Autora: Elizabeth George Speare
Editora: Yearling
Kit Tyler deixa Barbados, sua terra natal, para viver com a tia em Wethersfield, na colônia de Connecticut. Criada com liberdade pelo avô, seus hábitos chocam a sociedade puritana do local, que a vê com desconfiança. Desacostumada com a rotina pesada de trabalho, com os longos sermões na igreja, sem tempo para o lazer e sem lugar para pequenos luxos, Kit se sente infeliz e solitária. É apenas quando começa a fazer as coisas do seu jeito e conhece Hannah, uma mulher excluída pela comunidade, conhecida como a Bruxa de Blackbird Pond, que ela começa a ser feliz. Porém, em uma sociedade tão conservadora, esse comportamento gera suspeita e coloca Kit em perigo.
Publicado em 1958, esse livro infantojuvenil é bastante popular nos EUA e foi premiado com a Medalha Newberry, um dos mais prestigiosos prêmios americanos para livros infantis. Ambientado na Nova Inglaterra do século XVII, ele mostra como era a vida na sociedade da época pelos olhos de alguém de fora. Além do cotidiano árduo e da questão religiosa, o livro também aborda algumas das tensões políticas que afetavam os habitantes da região, divididos entre os fiéis ao rei da Inglaterra e os que desejavam maior autonomia para as colônias.
A intolerância também é um tema importante desde o início. Kit é julgada o tempo todo por seu comportamento diferente, seja ao mergulhar no rio ou ao tentar ensinar as crianças de forma mais divertida. Já Hannah, a "bruxa", vive isolada do resto da comunidade por ter uma religião diferente e, quando uma doença misteriosa começa a atacar os habitantes locais, passa a ser vista como a culpada de tudo.
Os personagens são cativantes e, em sua maioria, têm um bom desenvolvimento. Apesar de bastante focado no romance, afinal, naquela época a vida de uma mulher dependia do casamento, foram os relacionamentos familiares que me conquistaram no livro. Achei fascinante ver Kit lentamente encontrando seu lugar entre os tios e as primas, provando a eles seu valor.
Com um estilo bastante agradável de ler, a autora conseguiu das vida à ambientação histórica e dar graça ao cotidiano muitas vezes monótono dos personagens, mantendo um realismo pé-no-chão sem perder o encantamento da narrativa.
Livro lido para o Desafio Livrada! no tema ficção histórica.
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