I-Revo: Ice Revolution
Autores: Youhei Takemura (arte) e Aya Tsutsumi (história)
Volumes: 3
Capítulos: 13
Ano: 2008-2009
Revista: Jump SQ
Masaki Oosawa, filha de um mestre do caratê, foi criada em meio a homens e é tratada como menino pelo pai e pelos irmãos. Campeã de caratê, a garota age como menino, se veste como menino e até se refere a si mesma com o pronome masculino, mas sonha secretamente em ser feminina e delicada. Um dia, ao andar distraída pela rua, ela é salva de um atropelamento por um garoto, Kaoru Tachibana, e se apaixona por ele. Decidida a reencontrá-lo, ela segue pistas até chegar a um rinque de patinação e descobre que Kaoru é patinador. O gelo logo fascina a menina, e sua primeira tentativa na patinação não é nada ruim. O técnico do rinque se impressiona com sua atleticidade e a convence a treinar patinação, o que Masaki vê como uma oportunidade para se tornar mais graciosa e elegante e descobrir quem ela realmente é e o que quer ser, pois, quando se está no gelo, você pode representar qualquer papel.
Em seu percurso para se tornar uma patinadora, Masaki descobre que o esporte não é nada fácil e exige inúmeras habilidades. Além de se preocupar com isso, ela tem que lidar com a oposição inicial de seu pai, que se recusa a pagar pelo treinamento da filha, com a inimizade de uma das patinadoras locais e com a presença de Kaoru, que, no início, a confunde com um menino.
Escolhi ler esse mangá porque ele é sobre meu esporte favorito e aborda questões de gênero (o fato de ser curtinho ajudou também). Li uma resenha sobre ele no blog Gyabbo e achei que seria uma leitura com a minha cara.
No começo, não gostei da maneira como abordaram a questão do feminino no mangá. Fiquei com medo de que Masaki tivesse que se sujeitar totalmente à norma do que é considerado feminino para se aceitar e ser aceita. Logo no início a amiga de Masaki diz que, quando encontram alguém de quem gostam, as garotas vão querer mudar, e é com isso em mente que Masaki começa a patinar, para se tornar mais feminina e conquistar Kaoru, o que não me parece o melhor dos motivos. Claro que com o tempo ela passa a amar o esporte e tudo mais.
Também me desagradou inicialmente a ideia das patinadoras como o ápice da graciosidade e delicadeza, mas essa ideia foi levemente desconstruída no mangá. Masaki tem um programa de princesa, mas também tem um do Robin Hood, no qual incorpora movimentos de luta e pode exibir toda a sua força, e essa é uma das graças da patinação, os diferentes estilos que os atletas podem adotar no gelo (apesar de alguns serem mais apreciados pelos juízes do que outros).
A arte do mangá é agradável, mas não memorável. O design dos personagens é bonitinho e as cenas de ação foram bem desenhadas, com as posições dos elementos da patinação representadas fielmente.
O mangá foi publicado em um revista para meninos, mas tem muitos aspectos de mangás para meninas (além do fato de que patinação é um esporte com fãs mulheres, em sua maioria). Talvez isso explique sua baixa popularidade e o fato de ter sido cancelado, o que é uma pena, porque a história estava sendo bem desenvolvida até chegar aos capítulos finais, onde tudo foi super corrido e os principais acontecimentos esportivos do mangá ocorreram em poucas páginas. Infelizmente o concorrido mercado de mangás impediu que a obra desenvolvesse todo o seu potencial.
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