Título original: Lisey's Story
Autor: Stephen King
Tradutor: Fabiano Morais
Editora: Objetiva
Demorei para resenhar esse livro aqui porque fiquei (e ainda estou) na dúvida se ele se encaixa no tema do desafio literário: thriller psicológico. Mas refletindo percebi que acho que ele se encaixa, sim, e se não se encaixar... vamos fingir que se encaixa.
Love conta a história de Lisey, que era casada com Scott Landon, famoso escritor americano, um raro exemplar da espécie cultuado tanto pela crítica quanto pelo público. Dois anos depois da morte dele, Lisey ainda tem problemas ao lidar com o luto. Ao se ver obrigada a remexer nas coisas do marido para satisfazer as exigências dos incunks (abutres-acadêmicos que desejam por as mãos nos papéis que Landon deixou para trás), ela é forçada a mergulhar nas lembranças e mistérios do marido.
Esse é o terceiro Stephen King que leio e talvez tenha sido o que menos gostei. Ele não é ruim nem nada do tipo, mas achei um tanto quanto lento e prolixo. Por mais que isso tenha os seus motivos de ser e ajude a construir o clima, desenvolver os personagens e tal, ainda assim eu esperava algo um pouco mais animado vindo de um livro do King. Ele tem seus momentos tensos, tem seus momentos surpreendentes e tem seus momentos envolventes, mas no geral é um livro morno, com pouca ação, o que faz sentido, já que ele se concentra no psicológico dos personagens e faz uma escavação arqueológica na memória da Lisey (preparem-se para flashbacks e flashbacks dentro de flashbacks).
Algumas considerações sobre a linguagem e o estilo: a Lisey e o Scott tinham suas próprias expressões e palavras, que aparecem bastante no livro, como o jeito de chamar a escrivaninha ou o tal do "bool". Sinceramente, essas palavras me irritaram um pouco, assim como a técnica do King de cortar o fluxo da narrativa inserindo parenteses com algum pensamento, que é algo que já vi em outros livros dele. Não é nada que estrague a leitura, mas incomoda um pouco.
Eu realmente gostei da maioria dos personagens centrais e adorei o relacionamento entre Lisey e suas irmãs, principalmente a Amanda. Isso me fez desejar ler um livro inteiro centrado nelas, sem Landon e seu passado mórbido para atrapalhar.
Por outro lado, não achei a história em si tão interessante. O livro trata de assuntos fascinantes, como a criação literária, e tem uma abordagem que achei muito interessante de doenças mentais, então eu esperava um pouco mais. Talvez as expectativas estivessem altas demais. Talvez eu tenha me tornado uma leitora chata demais. Não sei. Ainda assim, acho que vale a pena dar uma chance ao livro, seja você fã do Stephen King ou não.
Livro lido para o Desafio Literário Skoob (thriller psicológico).
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