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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Desafios e projetos literários

O ano está acabando e chegou a hora de escrever posts de melhores do ano, balanços de leitura etc. que, convenhamos, é uma das poucas coisas que prestam nesse período. O post de melhores do ano virá em breve, porque só pretendo postar quando realmente acabar minha última leitura do ano. Neste post aqui vou falar sobre os desafios e projetos literários dos quais participei e do meu desafio para o ano que vem.

Desafio Literário do Tigre

Como estava órfã do Desafio Literário organizado pela Vivi, decidi participar desse organizado pela Tati, do blog Elvis Costello gritou meu nome. Escolhi esse por causa dos temas, que não repetiam muitos temas dos DLs anteriores, já que a Tati tinha participado deles também.

Foi bem legal e serviu de incentivo para ler alguns livros que eu vinha protelando faz tempo, mas foi batendo um desânimo no pessoal à medida que o ano passava e eu também não me animei o suficiente para ler mais.

Os temas e os livros lidos foram:

Janeiro: na estante
Os pequenos homens livres - Terry Pratchett

Fevereiro: julgando pela capa
The Book of Lost Things - John Connolly

Março: filme ou livro?
Peixe grande - Daniel Wallace
Sua resposta vale um bilhão - Vikas Swarup

Abril: hype do momento
Garota exemplar - Gillian Flynn

Maio: bichos!
Ratos - Gordon Reece

Junho: autores queridos
Santuário - William Faulkner

Julho: esportes e esportistas
Life on the Edge - Jennifer Comeaux

Agosto: risos
Fup - Jim Dodge

Setembro: música
As variações de Lucy - Sara Zarr

Outubro: amor
Um homem de sorte - Nicholas Sparks

Novembro: brasileiro
A maçã envenenada - Michel Laub
Meus 15 anos - Luiza Trigo

Dezembro: guilty pleasure
A lua de mel - Sophie Kinsella

Desses livros, meu preferido foi Fup, seguido por Garota exemplar e Santuário.
The Book of Lost Things, Os pequenos homens livres e A maçã envenenada foram leves decepções.

Volta ao mundo em 12 livros

Esse é um projeto organizado pelo blog ConversaCult e propunha que lêssemos autores de diferentes países do mundo. Como é a mesma ideia do meu projeto Volta o mundo em 80 livros, achei que seria legal participar e trocar ideias com o pessoal.

Assim como no DL do Tigre, o povo foi dando uma desanimada com o passar do tempo, mas o principal problema para mim foi que fui amaldiçoada e só escolhi livros dos quais não gostei muito. Antes do projeto, eu já tinha lido a maioria dos autores e adorava alguns (García Márquez e Markus Zusak), mas minhas escolhas foram infelizes e, de todas as leituras, a única que receberia mais que uma avaliação mediana foi O cair da noite, do Asimov. O projeto também me rendeu minha única desistência do ano, Notícia de um sequestro, do Gabriel García Márquez. Ou seja, não foi dos mais proveitosos, tanto que deixei de ler o Umberto Eco em julho e o autor brasileiro agora em dezembro.

O livros lidos foram:

Janeiro: Austrália
O azarão - Markuz Zusak

Fevereiro: Japão
Após o anoitecer - Haruki Murakami

Março: Rússia
Isaac Asimov - O cair da noite

Abril: Noruega
O castelo nos Pirineus - Jostein Gaarder

Maio: Escócia
O cão dos Baskerville - Conan Doyle

Junho: Inglaterra
Razão e sentimento - Jane Austen

Julho: Itália
Nenhum

Agosto: França
Viagem à Lua - Julio Verne

Setembro: Espanha
O palácio da meia-noite - Carlos Ruiz Zafón

Outubro: Estados Unidos
O caso de Charles Dexter Ward - H.P. Lovecraft

Novembro: Colômbia
Notícia de um sequestro - Gabriel García Márquez (abandonado)

Dezembro: Brasil
Nenhum

Meu desafio literário de 2015

Não achei nenhum desafio que me conquistou por completo e cansei um pouco de ter que organizar minhas leituras por temas mensais, mas aí vi o Desafio Literário "Fora da Caixa" e gostei muito da ideia. Então resolvi dar uma adaptada nele para fazê-lo se adaptar melhor ao meu projeto Volta ao mundo, para me forçar a fugir um pouco dos países mais óbvios. Mudei as categorias geográficas, especificando mais as regiões dos continentes, e mantive o resto quase igual ao que foi proposto pelo Fora da Caixa. Os temas são os seguintes:

- Um livro de escritor da América Central
- Um livro de escritor do Oriente Médio (Ásia)
- Um livro de escritor do Sudeste Asiático
- Um livro de escritor do Norte da África
- Um livro de escritor da África Subsaariana
- Um livro de escritor da Oceania
- Um livro escrito por um homem negro
- Um livro escrito por uma mulher negra
- Um livro com protagonista LGBT
- Um livro com protagonista idoso
- Um livro com protagonista deficiente

Não vou separar os temas por mês nem nada assim e, caso eu leia livros que correspondem a mais de um tema, eles vão valer para todos (ex: li um livro de uma escritora negra da América Central com protagonista gay, idoso e deficiente; ele vale para os cinco temas e não só para um).

