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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Os melhores (e piores) do Desafio Literário 2013

Último Desafio Literário organizado pela Vivi, já que neste ano não vai rolar... Triste, mas já estou pensando em participar de um outro, além de seguir com meu projeto Volta ao Mundo em 80 Livros e participar de outro, o Volta ao Mundo em 12 Livros.

Então vamos aos livros lidos no DL 2013 (lista de leituras planejadas aqui, só para comparar com as leituras feitas de fato).

Janeiro - tema livre
A casa dos muito caminhos - Diana Wynne Jones
A cabana - William P. Young
A trama do casamento - Jeffrey Eugenides
Foras da lei barulhentos - vários autores
Wildwood - Colin Meloy
O capote e outras histórias - Nikolai Gógol

Fevereiro - livros que nos façam rir
The light fantastic - Terry Pratchett

Março - animais protagonistas
Eu sou um gato - Natsume Soseki

Abril - uma ou mais das quatro estações no título
Aquele Verão - Sarah Dessen

Maio - Livros citados em filmes
Macbeth - William Shakespeare

Junho - romance psicológico
Os Ratos - Dyonelio Machado

Julho - Cor ou cores no título
O caderno vermelho - Paul Auster

Agosto - Vingança
Grotescas - Natsuo Kirino
A vingança da Cagliostro - Maurice Leblanc

Setembro - autores portugueses contemporâneos
A manta do soldado - Lídia Jorge

Outubro - histórias de superação
Diário absolutamente verdadeiro de um índio de meio-expediente - Sherman Alexie

Novembro - livros que foram banidos
The handmaid's tale - Margaret Atwood

Dezembro - Natal
A aventura do pudim de natal - Agatha Christie
Conto de natal de Auggie Wren - Paul Auster


Melhores livros:
A casa dos muito caminhos: segue a linha de seus antecessores com sucesso.
A trama do casamento: leitura deliciosa.
Foras da lei barulhentos...: ótima seleção de contos e edição caprichada.
Eu sou um gato: hilário e genial.
Os ratos: angustiante.
The handmaid's tale: distopia muito interessante.
(metade dos livros está no mês de janeiro, tema livre, hehe)

Pior livro:
A cabana: não é um tema que me atrai e achei meio arrastado.

Boas surpresas:
Conto de natal de Auggie Wren: a história em si não é tão boa, mas as ilustrações e a edição tornam esse livrinho memorável. E talvez eu não notasse o livro se não fosse pelo DL.

Maior decepção:
O caderno vermelho: gosto muito do autor e esse livrinho parecia legal, mas o achei bem mediano.

No geral, foi um DL em que li pouco, me contentando em cumprir uma leitura por mês. Acabei não saindo muito da zona de conforto e conheci poucos autores novos, mas consegui ler coisas que estavam na fila faz tempo, como Os Ratos, The Handmaid's Tale e The Light Fantastic.

Ainda não estou 100% certa de que vou participar do Desafio Literário do Tigre (amei alguns temas), mas vou tentar. 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Desafio Literário: Conto de Natal de Auggie Wren

Título: Conto de Natal de Auggie Wren
Autor: Paul Auster
Ilustradora: Isol
Editora: Cia. das Letras

Depois disso, passei alguns dias em desespero, lutando contra os fantasmas de Dickens, O. Henry e outros mestres do espírito natalino. A mera expressão "conto de Natal" tinha associações desagradáveis para mim, evocava aterradoras efusões de sentimentalismo hipócrita e bobagens melosas. (...) No entanto, como alguém poderia se propor a escrever um conto de Natal que não fosse sentimental? Era uma contradição nos próprios termos, uma impossibilidade, um enigma insolúvel. (p.22)

Como já disse na minha resenha anterior, não gosto de Natal. No entanto, tive que ler mais de um livro com o tema, porque como poderia resistir a esse livro ilustrado charmoso?

O Auggie Wren do título é funcionário de uma tabacaria e tem o costume de tirar fotos de um mesmo lugar, na mesma hora do dia, todos os dias. Ele se tornou amigo do escritor, frequentador da tabacaria, e quando o escritor recebe a tarefa de escrever um conto de Natal e não sabe como fugir do sentimentalismo meloso típico desse tipo de história, Auggie promete narrar ao amigo um conto de Natal surpreendente e verdadeiro, que aconteceu com ele.

O livro é uma graça, mas fiquei meio decepcionada com a história narrada por Auggie. Acho que fiquei muito animada com essa coisa das fotos do mesmo lugar e esperava que isso tivesse mais importância no conto...

