Novembro foi um mês que passou assustadoramente rápido mas ao mesmo tempo me pareceu incrivelmente longo. Revendo minha lista de leituras, fiquei surpresa com o monte de coisa que consegui ler. Por mais que a maioria tenha sido curta e/ou rápida, fiquei contente em ter conseguido fazer a fila andar e ter lido muita coisa da minha estante.
Como as leituras foram muitas, vou dividir o post e deixar os filmes, animes e compras para depois, senão vai ficar gigante.
Livros lidos
O misterioso lar Cavendish - Claire Legrand
Victoria é uma menina certinha, filha e aluna exemplar, que deseja que tudo seja perfeito. Seu único amigo é um menino nada perfeito, com um visual meio amarfanhado e mais apreço pela música do que seria recomendado, que ela tenta "consertar". Porém, um dia esse amigo desaparece, coisas estranhas começam a acontecer e ela parece ser uma das únicas pessoas que notam. Tudo indica que a fonte dos problemas é o orfanato Cavendish, e é para lá que Victoria terá de ir se quiser resgatar seu amigo.
Gostei bastante dos personagens desse livro, da mensagem geral e de sua edição e ilustrações, mas várias coisinhas me incomodaram. O estilo de escrita me agradou racionalmente, mas não emocionalmente (algo como: em vários trechos me vi pensando "olha, é esse o tipo de texto que eu gosto de ler", mas não conseguia sentir isso realmente. Tá, não sei se fez sentido), e em geral o livro não me prendeu muito e não conseguiu me transmitir o clima assustador que propõe. O que também desagradou foi que ele lembra muito Coraline do Neil Gaiman. É parecido a ponto de incomodar, pois alguns elementos são semelhantes demais. Isso tirou parte da graça da leitura.
Nota: 3,5
Tartarin de Tarascon - Alphonse Daudet
Tartarin é um personagem meio Dom Quixote, meio Sancho Pança. Parte dele quer sair em grandes aventuras, enquanto a outra quer ficar acomodada na poltrona vivendo confortavelmente. Devido à essa personalidade dividida e à sua ingenuidade, ele se mete em aventuras, confusões e situações estapafúrdias. O livro é leve e divertido. Gostei mais do que esperava.
Nota: 3,75
Falando com o anjo - Nick Horby (organização)
O livro reúne contos de diferentes autores, muitos dos quais eu só conhecia pelo nome, como Zadie Smith, Dave Eggers e Irvine Welsh. Como qualquer coletânea, o resultado é irregular, mas, apesar de eu não ter achado nenhum dos contos excepcionais, também não achei nenhum muito fraco (os que menos gostei foram o do Irvine Welsh e o do Colin Firth). É interessante para conhecer novos autores ou para finalmente ter contato com aqueles de quem você já ouviu falar.
Nota: 3,75
Um, dois e já - Inés Bortagaray
Nota: 3,75
Cabeça de vento - Meg Cabot
Faz tempo que eu queria ler esse livro porque ele tem um trope besta, mas que eu adoro: troca de corpos. Ao ler, descobri que não é bem uma troca de corpos, mas é quase isso: após um acidente, uma menina normal, a nerdona esquisita da escola, descobre que está no corpo de uma modelo adolescente famosíssima. Foi com esse livro que descobri que realmente sou fã de histórias escolares, porque me vi o tempo todo desejando que a autora deixasse toda a nova rotina da protagonista como modelo de lado e pulasse logo para quando ela volta para a escola. Pena que a vida escolar ocupa pouquíssimo do livro e todos os conflitos terminam em aberto porque esse é o primeiro volume de uma trilogia, mas ainda assim achei divertido e vou ler os próximos.
Nota: 3,25
Morte e vida de Charlie St. Cloud - Ben Sherwood
Nota: 2,75
Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses - Sonia Bibe Luyten
Tenho esse livro faz um tempão (a mãe de uma amiga me deu quando estava se desfazendo dele) e achava que nunca iria ler, mas agora que voltei a ler mangá pensei que não faria mal saber mais sobre o assunto. Ele conta bastante sobre a origem do mangá e seu desenvolvimento, relacionando-o à história do Japão. A autora aborda a importância do mangá na sociedade japonesa, os tipos mais populares e fala brevemente da presença dele em outros países. Como o livro é meio antigo, ele não analisa aspectos mais modernos do mangá, que é o que mais me interessa, mas foi uma leitura interessante mesmo assim.
Nota: 3,5
O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação - Haruki Murakami
Achei que esse livro tem bons momentos e aspectos interessantes, mas no geral é tão sem graça. É basicamente a história de um cara que tinha um grupo muito unido de amigos que, de repente, sem motivo aparente, deram um chega para lá nele, o que o deixou deprimido. Muitos anos depois, ele finalmente vai atrás do amigos para descobrir por quê. Os protagonista é tão... incolor, não consegui me importar com ele e nem com quase nada da história. Com exceção de Norwegian Wood, ainda não consegui ver tudo isso que as pessoas veem no Murakami. u_u
Nota: 3
A ilha dos dissidentes - Bárbara Morais
Nessa distopia, uma garota descobre ser anômala (pessoa com mutações que lhe dão poderes) e deixa sua cidade em região de guerra para o conforto da vida em uma cidade só de anômalos. Claro que lá ela descobre que a vida não vai ser moleza e que ser anômalo pode trazer muitos problemas. Gostei bastante da escrita da Bárbara, do ritmo, dos personagens, só não sei se a história em si me interessou tanto assim. Achei um pouco genérica, por enquanto.
