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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Projeto Ghibli #12: Eu posso ouvir o oceano

Eu posso ouvir o oceano

Título original: Umi ga Kikoeru (海がきこえる)

Diretor: Tomomi Mochizuki

Ano: 1993

Esse é um filme não tão comentado do Studio Ghibli, provavelmente por ter sido lançado para a TV, não envolver os grandes nomes do estúdio e ter uma história mais comum. O filme se passa na cidade de Kochi e foca no relacionamento entre três adolescentes: dois amigos e uma aluna recém-transferida de Tóquio. Um dos amigos logo se interessa por ela, mas a garota acaba se aproximando mais do outro menino.

Não sei muito bem o que achei do filme. Gosto da história mundana, das cenas cotidianas e do tom meio nostálgico. Apesar de ter sido lançado nos anos 1993, o filme tem uma vibe muito anos 1980, tanto no visual quanto na trilha sonora. É uma estética que me agradou bastante.

O que não gostei no filme é que a protagonista feminina me irritou bastante; por mais que a rebeldia dela seja compreensível, ela trata os outros muito mal, e fica difícil aturá-la nesses momentos.

Após assistir ao filme, entendo por que ele não é tão famoso. É o tipo de história que muita gente vai achar genérica ou sem graça, apesar de seus pontos fortes.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Projeto Ghibli #11: Porco Rosso

Porco Rosso: O último herói romântico

Título original: Kurenai no Buta (紅の豚)

Diretor: Hayao Miyazaki

Ano: 1992

Assisti a esse filme pela primeira vez faz alguns anos. Ele não foi dos meus preferidos do Ghibli e, com o tempo, esqueci quase toda a história. Porco Rosso se passa na Itália dos anos 1920 e tem como protagonista um aviador caçador de recompensas que lutou na 1ª Guerra Mundial e foi transformado em um porco. Achei interessante que o contexto histórico seja tão importante em um filme com elementos fantásticos e aventurescos, que no geral tem um tom leve.

O filme é bem divertido e dinâmico, mas, talvez por eu não ter me interessado tanto pela história em si, não gostei tanto dele quanto poderia ter gostado. Ele tem momentos muito engraçados, cenas empolgantes de aviação, personagens interessantes e a arte belíssima do Ghibli, mas ainda assim fiquei meio entediada.

E é isso. Não tenho muito a dizer do filme.


Obs: Dei uma pausa no blog, mas pretendo continuar escrevendo de vez em quando para atualizar projetos em andamento.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Projeto Ghibli #10: Memórias de ontem

Memórias de ontem

Título original: Omoide Poroporo (おもひでぽろぽろ)

Diretor: Isao Takahata

Ano: 1991

Uma mulher na casa dos vinte e tantos anos vai passar as férias no campo, trabalhando com parentes numa plantação. Apesar de nascida e criada em Tóquio, ela se sente em casa no interior, que lhe desperta uma sensação de nostalgia e a faz mergulhar nas lembranças de quando ela tinha dez anos. O filme intercala cenas do presente e do passado, mostrando a visão da personagem adulta sobre sua versão criança e como ela se tornou quem é.

Eu tinha altas expectativas em relação a esse filme, que parecia ter vários elementos que me agradam: um estilo mais pé no chão, a vida no campo, memórias da infância... E eu gostei bastante do filme, mas confesso que esperava gostar mais.

Gostei bastante das lembranças infantis, com acontecimentos banais que acabam sendo marcantes: a viagem para fontes termais, uma peça escolar, a primeira vez que experimentou abacaxi, as conversas sobre menstruação, a dificuldade em estudar frações. O filme retrata bem a empolgação de ser criança, mas também a frustração e a insegurança. Tive mais dificuldade em me conectar com a personagem adulta e sua estadia no campo.

O filme é muito bonito, com suas paisagens rurais e a coloração mais esmaecida para as lembranças do passado. Por ele ter um ritmo mais lento, senti que ele se arrasta um pouquinho perto do final, mas isso não chega a ser um grande problema.

