Resolvi começar a assistir a esse anime por apenas um motivo: Shinsengumi. Para quem não sabe, o Shinsengumi foi um grupo de espadachins que serviu ao xogunato no final desse regime. Ele foi derrotado em 1869, mas o grupo permaneceu no imaginário japonês como exemplo de heroísmo e inspirou diversos filmes, livros, séries, mangás e animes.
Meu primeiro contato com o Shinsengumi se deu por meio do anime Rurouni Kenshin e, depois disso, como sou obcecada por todas as coisas que tenham a ver com a série, fiquei com vontade de assistir tudo quanto é anime que se passa no mesmo período.
E então chegamos a Hakuoki, anime baseado em uma visual novel (traduzindo: um jogo de video game que conta uma história em que os acontecimentos dependem das escolhas tomadas pelo jogador. Pelo que eu entendi, ele basicamente mostra imagens e texto e em certos pontos oferece opções para o jogador escolher) otome (traduzindo: voltado principalmente para meninas). Eu não estava muito animada para assistir ao anime porque ele é do gênero(?) harém (no qual o/a protagonista fica cercado por gente do sexo oposto) e, desculpem, tenho preconceito. Mas o Shinsengumi falou mais forte e lá fui eu assistir.
O anime consiste em três temporadas de 10 a 12 episódios cada (Hakuoki, Hakuoki Hekketsuroku e a prequel Hakuoki Reimeiroku), um OVA e dois filmes. Não vi os filmes pois eles parecem ser basicamente a mesma história da série e não vejo sentido nessas coisas de ficar reciclando a história.
Chizuru |
O anime tem um ritmo irregular e a primeira temporada é bem chatinha. Muita coisa acontece durante o período, mas os acontecimentos são apenas citados superficialmente e aí não dá para se envolver. É na segunda temporada que as coisas melhoram e ficam mais dramáticas, com a trama dos demônios se definindo e os eventos históricos mais bem explorados.
Minha maior crítica ao anime é igual a de quase todo mundo: a protagonista é chata. Sim, estamos no século XIX e as mulheres não lutavam. Sim, ela faz o melhor que pode dadas as circunstâncias. Isso não muda o fato de ser cansativo ver inúmeras vezes a menina entrar no meio da bagunça, ficar paralisada de medo diante de um ataque e ser salva na última hora por um homem. Não estou pedindo que ela seja a maior espadachim do mundo, mas gostaria que os criadores do anime não ficassem colocando a coitada na posição de donzela em perigo o tempo todo. Isso pode ser condizente com a época, mas não é que a maioria do espectadores atuais quer. u_u
Ryunosuke |
Uma observação: é curioso ver como a diferença de gênero interfere na opinião das pessoas sobre um personagem. Ryunosuke sofre do mesmo mal de Chizuru de entrar no meio da batalha tentando ajudar e acabar travando e precisando ser salvo. Quando isso acontecia com a Chizuru, a maioria das pessoas assistindo ficava irritada e odiava a personagem; com o Ryunosuke quase ninguém reclamava e alguns ainda gostavam do personagem.
Ter protagonistas chatos não é um problema tão grande assim, pois todo mundo sabe o que realmente importa em Hakuoki: homens bonitos! Isso tem de monte, pena que a personalidade deles nem sempre é tão interessante. Depois de muitos episódios acabei me apegando aos personagens (principalmente ao Saito, ao Okita e ao Sanosuke), mas todos são meio unidimensionais.
Apesar de as primeiras temporadas contarem a parte mais importante da história do Shinsengumi, com as grandes batalhas que definiriam o futuro do Japão, achei a prequel mais interessante. A parte histórica não ficou tão jogada, há menos da trama dos demônios e os personagens são mais interessantes. Conhecemos melhor os membros do Shinsengumi, vemos suas personalidades se desenvolverem e temos um dos personagens mais fascinantes de toda a série, Serizawa, que é um antagonista/anti-herói diante do qual é difícil permanecer indiferente.
O interessante de Hakuoki é que, apesar de ter uma trama fantasiosa com demônios e focar bastante no romance, ele segue os fatos históricos com bastante precisão. Eu dei uma lida nas páginas da Wikipédia de algumas das figuras históricas citadas enquanto assistia e é curioso ver como quase tudo o que estava escrito lá aparece de alguma forma no anime. Para quem se interessa por essa parte da história do Japão, o anime é uma boa pedida (desde que você goste ou tenha tolerância a protagonistas insosos, caras bonitos e haréns).
Apesar de eu ter achado o anime fraco, senti que ele melhorou à medida que as temporadas progrediam, então não fiquei com uma má impressão no final. De qualquer forma, me senti recompensada por ter assistido tudo ao ver o curta que foi lançado junto com os OVAs, Hakuoki SSL, uma paródia escolar com os personagens do anime. Rolei de rir em algumas cenas!
Gostei da resenha, mas não pretendo assistir esse anime. Três temporadas, protagonistas sem graça e harém? Prefiro deixar para lá. :P
ResponderExcluirÉ, acho que você não ia gostar mesmo
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