altíssimas e, felizmente, não me decepcionei. Ele acabou se revelando um dos melhores animes que vi nos últimos tempos e entrou na minha listinha de favoritos.

O anime se inicia apresentando Yotarou, um jovem recém-libertado da prisão. Inspirado por uma apresentação de rakugo, uma espécie de teatro de uma só pessoa em que o artista conta uma história representando vários papéis, ele vai atrás de Yakumo Yuurakutei, um grande mestre dessa arte, e pede para ser seu aprendiz. Yakumo aceita meio a contragosto e abriga o ex-presidiário. Na casa de Yakumo também vive Konatsu, uma jovem rebelde que treina rakugo às escondidas, pois mulheres não eram aceitas na arte. Filha de Sukeroku, um antigo amigo de Yakumo que também era artista de rakugo, ela não tem um bom relacionamento com seu pai adotivo e o acusa de ter matado o pai biológico. Yakumo, que parece viver assombrado pela figura de Sukeroku, então conta aos dois a história de seu passado, e, assim, mergulhamos em um flashback que será o cerne dessa primeira temporada do anime.

Yakumo se apresentando

Quando comecei a assistir ao anime, achei que ele se concentraria na história de Yakumo, Yotarou e Konatsu, porque era o que as sinopses diziam. Fiquei bastante surpresa ao ver que o que é apresentado no primeiro episódio é apenas a moldura para a história central: a de Yakumo (na época, Kikuhiko) e Sukeroku como aspirantes a artistas de rakugo sob a tutela de um mesmo mestre. Os dois têm personalidades opostas e estilos completamente diferentes no rakugo, mas se tornam grandes amigos, compartilhando a paixão pelo rakugo, tentando encontrar a própria voz e fazendo sua parte pela sobrevivência dessa arte.

É difícil decidir por onde começar a elogiar o anime: os personagens são complexos, humanos, ambíguos e fascinantes; os dubladores fizeram um excelente trabalho, principalmente nas apresentações de rakugo; a ambientação é maravilhosa; a trilha sonora, com jazz e música tradicional japonesa, é ótima (e adoro a abertura). 

Sukeroku e Kikuhiko

Aspectos que não me agradaram tanto no início, como as longas apresentações de rakugo, acabaram me conquistando com o tempo. Mesmo quando eu não achava as histórias em si tão interessantes, elas se revelavam dignas de atenção por se relacionarem ao tema do episódio, expressarem os sentimentos dos personagens ou anteciparem algum acontecimento da história. É difícil não admirar um anime atual que se arrisca a colocar apresentações longas de uma arte não muito popular em seus episódios. Além disso, as apresentações de rakugo foram muito bem feitas, expressando o estilo de cada artista e transmitindo seus sentimentos durante a performance.

Minhas únicas críticas ao anime são puramente pessoais, até porque não vi muita gente comentando sobre isso: 1) gostaria que a Miyokichi tivesse um desenvolvimento maior, mas compreendo que ela não tenha, afinal, a história é contada do ponto de vista do Kikuhiko; 2) a tragédia anunciada desde o início não me tocou tão fortemente quanto eu esperava. Gostei de todo o desenvolvimento que levou ao grande momento dramático, com seu tom de tragédia grega, e sofri muito por antecipação, mas na hora eu meio que não senti nada.

Miyokichi

Mesmo que você ache que o anime não é muito a sua cara e tenha um certo receio de se aventurar nele, vale a pena assistir pelo menos ao primeiro episódio para ver se você gosta. Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu pode ser bem lento às vezes, porque não tem medo de levar o tempo necessário para contar sua história, mas ele consegue fazer o espectador imergir na narrativa e provoca sensações que permanecem com você mesmo depois de o episódio acabar.

Como uma segunda temporada foi anunciada, desta vez focada em Yotarou, Konatsu e Yakumo, parece que em breve veremos a história anunciada na sinopse inicial do anime. Estou bastante ansiosa!