Ainda não descarto participar de outros desafios, caso surja algum que me interesse muito, mas por enquanto é isso.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

DL do Tigre: A lua de mel

Título: A lua de mel
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Record
Tema do mês: guilty pleasure

Vocês também não adoram ler um livro bobinho cuja leitura flui que é uma beleza? Apesar de muitas vezes sofrermos com a pressão para lermos todas as grandes obras literárias desse mundo, é sempre bom pegar um livro leve e despretensioso para relaxar.

Em geral meus "guilty pleasures" mais frequentes costumam ser os YAs, mas dessa vez escolhi um chick lit como a leitura do mês, porque minha tia me emprestou faz algum tempo e eu precisava de um empurrãozinho para ler o dito cujo.

A lua de mel é sobre Lottie, uma mulher louca para casar que, após se desapontar com o namorado, aceita o pedido de casamento repentino de um namorado da juventude, Ben. Sua irmã, Fliss, tenta impedi-los, pois acredita que esse ato impensado trará muita dor de cabeça à irmã no futuro, mas Lottie e Ben seguem em frente e partem para a lua de mel na ilha grega onde se conheceram. Fliss, então, arquiteta um plano para arruinar a lua de mel do casal, pois, se o casamento não for consumado, é possível anulá-lo.

O livro, como é de se esperar, é bem divertido, mas sofre do mal de muitos chick lits que eu conheço: alguns personagens são muito burros e as confusões em que se metem são um tanto quanto ridículas. Fica muito comédia pastelão para o meu gosto.

Apesar disso, gostei do livro. Os personagens secundários são cativantes e divertidos (gosto do filho engraçadinho da Fliss) e há algumas reviravoltas previsíveis, mas que mantém o leitor na expectativa. O principal motivo por que gostei, no entanto, é que é uma leitura fluida, do tipo em que você lê cem páginas e mal percebe. Acho que preciso ler mais livros desse tipo.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

DL do Tigre: Meus 15 anos


Título: Meus 15 anos
Autora: Luiza Trigo
Editora: Rocco

Bia está prestes a dar uma grande festa de 15 anos, a melhor que os seus colegas já viram. Além de realizar esse sonho, ela também deseja que Thiago, o garoto popular do colégio, finalmente a enxergue e dance com ela, para a infelicidade de Bruno, melhor amigo de Bia, que tem uma quedinha por ela. Enquanto as amigas de Bia farão de tudo para ajudá-la, Jéssica, a riquinha esnobe, fará de tudo para estragar a festa.


Fiquei com vontade de ler esse livro após ler o e-book As Valentinas, disponível para baixar gratuitamente, uma história curtinha anterior ao que se passa no romance. O teaser não foi o suficiente para me fazer comprar o livro, mas foi o suficiente para me fazer participar de um sorteio no blog Psychobooks, e acabei ganhando, yay! (Na mesma semana, ganhei outro livro em sorteio desse mesmo blog e me achei a mais sortuda das pessoas, hehe.)

Não tinha muitas expectativas em relação ao livro porque definitivamente não sou o público alvo. Já passei dos quinze anos faz tempo, não tenho saudades da minha adolescência e não dou a mínima para grandes festas e celebrações do tipo. Já tinha achado As Valentinas bem bobinho, então era isso o que eu esperava de Meus 15 anos: um bobinho divertido e gostoso de ler. E foi isso o que tive.

Acompanhamos cinco diferentes focos narrativos no livro: Bia, Amanda (a melhor amiga), Bruno, Thiago e Jéssica. Isso é muito legal por nos possibilitar ver os mesmos acontecimentos de diferentes perspectivas. No entanto, achei que isso seria mais bem aproveitado se alguns dos personagens não fossem tão planos. Senti falta de profundidade principalmente nos antagonistas, que ficam naquela de popular pegador e rival metida e malvada.

