quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Randomicidades do mês: dezembro

Últimas randomicidades do ano! Em dezembro, devido a uma viagem e ao clima de preguiça do fim de ano, acabei não fazendo muita coisa. As leituras foram numerosas, até porque alguns dos livros escolhidos foram curtinhos, mas os filmes e quadrinhos ficaram meio estagnados. Em compensação, as compras foram muitas, culpa da feira do livro da USP, evento que sempre espero com ansiedade e em que acabei comprando mais do que o esperado, e a uma compra da Black Friday que demorou, mas chegou.

Livros lidos


O louco de palestra e outras crônicas urbanas - Vanessa Barbara
Adoro as crônicas da Vanessa Barbara, mas, como já a acompanhava nas revistas e jornais, a maioria dos textos do livro não foi novidade para mim, e achei que eles não sobreviveram tão bem a uma releitura ou se tornaram meio repetitivos quando se lê tudo em sequência. Ainda assim, as crônicas são muito engraçadas e adoro quando a autora fala sobre o incrível universo dos ônibus de São Paulo e de outras peculiaridades da cidade.
Nota: 3,5


O Buda no sótão - Julie Otsuka
Nota: 4,25


Duelo - David Grossman
Livro infantojuvenil sobre um garoto que é amigo de um idoso que se envolve em uma confusão relativa ao roubo de um quadro e um amor do passado. Foi uma leitura ok. Esperava um pouco mais.
Nota: 3


Bartleby, o escrivão - uma história de Wall Street - Herman Melville
Uma das minhas raras releituras do ano. Li pela primeira vez para a faculdade há uns três anos e adorei. Na releitura, a obra perdeu um pouco do impacto, mas a novela continua excelente. De vez em quando dá uma vontade de dar uma de Bartleby...
Nota: 4


A estrela mais brilhante do céu - Marian Keyes
Chick-lit que minha tia me emprestou há séculos e fui deixando de lado porque é comprido. A história é interessante e apresenta vários personagens, todos moradores do mesmo prédio, do ponto de vista de um narrador pouco usual. Como em qualquer livro que alterna entre diferentes personagens, algumas partes são mais interessantes e outras você tem vontade de pular, mas no geral o livro é gostoso de ler e tem conflitos que captaram minha atenção.
Nota: 3,5


Funny Girl - Nick Hornby
O Nick Hornby é um dos meus autores preferidos. Na minha opinião, esse não é um dos melhores livros dele, mas também não é dos piores. Achei que ele foge um pouco do estilo padrão do Hornby. O livro se passa nos anos 60 e apresenta a história de uma bela jovem que deseja ser comediante, acompanhando seus passos até o estrelato e as pessoas que passam a fazer parte do programa que ela estrela.
Nota: 3,75


A história secreta - Donna Tartt
Muitas pessoas que eu conheço amaram esse livro, então tentei manter as expectativas sob controle. É desses romances com personagens moralmente questionáveis envoltos em mistério. É bem escrito, muito envolvente, com personagens bem construídos, mas acho que desandou mais para o final e me pareceu meio prolixo. Talvez eu não tenha conseguido manter as expectativas sob controle e tenha esperado demais?
Nota: 4


Sayonara, gangsters - Genichiro Takahashi
Romance pós-moderno estranho que envolve nomes, morte, escola de poesia, um gato que gosta que leiam para ele e gangsters. Comecei gostando bastante, mas depois foi ficando meio maçante. Não sei muito bem o que achar. Leiam se gostam de coisas viajadas.
Nota: 3,25

Quadrinhos


De quadrinhos só li o volume 3 de Gen - Pés descalços. Esse volume mostra as dificuldades de Gen e de sua mãe de arranjarem emprego e moradia. Através de um personagem pintor que, após a bomba, passou a ser rejeitado pela própria família, o autor mostra como os que sofriam com os efeitos da bomba foram discriminados. Gostei bastante desse volume, mas estou me cansando de tantos personagens completamente mesquinhos e outros tão bonzinhos, gostaria de ver um meio termo de vez em quando.