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Livro: Sendo Nikki

Título: Sendo Nikki
Título original: Being Nikki
Autora: Meg Cabot
Tradutora: Sabrina Garcia
Editora: Galera Record

Este é o segundo livro da série "Cabeça de vento". No primeiro volume, conhecemos Em Watts, uma garota normal, meio nerd, apaixonada pelo melhor amigo, que só queria levar uma vida comum e jogar JourneyQuest nas horas vagas. Após sofrer um acidente, ela acorda em outro corpo, no caso, o da supermodelo adolescente Nikki Howard. Pressionada pela Stark, uma empresa gigantesca e poderosa que tinha Nikki como garota-propaganda, Em passa a viver seus dias como a modelo, aprendendo no processo que vida de celebridade não é tão fácil quanto imaginava.

Apesar de o primeiro livro, como comentei aqui, não ter sido tudo o que eu esperava, os personagens e os conflitos foram interessantes o suficiente para me deixar com vontade de ler os volumes seguintes. Neste segundo livro, Em continua tentando se aproximar de Christopher, seu antigo melhor amigo e crush, enquanto tenta conciliar a vida de modelo sem abandonar totalmente a vida antiga. Entretanto, ela acaba se envolvendo mais do que esperava no passado de Nikki e descobre que a Stark talvez seja ainda mais maligna do que aparenta.

Sendo Nikki foi uma leitura bem mais interessante que Cabeça de vento. Enquanto o primeiro volume gasta mais tempo do que eu gostaria descrevendo o novo cotidiano de Em como Nikki, o segundo se envereda nos mistérios da Stark e revela lados inesperados (e sombrios) dos personagens. Além de o livro ser muito gostoso de ler, ele tem um ritmo rápido e cheio de pequenas questões e revelações e tensões que fazem com que seja impossível largá-lo antes de descobrir o que há por trás de tudo aquilo. Minha única queixa a respeito disso é que o livro acaba num baita cliffhanger que aponta para uma direção que não sei se gostei, não, mas veremos como a história se desenrola no último volume.

Os personagens continuam sendo meio clichês, mas são divertidos e carismáticos. E como não gostar de gente como Lulu Collins? Me senti muito mais apegada aos personagens nesse volume. As situações continuam absurdas, e cada vez mais absurdas, mas de um jeito bom. Fora isso, não tenho muito a dizer. Se você gosta de livros adolescentes com premissas meio malucas, um pouco de romance e grandes corporações megalomaníacas, pode ler a série sem medo!

Livro lido para o Desafio Livrada! (um livro bobo)

terça-feira, 5 de abril de 2016

Randomicidades do mês: março/2016

Pretendia fazer um monte de coisas em março, mas acabei fazendo as mesmas coisas de sempre (com a diferença de que li bem mais mangás do que o normal e vi bem menos filmes do que nos meses passados). Pela primeira vez em muito tempo fiquei um mês inteiro sem comprar ou ganhar nenhum livro, o que é bom, porque a lista de livros não lidos aqui está gigantesca.

Livros lidos


A exposição das rosas - István Örkeny
Nota: 4


Colmeia - Gill Hornby
Imagine uma versão do filme Meninas malvadas em que Regina George e sua trupe são adultas e o centro de suas vidas é a escola dos filhos. Colmeia é basicamente isso, um livro sobre o mundo hierárquico das mães, com suas picuinhas, fofocas e muitos eventos para arrecadar fundos para a escola. Os personagens são bem unidimensionais e caricatos, mas para mim isso funcionou bem na narrativa.
Nota: 3,5


O pequeno Nicolau no recreio - Sempé e Goscinny
Mais aventuras dessa turminha muito louca. Não achei as travessuras da vez tão interessantes quanto as do primeiro livro, talvez porque não faz muito tempo que reli o primeiro.
Nota: 3,5