No geral, é um ótimo filme. Eu só queria que ele ressoasse mais em mim do que ressoou.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Projeto Ghibli #9: O serviço de entregas da Kiki

O serviço de entregas da Kiki

Título original: Majo no Takkyūbin (魔女の宅急便)

Diretor: Hayao Miyazaki

Ano: 1989

O filme é protagonizado por Kiki, que, seguindo a tradição, deixa a casa dos pais aos treze anos para se acomodar em uma nova cidade e completar seu aprendizado. Desejando morar perto do mar, ela encontra uma cidade aprazível, se instala e inaugura seu serviço de entregas, fazendo um bom uso de sua habilidade de voar. Mas é óbvio que obstáculos vão surgir, e Kiki vai sofrer com dificuldades em seu negócio, solidão, insegurança, falta de dinheiro e muitas outras frustrações comuns para quem busca a independência longe de casa, seja bruxa ou não.

A Kiki é uma personagem com quem é fácil se identificar. Ela é determinada, mas se deixa abalar facilmente com os contratempos; ela se sente meio perdida, sem saber muito bem quem é e o que realmente quer, e o filme vai focar em sua jornada de amadurecimento, concentrando-se mais na vida cotidiana e comum do que em grandes aventuras mágicas.

Como em todos os outros filmes do estúdio Ghibli, a música é excelente e os cenários são lindos, dessa vez com um toque mais ocidental/europeu na charmosa cidade em que Kiki decide morar.

O filme é uma graça e, apesar de trazer alguns elementos mais infantis, ele tem esse caráter de coming-of-age que o torna interessante para todas as idades.

terça-feira, 9 de março de 2021

Projeto Ghibli #8: Túmulo dos vagalumes e Meu amigo Totoro

Decidi escrever um só post para os dois filmes, que foram lançados juntos. Em seu lançamento, eles foram exibidos na mesma seção, o que é algo curioso, já que Totoro é um dos filmes mais fofos e leves do estúdio, enquanto Túmulo dos vagalumes é um dos mais trágicos.

Ouvi falar que as expectativas eram que Túmulo dos vagalumes fosse o mais bem-sucedido dos dois, o que não aconteceu. Hoje é estranho pensar nisso, porque por mais impactante que Túmulo dos vagalumes seja, ele é bem menos conhecido que Totoro, que se tornou um dos clássicos mais famosos do Ghibli.

Túmulo dos vagalumes

Diretor: Isao Takahata

Ano: 1988

O filme mostra os percalços de dois irmãos durante a Segunda Guerra Mundial. Com o pai, militar, lutando no exterior e a mãe morta após um bombardeio, as crianças passam a viver por conta própria, tentando sobreviver em meio ao caos.

Túmulo dos vagalumes não poupa os espectadores dos horrores da guerra: há morte, fome e destruição por todos os lados. Mas também há momentos bonitos, como quando os irmãos caçam vagalumes para iluminar sua moradia improvisada, pequenas cenas do cotidiano que ganham força com a direção excelente do Takahata e a arte sempre incrível do Ghibli.

Meu amigo Totoro

Diretor: Hayao Miyazaki

Ano: 1988

Lembro que na primeira vez que vi Totoro, quando adolescente, não gostei muito, provavelmente porque achei o filme bobo. Hoje, aprecio bem mais esse tipo de bobo.

É um filme simples em questão de trama e só apresenta um conflito maior nos vinte minutos finais. O resto do filme se ocupa em mostra as duas irmãs explorando a casa nova e conhecendo as criaturas mágicas do local, e é tudo muito fofo e encantador. A forma como os personagens se movem e suas expressões faciais são cheios de vida, os cenários do interior do Japão são de encher os olhos e a atenção aos detalhes transforma algo simples em puro charme.

Ainda estou no começo do meu projeto e tenho muitos filmes pela frente, mas Tototo provavelmente vai continuar entre os meus favoritos do Studio Ghibli!

sábado, 16 de janeiro de 2021

Projeto Ghibli #7: O castelo no céu

O castelo no céu

Título original: Tenkū no Shiro Rapyuta

Diretor: Hayao Miyazaki

Ano: 1986

Demorei anos, mas finalmente cheguei nos filmes oficialmente produzidos pelo Studio Ghibli aqui no meu projeto! Fiquei tempo demais empacada no Nausicaä e neste O castelo no céu, porque são filmes de que não gosto tanto assim. Imagino que a partir daqui as coisas fluam um pouco melhor (ou pelo menos é o que espero).

