terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

DL 2012 - Marina


Título: Marina
Autor: Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras

Eu não pretendia ler esse livro para o DL porque o excessivo número de resenhas dele às vezes me irrita e eu não queria inflacioná-lo ainda mais. Mas algumas resenhas acabaram me fisgando e então eu decidi ler, já que o livro estava em casa e sobrou tempo no mês para mais uma leitura.

O curioso é que as resenhas que me convenceram a ler Marina foram todas aquelas que de um modo ou de outro falaram mal do romance. Fazer o quê? Resenhas negativas sempre geram curiosidade e me dão vontade de ler livros que de outro modo não me atrairiam.

Eu não desgostei do livro. Na verdade gostei bastante, embora não ache o livro tão bom assim. É um livro que te prende durante a leitura, que te faz querer saber logo o que acontece, mas que acaba sendo meio previsível e esquecível, pelo menos para mim. É um bom entretenimento e chegou a me dar um pouco de medinho em umas partes, por isso eu o recomendo como leitura descompromissada de fim-de-semana.

Eu sei que o Zafón é queridinho de muita gente aqui, mas eu não vou muito com a cara dele. Acho os livros (tá, por enquanto só li dois) meio exagerados.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

DL 2012 - Robinson Crusoe


Título: Robinson Crusoe
Autor: Daniel Defoe
Editora: Penguin Books
Nº de páginas: 318

Quando vi a capa do livro, o que mais chamou a minha atenção foi... o fato do Robinson estar todo vestido com peles! Ao ler o livro ficamos sabendo que ele próprio confeccionou as roupas com pele de cabra e eu não posso deixar de imaginar como ele não morreu de calor com uma vestimenta assim. Ele está parecendo o abominável homem das neves ou algo do tipo. E tudo isso em uma ilha tropical...


O livro é sobre... as aventuras de Robinson Crusoe, com destaque para os vinte e oito anos que ele passa em uma ilha deserta.

Contra a vontade de seu pai, Robinson deixa a Inglaterra e parte em viagens marítimas simplesmente porque ele sentia esse impulso em direção ao mar. Nessas viagens ele passa por algumas aventuras menores e acaba parando no Brasil, viva! Aqui ele se estabelece por um tempo, consegue umas boas plantações, mas como é insaciável, resolve se meter em mais uma viagem, o navio naufraga e ele se vê sozinho em uma ilha deserta.

E aí começa a parte extremamente entediante do livro. Robinson é um cara prático demais, então ele passa quase todos seus vinte e oito anos de isolamento tentando recriar na ilha o mundo que ele conhece. Ele contrói um lugar para morar, com todas as medidas de segurança para não ser encontrado, ele caça, planta, calcula como fazer suas fontes de alimento durarem, inventa todo tipo de ferramenta para auxiliá-lo em suas atividades. Tudo bem que ele tem todo o tempo do mundo nas mãos, mas às vezes simplesmente não consegui aceitar as escolhas dele. Exemplo: ele conseguiu cultivar milho. Ótimo para ele, mas o intuito dele era fazer pão com esse milho. Pão! Para isso ele tem que criar um modo de moer o milho, peneirá-lo etc. Não era muito mais fácil comer o milho cozido ou algo assim?

Quando ele não está criando parafernálias, ele está divagando sobre sua vida e aí entra uma parte meio religiosa que não me agradou muito.

O livro volta a ficar mais interessante lá para o final. Infelizmente o Sexta-feira só aparece mais para o fim... Foi difícil para mim aguentar o Robinson sozinho durante tanto tempo...


Eu escolhi esse livro porque... é um clássico, desses que você ouve falar, lê sobre, etc. E a ideia de ficar em uma ilha deserta me agrada (talvez porque me faz pensar em Lost), o que não me agradou foi o que o Robinson fez ou não fez durante sua estadia na ilha.

Tem também o fato que que eu gostei de outro livro do autor, Moll Flanders. Mas os dois livros são totalmente diferentes.

E finalmente, porque eu tenho esse livro em casa.


A leitura foi... leeeeenta. Acho que demorei umas duas semanas para ler 300 páginas, mais do que demorei para ler Anna Kariênina, que tem quase o triplo do tamanho. Esse livro simplesmente me desanimou, eu esperava um pouco mais de aventura (até porque é um livro constantemente adaptado para crianças e jovens) ou pelo menos algo que me prendesse, mas o que recebi foi um relato entediante do dia-a-dia de um cara que não faz muita coisa interessante.