Animes

Meu OTP

Mais uma temporada de animes terminou e alguns especiais de séries que eu acompanhava foram lançados. Working!!! finalmente chegou ao fim com o especial Working!!! Lord of the Takanashi, que pelo título e preview parecia ser uma coisa meio medieval/RPG, mas acabou se revelando um episódio normal da série, concluindo o que faltou ser concluído de maneira eficiente. Eu preferia que eles tivessem terminado o anime sem esse intervalo entre um lançamento e outro, porque cortou o clima, mas fazer o que, né? Não foi o melhor especial ever, mas foi uma boa conclusão e vou sentir falta dessa turminha do barulho.


Também vi o especial de Hibike! Euphonium, Kakedasu Monaka, que acompanha o Team Monaka, formado pelos membros da banda rejeitados na audição, em sua missão de ajudar a banda principal na competição. É fofo, bem feitinho e dá espaço para os personagens brilharem (adorei a Natsuki nesse especial!). Que venha a segunda temporada!


E, finalmente, vi Subete ga F ni Naru: The Perfect Insider, anime super hypado no início, mas que foi decepção para muita gente, pelo menos entre os blogueiros brasileiros. Foi bom eu ter assistido já sabendo que muita gente odiou, porque minhas expectativas estavam lá embaixo e pude me divertir razoavelmente com o anime. É uma série de mistério meio pretensiosa com um bom potencial que não se cumpre. O mistério tem vários furos, os personagens poderiam ser mais bem aproveitados, o desenvolvimento é meio lento e repetitivo e há algumas filosofices rasas apresentadas como se fossem geniais. Mas ele tem bons momentos de direção, algumas ideias são interessantes e o mistério conseguiu me manter entretida e curiosa, então o saldo é positivo.

Filmes


Só vi dois. Ainda na mostra de Realismo Fantasmagórico no Cinusp, vi Shara, da Naomi Kawase, sobre uma família que vive à sombra do desaparecimento do filho. Não é muito o meu tipo de filme, achei contemplativo demais para o meu gosto, mas algumas das cenas e a atmosfera geral dele me marcaram bastante. Foi desses filmes que não gostei muito quando estava assistindo, mas me lembro com carinho/admiração.


Também assisti ao filme coreano A visitante francesa, que conta três histórias diferentes sobre uma turista francesa em uma cidadezinha litorânea na Coreia. Eu esperava mais, mas ainda assim gostei.

Livros comprados


Sou louca para ler algo dos Moomins desde que, numa das minhas fuçadas pela Livraria Cultura, encontrei uma edição fofucha em inglês, mas não comprei. Desde então me deparei com os bichinhos brancos aqui e ali (eles tem até anime!), mas foi só com o lançamento dos livros no Brasil pela Gutenberg que decidi finalmente conhecê-los. Também da Gutenberg, comprei os dois volumes que me faltavam da trilogia Anômalos.

Os outros três livros foram as compras da minha irmã na feira da USP. Ela foi bem mais controlada do que eu, como podem ver. Estamos querendo ler Passarinha há séculos, mas nunca estava num preço bom o bastante. O do Aravind Adiga eu nem esperava encontrar na feira, porque a Nova Fronteira nunca levava os livros do autor, mas que bom que ela levou. Estou louca para ler! E quanto a Alma?, vi resenhas positivas por aí, parece bom.


Esse A raposa sombria foi pura compra de impulso. Fui fuçar o site da Hedra antes de ir para a feira da USP e a essa capa me chamou a atenção. Parece ser um livro estranho, mas sei lá, fiquei fascinada e tive que comprar. O autor já escreveu músicas com a Björk e é um livro islandês, então conta para o desafio Volta ao Mundo, yay!

Depois de gostar de O Buda no sótão, tive que comprar mais um da autora. O do Ondjaki eu queria faz tempo, não tem nas bibliotecas que eu frequento e estava esgotado na feira do ano passado, então estou feliz por ter conseguido comprar dessa vez. Neuromancer eu comprei só porque essa edição é linda de morrer! Nem sei direito sobre o que é o livro, sorry. E, claro, não pode ter feira do livro sem uma passada na Estação Liberdade e mais um Soseki para a coleção.


