segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Patinação: Grand Prix Final

Nos últimos meses tivemos os Grand Prix de patinação artística, com seis eventos que culminaram na grande final, a competição mais importante da patinação, segundo ninguém além do anime Yuri!!! on Ice. Mesmo não sendo o evento mais importante, o Grand Prix Final é a primeira competição da temporada que reúne os principais patinadores, e isso é importante para termos uma ideia de como eles serão julgados no restante da temporada. Além disso, o formato enxuto torna a competição bastante empolgante.

O Grand Prix Final deste ano foi em Marselha, França, e gerou um monte de reclamações sobre a infraestrutura do local. O gelo do rinque estava derretendo, os assentos não eram confortáveis, as medalhas pareciam porta-copos de baixa qualidade, não houve o banquete final, tradição das competições de patinação e fonte de muitas fotos divertidas, e o evento teve pouco público. Deixando essas questões de lado, o GPF foi... interessante. 

Júnior

Fonte: eggplantgifs

Não costumo acompanhar muito dos juniores, mas assisti algumas competições do começo da temporada além da maioria do Grand Prix Final. Tinha altas expectativas de que o Jun Hwan Cha repetisse as boas performances dos Grand Prix anteriores, mas ele cometeu alguns erros graves no programa curto e no final ficou em terceiro.

Todo mundo vive elogiando as patinadoras júnior, falando que elas têm um nível quase tão bom quanto o das seniores, e é verdade que elas têm um nível técnico muito alto, mas poucas me conquistaram por enquanto. Fiquei impressionada com a Anastasiia Gubanova, que é muito expressiva e tem braços elegantes.

Menção especial para a dupla russa Atakhanova/Spiridonov que patinou ao som de Tom Zé. Não foi uma boa apresentação, mas gostei da escolha pouco usual de música.

Pares


Sem Sui/Han, Stolbova/Klimov, Volosozhar/Trankov e com a desistência de Savchenko/Massot, a competição de pares estava bem menos interessante que o costume.

Considerando que os pares já são minha categoria menos preferida, eu estaria completamente desanimada se não fosse por Peng/Jin, minha nova dupla queridinha. Em sua primeira temporada juntos, depois de uma troca inesperada feita pela federação chinesa, Peng/Jin se mostraram prontos para lutar pelo pódio. Peng Cheng, que não demonstrava muita confiança ao lado de seu antigo parceiro, agora parece muito mais feliz e cheia de personalidade. O programa curto deles, ao som de My Drag do Squirrel Nut Zippers (o Andrew Bird fazia parte dessa banda. Será que isso é o mais próximo que terei de ouvir meu cantor preferido na patinação???), é um dos meus preferidos da temporada, e eles tiveram performances limpas ou quase limpas todas as vezes que o apresentaram por enquanto. Infelizmente, o longo não é tão eficaz. Erros nos saltos e em um levantamento fizeram os dois despencarem para a última posição na final. :( Bem, eles ainda são jovens e têm muito pela frente, então espero que tenham performances mais animadoras nas próximas competições.

Quanto ao resto, não ligo muito. Duhamel/Radford eram os favoritos, mas erraram muito e acabaram em terceiro. Yu/Zhang foram ótimos, mas acho os programas deles um tanto genéricos. O mesmo pode ser dito dos vencedores, Tarasova/Morozov (sempre que vejo os nomes deles, imagino uma dupla formada pela Tatiana Tarasova e o Nikolai Morozov, hahaha).

Ice dance

Queria uma foto do pódio, mas não achei, então vamos
de Tessa e Scott

Nesta temporada a dança se tornou uma das categoria mais empolgantes de se acompanhar. Com muitas duplas talentosas e em ascensão e a volta de Virtue/Moir para disputar o topo do pódio contra os atuais campeões mundiais, Papadakis/Cizeron, a competição se tornou um pouco mais imprevisível do que o normal.

Campeões olímpicos e bicampeões mundiais, Virtue/Moir nunca tinham ganhado o GPF, mas eles voltaram com tudo e fizeram ótimas apresentações para ganhar esse título que faltava. A dança curta deles é fantástica e os dois exibem alta precisão e sincronia. A primeira sequência de passos é fabulosa! Já a dança livre começa bem, mas lá pela metade o Sam Smith começa a cantar e estraga um pouco o clima. :P

Minha maior decepção a respeito da dança no Grand Prix Final não é relacionada às apresentações das duplas presentes, embora a mesmice das danças livres tenha me deixado um pouco entediada, mas sim na falta de Gilles/Poirier e Weaver/Poje na final.