O livro não é um desperdício total, ele contém ideias muito interessantes, principalmente vendo por um viés econômico, mas eu achei chato. Não leia se você só estiver em busca de entretenimento.


O personagem que eu gostaria que fosse devorado por canibais logo no começo é o Robinson Crusoe. Por quê?
Lógico que aí não haveria livro. Talvez fosse melhor assim... Eu odiei o Robinson, ele é racional demais. Eu esperava que depois de vinte e oito anos ele fosse, sei lá, surtar, liberar seus demônios interiores (?), mas não, ele foi ficando cada vez mais chato, metódico e precavido.

O trecho do livro que merece destaque: a parte do pão, hehe. Ela mostra bem como o Robinson encarava o trabalho.

"When it was growing and grown, I have observed already how many things I wanted, to fence it, secure it, mow and reap it, cure and carry it home, thrash, part it from the chaff, and save it. Then I wanted a mill to grind it, sieves to dress it, yeast and salt to make it into bread, and an oven to bake it, and yet all these things I did without, as shall be observed; and yet the corn was an inestimable comfort and advantage to me too. All this, as I said, made everything laborious and tedious to me, but that there was no help for; neither was my time so much loss to me, because, as I had divided it, a certain part of it was every day appointed to these works; and as I resolved to use none of the corn for bread till I had a greater quantity by me; I had the next six months to apply myself wholly by labour and invention to furnish my self with utensils proper for the performing all the operations necessary for the making the corn (when I had it) fit for my use." (págs. 30-31)

A nota que eu dou para o livro: 2
(sendo: 1- Não gostei; 2- Gostei pouco; 3- Gostei; 4- Gostei bastante; 5- Adorei)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DL 2012 - Madame Bovary

Título: Madame Bovary
Autor: Gustave Flaubert
Tradutor: Sérgio Duarte
Editora: Ediouro/Publifolha

Com toda a variedade que o tema do mês permite, aproveitei para ler alguns clássicos que eu já devia ter lido antes ou que teria que ler um dia ou outro. Por isso, meu segundo livro de fevereiro foi Madame Bovary.

O enredo básico todos já sabem: Emma é uma jovem sonhadora, que deseja uma vida cheia de luxos em Paris, mas que se vê em um casamento tedioso com um médico tedioso. Emma logo se entedia com essa vidinha provinciana. Então ela comete adultério.

Eu gostei mais ou menos do livro. Ele estava de acordo com as minhas expectativas, eu suponho, mas às vezes me decepcionou. Sei lá, na verdade eu não sei o que escrever aqui...

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Vídeos - flauta doce

Recentemente comecei a tocar flauta doce um pouco mais a sério (embora eu continue tocando só de ouvido e tal). Descobri todo um novo universo da flauta doce que vai além das músicas infantis/de natal/Asa Branca & cia. Na verdade o instrumento é bem mais versátil do que eu esperava.

Por isso resolvi juntar aqui alguns vídeos que me agradaram e que podem servir de inspiração nos períodos de desânimo.

(este provavelmente será um post fixo, que vai ganhando mais e mais vídeos com o passar do tempo)

Take Five - Formosa Recorder Quartet
Amei essa versão (por mais que essa música me lembre de um certo Patrick Chan, argh!)


Telemann - Fantasie nr. 3
Quero tocar como ele quando eu crescer!

Telemann - Suite in A Minor TWV55:A3


Vivaldi Recorder Concerto - La Tempesta di Mare RV433


Antonio Vivaldi - Concerto in C Major RV 444 Allegro


Il Giardino Armonico - Bach

As quatro estações - Antonio Vivaldi, executado por Flanders Recorder Quartet
Essa versão ficou bem legal. Algumas partes ficam estranhas, principalmente as que são mais "vibrantes", pois não dá para transpor esse tipo de som muito bem para a flauta doce, mas algumas partes ficam muito bonitas.

Primavera


Verão


Outono


Inverno

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

DL 2012 - Anna Kariênina


Título: Anna Kariênina
Autor: Liev Tolstói
Tradutor: Rubens Figueiredo
Editora: Cosac Naify

Anna Kariênina é um desses livros que, de tanto ouvir falar, você sente como se já o tivesse lido.

