segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Filmes do mês - setembro

Em setembro, consegui ver mais filmes do que o costume. Aproveitei umas mostras, vi uns filmes que queria ver faz tempo e outros que eu nem sabia sobre o que eram. Achei interessante que foi um mês geograficamente variado também. ;)


A negra de...
Diretor: Ousmane Sembène
Ano: 1966

Assisti a um pedaço desse filme na faculdade e gostei bastante. Mesmo assim, demorei uns três anos para ir atrás e ver o filme inteiro. Esse é o primeiro longa de Sembène, importante cineasta e escritor senegalês (comentei sobre um dos livros dele aqui), e conta a história de Diouana, uma mulher senegalesa que se muda para a França para trabalhar como babá para um casal branco. Antes de partir de sua terra natal, ela sonha com uma vida glamorosa, mas ao chegar lá percebe que o trabalho não era o que ela esperava e se sente isolada, deslocada e infeliz.

O filme levanta questões sobre identidade, pós-colonialismo e racismo, e é bastante interessante ver como isso é abordado por um cineasta local naquela época. Não é o filme mais redondinho e bem acabado do mundo, mas vale a pena dar uma olhada se você se interessa pelo assunto.


Princesa Arete
Diretor: Sunao Katabuchi
Ano: 2001

Arete é uma princesa aprisionada em uma torre, impedida pelo pai de sair até que ele escolha seu futuro marido. Para conquistar o trono, os pretendentes viajam pelo mundo em busca dos objetos mais valiosos. No entanto, Arete não liga para nada disso e só quer ser livre.

Assisti a esse filme na mostra Anime Criativo no MIS, que também exibiu alguns animes que parecem muito interessantes, mas que não vi porque não gostei da sala reta demais e sofri com os cabeções na minha frente. O filme é fofinho, com um jeito meio Ghibli, mas é um pouco arrastado e eu fiquei sem entender algumas coisas (por culpa dos cabeções tapando parte das legendas ou por minha falta de inteligência, não sei).


Deus branco
Diretor: Kornél Mundruczó
Ano: 2014

Comecei a estudar húngaro no início do ano e estava a fim de assistir a alguns filmes para imergir um pouco na sonoridade da língua e ver o que eu consigo entender. Dei uma pesquisada e encontrei esse filme, que me chamou a atenção porque tem muitos, muitos, muitos cachorros, então é óbvio que eu ia assistir.

O filme apresenta uma alegoria bastante pertinente aos momentos atuais que a Hungria anda vivenciando. Após uma lei passar a cobrar taxas dos donos de cães mestiços, Lili é separada à força de seu cão, Hagen. Indignada com o pai, que abandonou o cão, a garota sai pelas ruas à procura do animal. Já Hagen enfrenta a dura vida sem dono até se aliar a companheiros caninos e iniciar uma revolta brutal contra os humanos.

Com 247 cães usados nas filmagens, quase todos vira-latas adotados de abrigos, o filme cria cenas impressionantes e bastante fortes.


O desejo da minha alma
Diretor: Masakazu Sugita
Ano: 2015

Após perder os pais em um terremoto, um casal de irmãos passa a viver com os tios e tenta reconstruir sua vida. Fui assistir a esse filme sem saber muito sobre ele e acabei gostando, apesar de ter achado meio cansativo e de não ter gostado muito do final. Gosto de filmes meio tristinhos sobre relações familiares e achei o relacionamento entre os dois irmãos encantador. Haruna, a irmã mais velha, é admirável ao se mostrar forte diante de Shota, seu irmãozinho, guardando toda a tristeza para si, e o Shota é uma graça.


Que horas ela volta?
Diretora: Anna Muylaert
Ano: 2015

Como todo mundo está falando desse filme, acho que eu não tenho muito o que dizer. Eu gostei bastante, mas também não achei tão maravilhoso quanto alguns estão achando. É um filme simples e bastante realista, com críticas contundentes.


Digimon Adventure 02 Movie
Diretor: Shigeyasu Yamauchi
Ano: 2000

Fui assistir a esse filme achando que ia ser um saco, porque a segunda temporada de Digimon não é lá muito do meu agrado, mas acabei surpreendida positivamente. O filme apresenta Wallace, um digiescolhido americano que tinha digimons gêmeos. No entanto, um desses digimons desapareceu no passado e agora reapareceu cheio de fúria, tomado por alguma força maligna. Os digiescolhidos então vão até os EUA ajudar a lidar com o problema.

O filme tem seus problemas, como a falta de explicação para o que faz o antagonista agir dessa forma e a falta de importância dos digiescolhidos com a exceção do Daisuke/Davis, mas eu gostei bastante da atmosfera da primeira metade. Nada acontece, mas eu achei delicioso ver os personagens simplesmente viajando, conversando e fazendo nada. Acho que muita gente não gosta dessa parte e prefere quando os personagens partem para a ação, mas em geral eu prefiro os momentos de Digimon em que nada acontece.


Whiplash
Diretor: Damien Chazelle
Ano: 2014

O filme realmente prendeu minha atenção, porém depois de assistir eu já não sabia muito bem o que pensar. Gostei, mas é meio esquecível? Os momentos musicais são muito bons, mas, é, eu realmente não gosto de bateria solo. Chegou uma hora que cansou.


Thelma & Louise
Diretor: Riddley Scott
Ano: 1991

Fui assistir só sabendo que era sobre duas mulheres, que tinha armas e road trip, e acabou sendo outra surpresa positiva. Adorei o vínculo entre as duas protagonistas, a força delas e a gradual libertação das duas. Filme empolgante e inspirador.

4 comentários:

  1. Também gosto muito de 'filmes meio tristinhos sobre família', hahaha, uma das especialidades do cinema japonês! Mais um filme pra lista. ^^

    Apesar de Whiplash ser um filme que muitas pessoas acham tem uma mensagem moral importante (que estamos ficando macios, muito protegidos, etc), pessoalmente, também achei esquecível. De repente me lembrei do anime Ping Pong, que trata do mesmo assunto, mas atento às sutilezas envolvidas e coisa e tal.

    Abraços!

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    1. Filmes sobre família sempre me tocam mais que os outros. :)
      Ainda não vi Ping Pong, mas está na minha lista e pretendo ver logo.

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    2. Ping Pong é muito bom!

      Uma recomendação que acho que vale a pena ser feita para quem vai assistir Ping Pong é a de não esperar um típico anime "shounen" de esporte; Ping Pong não é sobre jovens com esforço, amizade e perseverança se esforçando para alcançar seus sonhos. É sobre outra coisa. E tem um dos meus protagonistas prediletos.

      Para mim, Ping Pong é genial, haha. É por isso que estou escrevendo tanto. >_> O diretor de Ping Pong, o Masaaki Yuasa, tem outras animações muito boas também; minha predileta é Tatami Galaxy. E o autor do mangá original de Ping Pong, Taiyo Matsumoto, é ótimo também! Infelizmente ele só teve lançado por aqui "Preto e Branco", no auge da Conrad.

      Espero não estar incomodando. :)

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    3. Não está incomodando! Não conheço muita gente com quem trocar ideias sobre animes e mangás, então acho ótimo ler seus comentários!

      Ainda não vi nada do Yuasa e não sei o que assistir primeiro.
      Acho que vou gostar de Ping Pong. Não sou muito fã de shounen de esporte, então é bom que ele não seja assim. :)
      Tatami Galaxy parece ser bom, só ouço elogios a respeito dele e acho a arte muito bonita.

      "Preto e Branco" também está na minha lista de futuras leituras.

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