Autor: Naguib Mahfuz
Tradução: Safa Abou Chahla Jubran
Editora: Berlendis & Vertecchia Editores
Nos anos 60, na cidade de Alexandria, no Egito, cinco homens se hospedam na pensão Miramar, que no passado foi gloriosa, mas cujo brilho se perdeu após a revolução. Com idades, personalidades e objetivos bastante diferentes, eles passam a conviver nesse ambiente. A presença de Zohra, uma bela camponesa que trabalha como criada na pensão, desperta a cobiça de alguns e gera tensão entre os hóspedes.
Cada capítulo é narrado por um dos personagens, que conta a sua vida e apresenta sua visão sobre os acontecimentos na pensão. Temos um ex-jornalista idoso, um jovem proprietário de terras, um locutor introvertido e um contador metido em negócios arriscados, mas a personagem mais interessante é Zohra, uma jovem decidida que foi trabalhar na pensão após fugir de um casamento forçado. É em torno dela que a maioria dos acontecimentos gira.
A alternância de focos narrativos é sempre um recurso interessante. Aqui, ela nos permite vislumbrar o passado dos personagens, bastante marcado pela revolução de 1952, e o ponto de vista de cada um sobre o que acontece durante a estadia deles na pensão, das conversas despreocupadas em datas comemorativas a brigas no meio da noite. Por outro lado, alguns dos acontecimentos não são tão interessantes assim para merecer quatro relatos diferentes sobre eles, algumas vezes sem muita variação.
No início, fiquei um pouco perdida em meio às referências históricas do livro. Não sei quase nada sobre o Egito e, principalmente no começo da narrativa, nomes e fatos históricos são bastante citados. Porém, aos poucos me acostumei e me deixei envolver pela história.
O livro me surpreendeu com o estilo narrativo e com uma história mais cheia de acontecimentos e mistério do que eu esperava, mas não me conquistou totalmente, talvez porque achei a maioria dos personagens chata e por ter ficado meio perdida no contexto histórico.
Livro lido para o desafio Volta ao Mundo em 80 Livros, representando o Egito.
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