Nota: 3,5
Como ficar podre de rico na Ásia emergente - Mohsin Hamid
Resenha em breve
Nota: 3,75
Quadrinhos
A máquina de Goldberg - Vanessa Barbara e Fido Nesti
Um menino vai ao acampamento escolar, onde terá que suportar os colegas chatos e o diretor mandão que vivem pegando no seu pé. Lá ele conhece Leopoldo, o zelador que cria máquinas de Goldberg, e se envolve em um grande plano de vingança. O traço do Fido Nesti é muito fofo e a história é simpática, apesar de a metade final ter parecido apressada demais e eu não ter sentido muito peso no desfecho.
Nota: 3,5
Fun Home: uma tragicomédia em família - Alison Bechdel
Ler essa graphic novel foi uma epopeia. Comecei a ler na biblioteca, mas como não dá para pegar emprestados livros que têm apenas um exemplar disponível, tive que ler lá mesmo. Comecei no final da tarde e planejava ler metade, mas enquanto lia achei que talvez eu conseguisse terminar de uma vez. Não deu, a biblioteca fechou quando eu estava na metade do penúltimo capítulo. Tudo bem, continuo daqui a duas semanas, quando voltar para devolver os livros que peguei. Volto lá e a gibiteca está fechada para darem uma mudada no visual. Triste. Quando volto dali a um mês, sabendo que a gibiteca reabriu, vou toda lépida e faceira procurar o livro nas estantes e... não acho. Nesse momento senti uma séria vontade de chorar, porque esse é meu nível de maturidade emocional. Me recomponho, tomo coragem e pergunto para a bibliotecária e... ela também não acha. Aparentemente, nessa reorganização vários livros foram mudados de lugar e só com o tempo as coisas vão se ajeitar. Triste. Felizmente vivemos na era digital e consegui baixar o livro em pdf e ler no computador mesmo. Não é o ideal, mas deu pro gasto. Fim dessa história fascinante.
Agora, sobre a graphic novel: são as memórias da autora, focadas principalmente na infância e na adolescência dela, a descoberta de sua homossexualidade e seu relacionamento com o pai. Fiquei curiosa para ler essa obra porque a família cuida de uma casa funerária, e isso me lembrou da série Six Feet Under, mas no final a casa funerária não tem grande importância. A autora cita várias obras literárias e autores, como Proust e Joyce, que seu pai apreciava e criavam um vínculo entre ele e ela, mas achei essas partes um pouco chatas, sinceramente. De resto, é tudo muito bom.
Nota: 4
Gen Pés Descalços - vol. 2 - Keiji Nakazawa
Li o primeiro volume há quase um ano, mas só consegui comprar o segundo agora. Demorei um pouco para me situar na história, que começa em meio a desgraceira toda da bomba, com cenas bem desesperadoras e tristes. Prefiro os momentos mais calmos e cotidianos do mangá, quando os personagens estão tentando reconstruir sua vida, e estou ansiosa para ler os próximos volumes.
Nota: 3,5
Limit - vols. 4 e 5 - Keiko Suenobu
Agora só falta um volume para acabar! A história tem lá seus altos e baixos e não sei bem o que esperar do final, mas estou gostando. :)
Nota: 3,5
Annarasumanara - Ha Il-Kwon
Webcomic coreana, vou resenhar me breve. Já adianto que: é muito boa!
Nota: 4
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Ufa, finalmente acabou! Desculpem pelo post gigante!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVocê leu coisa pra caramba!
ResponderExcluirEsse 'Tartarin...' eu não conhecia, mas achei interessante.
Adoro o "Um, dois e já"!
O da Meg Cabot me lembrou da série 'Drop Dead Diva' (não sei se tem a ver).
Já li 2 Murakamis e gostei de ambos, mas também não achei tudo o que falam...
E sua história para terminar de ler 'Fun Home' foi bizarra. É um dos quadrinhos que quero muito ler, mas está complicado de achar.
Bjo
Acho que você vai gostar do Tartarin :)
Excluir"Cabeça de vento" lembra mesmo "Drop dead diva", só que ao contrário (a menina "feia" vira bonita).
Esse foi meu terceiro Murakami e, por enquanto, gostei de um e achei dois medianos. Ainda preciso ler "Kafka à beira mar" que parece ser um dos preferidos dos leitores.
A Conrad é mestre em ter títulos esgotados, né? :(
Nossa! Quanta leitura! Até me perdi! Vamos por partes.... Tartarin é o Bilbo? Hahahahaha Não sabe se quer ficar na poltrona ou sair em aventuras. :P
ResponderExcluirEsse Cavendish eu já tinha ouvido falar e me interessou, anotarei aqui!
Desde quando Colir Firth é escritor?? :-O
Por falar em Murakami, eu comprei a trilogia 1Q84. Antes de ler emprestei a um amigo que achou um marasmo total! Agora estou com preguiça de pegar para ler!! :'( :'(
Dissidentes parece ser mais do mesmo em distopias, mas quero ler, anyway! hahahahaha
Adorei suas leituras do mês! Rendeu muito mesmo!
Vai ver o Bilbo é inspirado no Tartarin, sei lá :P
ExcluirTambém não sabia que o Colin Firth escrevia, mas pelo que pesquisei, ele só escreveu alguns poucos textos para publicação em coletâneas.
Dê uma chance ao 1Q84, conheço muita gente que adorou. A premissa da trilogia não me empolga muito, mas ao mesmo tempo tenho curiosidade em ler...