To the Lighthouse - Virginia Woolf
Nota: 2


As aventuras de Pi - Yann Martel
Nota: 3


A raposa sombria - Sjón
Nota: 3,75


Passarinha - Kathryn Erskine
Uma menina com síndrome de Asperger tem que lidar com a morte de seu irmão em um ataque escolar. O livro é muito bonitinho, porém não é muito mais que isso. Gosto de narradores menos tradicionais, mas aqui achei que não funcionou tão bem. Esperava mais.
Nota: 3,5


Antes de dormir - S.J. Watson
A premissa do livro me atraiu muito: uma mulher tem amnésia e acorda todos os dias sem se lembrar de nada de sua vida adulta. No entanto, o livro tem um ritmo bem irregular, meio repetitivo na metade e acelerado no final, que não me agradou, e não fiquei muito satisfeita com a resolução.
Nota: 3,25

Quadrinhos


Adolf - Osamu Tezuka (vols. 1-3)
Pretendia ler esse mangá para o Desafio Skoob de abril (Holocausto), mas acho que o mangá é mais sobre Hitler e a segunda guerra em geral, sem muito foco nos judeus, então não sei se vale. De qualquer forma, estou gostando muito da leitura.


O chinês americano - Gene Luen Yang
O livro narra três histórias diferentes: a de um menino descendente de chineses que vive nos EUA e sofre preconceito por sua origem; a de um adolescente constrangido com a visita do primo chinês que é um estereótipo total; e a de um deus macaco que desejou ser o que não é e foi punido. Confesso que achei a primeira história bem mais interessante e preferia que as outras não existissem, mas gostei da forma que as três narrativas se entrelaçam, achei bem inesperado.
Nota: 3,25


Preto e branco - Taiyo Matsumoto (vol. 1)
Não tenho muito a dizer ainda. É bem diferente das coisas que costumo ler e não faço ideia do rumo que a história vai tomar.


Hourou Musuko - Takako Shimura (vols. 5-9)
Estou meio empacada na leitura. O mangá é um pouquinho repetitivo demais para o meu gosto, mas tem muitos momentos adoráveis.


Neon Genesis Evangelion - Yoshiyuki Sadamoto (vols. 1-3)
Amo o anime de Evangelion, mas nunca tinha dado bola para o mangá. É interessante reviver a história em outra mídia, e eu gosto bastante do traço do autor. O único problema é que o mangá sofre do mal de todos os mangás: as cenas de ação são chatas. Felizmente Evangelion é muito mais que lutinhas, senão eu não iria aguentar.

Séries / animes


Continuo acompanhando os mesmos de sempre. Não terminei nada e não comecei nada novo. Estou na reta final de vários animes, então abril será um mês de despedidas.

Filmes


Casa grande (Fellipe Barbosa, 2014)
Vi muita gente comparando esse filme com Que horas ela volta?, e eles realmente apresentam muitas semelhanças: família rica, convivência entre empregada e filho da família, foco em adolescentes em época de vestibular. A grande diferença é que o filme da Anna Muylaert tratou do assunto com mais sutileza, enquanto Casa grande acaba sendo didático demais ao abordar alguns dos tópicos. Ainda assim, achei o filme bom.
Nota: 3,75


O último concerto (Yaron Zilberman, 2012)
Depois de Mozart in the Jungle, fiquei com vontade de ver mais filmes/séries sobre música clássica. Neste filme, um quarteto de cordas está prestes a completar 25 anos. Entretanto, quando um dos membros descobre que está doente, a harmonia entre os músicos é abalada. Achei meio fraquinho.
Nota: 3,25


Fargo (Joel Coen, 1996)
Faz algum tempo que queria ver esse filme. Ele conta a história de um homem que contrata uma dupla de criminosos para sequestrar a própria esposa com o objetivo de ficar com parte do dinheiro do resgate, pago pelo sogro, que é rico. Não preciso nem dizer que o plano não dá lá muito certo, não é? É incrível ver como cada erro leva a erros maiores ainda. Agora fiquei com vontade de assistir à série homônima, apesar de saber que não tem tanto a ver.
Nota: 3,5