O castelo do céu mostra as aventuras de um menino e de uma menina que tentam proteger uma pedra mágica de um grupo de malfeitores que busca, por meio do objeto, encontrar o lendário reino de Laputa, uma ilha flutuante que abrigava uma civilização avançada.

O filme trata de alguns dos temas caros ao Miyazaki, como o conflito entre o homem e a natureza, representado pela extinta civilização de Laputa, que dominava altas tecnologias, algumas bastante perigosas. Além disso, o filme tem muitas geringonças voadoras, que são uma marca do diretor.

Uma das minhas coisas preferidas do filme, além da trilha sonora sempre excelente do Joe Hisaishi, são os cenários. A vila em que o protagonista vive, com suas casas construídas nos penhascos; as ruínas de Laputa, tomadas pela vegetação e pela água; tudo é muito bonito e ajuda a criar um senso de fascinação no espectador.

Dito isso, não considero o filme um dos melhores do estúdio. Os personagens são meio sem graça e sem muitas nuances, com exceção do grupo de piratas que inicia a história como vilão para então se tornar aliado da dupla de protagonistas e traz bastante humor para o filme. Também achei o ritmo meio arrastado, mas isso é algo que acho de 90% dos filmes, então o problema é comigo mesmo.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Projeto Ghibli #6: Nausicaä do Vale do Vento


Nausicaä do Vale do Vento
Título original: Kaze no Tani no Naushika
Diretor: Hayao Miyazaki
Ano: 1984

Iniciei meu Projeto Ghibli em 2015, época em que eu tinha mais fé na minha capacidade de completar desafios e escrever sobre eles aqui. Estava assistindo aos filmes com alguma regularidade, até que empaquei nos que já vi e que teria que rever para o projeto. E agora, cinco anos depois, aproveitando que a Netflix incluiu os filmes do estúdio em seu catálogo, finalmente retomo o projeto! (Veremos se vou conseguir manter alguma regularidade ou se vou empacar novamente).


Nausicaä do Vale do Vento costuma ser considerado um filme do Ghibli, apesar de ser anterior à fundação do estúdio. É uma obra que é bem a cara do Miyazaki, com mensagem ecológica e pacifista e muitos aviões. O filme conta a história de Nausicaä, princesa do Vale dos Ventos, um pequeno reino próximo a uma floresta tóxica cheia de insetos gigantescos. Enquanto Nausicaä tenta encontrar uma forma de coexistir com essa natureza hostil, reinos vizinhos buscam soluções mais violentas, envolvendo o pacífico Vale dos Ventos em seus planos.

Minha primeira experiência assistindo Nausicaä não foi tão positiva. A sala de cinema estava bem cheia, meu lugar não era dos melhores e a pouca inclinação não me permitia ver a tela tão bem quanto eu gostaria. Essas coisas acabaram azedando meu humor e achei o filme arrastado e a protagonista chatinha. Ao rever a obra, continuo achando isso, mas consegui apreciar melhor outros aspectos do filme.


O filme é a primeira colaboração entre Miyazaki e o compositor Joe Hisaishi, então a trilha sonora é o primor usual. Gosto principalmente do tema musical que toca no início do filme. Os cenários também não deixam a desejar e têm um tom de estranheza, como a floresta tóxica e o espaço purificado abaixo dela, o que ajuda bastante a criar o clima do filme.

Não sou muito fã do tema ecológico nos filmes do Miyazaki (embora goste bastante de Princesa Mononoke) e acho o fim do filme meio forçado, mas talvez o que mais me incomode na obra seja a própria Nausicaä, que é uma personagem perfeitinha sem muita graça. Prefiro personagens com uma moralidade mais dúbia (como a vilã do filme) ou que pelo menos demonstrem mais fraquezas.

Se eu tivesse que ranquear o filme entre os outros do estúdio, ele provavelmente estaria lá pela metade. É um bom filme, mas nem os temas nem os personagens me agradam tanto assim.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Projeto Ghibli #5: Gauche, o violoncelista


Gauche, o violoncelista
Título original: Cello Hiki no Gauche
Diretor: Isao Takahata
Ano: 1982

Baseado em um livro do escritor Kenji Miyazawa, esse filme curto, de pouco mais de uma hora, nos apresenta Gauche, um jovem violoncelista que toca em uma orquestra local. Criticado duramente pelo maestro durante os ensaios, ele passa a treinar com afinco em seu pequeno chalé. No entanto, seus ensaios são sempre interrompidos pelos animais que vivem nas redondezas, que pedem que ele toque para eles. No início Gauche fica irritado com as interrupções e trata os bichinhos com impaciência, tocando violentamente para espantar o gato ou se recusando a tocar as notas pedidas pelo cuco, mas no final ele percebe que suas interações com os animais o ajudaram a aprimorar suas habilidades musicais.