As ilustrações são muito interessantes e a edição está bonita e caprichada.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Desafio Literário: A aventura do pudim de Natal

Título: A aventura do pudim de Natal
Autora: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira

Vamos começar falando que eu não ligo muito para o Natal. Aqui em casa faz tempo que não temos mais o hábito de montar árvore, enfeitar a casa etc. e não comemoramos a data muito efusivamente mesmo nos encontros familiares. Claro que gosto de ganhar presentes, mas acho que estou ficando velha e nem isso consegue me alegrar muito (talvez porque eu quase só ganhe roupas...). E as comidas tradicionais de Natal são tão sem graça. :/

Dito isso, achei o tema do DL deste mês bem chato. Mas desafio é desafio...

Escolhi "A aventura do pudim de natal" pelo título, que me faz imaginar um pudim vivendo altas aventuras. Mas, que decepção, não é nada disso. O livro reúne seis contos da autora, cinco protagonizados pelo detetive Poirot e um pela Miss Marple. Os contos são: "A aventura do pudim de Natal", "O mistério do baú espanhol", "O reprimido", "O caso das amoras pretas", "O sonho" e "A extravagância de Greenshaw".

Peguei o livro na biblioteca achando que seria um romance e só descobri mais tarde que eram contos. Destes, só um trata do Natal, mas acho que é uma leitura válida para o Desafio mesmo assim, não?

Em "A aventura do pudim de Natal", Poirot é convocado para investigar o roubo de um valioso rubi e, para realizar a investigação, passa um período em uma casa de campo, em um típico Natal inglês, que inclui o tal pudim de passas.

No geral achei os crimes e suas resoluções mirabolantes demais para o meu gosto. Não sei se estou mal acostumada com o gênero policial ou se é um problema dos contos em si, mas me pareceu que muitos dos crimes só deram certo por sorte e foram solucionados quase por acaso, baseados em suposições muito vagas. E (spoiler!) precisa ter tantas pessoas se passando por outras? Não achei isso nada convincente!

Mas, apesar de tudo, o livro foi um bom entretenimento e no momento é isso o que importa.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Desafio Literário - The Handmaid's Tale

Título: The Handmaid's Tale
Autora: Margaret Atwood
Editora: Seal Books

I wipe my sleeve across my face. Once I wouldn't have done that, for fear of smearing, but now nothing comes off. Whatever expression is there, unseen by me, is real.
You'll have to forgive me. I'm a refugee from the past, and like other refugees I go over the customs and habits of being I've left or been forced to leave behind me, and it all seems just as quaint, from here, and I am just as obsessive about it. Like a White Russian drinking tea in paris, marooned in the twentieth century, I wander back, try to regain those distant pathways; I become too maudlin, lose myself. Weep. Weeping is what it is, not crying. I sit in this chair and ooze like a sponge.
So. More waiting. Lady in waiting: that's what they used to call those stores where you could buy maternity clothes. Woman in waiting sounds more like someone in a train station. Waiting is also a place: it is wherever you wait. For me it's this room. I am a blank, here, between parentheses. Between other people. (p. 213)


The Handmaid's Tale (O conto da aia em português) é um romance distópico e, não sei quanto a vocês, mas eu adoro distopias e só esse mero fato já foi suficiente para despertar meu interesse no livro.

A história se passa em Gilead, ex-EUA, uma sociedade totalitária dominada pela religião. Nessa sociedade, as mulheres vivem sob intenso controle e são divididas em várias categorias que representam sua função social: esposas, marthas, aias. A protagonista é Offred, uma aia, responsável por gerar filhos para a elite.

O romance é construído de maneira instigante, revelando pouco a pouco sobre os personagens e a sociedade a qual pertencem. É desses que dá vontade de ler em um fôlego só.

O que achei interessante e que difere de outros romances distópicos que já li é que o livro cria uma sociedade que sofreu mudanças recentemente, portanto os adultos que nela vivem se lembram como as coisas eram antes e podem refletir sobre a mudança.

O livro foi banido por várias razões, aquelas de sempre: sexo, críticas ao cristianismo etc. Aqui tem algumas das críticas e razões para não adotar o livro no ensino médio, que eu achei bem hilárias: http://www.sibbap.org/thehandmaidstale.htm

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Desafio literário - Diário absolutamente verdadeiro de um índio de meio expediente

Título: Diário absolutamente verdadeiro de um índio de meio expediente
Autor: Sherman Alexie
Editora: Galera Record

Ser pobre é um saco, e é um saco saber que, de alguma forma, você merece ser pobre. O cara começa acreditando que é pobre porque é burro e feio. Depois começa a acreditar que é burro e feio porque é índio. E como o cara é índio, ele começa a acreditar que está destinado a ser pobre. É um círculo feio e o cara não pode fazer nada para sair dele. (p. 25)
O tema deste mês, histórias de superação, não é lá do meu agrado, mas felizmente é um tema fácil e calhou de o livro que eu estava lendo se encaixar nele. Ouvi falar desse livro pela primeira vez faz tempo, no jornal, mas ele não conseguiu me motivar o suficiente para comprá-lo, até que uma promoção das Lojas Americanas me permitiu comprar por apenas 5 reais, e assim ele veio parar nas minhas mãos.

