quarta-feira, 27 de maio de 2015

Nostalgia: revendo Digimon Adventure


Digimon Adventure
Episódios: 54
Estúdio: Toei Animation
Ano: 1999-2000

Digimon foi lançado na cola de Pokémon e, na época, todo mundo assistia ao anime, mas o considerava uma cópia de Pokémon e, consequentemente, um desenho inferior ao de Ash, Pikachu & cia.

Eu me incluía nesse grupo. Assisti a primeira temporada do anime com razoável devoção, mas nada que chegasse perto do meu vício por Pokémon, e depois acompanhei a segunda e a terceira temporadas, para então perder o ânimo na quarta.

No entanto, é engraçado como a passagem do tempo deu uma valorizada em Digimon e destacou os aspectos positivos do anime, enquanto Pokémon (estou falando do anime e não dos jogos), insistindo na repetição eterna da jornada que nunca acaba, hoje parece perder a força que já teve.

Com o anúncio do lançamento da nova temporada de Digimon Adventure (que era para ser uma série de TV e, para a minha decepção, virou filme) em comemoração aos quinze anos da série, achei que era o momento ideal de rever o anime.

Minhas lembranças dos personagens eram bem fortes, mas não lembrava tão bem assim do enredo. Algumas coisas ainda estavam guardadas na minha mente: as engrenagens negras, Devimon, Angemon se sacrificando, Tai em um barquinho ao som do Bolero de Ravel, as crianças em um túnel cantando "Índia" e "Imagine", ovos com vinagrete, Izzy formando as letras do alfabeto com o corpo, Etemon rock star, Tai e Matt se desentendendo, a saga do mundo real, os quatro malvadões finais.

Para quem nunca prestou muita atenção em Digimon, a história básica é a seguinte: sete crianças são transportadas para o Digimundo, onde cada uma recebe um digimon para ser seu parceiro. Esse mundo está sendo ameaçado por forças malignas, então a criançada tem que derrotar o mal com os seus novos parceiros digimons, que evoluem de acordo com a necessidade.

Matt e TK :3

Historinha bem clichê, ela começa de uma maneira não muito empolgante naquele esquema de: aparece um novo digimon a cada episódio, ele ataca as crianças, algum dos parceiros digimons precisa evoluir para salvar seu amigo, ele derrota o digimon "do mal" e fim. Apesar dessa estrutura formulaica, nesses episódios já podemos ver o lado mais interessante do anime: os personagens. Não que Digimon tenha os melhores personagens do mundo, mas acho que para um anime infantil ele os constrói muito bem, porque todos os personagens são bem diferentes entre si, todos têm suas fraquezas e seus dilemas e todos precisam evoluir para continuar na jornada. Às vezes esse crescimento é trabalhoso, como no caso de Matt, que se separa do grupo em certo ponto para encontrar sua resposta, ou Sora, que tem seus momentos de insegurança durante toda a série. Desde o começo, a interação entre os personagens é interessante de acompanhar, seja nos bons momentos mais cotidianos ou nos momentos de tensão (Tai e Matt saindo na porrada!).

À medida que a série prossegue, os inimigos vão ficando mais interessantes e o anime vai ficando melhor (menção honrosa para o episódio 21, dirigido pelo Mamoru Hosoda, melhor episódio de todos!). A saga do Myotismon, em que os digiescolhidos voltam ao mundo real em busca da oitava criança, me empolgou demais. Os digimons malvados deixaram de ser uma ameaça apenas para o Digimundo e agora ameaçam também o nosso mundo, o que dá um tom maior de urgência para a aventura. A reação das pessoas aos digimons e dos digimons a alguns aspectos do mundo real são bem divertidas de ver. E a saga ainda explora o relacionamento entre as crianças e suas famílias de um modo bem humano e agridoce. Bônus: essa parte do anime usa o Bolero de Ravel de maneira soberba. Acho que nunca mais vou conseguir ouvir a música sem associá-la a Digimon.

Tai e Kari fofuxos

Aproveitei que estava vendo Digimon e assisti aos filmes, que eu lembro de ter assistido, mas ao mesmo tempo não lembro. Admito que não vi nada familiar neles e fiquei na dúvida se tinha assistido antes ou não. Mas os filmes são muito bons, principalmente o primeiro, sobre o primeiro contato dos digiescolhidos quando eram crianças com os digimons. O filme é curtinho, tem só uns vinte minutos e foca basicamente na Kari e no Tai, que são muito fofos como criancinhas :3. Já o segundo filme tem basicamente o mesmo plot de Summer Wars (comentei sobre ele aqui), do mesmo diretor, só que com digimons. A história é interessante, a animação é ótima, mas boa parte dos personagens mal dá as caras. :(

Rever Digimon foi uma experiência ótima. Fiquei impaciente com a fórmula batida de alguns episódios? Sim. Revirei os olhos com algumas cenas? Sim. Cansei do tempo utilizado para mostrar cada digievolução? Sim. Fui invadida por ondas agradáveis de nostalgia enquanto assistia? Sim. Me apeguei novamente a alguns dos personagens? Sim! Me empolguei, me emocionei e me diverti de montão? Sim!!!

Eu chorando no final

Se Digimon fez parte da sua infância, acho que vale a pena ver de novo. Se não fez mas você se sente levemente interessado em assistir, vá em frente, você não vai se arrepender!

E agora vou rever Digimon Adventure 02. :)

Fiquem com esse vídeo da música de abertura, Butter-fly, e com o trailer de Digimon Adventure Tri. São tantas emoções...




4 comentários:

  1. Gostei muito do post. :)
    Não sei se pretendo rever algum dia, porque realmente tenho pouca (nenhuma, hehe) paciência para as transformações e cenas de luta. Ou vou acabar assistindo no meu ritmo de sempre, né, um episódio a cada três anos.

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    1. Que bom que gostou ^^
      Com um episódio a cada três anos você vai conseguir ver tudo em cerca de 150 anos! Não é uma má ideia :P

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