O livro tem uma história meio manjada, mas é legal poder ler livros adolescentes sobre a nossa realidade brasileira, em vez dos americanos de (quase) sempre. Provavelmente quem teve uma adolescência mais marcante e mais parecida com a do livro (e quem ainda está nessa fase) vai aproveitar melhor a leitura.


Minha irmã também leu e resenhou o livro, deem uma olhada na resenha dela se quiserem uma segunda opinião (que é bem parecida com a minha, mas tudo bem, isso que dá ter uma irmã com gostos parecidos).

terça-feira, 18 de novembro de 2014

DL do Tigre: A maçã envenenada

Título: A maçã envenenada
Autor: Michel Laub
Editora: Companhia das Letras
Tema do mês: Brasileiro

Fiquei em dúvida se resenharia ou não esse livro porque ainda não estou muito certa do que achei dele e minhas resenhas tendem a ficar chatas e vazias quando isso acontece, mas resolvi tentar.

Minha irmã ganhou o livro da minha tia, no Natal, e desde então ele amargou a fila dos livros ainda não lidos, apesar de eu estar bem curiosa para ler algo do autor. Eu não sabia quase nada sobre o enredo além de que ele falava sobre o show do Nirvana em São Paulo, e isso não me animava muito porque o Nirvana não é uma banda que eu conheça muito bem, só reconheço uma meia dúzia de hits e acabou.

O livro é sobre o relacionamento do protagonista com sua primeira namorada, Valéria, e as consequências desse namoro. Ambos tinham 18 anos, tocavam em uma banda e tinham gosto musical parecido, mas o relacionamento começou a desandar. Quando o Nirvana vem tocar no Brasil, o protagonista servia no exército e se vê dividido entre fugir do quartel para ver o show com Valéria ou continuar sua vida tranquila e pôr um ponto final no namoro, dilema que afetará profundamente sua vida.

Apesar de ser um livro bem escrito, a leitura não me empolgou. Como já disse antes, não sei muito bem o que agradou e o que desagradou no livro, então encerro esse post por aqui, desculpa. :P

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

DL do Tigre: Um homem de sorte

Título: Um homem de sorte
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Novo Conceito
Tema do mês: amor

Logan Thibault lutou na Guerra do Iraque como fuzileiro naval e viu a morte de perto em diversos momentos, mas acabou escapando ileso e voltando para os EUA. Seu amigo Victor atribui sua sorte, que muitos viam como sobrenatural, a uma fotografia que Thibault carregava sempre consigo, que mostrava uma bela jovem e foi encontrada por ele durante a guerra. Sem saber muito bem por que, Thibault decide encontrar essa mulher e parte em uma jornada pelo país, acompanhado apenas de seu fiel companheiro canino, Zeus, até encontrá-la em uma cidadezinha sulista. Thibault então começa a trabalhar no canil da avó de Elizabeth, a mulher da foto, onde logo se adapta e conquista a simpatia das pessoas ao seu redor. Elizabeth o vê com desconfiança no início, mas aos poucos vai se aproximando do rapaz.

Esse é o segundo livro do Nicholas Sparks que leio (o primeiro foi A última música) e posso dizer que gostei mais do que o esperado. Associo o autor com coisas super melosas, e Um homem de sorte tem suas partes melosas como seria de se esperar, mas também tem momentos divertidos e descontraídos graças a alguns personagens secundários cativantes (principalmente Nana, avó de Elizabeth, e Zeus, o cão) e uma trama razoavelmente interessante intensificada pela inimizade entre Thibault e o ex-marido cafajeste de Elizabeth, Clayton.

Gostei da estrutura do livro, que alterna entre os pontos de vista de Thibault, Elizabeth e Clayton, e no geral achei tudo bem construidinho, fluido e gostoso de ler. Não é o tipo de livro que vai mudar sua vida, mas é uma leitura despretensiosa e divertida. 

O grande defeito do livro, para mim, foi o final, que abriu a possibilidade para que algo ocorresse, mas esse algo não ocorreu. Acho que o livro teria ficado mais coerente se esse algo tivesse ocorrido, mas entendo a opção do autor.


domingo, 7 de setembro de 2014

DL do Tigre: As variações de Lucy

Título: As variações de Lucy
Autora: Sara Zarr
Editora: iD

Lucy era uma menina prodígio do piano e sua vida parecia se resumir a ensaios, viagens, recitais e competições, sempre pressionada pelo avô e pela mãe, que exigiam que ela fosse sempre a melhor. Um dia, em plena competição na Europa, ela fica sabendo da morte da avó antes de se apresentar e simplesmente deixa o palco, abandonando o piano. Lucy então tenta reconstruir sua vida sem o instrumento, enquanto a responsabilidade de ser um grande músico recai sobre seu irmão mais novo. No entanto, quando ela conhece o novo professor do irmão, seu amor pelo piano começa a redespertar e ela passa a repensar em sua decisão.