Você já conhece a primeira frase: "Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira". Você sabe mais ou menos quais são alguns dos assuntos de que o livro trata: adultério, a vida na alta sociedade russa, vida no campo x vida na cidade. Você sabe que há uma cena com uma corrida de cavalos por causa daquele ensaio Narrar ou descrever. E você também sabe o final (não vou contar, caso você não saiba).

Ainda assim, Anna Kariênina ainda guarda muitas surpresas e é uma leitura imprescindível a todos que se interessam por literatura.

Apesar do título, a história não se concentra apenas em Anna, mas em vários personagens relacionados entre si em tramas e subtramas. Há a história do relacionamento entre Anna e seu amante Vrónski, com todas as consequências que essa relação traz para a vida deles, e a história de Liévin, homem dedicado ao campo e à família, e que reflete muitas das ideias do próprio Tolstói em suas divagações sobre a vida no campo, os mujiques, a religião etc., além de apresentar características autobiográficas.

O tamanho do livro pode assustar um pouco, mas a leitura flui bem. Algumas partes são meio chatinhas, pura reflexão sobre assuntos dos mais diversos, mas os capítulos são curtos e o livro dificilmente se atém a um só assunto por muito tempo.

Os nomes russos, essa coisa russa de tratar uma mesma pessoa por vários nomes diferentes e o grande número de personagens podem causar confusão, mas, pelo menos na minha edição, há uma lista de personagens no final, além de uma árvore genealógica.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Top 10 - Livros da infância

Inspirada por esse meme, decidi fazer alguns top 10 relacionados a livros e ir postando quando der vontade.

O primeiro é...

Livros da infância (depois pretendo fazer um de livros infanto-juvenis favoritos, porque tem muito livro desse tipo que se tornou meu queridinho só na adolescência. Neste Top 10, vou incluir só livros que marcaram minha infância)


1- Sítio do Pica-Pau Amarelo - Monteiro Lobato
Imagino que esses sejam os livros que formaram muitos dos pequenos leitores brasileiros. Tenho muitas lembranças positivas dos livros: da minha avó lendo para mim, da primeira vez em que li Reinações de Narizinho sozinha, de colorir os desenhos (pois é, minhas edições estão todas rabiscadas), das várias releituras... Meus livros favoritos são: Reinações de Narizinho, Caçadas de Pedrinho, A Reforma da Natureza, A Chave do Tamanho, Histórias da Tia Nastácia e O picapau Amarelo.
A série só tem dois problemas:
1- alguns dos livros são chatos. Nunca gostei daqueles sobre história, geografia, ciência, matemática...
2- Não gosto da Emília. Ela vive maltratando o Visconde, que é meu personagem preferido e que, coitado, é tratado como se fosse descartável e substituível.


2- Matilda - Roald Dahl
Foi o primeiro livro "grande" que eu reli trocentas vezes, até emprestá-lo e perdê-lo para sempre. O Roald Dahl é um conhecido meu desde o pré e topei várias vezes com os livros dele na escola, seja nas leituras obrigatórias ou nas rodas de biblioteca. Já gostava dele então, mas foi só quando eu cresci um pouco que comecei a ir atrás das obras dele, lendo tudo o que eu encontrasse.
Matilda é meu preferido entre os livros dele, talvez por rolar uma identificação com a menina leitora.


3- A Casa Sonolenta - Audrey Wood
Ótimo livro com ótimas ilustrações. A autora também escreveu O Rei Bigodeira e sua Banheira e A Bruxa Salomé, ou seja, é coisa boa!


4- Contos da Rua Brocá - Pierre Gripari
Outro livro que a escola adotou e que fazia a nossa felicidade. As histórias desse livro são hilárias e muito criativas. Até hoje eu e minha irmã fazemos nossa piadinha da casa de cinco francos com sala, quarto, banheiro, cozinha e armário de limpeza.
Bruxa vagabunda, cuide bem da sua...