Arnold Spirit Junior é um adolescente constantemente zoado pelos colegas. Ele é um índio e vive em uma reserva pobre. Aos 14 anos ele percebe que não teria um bom futuro se permanecesse na escola da reserva e decide mudar para a escola da cidade próxima, de brancos. Sua atitude é vista como traição pela maior parte de seu povo, inclusive seu melhor amigo, e na escola nova, ele é visto como o esquisitão. Mas Junior é persistente e aos poucos vai mudando a opinião das pessoas e conquistando seu espaço.

O livro é escrito na forma de diário, cheio de desenhos engraçadinhos feitos pelo próprio Junior. É um livro engraçado em alguns momentos, com um estilo leve e zombeteiro, mas também bem triste. Junior passa por muitos momentos difíceis e a situação da reserva indígena é complicada, com a pobreza, o alcoolismo e muitas mortes. Junior pode ter conseguido superar parte de suas dificuldades (de modo até meio fácil demais, no caso de sua adaptação na escola de brancos), mas o livro não aponta para um final muito esperançoso para a reserva e todos os índios de lá.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Desafio literário - A manta do soldado

Título: A manta do soldado
Autora: Lídia Jorge
Editora: Record

A narradora sem nome é filha de Walter Dias, o soldado, o desenhador de pássaros, a ovelha negra da família, que não tomava juízo e não parava quieto, que engravidou Maria Ema e foi embora, deixando a mulher casar com o irmão. A narradora espera pelo pai que também é tio e o convoca mentalmente, refletindo sobre ele e sobre o que ele lhe deixou, enquanto à sua volta a família e sua propriedade rural decaem.

Esse livro não estava na minha lista inicial, eu pretendia ler outro da autora, que tenho aqui mas ainda não li, mas ao chegar na biblioteca ele foi o único que realmente me chamou a atenção e dei tchau para a sensatez de ler o que já tenho. Tem algo nos romances sobre família decadentes que me atrai (e o fato de compararem a autora ao Faulkner na orelha me pareceu promissor).

O estilo da autora é bem poético e fragmentado, chegando a ser confuso no início. Isso tem grandes chances de não me agradar, mas nesse caso eu achei bom. É um livro que te conquista pelo estilo e não pelo enredo.

O livro é bem lento, tanto que levei umas duas semanas para ler. Acho que esse é o tipo de livro que fica melhor apreciado aos poucos.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Desafio literário - A vingança da Cagliostro

Título: Arsène Lupin - A vingança da Cagliostro
Autor: Maurice Leblanc
Editora: Nova Fronteira

Lupin é um famoso ladrão que às vezes emprega seu grande conhecimento para ajudar a polícia a solucionar crimes. Dessa vez ele se envolve em um crime sem querer, pois só estava tentando afanar uma quantia polpuda de dinheiro, e acaba se enredando no mistério de um crime duplo, cujo possível culpado é seu possível filho.

Esse foi o segundo livro do Arsène Lupin que leio, mas pouco ou nada me lembro do primeiro (Ladrão de casaca), na verdade nem lembrava que Lupin agia como detetive e não só como ladrão.

A leitura foi divertida. Fazia tempo que eu não lia um romance policial, e foi muito empolgante ir descobrindo sobre o caso. Lupin é um protagonista muito carismático, com sua esperteza e sua vida dupla de ladrão e senhor respeitável. A única tristeza é que esse livro remete a outro, A condessa de Cagliostro, e ter lido o primeiro tornaria a história pessoal de Lupin muito mais interessante.

Mas pretendo ler outros livros de Lupin e assistir aos filmes do Lupin III (não sei o quanto eles se relacionam aos livros. Alguém já viu e sabe dizer?). Na verdade, eu devia mesmo é ler mais romances policiais, é tão divertido. :)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Desafio Literário - Grotescas

Título: Grotescas
Autora: Natsuo Kirino
Editora: Rocco

Quando comecei a ler o livro não esperava que ele fosse válido para o tema do mês, vingança, mas aos poucos a história foi se revelando e no final acho que ele pode se encaixar aqui, sim. Ele tem a vingança como um dos fatores por trás de algumas decisões dos personagens, mas não apresenta nenhum ato grandioso de vingança contra alguém.

Não gosto de escrever sinopses, então vai algo bem mal feito: o livro parte do assassinato de Yuriko e Kazue, prostitutas, que tinham em comum o fato de terem estudado no mesmo colégio de elite. A partir disso a autora reconstitui a vida das duas e da irmã de Yuriko, que foi colega de Kazue na escola. Yuriko é assustadoramente bela e sua irmã é feia. A irmã se ressente da beleza da outra e vai cultivando seu rancor e sua maldade, fazendo de tudo para ficar a distância dela. Já Kazue é esforçada e acredita que se der o seu máximo será recompensada, mas sua experiência no colégio prova o contrário.