Escolhi esse livro porque eu já o tinha em casa e gosto bastante de música clássica (apesar de achar o piano um instrumento superestimado). YAs contemporâneos não são o meu gênero literário preferido, mas tenho grande simpatia por eles, então estava bem animada e ansiosa para ler.

É um livro sobre amadurecimento e autoconhecimento, sobre tentar recuperar o gosto pelas coisas que um dia foram preciosas. Gostei bastante do enfoque maior na família e não tanto nos amigos e achei o relacionamento entre a Lucy e o irmão muito fofo, assim como gostei que o amor romântico, embora presente, não seja o foco.

Quanto aos personagens, não achei nenhum especialmente memorável. Ainda não sei se gostei ou não da Lucy, pois apesar de achar fácil me identificar com ela (menos com a parte do talento) às vezes a achei meio chatinha, principalmente em seus momentos de paixonite tonta por homens mais velhos.

Gostei de ver o ambiente da música clássica representado em um livro, porque não é algo que vejo com tanta frequência e me traz lembranças do anime Nodame Cantabile (recomendo muito!). Além disso, o livro me deixou com vontade de ouvir mais música clássica, vou até escrever um post com as músicas que eu adoro aqui no blog, assim como há uma lista com as músicas que a Lucy adora no final do livro.  

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

DL do Tigre: Fup

Título: Fup
Autor: Jim Dodge
Editora: José Olympio
Tema do mês: Risos

Fiquei sabendo que esse livro existe graças ao Desafio Literário 2013 organizado pela Vivi, no mês "livros que nos façam rir". Duas pessoas resenharam, eu gostei das resenhas, coloquei o livro na minha listinha de "vou ler" e nunca mais pensei nele. Até que o DL do Tigre me deu a oportunidade de ler esse livrinho maravilhoso.

Fup é um livro curto com uma história aparentemente banal sobre um velho viciado em seu uísque super potente que ele acredita lhe conferir a imortalidade, seu neto Miúdo, cujo principal hobby consiste em construir cercas, e Fup, uma pata gorda e glutona que age como gente. Em meio a uma vida tranquila e muitos jogos de damas, eles tentam caçar o porco-do-mato Cerra-Dente, que adora destruir as cercas construídas por Miúdo.

Foi uma leitura deliciosa e divertida. A vida peculiar dos personagens e suas visões de mundo, principalmente do velho Jake, são muito interessantes.

E como sempre, não sei o que mais escrever sobre um livro que gostei muito. Se quiserem, leiam a resenha que a Marina Paula escreveu sobre Fup para o DL 2013.

Gostei dessa edição :)

domingo, 6 de julho de 2014

DL do Tigre: Life on the edge

Título: Life On The Edge
Autora: Jennifer Comeaux
Editora: Astraea Press (e-book)
Tema: esportes & esportistas

Estamos em época de Copa do Mundo de futebol, mas por mais que eu finalmente tenha dado o braço a torcer e esteja curtindo muito o nobre esporte bretão, o esporte nº 1 no meu coração sempre será a patinação artística no gelo. Assim que soube do tema desse mês no DL do Tigre, decidi que minha escolha tinha que ser um livro sobre patinação.

Livros sobre patinação não são dos mais populares e fáceis de achar, então agradeço à minha irmã viciada em baixar livros pela descoberta.

Life On The Edge é o primeiro livro de uma série que acompanha a patinadora Emily, junto com seu parceiro Chris, em seu sonho de se tornar a primeira dupla americana a ganhar o ouro olímpico na patinação. Emily iniciara sua carreira como patinadora solo, mas tinha problemas com os nervos. Foi só ao se juntar a Chris e mudar de técnico que conseguiu os resultados que almejava. Claro que as coisas não são tão simples assim e, faltando menos de dois anos para a olimpíada de inverno, ela se apaixona pelo técnico, Sergei, e eles começam a namorar em segredo. Em meio ao stress dos treinos, competições e viagens, ela e o técnico tentam manter esse relacionamento enquanto se aproximam cada vez mais do sonho olímpico.

Apesar de ser um livro sobre patinação, ele é basicamente uma história de amor com a patinação como pano de fundo. E eu não gosto muito de histórias de amor. Os personagens até são simpáticos, mas não o suficiente para manter meu interesse, e eu sei que a autora criou o Sergei para ele ser o cara por quem todas as leitoras vão se apaixonar, mas... não.