5- Coleção Lagarta Pintada - vários autores
Essa coleção da Ática reunia ótimos livros de autores variados, mas a escolhi como quinta posição especialmente graças ao excelente A maior boca do mundo, da Lúcia Pimentel Góes, com ilustrações da Cláudia Scatamacchia (não gosto muito dela porque muitas das edições dos livros do Roald Dahl da Martins Fontes são ilustradas por ela e os desenhos são feios em comparação com os originais do Quentin Blake). Lembro-me muito bem da história desse livro e muito pouco de todos os outros, o que significa que esse livro marcou, certo?


6- Menino Maluquinho - Ziraldo
Acho que todo mundo já leu esse livro, né? Eu o reli faz pouco tempo e ele é tão leve, divertido e delicioso.


7- Coleção Gato e Rato - Mary França e Eliardo França
Não me lembro bem de nenhuma das histórias, mas lembro que eu e meus primos tinhamos um monte de livros dessa coleção, a maioria com autógrafo e um desenhinho feito especialmente para nós (provavelmente porque minha avó trabalhava na Ática). Pura nostalgia.
E como é difícil ficar lembrando de cada título, autor e coleção, aproveito para acrescentar nessa posição a coleção dos Pingos, dos mesmos autores.


8- O Pequeno Vampiro - Angela Sommer-Bodenburg
Essa série era um hit na minha escola. Embora eu só tenha dois dos volumes (sendo que um eu só tenho porque a minha irmã rabiscou o de um colega...), acho que li praticamente tudo graças às rodas de biblioteca da escola e, mais tarde, à minha mãe, que sempre pegava livros para mim na biblioteca Álvaro Guerra.


9- Coleção Cachorrinho Samba - Maria José Dupré
Eu adorava as aventuras do cachorrinho e de seus amigos humanos. Mas acho engraçado que a coleção se chame Cachorrinho Samba sendo que em alguns livros, como A Montanha Encantada, o Samba não é lá muito importante.


10 - O Chamado Selvagem - Jack London
Quando eu era pequena eu só queria saber de assistir filmes de bicho. Então eu via um monte de filmes de cachorro inteligente, de gorilas adotados por humanos, de crianças lutando para salvar um filhote de panda etc. E eu amava os filmes Caninos Brancos e toda essa coisa de Alasca, trenós, lobos e cães. Meu pai me deu uma edição caprichada da Melhoramentos, se não me engano, de O Chamado Selvagem e ele virou meu xodó.

Menção honrosa: são tantos livros que me marcaram, eu fui vendo os livros no Skoob e a cada página eu me surpreendia ao encontrar mais um...
Não posso deixar de citar:
- todos os livros fininhos ilustrados da Ruth Rocha (tipo Borba, o Gato)(na verdade, parece que a maioria dos meus livrinhos ilustrados era da Ática, independentemente do autor. Não sei quanto disso se deve à minha avó ou se isso é devido aos livros da Ática serem melhores)
- a coleção infanto-juvenil da Editora 34 (tinha Chocolóvski, O jardim Secreto, O Diário de Suzie, além de alguns livros do Roald Dahl)
- a coleção Salve-se Quem Puder (era tão legal resolver os problemas)
- Pollyana. Não me lembro nada da história além da coisa de pensar positivo, mas acho que o livro teve impacto em mim em certa fase da vida.
- O Pequeno Nicolau. Adorável! Lembro de ler As Férias do Pequeno Nicolau com meus pais.
- Bruxa Onilda (apesar de eu nunca conseguir mover os cantos das páginas rápido o suficiente para formar o movimento).
- Laurinha vai à praia, de Jane Carruth. Um dos meus primeiros livros. É sobre uma menina-ouriço que tem medo do mar.
- O que é, o que é?, de Denise Caccse e Eva Furnari. Eu lia durante o recreio.
- Frida e a hora do jantar, de Anna M. Dale Duche e Cindy Szekeres. Outro de meus primeiros livros. É sobre uma gatinha que quer comer biscoitos, mas seus pais só deixam ela comer se antes comer o macarrão (ou algo assim).
- O mago maluco, A fada afobada, Zito Sapeca etc. Foi com esses livros que eu aprendi a ler!
- Coleção infanto-juvenil da Martins Fontes. Li grande parte dela quando pequena (ou quando era um pouquinho maior). Matilda e Contos da Rua Brocá fazem parte dela, assim como alguns livros do Michael Ende. É da mais alta qualidade!

É isso ;)