sexta-feira, 15 de maio de 2020

Randomicidades do mês: abril

Livros lidos


O homem que ouve cavalos – Monty Roberts
Nesse livro, o autor conta sobre sua vida e o seu método de treinamento de cavalos que aprendeu ao observar manadas selvagens. Tenho esse livro há séculos e tinha certo receio de ser meio chato, mas a leitura fluiu bem e achei a história do relacionamento do autor com animais interessante, além de ter gostado de saber sobre o método dele, que é surpreendentemente simples e parece quase místico, mas aparentemente dá certo.
Nota: 3,0


O homem sem talento – Yoshiharu Tsuge
Mangá meio autobiográfico sobre um desenhista que se recusa a criar quadrinhos e passa a trabalhar em outras áreas, como tentar vender pedras que ele encontra na margem do rio. Sabe aquela pedra de Parasita? Tem todo um movimento que busca pedras de formas e cores esteticamente agradáveis, e nosso protagonista procura uma dessas, mas só encontra pedras comuns em um rio comum, que ele acha que são especiais. É um personagem meio triste e patético e sua dificuldade em enfrentar a vida é fácil de entender.
Nota: 3,5


Histórias da pré-história – Alberto Moravia
Decidi reler alguns livros da minha infância/adolescência de que pretendo me desfazer e esse é um deles. Ele apresenta vários contos curtos sobre animais, como o canguru que deseja ter calções ou o unicórnio insatisfeito por ser diferente dos outros animais. São histórias simples e divertidas, mas me lembro de gostar mais delas no passado do que gostei nessa releitura.
Nota: 3,0


Quando éramos órfãos – Kazuo Ishiguro
Christopher Banks passou a infância em Xangai e voltou à Inglaterra após o misterioso desaparecimento dos pais. Anos depois, ele retorna à China, agora como detetive, para pôr um ponto final no caso. Achei esse livro meio estranho. O narrador não é confiável e as suas lembranças de infância são constantemente confrontadas pela realidade, mas fica difícil saber o que é verdade, porque outros personagens apoiam a visão iludida que ele tem a respeito de algumas coisas. Somado a isso, o livro se passa na época da guerra sino-japonesa, e minha ignorância do assunto só tornou tudo mais confuso. Apesar disso, gosto do estilo do autor e a leitura fluiu bem. Eu estava gostando do livro enquanto lia, mas ao terminar e pensar a respeito, fiquei meio insatisfeita.
Nota: 3,0


O mestre das marionetes – Katherine Paterson
Outra releitura. Na cidade de Osaka, a pobreza só aumentava. O menino Jiro decide se juntar ao teatro de marionetes para garantir suas refeições diárias. Lá, ele faz amigos, aprende a delicada arte dos titereiros e sofre com a rigidez dos seus mestres, enquanto lá fora o povo se rebela pela falta de comida e se inspira na misteriosa figura de um ladrão que engana os ricos da cidade. A escrita da autora é muito agradável e gostei bastante do início do livro e de todos os detalhes do teatro de marionetes. O problema é que achei o desfecho meio súbito e que foram deixadas algumas pontas soltas, como se a parte final não tivesse sido tão bem pensada quanto a inicial.
Nota: 3,5


Canção de ninar – Leïla Slimane
Livremente inspirado em fatos reais, o livro mostra o relacionamento entre uma babá e a família para quem ela trabalha, que no início é um mar de rosas, mas que vai piorando até descambar no assassinato das crianças. É um livro rápido de ler e interessante por mostrar os conflitos entre patrões e empregada, mas eu esperava algo mais impactante.
Nota: 4,0


Ilustrado – Miguel Syjuco
Livro sobre um famoso autor filipino que morre e seu amigo que volta à terra natal dos dois, pois pretende compreendê-lo melhor para escrever sua biografia. A estrutura é uma mistureba de trechos das obras literárias do autor morto, entrevistas, trechos da biografia sendo escrita e até piadas (que talvez tenham sido as partes que eu mais ansiava por ler). Achei o livro meio chatinho em vários momentos. Há certo foco em acontecimentos políticos do país e, por desconhecer esse contexto, fiquei meio perdida. Os trechos dos livros do autor também não acrescentam muito.
Nota: 2,75


A estrela de Kazan – Eva Ibbotson
Mais uma releitura. Annika foi encontrada abandonada quando bebê e criada como filha por duas empregadas. Apesar de feliz com sua vida, ela sonha em conhecer a mãe biológica. Até que um dia a mãe aparece e a leva para morar na enorme propriedade da família. Annika deveria estar feliz, mas sua tão sonhada vida ao lado da mãe está longe de ser perfeita. Não sei se é porque sinto falta de livros infantojuvenis e sua escrita mais direta e estou cansada de livro “adultos”, mas estava adorando esse livro no início, com a vida de Annika em Viena e os personagens ao seu redor. Quando ela vai morar com a mãe as coisas perdem um pouco da graça e, talvez por eu lembrar da história, talvez por ela ser meio previsível, comecei a ficar de saco cheio de alguns aspectos do livro.
Nota: 3,5