Achei que eles fizeram muita tempestade em copo d'água com o namoro de Emily e o técnico. A federação americana pode ser bem mais rigorosa com essas coisas, mas quando a gente conhece casos na vida real como os do Morozov, que namorou várias de suas pupilas, chega a ser engraçado ver como os personagens reagem mal ao namoro de Emily e Sergei.

Para quem é fã de patinação como eu, vale a leitura para ver as coisas de sempre do esporte transpostas em um livro: ter o gostinho de imaginar as cenas familiares, as competições de sempre, detalhes de bastidores, a politicagem técnicos/juízes/federações, a dificuldade em ganhar reputação quando se é iniciante, a frustração das pontuações que não condizem com o apresentado. Para quem não sabe nada de patinação, a leitura também é válida; apesar dos termos técnicos, você não precisa manjar de nada para entender o que está acontecendo.

Apesar de ser um livro recente, publicado em 2012, a história ocorre em 2001-2002, o que significa que eles ainda usam o sistema de pontuação 6.0 (e o GP Final tem dois programas longos, eu não lembrava disso). Para quem se acostumou ao novo sistema, é estranho ver o velho 6.0 de volta.

E isso me leva a um questionamento: a história se passa na Olimpíada de 2002, que teve um escândalo justamente na competição de pares e que levou à posterior mudança no sistema de pontuação. Por que a autora escolheu logo esse período? Seria apenas porque a olimpíada é nos EUA e o impacto seria maior se a protagonista patinasse em casa? Ou será que ela pretende abordar o escândalo de uma maneira diferente e mais sutil nos próximos livros? Um livro que se passa no período de mudança do sistema de pontuação, com toda a dificuldade dos patinadores, coreógrafos e técnicos tendo que se adaptar, seria muito interessante, e isso me deixou muito curiosa para ver se esse assunto é abordado nos volumes seguintes ou se a autora ignorou o tema. E isso é péssimo, porque eu não gostei muito do livro, mas quero ler a continuação apesar de saber que ela vai me decepcionar e só jogar mais romance na minha cara!

Acho que a solução é eu mesma escrever um livro sobre patinação, haha. Se alguém quiser se aventurar a escrever um, eu aceito também. Aqui minha ideia para um anime/livro/série: foco em um clube de patinação, sem protagonista definido; conflitos e amizades entre pessoas de diferentes nacionalidades, idades, visões de mundo, que precisam conviver e compartilhar o gelo e equipe técnica; diferentes abordagens na patinação: artístico x técnica, inovação x tradição; alguns acidentes/lesões/amareladas em momentos decisivos para aumentar o drama. E se for um anime, o encerramento poderia variar sempre, cada vez com uma reinterpretação de um programa emblemático da patinação feita por pessoas diferentes.

As chances de isso aí ficar bom são quase nulas, mas não custa nada sonhar, não?

segunda-feira, 30 de junho de 2014

DL do Tigre: Santuário

Título: Santuário
Autor: William Faulkner
Tema do mês: autores queridos

Meu primeiro contato com a literatura de Faulkner ocorreu com Enquanto agonizo, livro escolhido ao acaso em um momento de leituras despretensiosas, e embora a multiplicidade de narradores tenha dado um nó na minha cabeça, gostei bastante do livro. Depois li outras obras do autor e todas me impressionaram de uma maneira ou outra. Apesar de às vezes durante a leitura eu ficar completamente perdida, esse foi um dos raros casos em que ficar perdida não foi um grande problema.

Santuário, de 1931, é uma obra mais acessível que outras do autor, deixando de lado grandes fluxos de consciência e diferentes focos narrativos. Foi um sucesso comercial e Faulkner declarou que foi escrita com esse intento. Apesar disso, não deixa de ser complexa e de tratar de diversos temas comuns na obra do autor.

Ambientado no sul dos Estados Unidos, o livro reúne um grupo de personagens perdidos na vida: um advogado ingênuo e otimista prestes a se divorciar, uma adolescente bobinha, uma mulher endurecida pela vida e seu bebê quase morto, um produtor de bebida acusado injustamente, um criminoso impotente, todos envolvidos em uma trama de assassinato e estupro.

Adorei a maneira como Faulkner constrói a história e cria a atmosfera decadente, sufocante e sem esperanças do livro. Apesar de esta não ser a obra-prima do autor e não apresentar as características estilísticas que o consagraram, não deixa de ser um ótimo livro. 


quinta-feira, 8 de maio de 2014

DL do Tigre: Ratos

Título: Ratos
Autor: Gordon Reece
Editora: Intrínseca
Tema do mês: nome de animal no título

Graças ao tema deste mês do DL do Tigre, finalmente li Ratos. Já havia lido várias resenhas elogiosas e o livro estava na minha fila de espera faz tempo.