O romance mistura a narração da irmã de Yuriko com os diários de Yuriko, de Kazue e o relato de Zhang, o acusado de matar as duas prostitutas. Achei esse um ponto positivo no livro, pois os relatos por vezes se contradizem e mostram como os personagens têm uma visão deformada de si.

Assim como no outro livro que li da autora, Real World, os personagens são exagerados, e apesar de gerarem certa pena e talvez até identificação, no geral o que senti foi repugnância (de uma maneira positiva, eu suponho. Acho que gosto de coisas grotescas). É muito ódio e ressentimento, é tudo cruel, feio e sórdido. Mas é a vida, não é?


terça-feira, 23 de julho de 2013

Desafio Literário - O Caderno Vermelho

Título: O caderno vermelho
Autor: Paul Auster
Editora: Companhia das Letras

Gosto muito do Paul Auster, que foi um autor que descobri ao acaso há alguns anos, ao escolher minhas leituras aleatoriamente entre os livros do meu pai. Dito isso, O caderno vermelho não foi um dos meus preferidos dele.

O livro reúne quatro contos em que o acaso tem um papel fundamental. São coincidências estranhas e surpreendentes que o autor diz terem acontecido de verdade, como o caso do amigo que chega inesperadamente bem quando ele e a mulher estão morrendo de fome, sem dinheiro e com uma torta de cebola queimada, ou da frase de uma música anotada em um papelzinho no livro que ele acabou de receber do amigo poeta, que é a mesma frase que sua filha estava cantando há pouco tempo.

O livro é curtinho e cada conto é dividido em várias partes, cada uma com um caso. É bem gostoso de ler, mas não foi dos livros que me marcaram.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Macbeth - Desafio Literário

Título: Macbeth
Autor: William Shakespeare
Editora: New Swan

Citado no filme V de Vingança

Resenha atrasada do mês de maio, livros citados em filmes.

Demorei para escolher o livro desse mês porque em geral eu não sou grande fã de cinema. Adoro animações, mas a maioria não cita livros, e na lista de leituras sugeridas do DL só tinha coisa que eu já li ou que não tenho lá muito interesse em ler. Então recorri ao velho método de tentar encaixar no tema leituras que eu já teria que fazer de qualquer jeito. E nisso tenho que agradecer à Vivi por ter respondido minhas perguntas sobre livros e filmes.

Apesar da demora para escolher, fiz a leitura dentro do prazo, mas acabei me enrolando com a resenha e só escrevi agora...

Meu contato com Shakespeare antes desse semestre se resumia a algumas comédias e sonetos (lembro de ter lido Sonho de uma noite de verão, A megera domada, O mercador de Veneza, entre outros). Julgando só por essas leituras eu podia dizer que gostava de Shakespeare.

Mas agora peguei ódio.

Em geral não sou do tipo que acaba odiando tudo quanto é leitura obrigatória. Em geral eu gosto. Mas dessa vez não deu. Ler as tragédias de Shakespeare em classe foi enfadonho demais. E meu inglês não é o suficiente para eu entendê-las sem recorrer a tudo quanto é nota de rodapé. E odeio ter que ficar parando a leitura para ler as notas. Então eu li por cima, deixando para trás muita coisa incompreendida. E acabei não gostando, obviamente.

O enredo de Macbeth é até interessante e em alguns momentos eu cheguei a gostar da leitura, mas então eu desanimava e tudo se tornava um fardo.

Preciso ler a peça em português e ver se a má impressão se desfaz.

Essa leitura também faz parte de meu desafio Volta ao mundo em 80 livros.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Desafio Literário - Os ratos

Título: Os ratos
Autor: Dyonelio Machado
Editora: Planeta

Falhei na tarefa de escrever a resenha do mês passado. Eu li o livro, mas acabei esquecendo de escrever, então fica para depois. E do jeito que estão as coisas, eu quase ia esquecendo de escrever esta daqui também...

Escolhi Os ratos por já ter ouvido muitos elogios a ele e por ser um desses clássicos não tão conhecidos. Já faz algum tempo que venho adiando sua leitura, talvez por medo da frustração causada pela expectativa, talvez por não saber muito bem o que esperar, talvez por receio de que fosse uma leitura arrastada ou difícil. Mas no final eu achei o livro excelente.

A história é de um homem, Naziazeno Barbosa, que precisa de 53 mil réis para pagar o leiteiro. Ele sai pela cidade com a ideia fixa de conseguir essa quantia. E é isso. E é genial.

O lado mais psicológico do romance está na narração em discurso indireto livre (eu acho) que mergulha na mente do personagem. E o trecho da insônia de Naziazeno me deixou realmente aflita de tão realista.