Essas foram minhas compras da Black Friday. Comprei dois quadrinhos da Nemo que parecem muito interessantes. O Fortunately, the Milk é um presente para a minha irmã, que queria ler faz tempo. Também aproveitei para comprar uns livros da Cosac Naify (RIP). O do Kobo Abe parece ser meio bizarro e kafkaesco, o do Faulkner eu queria comprar desde que lançou, porque amo esse autor, e o Filomena Firmeza é uma fofurinha ilustrada pelo Sempé, amor do meu coração.


Os mangás do mês. Estou assinando Orange, mas ainda não comecei a ler, acho que vou esperar mais um volume chegar. Acho as capas muito lindas! E os dois Gen também fazem parte do saldo da feira da USP.

Em breve devo postar sobre os melhores de 2015. Queria escrever o post antes, mas vai que eu leio algo maravilhoso nesse último dia, né? (Duvido)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Balanço de leituras: desafios literários

Em 2015 me comprometi a participar de três desafios literários, mas acabei desistindo de dois deles. Do Desafio Literário do Tigre, em sua segunda edição, desisti porque a própria criadora desistiu. Pensei em continuar lendo os livros planejados, mas fiquei com preguiça. Já o meu desafio autoimposto de ler livros mais diversos foi esquecido por mim, mas pelo menos cumpri a maioria das categorias sem planejamento. Acho que só não li livros de autor negro, nem com protagonista idoso ou deficiente, pelo que eu me lembre (preguiça de pesquisar).

O Desafio Literário Skoob foi um sucesso e consegui me ater a quase todas as minhas escolhas do início do ano, o que nem sempre acontece. O desafio foi ótimo para ler livros que amargavam há tempos na fila de leituras.

Os livros que li em cada tema:

Janeiro - Novinho em folha
Naufrágios - Akira Yoshimura

Fevereiro - Livros de fantasia
Os pequeninos Borrowers - Mary Norton
Krabat - Otfried Preußler

Março - Escritoras com A maiúsculo
A lista negra - Jennifer Brown
A esperança - Suzanne Collins
Morte no Nilo - Agatha Christie
Culpados - Kate Chopin
The Book of a Thousand Days - Shannon Hale
Grande irmão - Lionel Shriver

Abril - Pega na mentira!
O talentoso Ripley - Patricia Highsmith

Maio - Língua mãe
Nada dramática - Dayse Dantas

Junho - Casais
O mundo pós-aniversário - Lionel Shriver

Julho - Inverno
Sanshiro - Natsume Soseki
O boneco de neve - Jo Nesbø

Agosto - Folclore e mitologia
Novas aventuras de Askeladden

Setembro - Livros banidos
The Chocolate War - Robert Cormier

Outubro - Terror
A outra volta do parafuso - Henry James
Nosferatu - Joe Hill

Novembro - Finados
Morte e vida de Charlie St. Cloud - Ben Sherwood

Dezembro - Livros ganhadores de prêmios
O Buda no sótão - Julie Otsuka

E o grande Randomicidades Aleatórias Awards desse Desafio Skoob 2015:

Melhores livros: Sanshiro, The Chocolate War, O Buda no sótão, O mundo pós-aniversário.

Pior livro: Morte e vida de Charlie St. Cloud.

Surpresa: Nada dramática (já esperava gostar, mas gostei mais do que esperava).

Decepções: A outra volta do parafuso, O talentoso Ripley. Foram leituras meio enfadonhas.

Mixed feelings: Morte e vida de Charlie St. Cloud. A história tem um monte de elementos que me desagradaram, mas eu não conseguia parar de ler.

O Desafio Skoob terá uma nova edição em 2016 e provavelmente vou participar de maneira mais desapegada. Ainda estou indecisa em relação a outros desafios, porque esse será meu sexto ano (!) participando de desafios do gênero e não encontrei nenhum com temas muito interessantes/novos.

E vocês? Vão participar de algum desafio ou projeto literário em 2016? 