O livro é narrado por Shelley, uma adolescente que foi agredida no colégio e se muda com a mãe para uma casa no campo, onde tenta se recuperar do trauma e voltar a uma vida normal. Ela e a mãe são ratos, ou seja, medrosas e submissas, incapazes de confrontar qualquer um. No entanto, na noite de seu aniversário de dezesseis anos, um ladrão invade a casa e a paz das duas é abalada.

Gostei do livro, é uma leitura fluida e, em alguns momentos, surpreendente (apesar de eu achar que a sinopse e as orelhas do livro revelam mais do que eu gostaria). O grande problema do livro foi que o li no momento errado. Eu tinha acabado de terminar Crônica da casa assassinada, do Lúcio Cardoso, uma leitura que me envolveu por quinze dias e que acabou me tornando quase indiferente a Ratos, porque perto da lenta degradação humana e da densidade sufocante que vemos em Crônica da casa assassinada, Ratos me pareceu quase bobinho.

A culpa não é do livro, se eu o tivesse lido em outro momento, certamente ele conseguiria me impactar mais e eu teria aproveitado melhor a leitura. Uma pena.

terça-feira, 8 de abril de 2014

DL do Tigre: Garota Exemplar

Título: Garota Exemplar
Autora: Gillian Flynn
Tema: hype do momento

Sinopse: Na manhã de seu quinto aniversário de casamento, Amy, a linda e inteligente esposa de Nick Dunne, desaparece de sua casa às margens do Rio Mississippi. Aparentemente trata-se de um crime violento, e passagens do diário de Amy revelam uma garota perfeccionista que seria capaz de levar qualquer um ao limite. Pressionado pela polícia e pela opinião pública – e também pelos ferozmente amorosos pais de Amy –, Nick desfia uma série interminável de mentiras, meias verdades e comportamentos inapropriados. Sim, ele parece estranhamente evasivo, e sem dúvida amargo, mas seria um assassino? Com sua irmã gêmea Margo a seu lado, Nick afirma inocência. O problema é: se não foi Nick, onde está Amy? E por que todas as pistas apontam para ele? (fonte: Skoob)


Queria ler esse livro há um tempão, mas sempre adiava por um motivo ou outro. Não sei se ele se encaixa tão bem assim no tema hype do momento, pois apesar de ser um livro relativamente popular, o auge de sua popularidade já passou (ou não?). De qualquer forma, ele vai virar filme em breve e aí sim será devidamente hypado.

Como tinha lido várias resenhas/comentários sobre o livro, eu já sabia mais ou menos o que esperar dele, e ele correspondeu bem às expectativas: surpreendeu onde tinha que surpreender, chocou onde tinha que chocar, entreteve onde tinha que entreter. O livro alterna capítulos narrados por Nick e por Amy, o que funciona bem para que possamos conhecer os dois lados da história. A primeira parte é a mais arrastada, e muita gente achou chata, mas eu gostei, apesar de a narração de Amy em seu diário às vezes ser irritante. É na segunda parte que o jogo muda, e aí fica difícil largar o livro.

Como raramento leio thrillers, sempre que acabo um fico com vontade de ler mais e mais. Alguém recomenda algo?


sábado, 22 de março de 2014

DL do Tigre: Sua resposta vale um bilhão

Livro: Sua resposta vale um bilhão
Autor: Vikas Swarup
Editora: Companhia das Letras

Filme: Quem quer ser um milionário?
Diretor: Danny Boyle

Assisti ao filme na época do lançamento e achei okay. Quando soube que havia o livro fiquei com uma leve vontade de ler, mas fui deixando para depois, até chegar o DL do Tigre e dar esse empurrão que faltava para eu finalmente ler.

O livro é sobre Ram Mohammad Thomas, um jovem garçom que participa do programa de perguntas e respostas na TV Sua Resposta Vale Um Bilhão e, surpreendentemente, ganha o prêmio máximo. Ele é preso por suspeitarem que tenha trapaceado, pois como pode um jovem sem educação conseguir responder corretamente as doze perguntas do programa? Para se livrar da acusação e provar que sabia as respostas, ele conta a história de sua vida, cheia de miséria, dor e reviravoltas inesperadas.