Eu tinha separado um trecho do romance para colocar aqui e talvez despertar uma mínima vontade de ler o romance em quem por acaso vier a ler esta resenha, mas tive que devolver o livro na biblioteca (eu já li faz um tempo) e não achei versões na internet em minha breve busca, então fica sem trecho. :(

Além de ser uma leitura para o Desafio Literário, ela também vale para meu desafio Volta ao mundo em 80 livros, viva!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Desafio Literário - Aquele Verão

Título: Aquele Verão
Autora: Sarah Dessen
Editora: iD

Sinopse: Há muita coisa acontecendo na vida de Haven... Primeiro, o casamento do pai com Lorna Queen, a “Mulherzinha do Tempo” da televisão local. Depois, o casamento da irmã Ashley com o chato Lewis Warsher, que não parece combinar com Ashley de jeito algum. Haven também não consegue ignorar o fato de ter quase um metro e oitenta e cinco de altura e ainda continuar crescendo. Ela mal consegue ver quem ela é agora ou onde ela pode se ajustar.
Então, o antigo namorado de Ashley, Sumner Lee, aparece e reacende as lembranças de Haven do verão quando seus pais eram felizes, a irmã era descolada e despreocupada, e tudo era perfeito... ou pelo menos assim parecia. (sinopse roubada da orelha do livro)

Minha experiência anterior com um livro da Sarah Dessen foi com A caminho do verão, que também se encaixa no tema do Desafio, yay! Não sei se a autora tem algum tipo de obsessão com o verão ou se isso é algo comum em países de estações bem definidas. Só sei que achei o livro muito simpático e agradável de ler.

Comecei a ler Aquele verão sem tantas expectativas porque minha irmã disse que esse era mais chato que A caminho do verão e que a protagonista é uma irritante que faz draminha porque é alta demais. O livro realmente é mais lento que o outro da Sarah Dessen que li, há menos coisas acontecendo e a vida da Haven é meio besta. Mas eu gostei. Acho que era exatamente o que eu precisava no momento. A Haven é meio chata sim, mas consegui me identificar um pouco com ela e isso fez a leitura fluir.

Achei o livro sutil e delicado e recomendo aos que gostam de YAs pé-no-chão sobre as dores do amadurecimento indesejado.

domingo, 17 de março de 2013

Desafio Literário - Eu sou um gato

Título: Eu sou um gato
Autor: Natsume Soseki
Editora: Estação Liberdade

Minha primeira experiência com um livro de Natsume Soseki não foi tão prazerosa quanto eu esperava (leia a resenha aqui), então fui com expectativas mais moderadas ler Eu sou um gato, mesmo já tendo ouvido altos elogios a ele.

E eu amei o livro. É sarcástico, crítico, hilário. É do tipo de livro tão bom que eu não sei como transmitir isso em palavras.

O protagonista é um gato que vive com um professor no início do século XX. Ele analisa o comportamento dos humanos ao seu redor e a sociedade em que vive. Não há muita ação, mas pelo menos para mim a leitura fluiu bem e foi deliciosa. O dono do gato, o professor Kushami, e seus amigos intelectuais são muito engraçados e adorei ler as conversas deles.

Mais para o final o livro se torna menos engraçado e as reflexões se prolongam demais, mas nada que prejudique a obra.

Recomendo muito a todos que têm interesse pela sociedade japonesa e por gatos.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Desafio Literário - A luz fantástica

Título: The Light Fantastic
Autor: Terry Pratchett
Editora: HarperTorch

Li A Cor da Magia, primeiro volume de Discworld,  há muito tempo e não li a continuação porque a edição brasileira está esgotada e não tem nas bibliotecas que eu frequento. Apesar de eu gostar muito de Discworld, o tamanho gigantesco da série me dá certa preguiça e isso me impede de sair correndo atrás de todos. Mas aí a edição em inglês apareceu para mim na livraria e é claro que eu comprei.

A Luz Fantástica é continuação direta de A Cor da Magia, o que significa que voltamos a acompanhar as aventuras de Rincewind, mago expulso da universidade e que só conhece um feitiço, que por sinal é o Oitavo, um dos grandes feitiços, e de Duasflor, o primeiro e único turista do disco. E da Bagagem, é claro. Meu longo intervalo na leitura da série significa que por anos deixei Rincewind caindo e caindo da borda do disco, sem saber o que aconteceria com ele.

E agora finalmente voltei a ele e ele pode parar de cair. Não só parar de cair, mas lidar com uma gigantesca estrela vermelha que se aproxima do disco.

Não posso dizer que A Luz Fantástica é meu preferido da série (prefiro os que tem Morte como protagonista), mas também não posso dizer que é inferior aos outros; ele tem o humor Pratchettiano de sempre e personagens memoráveis.