Feminino


Não tenho grandes favoritas no feminino, apesar de me inclinar um pouco na direção da Satoko. E não tinha muitas expectativas em relação à competição porque, como quase todos, eu já previa que a Evgenia iria ganhar e, apesar de gostar dela na temporada passada e a achar uma fofa nas redes sociais, não gosto dos programas atuais e nem das pontuações insanas que ela recebe. :P

Apesar da insatisfação com a pontuação da Evgenia, a competição foi excelente. Muitas apresentações limpas, muitas patinadoras que costumavam ser inconsistentes mostrando consistência (oi, Anna! Oi, Kaetlyn!) e um nível muito alto de patinação no geral. Fiquei particularmente contente com a prata da Satoko, que foi massacrada pelos juízes nas competições anteriores, mas que teve sua redenção aqui.

Masculino

Fonte: smolshoma

Finalmente minha categoria favorita! O GPF do ano passado foi o melhor evento da temporada na patinação masculina. Tivemos uma sequência de programas dificílimos e limpos, Yuzuru estraçalhando os próprios recordes, um pódio adorável e muitos momentos divertidos. As expectativas eram que a história se repetisse este ano, mas embora eu tenha recebido parte do que queria (Shoma no pódio e momentos divertidos), o resto foi um tanto desastroso.

Começando pelo programa curto, que teve bons momentos: Adam Rippon fez um programa limpo e animado, pena que seu valor de base é baixo e ele ficou em último. Patrick foi fantástico! Adoro as escolhas musicais do programa, afinal, é Beatles, e para mim ele fez a apresentação do dia (e olha que eu costumava ser hater!). Yuzuru foi ótimo, mas esse programa ainda não me conquistou. E o que foi aquele quad loop salvo e o sorriso? Fiquei rindo sozinha aqui em casa.

O programa curto também teve momentos ruins: Shoma cometeu o pior erro possível, caiu, teve o quádruplo downgraded e perdeu o combo. Nathan também caiu. E o Javier teve as aterrissagens mais esquisitas que já vi, fazendo todo o possível para não tocar com as mãos no gelo, hahaha.

Fonte: magicaleggplant

O programa livre foi quase que só desastre. Exceto pelo Nathan e pelo Shoma, os patinadores cometeram um monte de erros.

O Adam tem um dos meus programas livres preferidos da temporada e até então estava sendo super consistente, mas caiu duas vezes. O Javier estava mostrando boa consistência no programa longo no início da temporada, mas aqui ele caiu e teve aterrissagens bem ruins (mas isso gerou as reações mais hilárias no Yuzuru, hahaha). E o Patrick, após um ótimo programa curto, foi um desastre colossal, com três quedas e um salto anulado por repetição. Parece até o Patrick de certas competições do passado, com a diferença de que aqui ele não foi salvo pelo PCS e ficou em quinto. O Yuzuru não foi um completo desastre, ele cometeu erros em uma quantidade normal e conseguiu vencer a competição graças à vantagem no programa curto, mas as expectativas sempre são altas quando se trata de Yuzuru Hanyu, então é fácil ficar decepcionada.

O Nathan Chen surpreendeu em seu primeiro GPF, conquistando a prata com a única apresentação perfeitamente limpa do dia. E com quatro quádruplos! Todos com GOE positivo! Confesso que não aprecio tanto o estilo do Nathan e acho esse programa mal equilibrado (todos os quádruplos estão no começo, quase todos os elementos que não são saltos estão no final), mas tenho que admitir que o menino é muito bom. Parabéns para ele!

E agora precisamos falar sobre o Shoma. Depois do programa curto meio fraco e de relatos de que ele estava indo muito mal nos treinos pré-competição e boatos de que estava machucado, baixei completamente as expectativas. Felizmente o Shoma provou que eu estava errada e nos entregou mais uma vez um programa livre maravilhoso! Apesar de alguns errinhos (faltou um combo planejado), ele conseguiu deixar o cansaço e a pressão de lado. E preciso dizer que AMO esse programa: o movimento das mãos, a intensidade, o axel sincronizado com o violino, pousando bem no BANG da música. É muito LOOOOCO LOCO LOCO!

Fofos!
Fonte: shoma-uno

Ok, voltando à normalidade agora. Fiquei muito feliz em ver o Shoma indo bem e, por mais que seja mais legal ganhar medalha quando os oponentes também vão bem, não vou reclamar do bronze que ele ganhou aqui. Até porque isso possibilitou interações fofas entre Shoma e Yuzuru no pódio com a lembrança da cena emblemática da pose de casamento. Esses dois sempre me fazem rir. Quero um reality show com eles!

Essas foram minhas impressões do Grand Prix Final! Agora terei que me acostumar à vida sem competições internacionais quase toda semana. :(

Nenhum comentário:

Postar um comentário