Gostei bastante do livro. Tem um estilo agradável de ler e personagens "gostáveis". Apesar da pobreza e da desgraceira em que boa parte dos personagens vive, ele é bem divertido. O livro é organizado de maneira não-cronológica; cada capítulo narra o período da vida de Ram Mohammad Thomas que o ajudou a saber a resposta de uma das perguntas do programa, e aos poucos vamos montando o quebra-cabeça e compreendendo como Thomas sabe as respostas e o que o levou ao programa.

Não me lembro muito bem do filme. Tentei revê-lo para escrever a resenha, mas não tive saco de procurar uma versão online legendada. Com minha lembrança vaga do filme, posso dizer que achei o livro bem diferente. A premissa é a mesma, mas poucos dos relatos de Thomas me despertaram lembranças do filme e a relação entre alguns personagens também me pareceu bem diferente.

segunda-feira, 10 de março de 2014

DL do Tigre - Peixe Grande

Livro: Peixe Grande - Uma fábula do amor entre pai e filho
Autor: Daniel Wallace
Editora: Rocco

Filme: Peixe grande e suas histórias maravilhosas
Diretor: Tim Burton


Assisti ao filme Peixe grande e suas histórias maravilhosas há muito tempo e, apesar de eu ser fã do Tim Burton, na época não achei o filme especialmente memorável. Mesmo assim, quando fiquei sabendo da existência do livro tive vontade de ler, mas ele acabou ficando no limbo do "tenho vontade de ler, mas não tanta assim". Graças ao DL do Tigre pude finalmente matar essa vontade (mas não tanta assim) e conhecer a obra que inspirou o filme.  

O livro é sobre Edward Bloom e as histórias que ele conta. Segundo essas histórias, desde seu nascimento Edward foi cercado por acontecimentos surreais, como uma nevasca no Alabama, um peixe enorme e um gigante comilão na cidade. Em suas histórias, Edward sempre supera as adversidades com suas incríveis habilidades lendárias. Seu filho não tem muita paciência para as histórias e sente que, agora que o pai está à beira da morte, nunca teve a oportunidade de conhecer quem ele é de verdade. Ele só tem as histórias que o pai contou e é a partir delas que ele reconta a vida do pai para nós.

Gostei bastante do livro, é gostoso de ler e as histórias são bem divertidas. Achei interessante as diferentes tomadas com a conversa entre o filho e o pai no leito de morte, como se o filho precisasse reconstruir essa cena, modificando-a como uma história.

Foi bom eu não lembrar muito bem do filme ao ler o livro. E foi bom rever o filme depois de ler, porque eu adorei! Achei o filme melhor, mas acho que ele se torna melhor ainda quando se leu o livro antes. O que me agradou bastante no filme é que ele parece conectar melhor as histórias do pai, com personagens e lugares que aparecem no começo voltando a aparecer em vários momentos; isso torna o filme mais coeso que o livro, que parece mais uma sucessão de causos. De qualquer modo, tanto o livro quanto o filme valem a pena!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

DL do Tigre - The Book of Lost Things

Título: The Book of Lost Things (O livro das coisas perdidas, em português)
Autor: John Connolly
Tema do mês: julgando pela capa

Coisas que geralmente me atraem em uma capa: tipografia caprichada e/ou divertida; ilustrações simples; uso de cores fortes/contrastantes, mas com moderação.
Coisas que geralmente não me atraem em uma capa: fotos (principalmente de pessoas).

Dito isso, a capa de The Book of Lost Things tem tudo para me agradar. É vermelha, com tipografia bonita e silhuetas em preto. Tem esses galhos se entrelaçando e pequenos detalhes na ilustração que remetem à história.

Esse é um livro que me atraiu primeiro pela capa. Depois li alguma resenha de alguém do Desafio Literário do qual eu participava, e ele me pareceu promissor.

No entanto, não gostei muito. Acho que se eu lesse quando era mais nova, gostaria mais, mas agora fantasia meio que saturou para mim. Não tenho mais muita paciência para jornadas por reinos desconhecidos, encontros com criaturas mágicas, feitiços e maldições, batalhas pelo reino etc. E esse livro tem tudo isso.

Ele conta a história de um menino, David, que perdeu a mãe recentemente e se ressente com a nova esposa e o novo filho de seu pai. No jardim de casa, ele encontra um portal para outro mundo e, ao ouvir a voz da mãe morta o chamando, atravessa. Do outro lado encontra um mundo perigoso, com criaturas lupinas agressivas que desejam tomar o trono. David parte em uma jornada para encontrar o rei, que possui o Livro das Coisas Perdidas e pode o ajudar a voltar para casa. 