É uma boa leitura, embora não tenha me feito rir de verdade, porque é raro eu rir de verdade ao ler. Acho que para mim, rir é um ato social, por isso raramente rio quando estou sozinha.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Desafio Literário - O capote e outras histórias

Título: O capote e outras histórias
Autor: Nikolai Gógol
Editora: 34

O livro reúne cinco contos/novelas de Gógol: "O capote", "Diário de um louco", "O nariz", "Noite de natal" e "Vyi". Os três primeiros são os mais famosos e consagrados do autor e os dois últimos são de sua produção inicial, contos folclóricos com a presença do sobrenatural e do cômico.

Eu tinha grandes expectativas em relação a "O nariz" e por isso não achei o conto tão excepcional quanto eu imaginava. Esperava algo ainda mais insólito.

Já com "O capote" foi o contrário. É uma de suas obras mais conhecidas, mas eu não sabia do que se tratava, então foi uma surpresa positiva.

Outra surpresa foram os dois contos "populares", que de tão diferentes, parecem até ter sido escritos por outro autor. Aqui o ambiente urbano dos funcionários públicos dá lugar ao ambiente rural, com bruxas, diabos que roubam a lua, cadáveres, amantes escondidos em sacos, velhas que montam em homens e provações para conquistar o coração da mais bela da aldeia. Eu não esperava gostar muito desses contos e, ao iniciar "Noite de natal" já fiquei "xi, quantas páginas isso tem?", mas então acontecem mil reviravoltas e a história se torna divertidíssima, bem ao estilo de narrativas que a vovó contava.

Gostei de ter esse primeiro contato com a obra de Gógol e espero ler Almas Mortas um dia.

Desafio Literário - Wildwood

Título: Wildwood
Autor: Colin Meloy
Ilustradora: Carson Ellis
Editora: Balzer + Bray

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi... que a capa é linda. Não só a capa, mas toda a edição, com capa dura, ilustrações coloridas e em preto e branco. Uma beleza! Deve ser um dos livros mais lindos que eu (ou melhor, minha irmã) tenho aqui em casa.

Os desenhos da capa já mostram bem como será a história, com bosques, batalhas e animais falantes.


O livro é sobre... um mundo mágico, localizado em Portland, Oregon. 
Encarregada de cuidar do irmão bebê por uma tarde, Prue tem seu irmão raptado por um bando de corvos, que o levam até o bosque selvagem localizado nos confins da cidade. Ninguém nunca vai lá, mas Prue decide seguir em frente e resgatar o irmão. Para isso, ela conta com a ajuda do colega Curtis, que ainda desenha super-heróis enquanto todos os outros já passaram dessa fase. Eles adentram em um mundo mágico, com animais falantes e plantas superpoderosas, e tem que lidar com feitiçaria antiga, manobras políticas e um mundo cindido.

Eu escolhi esse livro porque...  minha irmã ganhou já faz um tempo e eu sempre adiei a leitura porque eu sabia que ele seria mais bonito do que bom. E como ele é grossinho, achei bom ler agora em janeiro que estou com bastante tempo livre.

A leitura foi... tranquila. O livro não é a melhor coisa do mundo, mas está longe de ser ruim. 
Em alguns pontos ele me lembrou Nárnia, talvez por ter animais falantes e porque, no começo, Curtis meio que se aliou sem muita consciência à rainha do mal, e isso me lembra o Edmundo.
Uma coisa que não gostei muito no livro foi o vai e volta entre as partes da Prue e as partes do Curtis. Eles se separam logo no começo e achei que a narrativa ficou muito entrecortada com esse mudança de perspectiva. Se as partes fossem mais longas seria melhor. E se o Curtis e cia ficassem engaiolados por mais tempo também seria melhor (não sei por que, mas amei aquela parte).

O personagem que eu gostaria que soubesse a verdade é a família do Curtis. Por quê? Não posso revelar por que, seria spoiler. Mas eu achei isso triste. O eterno dilema: a que mundo eu pertenço...


O trecho do livro que merece destaque: as ilustraçõs. Fotografei algumas das minhas favoritas, mas a qualidade não ficou lá essas coisas...






 
A nota que eu dou para o livro: 4
(sendo: 1- Não gostei; 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5- Adorei)

domingo, 27 de janeiro de 2013

Desafio Literário - Foras da lei barulhentos...