O enredo é bastante simples e segue uma fórmula previsível, com a lição de que podemos aprender coisas novas de fontes inesperadas e alcançar a excelência por meio do esforço. Os animais que visitam Gauche são fofos e protagonizam momentos divertidos ou comoventes, como o do ratinho curado pelo som da música. Gauche, no entanto, não é o personagem mais simpático do mundo, principalmente no início.

Observem a foto do Beethoven ao fundo. Medonha, né?

O que mais se destaca no filme é a música, como seria de se esperar de uma animação sobre um violoncelista. A sinfonia tocada pela orquestra é nada mais, nada menos que a 6ª sinfonia de Beethoven, a Pastoral, minha música preferida. Além de ser executada pela orquestra, ela serve de trilha sonora durante todo o filme, embalando as belas cenas bucólicas (impossível não lembrar de Fantasia nesses momentos). A sinfonia foi muito bem utilizada, sempre em sintonia com os acontecimentos na vida de Gauche, de modo que quase dá para pensar que ela foi composta especialmente para o filme.

A trilha sonora realmente dá vida à animação e transforma o que poderia ser apenas uma história simpática em algo mais marcante, mas talvez esse seja apenas a opinião de uma fã de carteirinha da Pastoral, que sentiu o coração palpitar mais forte só de ouvir os primeiros acordes logo no início do filme. De qualquer forma, vale a pena assistir o filme e tirar suas próprias conclusões.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Projeto Ghibli #4: Chie, a pirralha


Chie, a pirralha
Título original: Jarinko Chie
Diretor: Isao Takahata
Ano: 1981

Baseado em um popular mangá de Etsumi Haruki, o filme é protagonizado por Chie, uma menina independente e responsável que cuida sozinha de casa e do bar da família enquanto o pai, Tetsu, sai para beber, jogar, brigar e torrar seu dinheiro. A mãe de Chie abandonou a família devido aos vícios de Tetsu, mas as duas continuam se encontrando em segredo, e a garota deseja fortemente que ela volte para casa.

Apesar de a sinopse sugerir um grande dramalhão, o filme é leve e cômico. Testsu é engraçadíssimo e as figuras com quem ele convive (muitas vezes inimigos que acabam virando amigos) são ainda mais engraçadas, como o dono de uma casa de apostas e seu gato lutador, Antonio. Já Chie é uma menina durona, que obviamente é quem manda na casa, mas que também tem seus momentos de vulnerabilidade, como quando está com a mãe. Apesar de Tetsu ser um brigão malandro e sempre constranger a filha (as cenas de Tetsu indo apoiar Chie na escola são um misto de hilariedade e vergonha alheia), ele é bem intencionado quando o assunto é a Chie. O relacionamento deles é cheio de briguinhas e mal-entendidos, mas no fundo eles se amam.

Tetsu e Chie

A verdade é que eu não estava muito animada para ver esse filme, porque o título (vocês não acham que "pirralha" sugere algo como uma pestinha insuportável?) e a arte me fizeram imaginar algo cheio de travessuras infantis exageradas e piadinhas sem graça, porém ele me surpreendeu com seu humor descomplicado, os personagens carismáticos e, principalmente, a história da família desestruturada de Chie. O filme é bastante simples e não explora muito a fundo esse relacionamento em meio a outras subtramas, mas achei que o assunto foi tratado com delicadeza e realmente me tocou.

Se tenho algo a me queixar é que o longa tem alguns probleminhas de coesão e às vezes parece mais um compilado não tão bem arquitetado de episódios semi-independentes. Eu aceitei bem algumas mudanças nos relacionamentos e personagens que poderiam ser mais graduais, mas ainda não entendi qual é o sentido do duelo dos gatos no final. É engraçado? Sim. Mas usar isso como o clímax do filme? Achei estranho, embora isso não tire o brilho do resto da obra.

