terça-feira, 28 de junho de 2011

DL 2011 - "As sabichonas" e "Escola de mulheres"


Título: As Sabichonas / Escola de mulheres
Autor: Molière
Editora: Martins Fontes
Nº de páginas: 255


Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi...
que a ela é bem simples. Em geral eu prefiro a simplicidade, mas acho que a capa poderia ter uma tipografia diferente, porque do modo que ela é o que acaba em destaque é toda a parte vazia nela.
Eu sei que toda a coleção tem a capa assim, e isso é positivo, pois cria uma identificação rápida com o leitor. E eu já li um outro livro da série, Kalila e Dimna
, e amei, então essa capa me traz boas lembranças.

O livro é sobre... São duas peças:
As sabichonas é sobre a erudição pedante de certos seres.
Escola de mulheres é sobre um homem que tem pavor de ser chifrado e por isso cria a jovem que será sua esposa no isolamento, para mantê-la ingênua. (não é preciso dizer que ele vai se dar mal, né?)

Eu escolhi esse livro porque... na verdade eu não escolhi, foi minha irmã que escolheu e eu peguei carona. Admito que eu mal sabia quem era Molière, sou ignorante mesmo. (não sou sabichona, mimimi)

A leitura foi... divertida, mas eu acabei não me envolvendo tanto com o livro pelo fato dele ser escrito em verso. Eu não sou grande fã de versos, rimas & cia.
Gostei da ironia, do humor e das reviravoltas finais.

O personagem em quem eu gostaria de dar uns tapas é a Belisa, d'As sabichonas. Por quê?
Porque ela precisa acordar para a vida. A mulher é muito sem noção, perdida totalmente em seu mundinho "todos os homens estão apaixonados por mim".

O trecho do livro que merece destaque: Não selecionei nada enquanto lia, então vai um trecho meio aleatório d'As sabichonas
. Nessa cena, Tricretim recita um poema e Filaminta, Armanda e Belisa ouvem (e se extasiam a cada verso).
TRICRETIM
Saia, malgrado o que se diga...

FILAMINTA, ARMANDA E BELISA
Malgrado o que se diga!

TRICRETIM
Desse apartamento imponente...

FILAMINTA, ARMANDA E BELISA
Apartamento imponente!

TRICRETIM
Onde a ingrata insolentemente...

FILAMINTA, ARMANDA E BELISA
Essa ingrata da febre!

TRICRETIM
Contra tão nobre vida intriga.

FILAMINTA
Tão nobre vida!

ARMANDA E BELISA
Ah!

A nota que eu dou para o livro: 3
(sendo: 1- Não gostei; 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5- Adorei)

sábado, 25 de junho de 2011

DL 2011 - Pygmalion


Título: Pygmalion
Autor: Bernard Shaw
Editora: Penguin

Na mitologia grega, Pigmaleão é um escultor que se apaixona pela estátua que esculpiu. Na peça de Bernard Shaw, esse é o papel de Henry Higgins, um foneticista gênio, capaz de identificar pela fala o lugar de origem de qualquer pessoa. Ele faz uma aposta com um amigo de que conseguiria ensinar uma vendedora de flores a falar "direito", de modo que ela pudesse se passar por uma duquesa.

É uma peça muito interessante, principalmente para quem se interessa por fonética etc e tal. E nesses nossos tempos em que a discussão sobre "preconceito linguístico" veio à tona, a leitura se torna ainda mais instigante.

Ah, para quem não sabe, essa peça deu origem ao musical My Fair Lady. Que é ótimo, por sinal.

sábado, 11 de junho de 2011

DL 2011 - Seis personagens à procura de autor


Olá! Mês passado não consegui participar do Desafio Literário por causa de várias leituras para a faculdade. E por causa da preguiça, sempre ela. É uma pena, já que tinha me comprometido a ler pelo menos um livro por mês, mas eu sabia que se tentasse ler o livro do DL acabaria fazendo uma leitura porca. Agora espero cumprir o resto do desafio mais suavemente.

Estamos em junho, mês de ler peças teatrais, o que a princípio me parece uma tarefa mais fácil e que me faz ter esperanças de conseguir ler as minhas três escolhidas.

Resolvi adotar pelo menos para essa resenha a ficha de leitura do DL. Veremos se dá certo.


Título: Seis personagens à procura de autor
Autor: Luigi Pirandello
Editora: Peixoto Neto
Nº de páginas: 162

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi... nada em particular. Acho que quando eu escolho um livro por causa da história ou por já ter ouvido falar nele antes, mal noto a capa. A não ser que ela seja linda e maravilhosa, é claro.
Mas pelo que eu entendi, a capa desta edição é uma foto da peça encenada pelo Teatro Brasileiro de Comédia em 1951. O homem com o jornal deve ser o Diretor e os outros devem ser os atores. E o legal é que dá para ler um pouquinho de um anúncio do jornal: aparentemente há uma liquidação! 20% de desconto!

O livro é sobre... os conflitos presentes no próprio teatro... a realidade e a ficção... personagens e pessoas...
Bem resumidamente, a peça começa com uma companhia teatral que prepara o ensaio do 2º ato da peça O jogo dos papéis, de um tal de Pirandello (quem?). Mal começam o ensaio e são interrompidos por seis personagens que procuram um autor. A partir de suas histórias pessoais, esses personagens e a companhia tentam encenar naquele palco uma nova peça e encontram várias dificuldades para transformar aquilo em teatro, já que cada personagem quer representar a história de seu ponto de vista.

Eu escolhi esse livro porque... já havia lido um livro do autor para a faculdade, O Falecido Mattia Pascal, e gostado bastante. Como meu professor também tinha falado dessa peça e ela me pareceu divertida e inusitada, foi a primeira coisa que me veio à cabeça quando fiz minha lista do DL.
E, convenhamos, meu conhecimento de teatro é limitado. Eu não tinha muitas opções.

A leitura foi... agradável. O livro é denso em alguns momentos, algumas falas do pai são meio longas e eu ainda não entendi muito bem qual é a do Rapazinho, mas a peça tem seus momentos divertidos, tem seus momentos trágicos e tem seus momentos de reflexão.
E as rubricas são muito boas!

O personagem que eu gostaria de entender melhor é o Pai. Por quê?
Talvez porque ele seja o personagem sobre o qual recai a maior parte das falas sobre os personagens, a ficção e tudo mais. E essa parte me deixou meio confusa.

O trecho do livro que merece destaque:
"O Pai
Eu admiro, senhor, admiro os seus atores. Aquele senhor (indicará o Ator Principal), e a senhorita também (Indicará a Atriz Principal), mas certamente... o caso é que não são nós.

O Diretor
Ora! Mas como quer que sejam "vocês", se eles são os atores?

O Pai
Justamente, atores! E representam muito bem, todos dois, os nossos papéis. Mas acredite, a nós parece uma outra coisa, que até queria ser a mesma, mas não é!

O Diretor
Mas não é, como? E o que é, então?

O Pai
Uma coisa que... passa a ser deles; e deixa de ser nossa."

A nota que eu dou para o livro: 4
(sendo: 1- Não gostei; 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5- Adorei)