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Livro: O Buda no sótão

Título: O Buda no sótão
Título original: The Buddha in the attic
Autora: Julie Otsuka
Tradutora: Lilian Jenkino
Editora: Grua

No começo ficávamos constantemente pensando neles. Por que montavam os cavalos do lado esquerdo e não do direito? Como eles conseguiam diferenciar um dos outros? Por que é que estavam sempre gritando? Por que motivo penduravam pratos nas paredes em vez de quadros? E aquelas fechaduras em todas as portas? E os sapatos dentro de casa? Sobre o que conversavam tarde da noite antes de pegar no sono? Com o que eles sonhavam? Para quem rezavam? Quantos deuses será que eles tinham? Era verdade que enxergavam a figura de um homem na lua, e não a de um coelho? E que comiam carne de vaca nos funerais? E que bebiam o leite das vacas? E aquele cheiro? O que seria? "Fedor de manteiga", explicaram nossos maridos. (p. 31)

O Buda no sótão usa a primeira pessoa do plural para narrar a experiência das diversas mulheres japonesas que imigraram para os Estados Unidos na década de 1910. Com casamentos arranjados por casamenteiras e falsas promessas dos futuros maridos, elas atravessam o oceano, deixando a vida que conheciam para trás, para se deparar com a dureza de viver em um novo país. O livro acompanha essas mulheres em seus novos relacionamentos com os maridos que não conheciam, no trabalho árduo e interminável, no contato com os brancos, no nascimento dos filhos, até a deportação da comunidade japonesa para os campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

O livro não tem ação quase nenhuma, não se apega a personagens individuais e segue uma estrutura repetitiva para retratar a vida dessas mulheres, o que poderia torná-lo entediante e sem graça, mas a escrita poética da autora dá vida a essas vozes de uma maneira muito bonita e envolvente.

O foco narrativo pouco convencional foi um dos aspectos que fez com que eu me interessasse pela obra inicialmente. É interessante acompanhar uma narrativa pela voz de um grupo e não de indivíduos e, apesar de às vezes eu sentir certa dificuldade em me acostumar com essa voz, achei que a autora soube transmitir bem essa ideia de um coletivo formado por uma miríade de indivíduos e experiências.

Esse foi meu primeiro contato com a obra da Julie Otsuka e fiquei bastante admirada com o talento dela. Já comprei meu exemplar de Quando o imperador era divino, seu romance de estreia, também sobre os nipoamericanos, que parece se aprofundar mais na situação durante a Segunda Guerra.

Por O Buda no Sótão a autora recebeu o prêmio PEN/Faulkner de 2012, que premia o melhor livro norte-americano de ficção do ano.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Mangá: Annarasumanara


Título: Annarasumanara
Autor: Ha Il-Kwon
Ano: 2010
Volumes: 3
Capítulos: 27

O que Yoon Ah-ee mais deseja é crescer logo e se tornar uma adulta normal. Abandonada pela mãe e sem poder contar com o pai, ela divide o seu tempo entre os estudos, sempre se esforçando para ser uma das primeiras alunas da classe e garantir um futuro, e o trabalho, já que precisa sustentar a casa por conta própria. No entanto, seus esforços não são o suficiente para uma vida confortável e ela mal consegue garantir a alimentação dela e de sua irmã mais nova. É então que conhece um misterioso mágico que vive em um parque de diversões abandonado. A princípio, Yoon Ah-ee o despreza, pois, em sua ânsia por se tornar o que a sociedade espera de um adulto, ela o julga infantil e ingênuo, preso a ilusões, mas aos poucos ela vai redescobrindo seus antigos sonhos e passa a ver o mundo de outra forma.

A questão do que é ser adulto é o cerne dessa obra, que também aborda o tema com o personagem Na Il-Deng, colega de Yoon Ah-ee na escola. Rico e muito inteligente, ele estuda com afinco para ter um futuro brilhante, sem parar para se questionar se é isso o que ele realmente quer. Único personagem representado de forma diferente, com a cabeça alongada e desproporcional, ele também passa por uma transformação após se aproximar de Yoon Ah-ee e conhecer o mágico.


