Autora: Lídia Jorge
Editora: Record
A narradora sem nome é filha de Walter Dias, o soldado, o desenhador de pássaros, a ovelha negra da família, que não tomava juízo e não parava quieto, que engravidou Maria Ema e foi embora, deixando a mulher casar com o irmão. A narradora espera pelo pai que também é tio e o convoca mentalmente, refletindo sobre ele e sobre o que ele lhe deixou, enquanto à sua volta a família e sua propriedade rural decaem.
Esse livro não estava na minha lista inicial, eu pretendia ler outro da autora, que tenho aqui mas ainda não li, mas ao chegar na biblioteca ele foi o único que realmente me chamou a atenção e dei tchau para a sensatez de ler o que já tenho. Tem algo nos romances sobre família decadentes que me atrai (e o fato de compararem a autora ao Faulkner na orelha me pareceu promissor).
O estilo da autora é bem poético e fragmentado, chegando a ser confuso no início. Isso tem grandes chances de não me agradar, mas nesse caso eu achei bom. É um livro que te conquista pelo estilo e não pelo enredo.
O livro é bem lento, tanto que levei umas duas semanas para ler. Acho que esse é o tipo de livro que fica melhor apreciado aos poucos.