Chie, a pirralha não é um dos filmes mais conhecidos do Takahata e, sinceramente, não é uma obra-prima imperdível, mas é charmoso, divertido e apresenta personagens cativantes. Vale a pena dar uma chance!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Projeto Ghibli #3: O castelo de Cagliostro


Lupin III: O castelo de Cagliostro
Título original: Rupan sansei: Kariosutoro no shiro
Ano: 1979

Esse foi o primeiro longa-metragem dirigido pelo Hayao Miyazaki e o segundo filme protagonizado por Lupin III, personagem da série de mangá Lupin III, de Monkey Punch, publicado a partir de 1967. O mangá foi um grande sucesso no Japão e gerou diversas adaptações para TV e cinema.

Arsène Lupin III é, segundo seu criador, neto do Arsène Lupin do escritor Maurice Leblanc (resenhei um livro do personagem aqui), mas não conheço o suficiente do mangá/anime nem dos livros para saber até que ponto o personagem francês influencia seu neto nipônico.

Em O castelo de Cagliostro, Lupin e seu amigo Jigen roubam um cassino, mas descobrem que o dinheiro é falso. Eles então se dirigem a Cagliostro, um pequeno país que parece ser a fonte das notas falsificadas. Lá Lupin encontra Clarisse, a princesa, fugindo do conde Cagliostro, que deseja forçá-la a se casar com ele. Lupin a salva de seus perseguidores, mas ela é recapturada após lhe entregar um valioso anel de família desejado pelo conde. Lupin e Jigen então convocam seus aliados e partem ao encontro dos mistérios de Cagliostro para resgatar Clarisse.


O filme é bastante charmoso com seus personagens carismáticos, cenários europeus, ritmo acelerado e jeitão de aventura clássica. Boa parte da diversão do filme consiste em ver como Lupin se safa das situações mais difíceis e absurdas, sempre zombando dos inimigos. Algo que não me agradou tanto no filme foi o humor meio forçado, mas eu sou chata nesse aspecto mesmo.

Apesar de derivar da série de TV, o filme se sustenta bem sozinho e me deixou com bastante vontade de assistir ao primeiro anime e conhecer melhor os personagens. Li que o Lupin do Miyazaki é mais bem-humorado e divertido que o original, o que me deixou curiosa para ver que outras mudanças o Miyazaki fez em seu filme.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Projeto Ghibli #2: As aventuras de Panda e seus amigos


As aventuras de Panda e seus amigos
Título original: Panda Kopanda
Ano: 1972-1973

Esse filme, que na verdade consiste em dois filmes curtos de cerca de meia hora cada, foi criado pelo Hayao Miyazaki e dirigido pelo Isao Takahata. Ele foi lançado durante a febre dos pandas, quando esse simpático animalzinho atingia o auge de sua popularidade no Japão com a chegada de dois deles ao zoológico de Ueno. 

O primeiro filme é sobre Mimiko, uma garotinha independente e espoleta estilo Píppi Meialonga, que fica sozinha quando a avó parte em uma viagem e encontra dois pandas em casa. Os pandas, pai e filho, são super amigáveis e incrivelmente fofos e passam a viver com ela. Morar com pandas não é nada normal, então é óbvio que teremos algumas confusões e aventuras, mas no final, tudo acaba bem.

No segundo filme, além dos pandas, temos um tigrinho fugido do circo, que também fica amigo do grupo. No entanto, quando uma tempestade inunda a região e coloca o circo em perigo, Mimiko e os pandas têm que partir para a ação.

O desenho é uma gracinha e me fez ficar toda "awwwn", toda boba com as fofuras do panda filhote e rindo do papai panda e seu jeito Totoro de ser (a cara dele é bem parecida com a do Totoro, tem o mesmo sorriso!). 

É interessante observar não só a semelhança do panda com o Totoro, mas também a semelhança com a história de Ponyo no segundo filme. Assim como em Ponyo, há um dilúvio que deixa os campos e as cidades submersas e os personagens partem em um barco (ok, nesse caso é uma cama) para ajudar os outros. Claro que as cenas de Ponyo são mais detalhadas e bonitas, mas achei que As aventuras de Panda e seus amigos até que não fez feio nesse aspecto.