A arte desse manhwa (mangá coreano) é bastante diferente dos quadrinhos que eu conheço. O preto e o branco predominam, mas há alguns toques de cor aqui e ali que realçam certos aspectos das cenas. Os quadros são geralmente amplos, muitas vezes ocupando a página inteira, o que torna a leitura bastante rápida. O traço do autor é agradável, apesar de eu ter estranhado um pouco no início, e ele usa uma mistura de técnicas em algumas páginas, com montagens, que geram imagens muito bonitas.

Esse é o primeiro manhwa e primeira webcomic que leio. Apesar de já ter lido resenhas positivas sobre a obra, eu não estava dando muito por ele e fui mais atraída pelo visual do que pela história. Acabei me surpreendendo. Os personagens são cativantes, com um bom desenvolvimento, e gostei das questões levantadas pelo autor. É um manhwa leve e gostoso de ler, mas que também oferece sua dose de reflexão.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Volta ao mundo em 80 livros: Como ficar podre de rico na Ásia emergente

Título: Como ficar podre de rico na Ásia emergente
Título original: How to get filthy rich in rising Asia
Autor: Mohsin Hamid
Tradutora: Sonia Moreira
Editora: Companhia das Letras

O protagonista desse livro nasceu em uma cidadezinha pobre de um país pobre, em uma família pobre, mas, por sorte, conseguiu subir na vida aos poucos. Inicialmente ele trabalha vendendo comida com a data de validade adulterada, para em seguida iniciar seu próprio negócio, comercializando água engarrafada, sempre com alguma ilegalidade aqui e ali, porque é assim que as coisas funcionam na Ásia emergente.

Seguindo uma estrutura de livro de autoajuda, cada capítulo apresenta um conselho diferente, como "não se apaixone", "esteja preparado para fazer uso da violência" e "faça amizade com um burocrata". A partir desses conselhos, o autor narra com bom-humor e ironia as fases da vida do protagonista, da infância à velhice. O foco narrativo é na segunda pessoa, o que sempre me causa estranheza, mas que nesse caso faz sentido, afinal, você, leitor, é que é o protagonista dessa história.

Apesar da estrutura criativa e do foco narrativo pouco usual, a história em si é bastante convencional. Isso não a torna menos cativante, mas eu imaginava que o livro seria mais sátira de manual de autoajuda e menos romance.  

Como já comentei em alguma resenha aqui no blog, sempre que leio livros que se passam em países em desenvolvimento lembro do Brasil. Nesse livro não foi diferente. A vida sofrida dos personagens, a falta de perspectivas, a luta pela ascensão social, a corrupção, tudo supostamente se passa no Paquistão (o país não é nomeado), mas se encaixa perfeitamente no contexto do nosso país.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Randomicidades do mês - novembro (filmes, animes e compras)

Filmes

Comecei o mês cheia de vontade de ver filmes, mas fui perdendo o ânimo aos poucos. Pelo menos consegui ver alguns filmes que eu queria ver faz tempo.


Sangue nas águas
Vi na aula de húngaro. O filme é sobre a revolução húngara de 1956, quando o povo se revoltou contra o governo socialista da época, e sobre a equipe nacional de polo aquático, que protagonizou uma das partidas mais violentas da história das Olimpíadas contra a União Soviética. O protagonista é um dos jogadores de polo, que conhece uma estudante revolucionária, se apaixona e começa a se envolver nas revoltas estudantis. Achei o filme meio cheio de clichês irritantes, com toda aquela história do casal que mal se conhece e já se ama intensamente, mas tirando isso até que é interessante.


Alabama Monroe
Fiquei com vontade de ver esse filme ao saber que nele toca "If I Needed You", porque adoro essa música na versão do Andrew Bird. Ele foi indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2014 e é sobre um casal fã de bluegrass que tem uma filha com câncer. É um filme bem emocional e muito bom.


Contos da lua vaga
Esse é um clássico japonês do Kenji Mizoguchi. No filme, dois oleiros viajam à cidade para vender suas peças de cerâmica, deixando suas famílias na vila em que viviam, mas um deles é seduzido por uma misteriosa mulher e o outro é seduzido por sua ambição de se tornar samurai. O filme é muito bonito e onírico, mas achei meio lento.