Título: Foras da lei barulhentos, bolhas raivosas e algumas outras coisas que não são tão sinistras, quem sabe, dependendo de como você se sente quanto a  lugares que somem, celulares extraviados, seres vindos do espaço, pais que desaparecem no Peru,  um homem chamado Lars Farf e outra história que não conseguimos acabar, de modo que talvez você possa quebrar esse galho.
Autores: Nick Hornby, George Saunders, Kelly Link, Richard Kennedy, Jon Scieszka, Sam Swope, Clement Freud, James Kochalka, Neil Gaiman, Jeanne Du Prau, Jonathan Safran Foer (introdução e meia-história de Lemony Snicket)
Editora: Cosac Naify

Essa é uma coletânea de contos voltada a adolescentes/crianças/pessoas que gostam de contos voltados a adolescentes e crianças. Reúne textos dos autores citados acima, com introdução e o começo de uma história (para você terminar) do Lemony Snicket, ilustrações E uma palavra-cruzadas no final (ainda não fiz). E a capa ainda é bonita, simpática, interessante, com título looongo e a curiosa foto de um monstrengo.

O que me atraiu de primeira no livro foi a seleção dos autores: adoro o Nick Hornby (li praticamente tudo que ele publicou), adoro o Neil Gaiman, adoro o Lemony Snicket (ai, que vontade de reler Desventuras) e gostei muito do que li do Jonathan Safran Foer. O fato de ele ser ilustrado e ter uma edição bacana só melhora.

Minha decepção foi que eu já li o conto do Neil Gaiman ("Pássaro-do-sol", presente em Coisas Frágeis). Minha maior surpresa é que a maioria dos contos me agradou muito! Muitos deles têm um pé no fantástico e muito humor (um tipo de humor que me lembra o Lemony Snicket). Gostei especialmente de "Lars Farf, pai e marido excessivamente temeroso", de George Saunders, sobre um homem que tenta de todas maneiras proteger a ele e a sua família de possíveis acidentes e de tudo de ruim que assola o mundo. Também gostei de "Grimble", de Clement Freud, sobre um garoto com pais ausentes e uma infinidade de bilhetes. E a introdução do Lemony Snicket é bem Lemony Snicket. O único que não gostei, ou não entendi, foi "Vendidos separadamente", de Jon Scieszka, que me pareceu mais algo conceitual do que uma narrativa e ficou meio deslocado do resto.

Foras da Lei Barulhentos foi uma ótima leitura e uma boa introdução a vários autores dos quais eu nunca tinha ouvido falar. É um livro que vale a pena ler, reler, ter, ficar admirando a capa e o título.

Obs: lendo sobre o livro pela internet, descobri que "Grimble" é um dos livros de infância preferidos da J.K. Rowling e que ele estava fora de catálogo, coisa que deixou o Neil Gaiman muito surpreso, porque ele achava que as editoras seriam espertas e republicariam o livro com a frase da Rowling na capa. Mas não foi assim, então ele sugeriu que publicassem o conto nessa coletânea. Fim!

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Desafio literário - A trama do casamento

Título: A trama do casamento
Autor: Jeffrey Eugenides
Editora: Companhia das Letras

Sinopse roubada do site da editora e editada para não ficar gigante:

Acompanhando um trio de alunos da universidade de Brown entre o ano da sua formatura (1982) e o seguinte, Eugenides fornece um acurado retrato da desilusão de uma geração que viu o otimismo revolucionário dos anos 60 se consumir em cinismo e vazio, ocasionando dúvidas e instabilidades de todo tipo. 

Depois de ler críticos como Jacques Derrida, Roland Barthes e Michel Foucault, a estudante Madeleine Hanna percebe que gostar de romances já não é o bastante para justificar sua vontade de se graduar em letras. O autor está morto, os livros viraram textos, a semiótica está desconstruindo a linguagem. E já não há romantismo. 

O que ela não sabe é se deve mesmo se adequar a esse mundo pouco sentimental, em que a devoção por escritoras vitorianas parece um crime. E ainda maior é sua dúvida entre os dois homens que a disputam. 
Afinal, Eugenides nos apresenta, ao mesmo tempo, uma inquestionável história de amor, ou duas, ao acompanhar a devoção de Mitchell Grammaticus por Madeleine e a complicada relação dela com o gênio problemático Leonard Bankhead. 


Meus comentários frustrados: Eu tinha escrito uma resenha bem espontânea antes, mas deu algum problema no blogger/computador e perdi tudo. Isso é um sinal de que eu não deveria ficar escrevendo coisas espontâneas, de que eu deveria refletir melhor quando escrevo essas porcarias de resenha, mas agora estou com raiva e vou forçar a memória para recuperar mais ou menos o que eu tinha escrito (só que vai ficar pior).

Bom, escrever resenhas é difícil para mim. Às vezes sai sem tantos problemas, mas às vezes não dá. E dessa vez resolvi fazer uma resenha na forma de comentários espontâneos em vez de um texto organizadinho.

- Gostei do livro mais do que esperava. O que eu esperava? Talvez eu temesse que ele fosse meio "universitário", cheio de papo acadêmico, nomes de autores aqui e ali, altas discussões sobre sei lá o quê. E, de fato, ele é um pouquinho assim, mas de uma forma agradável. Também tinha medo de que talvez ele se concentrasse demais na ideia do casamento, amor, romance. E, de fato, tem um pouco disso também, mas de uma forma agradável.