Séries e animes


Killing Eve (1ª temporada)
Demorei séculos para terminar essa temporada, em parte porque assisti com a minha irmã, então as duas tinham que estar com disposição de assistir, e em parte porque achei a série meio chata. No começo até estava gostando, achava a Eve uma personagem interessante e estava curiosa para ver o desenrolar da trama. Mas aos poucos a Villanelle começou a me irritar. Parte do apelo da série é a Villanelle, com seu jeito desbocado, a vilã com quem vamos simpatizar, e sua relação com a Eve. Mas eu a odiei a ponto de implicar com cada ação dela, então no fim eu só queria que a série acabasse logo.
Nota: 2,75


Runway de waratte
Anime sobre uma menina que quer ser modelo e um menino que quer se estilista. Achei a menina meio chatinha, mas felizmente o foco maior é sobre o menino. E a fórmula shounen aplicada aqui não funciona muito bem para mim, achei meio bobo em alguns momentos. Ainda assim, é legalzinho e em alguns momentos a história me prendeu bastante.
Nota: 3,0


Banana fish
Anime sobre gangues, criminosos ricaços malvados, disputas de poder, um jovem genial e traumatizado que deseja sair desse mundo e um jovem aleatório que foi parar no meio disso. Eu estava gostando da primeira metade, mas acho que a história perdeu o fôlego mais para o fim.
Nota: 3,25


Onara Gorou
Anime curtinho que comecei a ver faz séculos e parei porque não achava mais disponível. Agora felizmente ele está na Crunchyroll, exibindo toda a sua glória e sabedoria para todos que buscam a iluminação. Onara Gorou é um pum que aparece para ajudar as pessoas, salvando vítimas de bullying com seus conselhos e até realizando delicadas cirurgias com a força do peido. Ele é o máximo! Sim, esse anime é muito besta, mas é engraçado às vezes.
Nota: 3,0


Chihayafuru 3
Terceira temporada desse anime que me deixou viciada. Talvez essa tenha sido minha temporada preferida, em parte porque deu espaço para alguns personagens secundários de quem eu gosto, e em parte porque gostei dos dramas pessoais dos protagonistas.
Nota: 4,5


Aho girl
Anime sobre uma garota muito idiota, que é burra de uma maneira escandalosa. É bem bobo, mas depois de alguns incômodos, passei a achar divertido, principalmente quando o foco era no cachorro da protagonista.
Nota: 3,0


We rent tsukumogami
Uma pequena loja de aluguel de objetos tem entre suas mercadorias alguns tsukumogamis, objetos que ganham vida. Os donos da loja os usam quando precisam de ajuda para solucionar pequenos mistérios, emprestando-os para os envolvidos e fazendo-os entreouvir conversas, interagir com outros tsukumogamis etc. Achei o anime bem charmoso, com a ambientação no período Edo, o toque sobrenatural e o tom leve. Os mistérios em si não me interessaram tanto, embora o enigma maior da série tenha me intrigado bastante.
Nota: 3,0


Haibane renmei
Rakka despertou em um mundo novo, onde ela é uma haibane, ser fisicamente semelhante a um anjo. Nessa sociedade, ela mora com outros haibanes num casarão abandonado e tenta compreender as misteriosas regras que regem sua nova vida. Esse anime tem um ritmo bem próprio, começa como um slice of life melancólico e vai se tornando mais misterioso e dramático com o tempo. É uma história bem diferente, bastante aberta a interpretações.
Nota: 4,0


Nada ortodoxa
Uma judia hassídica foge de sua comunidade conservadora em Nova York e vai a Berlim em busca de liberdade. Alternando entre o presente e o passado da personagem, a série mostra as dificuldades dela em sua vida de casada e suas tentativas de se adaptar a um novo modo de vida. Com apenas quatro episódios, achei a série interessante e bem-feita. Não é algo que normalmente me interessaria, mas gostei de ter assistido.
Nota: 3,75

Filmes


Nausicaä do Vale dos Ventos
Nota: 3,25


Midsommar
Por já saber alguns spoilers e ter certas expectativas, o filme não foi tão impactante quanto eu gostaria. Ainda assim, achei bom.
Nota: 3,75


Dor e glória
Um cineasta relembra o passado, sua infância, o relacionamento com a mãe, o cinema, um antigo amor. O filme é bom, mas achei meio arrastado e esquecível.
Nota: 3,25


Garota, interrompida
Após uma overdose, uma jovem é internada numa instituição para doentes mentais, onde conhece uma turminha do barulho. Gostei das personagens, da dinâmica entre elas, mas esperava um pouco mais do filme.
Nota: 3,5


The plague dogs
Uma dupla de cães escapa de um laboratório de pesquisa e tenta sobreviver como animais selvagens e fugir dos humanos que os perseguem. Achei interessante um dos cães ser vítima de um experimento mental que o faz ter alucinações. É um filme seco e triste. Apesar de não ser longo, senti que o tempo custou a passar.
Nota: 3,25


Adoráveis mulheres
Gosto razoavelmente do livro que inspirou o filme, mas não sou uma superfã. Acho que posso dizer o mesmo do filme. Gosto da estrutura não linear, que achei que não gostaria. O relacionamento entre as irmãs não me pareceu tão agradável e aconchegante quanto nos livros e senti um pouco de falta disso.
Nota: 3,5

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