O lobo atrás da porta
Fazia muito tempo que estava para assistir a esse filme, mas sempre adiava por um motivo ou outro. É um thriller nacional sobre o sequestro de uma criança e um triângulo amoroso. Gostei das atuações e de como ele retrata os relacionamentos dos personagens. Ótimo filme.

Animes


Recomecei a ver o anime de episódios curtinhos Poyopoyo Kansatsu Nikki. Eu tinha visto até o episódio 15 faz um tempão e parei não sei por quê. Agora voltei a acompanhar as aventuras desse gato redondo e fofinho. É um anime leve, engraçado e gostoso de assistir.


Na vibe de assistir coisas curtas, vi dois curtas do Makoto Shinkai: Tooi SekaiKanojo to Kanojo no Neko. Os dois são poéticos e reflexivos. Não é bem o tipo de coisa que eu gosto em curtas, mas são bonitos e vale a pena dar uma chance.


E, claro, vi o lançamento mais aguardado do ano: Digimon Adventure tri. 1: Saikai. Não estava com altas expectativas e no final achei mediano. Não sou muito fã de todo o estilo visual e gostaria de ver mais da personalidade dos digiescolhidos (que é algo que a primeira temporada fez muito bem), mas ainda é o primeiro capítulo e tem muita coisa a ser desenvolvida pela frente. Assim como a maioria das pessoas, também estranhei a falta de menção aos personagens do 02 e achei o dilema do Tai/Taichi meio furado, por outro lado, entendo que o personagem cresceu e mudou (só que essa mudança foi mal desenvolvida no filme em seus vários flashbacks da cena do celular quebrado). Essa série nova merece mesmo parabains é no quesito entretenimento, porque eu e a minha irmã demos altas risadas em cenas muito aleatórias, e eu estava precisando mesmo de umas boas risadas.

Continuo assistindo vagarosamente: Shoukoujo Sara, Kowabon, Nihon Animator Mihonichi.

Séries

Depois de muito tempo voltei a assistir Six Feet Under. Comecei a segunda temporada e, sei lá, continua bom, mas não está me empolgando muito. 

Compras

Comprei umas coisas na Amazon que vão demorar para chegar, mas além delas também comprei um bom número de livrinhos, o que só me atrapalha em minha meta de não acumular mais de cem livros não lidos na estante (estou com 91, boa sorte para mim).


A maioria daí foi comprada no Sebo do Messias, menos o Jurassic Park. O livro do Eeyore é uma graça, ele é meu personagem preferido da turma do Puff/Pooh e as frases dele são as melhores. The Great Unexpected é da Sharon Creech, autora de Andar duas luas, que eu amo demais. Adoro essa edição de Jurassic Park e li muitas resenhas elogiosas ao livro, então aproveitei uma promoção e garanti o meu. Depois de The Chocolate War fiquei com gostinho de quero mais de "feel bad books", então decidi comprar outro livro do autor. O da Zadie Smith foi comprado às cegas, ainda não conheço a autora muito bem.


E esses foram os mangás do mês. Já li Gen e Limit, o Orange vai ter que esperar um pouco. Acho a capa de Orange linda demais, pena que esse mangá está sofrendo do problema do papel transparente. :(


E por último, comprei essa garrafinha de dinossauros porque é fofa, mesmo que pareça uma mamadeira. :)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Randomicidades do mês - Novembro

Novembro foi um mês que passou assustadoramente rápido mas ao mesmo tempo me pareceu incrivelmente longo. Revendo minha lista de leituras, fiquei surpresa com o monte de coisa que consegui ler. Por mais que a maioria tenha sido curta e/ou rápida, fiquei contente em ter conseguido fazer a fila andar e ter lido muita coisa da minha estante.

Como as leituras foram muitas, vou dividir o post e deixar os filmes, animes e compras para depois, senão vai ficar gigante.

