Meu Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros está prestes a completar um ano, então preciso comentar minhas últimas leituras.
Comecei o ano no embalo dos livros de países variados, mas depois de um tempo fiquei só repetindo os mesmos países de sempre. Cheguei na fase em que preciso me concentrar mais no desafio para que ele continue fluindo.
Esse é um livro que eu queria ler faz muito tempo e fiquei procrastinando (ou pegaram na biblioteca bem quando finalmente decidi ler). O que me interessou nele quando li uma resenha foi o enredo: uma espécie inteligente de salamandra é descoberta em ilhas isoladas do Pacífico e os humanos passam a usá-la como mão de obra em tudo quanto é trabalho. Com essa convivência tão próxima, surgem as questões: até onde vai a inteligência das salamandras? Que risco elas representam aos humanos? Salamandras têm direitos? Elas podem ser tratadas como humanos?
O livro mistura diferentes tipos de discurso, como relatórios científicos, notícias de jornal e narrativas de viagem. Esse tipo de recurso é interessante, mas não funcionou tão bem para mim nas partes finais. Preferi a primeira parte, em que as narrativas eram mais pessoais e havia um tom de mistério e fascínio em relação às salamandras. (E ao ler sobre o primeiro encontro das salamandras com o capitão, não dá para não comparar com o encontro entre europeus e índios brasileiros.) Para mim, a primeira parte passou aquela sensação de genialidade que eu esperava do livro (altas expectativas, sabe como é), mas o resto decepcionou um pouco, apesar de continuar ótimo.
Esse foi outro livro lido por causa do Projeto Volta ao Mundo em 12 Livros. Gosto muito do Jostein Gaarder de O dia do curinga e O vendedor de histórias; não gosto tanto do Jostein Gaarder quando ele deixa o discurso filosófico se sobrepôr à narrativa, como em O mundo de Sofia.
O castelo dos Pirineus é desses que usa a narrativa como veículo para transmitir uma ideia. No caso, um debate sobre espiritualidade vs ceticismo. O autor usa a voz de dois personagens que costumavam ser um casal e se separaram após um evento estranho que arruinou a harmonia entre eles. Anos depois, eles se reencontram e passam a trocar e-mails, tentando compreender esse evento e expôr suas visões sobre a vida e a morte.
Para quem não tem grande interesse sobre esse assunto e não gosta desse tipo de história que parece escrita só para desenvolver um debate de ideias, o livro é bem chato.
Já tinha lido muitas resenhas elogiosas desse livro e me decidira faz tempo que ele seria o representante da Coreia do Sul aqui no desafio (que outros livros coreanos eu conheço?). Conta sobre o desaparecimento de uma senhora idosa no metrô e como isso abala sua família, que relembra a dedicação e a abnegação da mãe. Tem tudo para ser um livro brega, e de certa forma é, mas sem exageros. Gostei bastante do livro e fiquei com vontade de ler mais da autora.
Que desafio legal, nunca tinha ouvido falar. Nunca pensei em escolher livros pela nacionalidade. Vou acompanhar os seus, porque não tenho coragem de começar vários desafios ao mesmo tempo. Dificilmente daria conta. Boa leitura pra você. Beijos!
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