Autor: Natsume Soseki
Editora: Estação Liberdade
Tradutora: Lica Hashimoto
Páginas: 280
Tema do mês: escritor oriental
Daisuke Nagai é um homem de trinta anos. Culto e sensível, ele leva uma vida confortável sustentado pelo pai. Seus amigos desprezam (ou invejam?) essa sua vida folgada e aparentemente indolente e despreocupada. Sua família tenta convencê-lo a trabalhar e a se casar, empurrando para ele uma pretendente atrás da outra, todas recusadas.
Em um Japão em transição, ainda longe de ser a potência econômica que é hoje, as tradições nipônicas entram em conflito com as influências ocidentais. O livro se concentra nas reflexões de Daisuke sobre os problemas dessa sociedade e sua inadequação a ela.
Escolhi esse livro depois de ler uma resenha dele no jornal. O enredo em si não me chamou a atenção, mas ao saber que o romance se passava no período da Restauração Meiji e que ele apresentava uma reflexão sobre essa época, não pude resistir. Não sou viciada em história nem nada do tipo, mas sou viciada no mangá/anime Samurai X (ou Rurouni Kenshin), ambientado exatamente nesse período, e cada vez que eu revia ou relia Samurai X meu interesse pelo contexto histórico ia aumentado.
Para quem também tem esse interesse histórico e cultural, E depois é um prato cheio ao mostrar aspectos da situação econômica do Japão, os costumes das pessoas, seu modo de vida, um pouco sobre a arte da época etc. Agora para quem busca uma narrativa mais animada, algo mais para entretenimento, não recomendo. O livro é bem parado e o protagonista, por mais que você possa se identificar e se pôr no lugar dele, é um grande chato.
Eu gostei do livro, mas esperava mais. É sempre aquele velho problema das expectativas...
De qualquer modo, ainda pretendo ler outras obras do autor.
De qualquer modo, ainda pretendo ler outras obras do autor.
Sobre a edição: Não gosto muito da capa e o problema maior é essa fonte e como eles lidaram com os espaços vazios. Faltou o capricho que a editora dedica aos livros do Kawabata, que seguem um padrão muito elegante. Já a imagem escolhida representa bem o livro, com o contraste do Japão tradicional, representado pelos riquixás, quimonos e a arquitetura de algumas casas, com a modernidade e o ocidente (roupas ocidentais, postes de eletricidade). Um comentário inútil: essa imagem me faz lembrar do Yahiko tentando roubar a carteira do Kenshin na ponte. E quando eu fui procurar uma imagem da capa de E depois no Google, apareceu uma imagem do Kenshin. *-*
Houve algumas derrapadas na revisão em algumas partes. Pouca coisa, mas mesmo assim desagradável.
E, muito importante, o livro vem com um marcador de página simpático!
É, a sua opinião sobre esse livro foi bem parecido com o que eu senti após ler "Coração", do mesmo autor. Acho que esse é mesmo o estilo dele; uma narrativa bem paradinha e calma, mais preocupado com as mensagens e coisinhas assim do que com o enredo, se é que me entende.
ResponderExcluirSe bem que "Coração" é mais sobre reflexões da humanidade e escolhas da vida...pelo o que você escreveu sobre "E depois" seria o tipo de livro que eu me interessaria bastante, mas saber que é do Soseki me fez perder a vontade XDD Ele é um bom esritor, só que realmente não é para mim.
Abraços!
Poxa, nem me animei pra ler agora não... E a edição é feia mesmo. Ruim essa coisa da revisão, porque eles parecem se importar tanto com a tradução...
ResponderExcluirÉ verdade. A lit. oriental tem um senso artístico e filosófico bem acentuado. A mensagem, a linguagem e o discurso prevalece sobre a ação da trama.
ResponderExcluirSó li um livro deste autor, na literatura oriental prevalece o lado sensível e filosófico enquanto a ação e a catarse são quase inexistentes, passar uma mensagem é mais importante que um enredo emocionado. É o choque cultural que sentimos ao ler obras orientais.
ResponderExcluirLigia, sua resenha só aumentou o meu interesse por esse livro. Tenho dele aqui na minha estante o "Coração" esperando para ser lido, mas esse com certeza também vai para a minha lista. Estudo o Japão e esse período histórico especificamente é muito rico. Fora que fiquei curiosa para ver o marcador que vem junto com o livro!!! Beijo.
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