O livro tem um tom de conto de fadas e o universo fantástico criado pelo autor tem algumas de suas criaturas originadas a partir de contos, o que achei bem interessante, mas mal explorado. No geral, minha leitura não fluiu, faltou conexão entre cada aventura/desventura de David e eu não enxerguei muito bem o propósito do livro. Acho que li de má vontade e o livro mereceria uma leitura mais "carinhosa". Além disso, ele me lembrou bastante História sem fim, um dos meus livros preferidos, mas não apresenta a profundidade dele. De qualquer forma, ainda tenho vontade de ler outros livros do autor e não descarto uma releitura deste em algum momento do futuro.

Nota: 3/5

Capas de outras edições (umas bonitas, outras bem feias):

















(essas últimas são bem feias)

sábado, 11 de janeiro de 2014

Os pequenos homens livres

Título: Os pequenos homens livres
Autor: Terry Pratchett
Editora: Conrad

Primeiro livro do ano, válido para o Desafio Literário do Tigre (tema: na estante).

Gosto muito do Pratchett, apesar de ainda ter lido relativamente pouca coisa. Os livros da série Discworld me confundem, pois são muitos e eu gostaria de ler todos, mas acho difícil comprar (vários estão esgotados, eu acho) e a distribuição deles nas bibliotecas daqui não me favorece.

Comprei Os pequenos homens livres na feira de livros da USP há mais de um ano e esqueci ele no cantinho sombrio da estante. Graças ao Desafio do Tigre finalmente chegou a vez dele de ser lido.

O livro conta a história de Tiffany Dolorida, uma garota de nove anos que deseja ser bruxa. Apesar de pouco saber sobre esse ofício, ela precisa pôr seus talentos à prova quando seu irmãozinho chato e grudento é roubado pela Rainha. Junto aos Nac Mac Feegle, os pequenos homens livres do título, ela parte em uma jornada no mundo de sonhos da Rainha para trazer seu irmão de volta.

Minhas expectativas em relação ao livro eram bem altas, porque eu adoro O fabuloso Maurício e seus roedores letrados, outro livro do autor que, assim como esse, é voltado a um público mais novo e tem uma ligação tênue com a série Discworld. No entanto, não gostei tanto quanto esperava. O começo me agradou bastante, a parte de Tiffany na fazenda, buscando conhecimento com os professores, descobrindo sobre os Nac Mac Feegle. Mas na parte da aventura, que me pareceu uma mistura de O leão, a feiticeira e o guarda-roupa com Alice no País das Maravilhas, a leitura não fluiu e me vi verificando quantas páginas faltavam para acabar o tempo todo.

Não é o livro que eu recomendaria para quem nunca leu nada do autor, mas ele é simpático e me redespertou a vontade de ler o resto da série Discworld.

Nota: 3,5/5

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Desafio Literário do Tigre

Depois de três anos participando do Desafio Literário da Vivi, achei que seria bom ficar pelo menos um ano sem participar de nada do tipo, lendo o que eu tiver vontade. Mas então me deparei com o Desafio Literário do Tigre e não resisti. Então é, estou participando de mais um desafio, uêê! 

Os temas são os seguintes:



E minha lista de ideias de leitura é a seguinte:

Janeiro
Os pequenos homens livres - Terry Pratchett (prioridade)
O oceano no fim do caminho - Neil Gaiman (se sobrar tempo)

Fevereiro
O livro das coisas perdidas - John Connolly

Março
O leitor - Bernhard Schlink
Sua resposta vale um bilhão - Vikas Swarup
Deixa ela entrar - John Ajvide Lindqvist
Sobre meninos e lobos - Dennis Lehane
A invenção de Hugo Cabret - Brian Selznick

Abril
Garota exemplar - Gillian Flynn

Maio
A guerra das salamandras - Karel Tchapek
Ratos - Gordon Reece

Junho
Santuário - William Faulkner
ou um livro de contos do Roald Dahl

Julho
Algum YA sobre patinação no gelo (e espero que seja bom, senão eu mesma terei que escrever um livro sobre patinação no gelo).

Agosto
Ainda não sei (mais um Pratchett?)

Setembro
The Lucy Variations - Sara Zarr
Loving The Band - Emily Barker

Outubro
Não sei, talvez um Nicholas Sparks bem meloso que está aqui em casa e eu não lembro o nome.

Novembro
Relato de um certo oriente - Milton Hatoum

Dezembro
Depende da escolha do autor brasileiro do projeto Volta ao mundo em 12 livros. Se for Paulo Coelho, ele será meu autor guilty pleasure, pois apesar de eu não ter gostado muito do livro que li dele, ainda tenho bastante vontade de ler outras obras. Se ele não for o escolhido, lerei algum YA bobinho. Ou chick-lit.