Livros lidos


O misterioso lar Cavendish - Claire Legrand

Victoria é uma menina certinha, filha e aluna exemplar, que deseja que tudo seja perfeito. Seu único amigo é um menino nada perfeito, com um visual meio amarfanhado e mais apreço pela música do que seria recomendado, que ela tenta "consertar". Porém, um dia esse amigo desaparece, coisas estranhas começam a acontecer e ela parece ser uma das únicas pessoas que notam. Tudo indica que a fonte dos problemas é o orfanato Cavendish, e é para lá que Victoria terá de ir se quiser resgatar seu amigo.
Gostei bastante dos personagens desse livro, da mensagem geral e de sua edição e ilustrações, mas várias coisinhas me incomodaram. O estilo de escrita me agradou racionalmente, mas não emocionalmente (algo como: em vários trechos me vi pensando "olha, é esse o tipo de texto que eu gosto de ler", mas não conseguia sentir isso realmente. Tá, não sei se fez sentido), e em geral o livro não me prendeu muito e não conseguiu me transmitir o clima assustador que propõe. O que também desagradou foi que ele lembra muito Coraline do Neil Gaiman. É parecido a ponto de incomodar, pois alguns elementos são semelhantes demais. Isso tirou parte da graça da leitura.

Nota: 3,5


Tartarin de Tarascon - Alphonse Daudet

Tartarin é um personagem meio Dom Quixote, meio Sancho Pança. Parte dele quer sair em grandes aventuras, enquanto a outra quer ficar acomodada na poltrona vivendo confortavelmente. Devido à essa personalidade dividida e à sua ingenuidade, ele se mete em aventuras, confusões e situações estapafúrdias. O livro é leve e divertido. Gostei mais do que esperava.

Nota: 3,75


Falando com o anjo - Nick Horby (organização)

O livro reúne contos de diferentes autores, muitos dos quais eu só conhecia pelo nome, como Zadie Smith, Dave Eggers e Irvine Welsh. Como qualquer coletânea, o resultado é irregular, mas, apesar de eu não ter achado nenhum dos contos excepcionais, também não achei nenhum muito fraco (os que menos gostei foram o do Irvine Welsh e o do Colin Firth). É interessante para conhecer novos autores ou para finalmente ter contato com aqueles de quem você já ouviu falar.

Nota: 3,75


Um, dois e já - Inés Bortagaray


Nota: 3,75


Cabeça de vento - Meg Cabot

Faz tempo que eu queria ler esse livro porque ele tem um trope besta, mas que eu adoro: troca de corpos. Ao ler, descobri que não é bem uma troca de corpos, mas é quase isso: após um acidente, uma menina normal, a nerdona esquisita da escola, descobre que está no corpo de uma modelo adolescente famosíssima. Foi com esse livro que descobri que realmente sou fã de histórias escolares, porque me vi o tempo todo desejando que a autora deixasse toda a nova rotina da protagonista como modelo de lado e pulasse logo para quando ela volta para a escola. Pena que a vida escolar ocupa pouquíssimo do livro e todos os conflitos terminam em aberto porque esse é o primeiro volume de uma trilogia, mas ainda assim achei divertido e vou ler os próximos.

Nota: 3,25


Morte e vida de Charlie St. Cloud - Ben Sherwood


Nota: 2,75


Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses - Sonia Bibe Luyten

Tenho esse livro faz um tempão (a mãe de uma amiga me deu quando estava se desfazendo dele) e achava que nunca iria ler, mas agora que voltei a ler mangá pensei que não faria mal saber mais sobre o assunto. Ele conta bastante sobre a origem do mangá e seu desenvolvimento, relacionando-o à história do Japão. A autora aborda a importância do mangá na sociedade japonesa, os tipos mais populares e fala brevemente da presença dele em outros países. Como o livro é meio antigo, ele não analisa aspectos mais modernos do mangá, que é o que mais me interessa, mas foi uma leitura interessante mesmo assim.

