Título: Shoujo Kakumei Utena
Diretor: Kunihiko Ikuhara
Episódios: 39
Ano: 1997
Utena perdeu os pais quando era criança e foi consolada por um príncipe, que lhe deu um anel com um brasão de rosa e disse que, se ela mantivesse sua nobreza, um dia o anel a levaria novamente até ele. A menina ficou tão impressionada com o príncipe que decidiu também se tornar um príncipe e passou a usar roupas de menino.
Anos depois, Utena entra na Academia Ohtori na esperança de reencontrar seu príncipe. Após sua amiga ser humilhada por Saionji, membro do conselho estudantil, Utena o desafia para um duelo, o que a leva a uma arena misteriosa. A partir daí a garota é envolvida em uma série de duelos pela posse da misteriosa Anthy, a Noiva da Rosa, que dá ao vencedor o poder de revolucionar o mundo. Apesar de não querer fazer parte daquilo, Utena é incapaz de deixar Anthy na mão dos outros duelistas e vai se aprofundando em uma trama cheia de enigmas, personagens de caráter dúbio e muitas esquisitices.
Já ouvi muita gente dizendo que Utena é a versão shoujo de Neon Genesis Evangelion. e as obras realmente apresentam muitas semelhanças, como o cenário apocalíptico, o excesso de simbolismo e o fato de que, apesar de elas serem cheias de ação, reviravoltas e acontecimentos grandiosos, o foco verdadeiro é nos personagens e em seu desenvolvimento psicológico.
Os personagens realmente são a força motriz do anime e temos uma porção deles aqui. Somos apresentados a alguns tipos misteriosos e manipuladores, a outros ingênuos e idealistas, todos presos a ilusões. Muitos desses são bastante odiosos, mas sempre teve alguma coisa que me fez gostar deles ou pelo menos compreendê-los minimamente. Os personagens secundários de Utena têm bastante espaço na trama e, apesar de alguns deles não parecerem ter grande importância para a história principal, suas narrativas pessoais são muito bem desenvolvidas e apresentam paralelismos em relação à história de Utena.
A arte do anime é incrível, apesar de parecer mais antiga do que é. Estranhei bastante o traço dos personagens no início, mas agora gosto bastante dele. O que mais brilha no anime, entretanto, são os cenários da Academia Ohtori, que é um ambiente surreal com uma arquitetura maluca e escadas inifinitas. No filme, a escola é ainda mais maluca, surreal e bela.
Academia Ohtori no filme |
O problema do anime para mim, assim como para muitos, foi a repetição. Ele é composto de quatro arcos, mas o segundo deles desenvolve uma história que não tem tanta importância para a trama geral (apesar de introduzir um dos personagens principais), o que torna cansativa a fórmula episódica dos duelos. A verdade é que eu não vejo tanta graça nos duelos e, nesse arco em particular, senti que não estávamos avançando muito na história dos personagens. No entanto, alguns episódios foram tão bons que contrabalancearam o tédio que senti em outros e esse arco pôde explorar melhor personagens que até então pouco conhecíamos.
Utena tem tom de conto de fadas, mas não das versões edulcoradas da Disney, e sim das versões antigas que hoje consideramos chocantes. É um conto sobre amadurecimento, sexualidade e papéis de gênero. É complexo, reflexivo, cheio de simbolismo e repleto de camadas. É uma obra que merece ser vista.
Pergunta meio bocó: o que é shoujo? Um anime para mulheres?
ResponderExcluirBeijo! ^_^
"Shoujo" significa "menina" e é um termo usado para classificar mangás e animes com público alvo feminino (em contraponto ao shounen, voltado para meninos).
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