Navegando na cama no melhor estilo pequeno Nemo

O filme é meio bobinho, mas vale pelo fator fofura e pelas cenas engraçadas.

Tirei os gifs desse tumblr. Se quiserem, passem lá para ver outros.

E assistam à abertura, é fofa demais e a música gruda que nem chiclete.



segunda-feira, 20 de abril de 2015

Projeto Ghibli #1: Horus: o príncipe do sol

Artista: Kaiami

Foi assistindo A viagem de Chihiro que me tornei fã do estúdio Ghibli. Depois desse filme passei a assistir aos outros do estúdio sempre que surgia a oportunidade, mas sou uma pessoa lerda para filmes e ainda tenho muitas pendências nessa área, portanto decidi começar esse projeto, que consiste em assistir a todas as animações do estúdio Ghibli em ordem cronológica e comentá-las aqui. Eu já tinha a ideia de fazer algo do tipo faz tempo, mas fui procrastinando e procrastinando, porque é isso que eu faço bem. :P

Vou incluir também os filmes anteriores à origem do estúdio dirigidos pelo Isao Takahata e pelo Hayao Miyazaki. Você pode ver a lista dos filmes aqui, mas não pretendo segui-la à risca, pois o Ghibli também tem alguns curtas, que pretendo assistir se encontrar.

Artista: Little Miss Paintbrush
Quais desses filmes você já viu?

Para dar o pontapé inicial no projeto, começamos com Horus: o príncipe do sol, filme do qual eu nunca tinha ouvido falar dirigido pelo Takahata!


Horus: o príncipe do sol
Título original: Taiyou no Ouji: Horus no Daibouken
Ano: 1968

Este foi o primeiro filme dirigido pelo Isao Takahata e também contava com o Hayao Miyazaki na equipe de animação, marcando o início dessa parceria duradoura e bem-sucedida. O filme foi importante para a animação japonesa por ser um dos primeiros a começar a se distanciar da fórmula ocidental disneyficada em voga na época e a buscar seu próprio estilo, com temas mais maduros. Mesmo assim, se você estiver acostumado ao estilo atual dos animes, não vai ver muita diferença entre esse filme e os desenhos antigos da Disney. As paisagens, a trilha sonora, os companheiros animais e até alguns números musicais me fizeram lembrar bastante da Disney mais sombria, como na fase "dark age", e dos filmes do Don Bluth.

Horus

O enredo é bem clichê para os dias de hoje: o jovem Horus encontra uma espada mágica e, seguindo o pedido do pai à beira da morte, inicia uma jornada até o vilarejo onde se originou sua família. Grunwald, um demônio que quer acabar com a humanidade, destruiu esse vilarejo no passado e agora o pai quer que Horus se vingue. O garoto é acolhido em um vilarejo próximo, e Grunwald logo o localiza, usando então todos os estratagemas possíveis para acabar com ele e com os habitantes do local.

Hilda e seus companheiros animais
Apesar de ter um enredo simples, o filme consegue desenvolver alguns temas complexos. O protagonista e o vilão são completamente unidimensionais (o vilão na verdade é meio patético e nem aparece tanto), mas a personagem Hilda, irmã do demônio, é enigmática e apresenta bastante complexidade. Achei que ela foi bem desenhada/animada e suas expressões faciais conseguiram transmitir o conflito dentro dela.

O filme tem algumas músicas muito bonitas, principalmente as cantadas por Hilda. A arte infelizmente não envelheceu tão bem e, apesar de os cenários serem bonitos, o desenhos dos personagens é bem datado.

Com exceção dos momentos de conflito de Hilda e de algumas cenas de convivência com os aldeões, o filme não me empolgou muito. A batalha contra o vilão se resolve muito facilmente e alguns temas foram abordados com superficialidade. Eu esperava mais da parte em que Horus cai na floresta e achei que o que viria pela frente seria uma viagem visual e assustadora, mas ele consegue sair de lá com uma solução repentina e sem graça. Também achei o filme meio arrastado, me pareceu ter bem mais que 1:20 de duração.

Concluindo: não é o melhor filme do mundo, mas também não é ruim. Vale para quem gosta de animações antigas ou para quem, como eu, quer conhecer os trabalhos mais antigos do Takahata.