Digimon Adventure tri. 2: Ketsui (Keitaro Motonaga, 2016)
Esse filme continua de onde o anterior parou e foca em Mimi e Joe. Há bastante slice of life, com os personagens indo às fontes termais para relaxar um pouco e organizando o festival escolar. Os conflitos de Mimi e Joe são interessantes, mas a resolução foi meio besta. O filme é um pouco mal balanceado, concentrando quase toda a ação no final, e termina com uma revelação para deixar os fãs ansiosos pelo próximo filme.
Nota: 3


Força maior (Ruben Östlund, 2014)
O filme mostra uma família sueca de férias nos Alpes. Durante o almoço, ao verem uma avalanche controlada que parecia que ia se descontrolar, o pai se assusta, abandona a esposa e os filhos e sai correndo, o que gera desentendimentos entre o casal durante o resto da viagem. Esse é um filme que eu queria ver faz tempo e que não decepcionou, transmitindo muito bem o clima de desconforto que se instaurou na vida do casal.

Curta:


A mosca (Ferenc Rófusz, 1981)
Vencedor do Oscar de melhor curta de animação, o filme mostra o ponto de vista de uma mosca que voa para dentro de uma casa. E é isso. O estilo da arte é muito interessante, todo distorcido, e o filme dá uma sensação aflitiva.
Nota: 3,5

domingo, 3 de abril de 2016

Patinação: destaques do mundial 2016 - 2ª parte

O mundial acabou e agora me sinto triste e vazia... Para mim a competição foi meio morna. Como não tenho muitos favoritos atualmente, perco parte da emoção de torcedora, aquela que te desgasta emocionalmente e te faz querer apagar todo o evento da mente em caso de derrota ou reviver o momento mil vez, em caso de vitória.

Adorei poder assistir à competição quase inteira, mesmo ficando impaciente com o número enorme de competidores, as músicas repetitivas e os voice-over horrendos. Os resultados foram meio previsíveis em algumas categorias, mas sempre teve alguma surpresa aqui e ali para dar uma apimentada.

Programa livre masculino


Essa é a categoria em que eu fico mais nervosa. Tenho vários preferidos e é doloroso ver alguns deles indo mal. Queria ver o Shoma Uno repetindo a apresentação fantástica do Grand Prix Final, mas ele levou um tombo feio e acabou em sétimo. Não é uma posição ruim e não foi uma apresentação ruim, principalmente se considerarmos que esse foi seu primeiro mundial e que ele se recuperou muito bem do tombo, mas a cara tristonha dele no K&C partiu meu coração.

Depois do programa curto fenomenal do Yuzuru e os mais de dez pontos de vantagem sobre o Javier, todos acreditavam que ele conquistaria o ouro. Mas não. Não sou a maior fã do Yuzuru, mas fiquei triste por ele também.

O Patrick Chan foi o Patrick que já vimos em outras competições, muito talento, erros aqui e ali e reclamações sobre as condições do gelo no final. Agora que eu meio que aprendi a gostar um pouco dele e não torço mais contra, foi bem decepcionante assistir à apresentação.

O Javier Fernandez foi sensacional e realmente fez sua melhor apresentação até o momento. Às vezes fico um pouco de saco cheio dele ao ver que quase toda temporada ele vem com um programa no mesmíssimo estilo dos anteriores, mas ele parece ser um cara tão legal que não dá para não gostar um pouco dele, hehehe.

Adorei ver o Adam Rippon e o Mikhail Kolyada (programa com música de O estranho mundo de Jack, como não amar? Fiquei cantando mentalmente enquanto ele patinava).

Pares


Como não costumo acompanhar as competições de pares com frequência e não tenho favoritos, não tenho muito a comentar além de que fiquei muito surpresa com os resultados: nenhum russo no pódio! E Volosozhar/Trankov foram bem mal. :O

Dos programas que me chamaram a atenção só destaco dois: o curto de Sui/Han (adoro!) e o longo de Savchenko/Massot (acho que gosto de músicas e programas estranhos na patinação... E a Aliona é fantástica, fiquei muito feliz por vê-la medalhar (pela milésima vez, hahaha)).