Nota: 3,5


O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação - Haruki Murakami

Achei que esse livro tem bons momentos e aspectos interessantes, mas no geral é tão sem graça. É basicamente a história de um cara que tinha um grupo muito unido de amigos que, de repente, sem motivo aparente, deram um chega para lá nele, o que o deixou deprimido. Muitos anos depois, ele finalmente vai atrás do amigos para descobrir por quê. Os protagonista é tão... incolor, não consegui me importar com ele e nem com quase nada da história. Com exceção de Norwegian Wood, ainda não consegui ver tudo isso que as pessoas veem no Murakami. u_u

Nota: 3


A ilha dos dissidentes - Bárbara Morais

Nessa distopia, uma garota descobre ser anômala (pessoa com mutações que lhe dão poderes) e deixa sua cidade em região de guerra para o conforto da vida em uma cidade só de anômalos. Claro que lá ela descobre que a vida não vai ser moleza e que ser anômalo pode trazer muitos problemas. Gostei bastante da escrita da Bárbara, do ritmo, dos personagens, só não sei se a história em si me interessou tanto assim. Achei um pouco genérica, por enquanto.

Nota: 3,5


Como ficar podre de rico na Ásia emergente - Mohsin Hamid

Resenha em breve

Nota: 3,75

Quadrinhos



A máquina de Goldberg - Vanessa Barbara e Fido Nesti

Um menino vai ao acampamento escolar, onde terá que suportar os colegas chatos e o diretor mandão que vivem pegando no seu pé. Lá ele conhece Leopoldo, o zelador que cria máquinas de Goldberg, e se envolve em um grande plano de vingança. O traço do Fido Nesti é muito fofo e a história é simpática, apesar de a metade final ter parecido apressada demais e eu não ter sentido muito peso no desfecho.

Nota: 3,5



Fun Home: uma tragicomédia em família - Alison Bechdel

Ler essa graphic novel foi uma epopeia. Comecei a ler na biblioteca, mas como não dá para pegar emprestados livros que têm apenas um exemplar disponível, tive que ler lá mesmo. Comecei no final da tarde e planejava ler metade, mas enquanto lia achei que talvez eu conseguisse terminar de uma vez. Não deu, a biblioteca fechou quando eu estava na metade do penúltimo capítulo. Tudo bem, continuo daqui a duas semanas, quando voltar para devolver os livros que peguei. Volto lá e a gibiteca está fechada para darem uma mudada no visual. Triste. Quando volto dali a um mês, sabendo que a gibiteca reabriu, vou toda lépida e faceira procurar o livro nas estantes e... não acho. Nesse momento senti uma séria vontade de chorar, porque esse é meu nível de maturidade emocional. Me recomponho, tomo coragem e pergunto para a bibliotecária e... ela também não acha. Aparentemente, nessa reorganização vários livros foram mudados de lugar e só com o tempo as coisas vão se ajeitar. Triste. Felizmente vivemos na era digital e consegui baixar o livro em pdf e ler no computador mesmo. Não é o ideal, mas deu pro gasto. Fim dessa história fascinante.

Agora, sobre a graphic novel: são as memórias da autora, focadas principalmente na infância e na adolescência dela, a descoberta de sua homossexualidade e seu relacionamento com o pai. Fiquei curiosa para ler essa obra porque a família cuida de uma casa funerária, e isso me lembrou da série Six Feet Under, mas no final a casa funerária não tem grande importância. A autora cita várias obras literárias e autores, como Proust e Joyce, que seu pai apreciava e criavam um vínculo entre ele e ela, mas achei essas partes um pouco chatas, sinceramente. De resto, é tudo muito bom.

Nota: 4


Gen Pés Descalços - vol. 2 - Keiji Nakazawa

Li o primeiro volume há quase um ano, mas só consegui comprar o segundo agora. Demorei um pouco para me situar na história, que começa em meio a desgraceira toda da bomba, com cenas bem desesperadoras e tristes. Prefiro os momentos mais calmos e cotidianos do mangá, quando os personagens estão tentando reconstruir sua vida, e estou ansiosa para ler os próximos volumes.

Nota: 3,5



Limit - vols. 4 e 5 - Keiko Suenobu

Agora só falta um volume para acabar! A história tem lá seus altos e baixos e não sei bem o que esperar do final, mas estou gostando. :)

Nota: 3,5


Annarasumanara - Ha Il-Kwon

Webcomic coreana, vou resenhar me breve. Já adianto que: é muito boa!

Nota: 4

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Ufa, finalmente acabou! Desculpem pelo post gigante!