- O livro é ótimo. A prosa de Eugenides flui que é uma beleza. Os diálogos são ótimos. Os personagens são bem construídos. Há partes dolorosas e há partes hilárias. E o que mais gostei foi disso, das partes hilárias.

- Eu não esperava que fosse ser desses livros envolventes, de não querer largar, mas foi. (com a exceção de algumas partes do Mitchell; não gosto muito dele)

- Preciso ler os outros romances do Eugenides (felizmente são só dois, então é uma tarefa realizável). Dizem que eles são melhores que a "Trama", então devem ser ótimos, maravilhosos etc, não? Alguém aí já leu?

Nota: 4,5/5


E ainda estou com raiva de ter perdido meu texto anterior, grrrr.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Desafio literário - A cabana

Título: A Cabana
Autor: William P. Young
Editora: Sextante

Ai, que livro chato.

Esse é da leva que minha tia me emprestou, que incluía romances água com açúcar e coisas assim, que podem não ser minhas leituras favoritas, mas também não são algo que acho chaaato ou maçante (tá, admito, eu meio que gosto de vários desses livros).

Eu sabia que "A cabana" tinha tudo para ser chato. Sou ateia e a religião nunca teve nenhum papel em minha vida. Além disso, não gosto muito de livros com mensagens edificantes e coisas semelhantes.

Mas o livro estava lá e achei bom ler logo para devolver. E talvez ele até superasse algumas expectativas.

Bom, acho que todos sabem o básico sobre "A cabana": um cara teve a filha assassinada, mergulha na tristeza e recebe uma carta de Deus, convidando-o para um encontro na cabana onde a filha foi morta. O cara vai e encontra Deus, Jesus e o Espírito Santo. Eles conversam sobre Deus, religião, amor, perdão etc.

Achei as cinquenta primeiras páginas do livro bem interessantes, afinal, é a parte mais ágil e com algum suspense. Depois, quando chegamos à cabana, a coisa fica parada. 

Imagino que o livro agrade aqueles que acreditam em Deus, mas que sejam meio flexíveis em relação à religião, porque o autor prega um Deus mais aberto e acaba contradizendo algumas coisas da Bíblia/Igreja/sei lá. No final, a imagem de Deus que ele passa acaba sendo bem agradável, dá até vontade de acreditar nisso (ou não).

E ainda não entendo porque esse livro fez tanto sucesso aqui no Brasil, credo!

Nota: 2/5 (teve algumas partes legais)


Desafio literário - O livro selvagem

Título: O livro selvagem
Autor: Juan Villoro
Editora: Cia. das Letras

- Há pessoas que acham que entendem um livro só porque sabem ler. Eu já disse que livros são como espelhos: cada pessoa encontra neles aquilo que está em sua própria mente. O problema é que você só descobre que existe isso dentro de você quando lê o livro certo. Os livros são espelhos indiscretos e arriscados: fazem com que as ideias mais originais saiam da sua cabeça e trazem à tona outras novas, que você não sabia que tinha. Quando você não lê, essas ideias ficam presas dentro da sua cabeça e não servem para nada. (p. 75)

Sempre achei que o desafio literário deveria ter um tema "livros sobre livros" ou "livros para amantes de livros", que incluiria livros sobre o ato de escrever e de ler, sobre personagens, leitores e escritores, sobre a relação entre ficção e realidade. Se um dia houvesse esse tema, "O livro selvagem" seria uma boa indicação, pois ele é exatamente sobre a relação que os livros estabelecem com seus leitores.

Os pais de Juan estão prestes a se separar e por isso ele tem que passar as férias com o solitário tio Tito, dono de uma biblioteca enorme e labiríntica. Lá, ele descobre um novo mundo, um em que os livros têm vida e reagem à sua presença. O tio Tito passa uma missão a Juan: encontrar o livro selvagem, que se recusa a ser lido e passou anos naquela biblioteca se esquivando dos olhos humanos. Felizmente, Juan conta com a ajuda da bela Catalina, que transforma sua vida, e também com a ajuda de outros livros.

O livro é uma delícia de ler, embora eu tenha gostado bem mais dos primeiros capítulos, mais voltados à situação familiar de Juan e à apresentação geral do tio Tito e sua biblioteca, do que da grande caçada ao livro selvagem. Foi divertido ler sobre a biblioteca, com seu sistema de classificação esdrúxulo, e sobre o tio Tito, com suas lições profundas, como: "É preciso ampliar as possibilidades da vida: urinar por três minutos é mais divertido que por dez segundos".

"O livro selvagem" é um desses infanto-juvenis que tem profundidade e ao mesmo tempo que consegue manter um bom ritmo de aventura. É sobre livros e sobre a vida, e sobre como um espelha o outro.

Nota: 4/5