Autor: DBC Pierre
Editora: Faber and Faber (publicado no Brasil pela Record)
Demorei bastante para engatar na leitura de Vernon God Little. Sem saber muito sobre o que o era livro, me deparei com uma linguagem esquisita e difícil de ler, cheia de gírias desconhecidas e sotaque texano carregado. Sofri um pouco para entender o que estava acontecendo, tive que reler algumas frases e fiquei meio cansada no primeiro dia de leitura, mas logo me acostumei e fui cativada pela história de Vernon, suspeito de participar de uma chacina escolar.
Inocente, Vernon estava no lugar errado na hora errada (e era amigo das pessoas erradas) e é pego pela necessidade de um bode expiatório, já que o único culpado pelo incidente, Jesus, melhor amigo de Vernon, se suicidou após os assassinatos. Inseguro, sem poder revelar a verdade por medo de incriminar outros, Vernon age impulsivamente, confia nas pessoas erradas, é vítima do circo midiático que se ergue ao seu redor e parece cada vez mais culpado aos olhos do público.
Com bastante humor negro, a narrativa é divertida, bizarra e ácida, criticando muitos aspectos da cultura americana contemporânea, principalmente o poder de manipulação da mídia e todo o espetáculo criado por ela. Os personagens são patéticos e absurdos (e irritantes), um tanto caricatos demais para o meu gosto.
Esse é um livro que não vai agradar a todos. Ele é bastante caricatural, a linguagem é coloquial demais, os personagens não são os mais simpáticos, o humor pode ser bastante grosseiro às vezes, ou apenas estúpido, mas para mim funcionou. Algo em sua crueza me conquistou e, aos poucos, me vi torcendo pelo protagonista, que no começo só me causava irritação, e apreciando cada vez mais a leitura.
Lido para o Desafio Skoob (tema: título com três palavras).
Lido para o Desafio Skoob (tema: título com três palavras).
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