Programa livre feminino


Depois de anos torcendo ardentemente pela Sasha Cohen e sofrendo muito com a inconsistência da mulher, é um alívio assistir à competição feminina sem ter grandes favoritas. Ao mesmo tempo, é meio sem graça, porque eu são poucas atletas que me agradam artisticamente e as escolhas musicais da maioria são batidas e/ou bregas.

Gosto pessoal à parte, essa foi uma das competições mais fortes que eu já vi. Quase todas as patinadoras do último grupo tiveram programas limpos e muito fortes tecnicamente.

Gosto muito do programa da Evgenia Medvedeva (Rússia) e achei a vitória merecidíssima, principalmente depois de uma temporada impecável. Estou curiosa para ver como ela vai se sair na próxima temporada. Achei que as japonesas Mao Asada e Satoko Miyahara receberam PCS baixo demais em comparação às outras patinadoras, mas sei lá, nunca dá para entender essas notas (e eu sou suspeita para falar, porque sou fã dos patinadores japoneses em geral).

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Agora que o mundial acabou, começa todo o burburinho sobre a próxima temporada e já estou ficando empolgada. Mas aí lembro que a temporada só começa de fato por volta de outubro e fico triste. :( Pelo menos teremos a Team Challenge Cup no final do mês para dar uma alegrada.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Patinação: destaques do mundial 2016 - 1ª parte

Faz muito tempo que não falo de patinação aqui no blog. E faz muito tempo que não consigo assistir a uma competição quase inteira. Os horários sempre são absurdos, eu sempre tenho compromissos no meio ou então simplesmente não tenho paciência para enfrentar horas de patinadores não tão bons e prefiro priorizar os últimos grupos.

No entanto, o mundial de 2016 está com um bom horário e vou conseguir assistir a quase tudo! (exceto boa parte do programa curto feminino e o início do programa livre dos pares, mas são as categorias que menos gosto atualmente, então tudo bem). E o melhor é que parte da competição está passando/vai passar na TV (obrigada, SPORTV! Continue investindo na patinação, por favor).

Nos primeiros dois dias de competição já tivemos altas emoções e algumas decepções. Eis o que me chamou atenção até o momento:

Dança curta

Papadakis/Cizeron

Na dança é raro termos grandes erros e surpresas. Talvez a maior surpresa tenha sido ver Gilles/Poirier (Canadá) em quinto, considerando que eles só tinham recebido notas baixas nesse programa até agora. Eles fizeram algumas mudanças na música, que agora é um medley dos Beatles em vez de Beatles/valsa(?)/Beatles e me fez lembrar o quanto a música Norwegian Wood é linda. Curioso notar como a mudança de música muda o tom do programa, que antes me parecia meio farsesco e agora é um pouco mais normal. Gosto bastante da entrada nos twizzles e achei os elementos muito bem executados.

A outra surpresa foi ver Weaver/Poje (Canadá) em quarto, atrás de Chock/Bates. Considerando que são uns dos favoritos nos últimos anos, eles não estão conseguindo obter resultados tão bons assim nos mundiais, e fico meio triste ao pensar que na temporada que vem Virtue/Moir devem voltar, provavelmente deixando W/P como dupla nº2 do Canadá. Não sou grande fã desse programa deles (meio antiquado), mas torço para que eles consigam subir uma posição na dança livre.

Os Shibutani (EUA) estão com ótimos programas este ano e fico muito feliz em ver que eles encontraram seu estilo e estão sendo recompensados por isso depois de muitos anos meio relegados. Esse programa curto é uma graça, mas o longo é o verdadeiro trunfo deles.

Papadakis/Cizeron (França) são meus amorzinhos. Esse não é meu programa favorito deles, mas a qualidade da dupla é inegável.

Das duplas que não estão no topo, gostei muito de alguns elementos, como os twizzles e o rotational lift, do programa de Kaliszek/Spodirev (Polônia), gosto da dupla Fournier Beaudry/Sorensen (Dinamarca) (ótima escolha musical!) e de Hubbel/Donohue (EUA)

Programa curto masculino

Yuzuru Hanyu

Após um tempinho tristonho sem o grande Daisuke Takahashi, nesta temporada adotei um novo favorito: Shoma Uno. Campeão júnior na temporada passada, ele iniciou bem a temporada atual, com medalhas nas etapas do Grand Prix e um bronze no Grand Prix Final. Acho difícil ele conseguir uma medalha no mundial, mas estou na torcida. Ele ficou em quarto no programa curto, sem grandes erros além de um problema na combinação do triple flip-double toe. Achei que faltou um pouco da energia habitual, mas é normal que ele esteja um pouco mais nervoso e cauteloso no mundial.

O Yuzuru Hanyu (Japão) arrasou como de costume. Não bateu o próprio recorde por apenas alguns décimos e abriu uma vantagem de mais de dez pontos para o segundo colocado. Apesar de o estilo dele não ser meu preferido, é sempre empolgante vê-lo patinar.

O Javier Fernandez (Espanha) foi bem, mas caiu no segundo quádruplo. Patrick Chan (Canadá) também foi bem e também caiu. O Denis Ten (Cazaquistão) infelizmente não veio com sua habitual força de fim de temporada e foi bem ruinzinho (12º lugar). Estou torcendo para ele conseguir se reerguer um pouco no longo.

Gostei muito de ver o Misha Ge (Uzbequistão), que estava meio sumido no início da temporada. O programa dele foi mais sutil que o normal e demonstrou bem sua versatilidade. A roupa dele lembra algo que o Johnny Weir ou o Yuzuru vestiriam, hahaha.

Das surpresas: adorei o Mikhail Kolyada (Rússia). Ótimo saltos  e muito carisma. Mal posso esperar para ver o longo dele, ao som de O estranho mundo de Jack! Amei o Deniss Vasiljevs (Letônia), ótimo artístico e sit spins originais, e o Julian Jhi Jie Yee (Malásia).

Programa curto feminino

Satoko Miyahara

Só consegui assistir aos três primeiros grupos, um pedacinho do quarto e o final do último. Como não tenho grandes favoritas nessa categoria, ainda não me animei a ir atrás das apresentações das patinadoras que não consegui ver (preciso ver a Mirai, a Ashley e a Zijun, mas preguiça).

Fiquei contente com a boa apresentação da Gracie Gold (EUA). Gosto desse programa curto e, quando ela acerta, os saltos dela são realmente bons. Achei que a Satoko Miyahara (Japão) merecia nota um pouco melhor para o que ela apresentou.

Diferentemente do masculino e da dança, pouquíssimas atletas dos primeiros grupos me impressionaram. Achei os programas sem graça e as escolha musicais, horríveis. A regra que permite música vocal está gerando tantos programas genéricos ao som de Feeling Good e I Put a Spell on You que até senti falta da música clássica batida de sempre. Das patinadoras iniciais, a única que merece menção é a Amy Lin (Taipei), que achei muito graciosa, expressiva e com ótimos elementos.

Dança livre

Shibutanis

Me repetindo aqui: Papadakis/Cizeron lindos!!! Tão leves, tão elegantes. Vitória merecida!

Não gosto muito do Coldplay, mas acho o programa dos Shibutani muito bonito e aqui eles foram bem como de costume. Só achei que ver os dois depois da maravilha que são os franceses fez eles perderem parte da magia.

Os poloneses Kaliszek/Spodirev, que já tinham me agradado no curto, me surpreenderam aqui também. Muitos elementos diferentes. E falando em diferente, adoro Gilles/Poirier e o programa super estranho deles. Eles são o tipo de dupla que ousa bastante e nem sempre acerta, mas acho ótimo que haja pelo menos alguns patinadores assim, que arriscam criar fora da caixa.

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Por hoje é só. Quando a competição acabar eu volto com mais comentários. (e o post das randomicidades de março vai sair atrasado, porque a patinação está atrasando toda a minha vida u_u)