Autor: Tahar Ben Jelloun
Editora: Bertrand Brasil
Depois de fazer meu balanço de leitura do Desafio Volta ao Mundo em 80 Livros e ficar meio envergonhada com a grande quantidade de autores americanos que leio, fui correndo para a biblioteca pegar um livro de um país inédito. Uma das estantes que sempre fico paquerando é a dos livros africanos de língua francesa, de onde já saiu anteriormente o livro do Sembène Ousmane. A prateleira é meio pobrinha, mas para o meu projeto ela vem bem a calhar. Como ando muito preguiçosa, meu critério de escolha dessa vez foi "o livro mais curto que eu conseguir achar que parecer minimamente interessante" e o livro eleito foi O último amigo, do marroquino Tahar Ben Jelloun.
O livro conta sobre a amizade entre Ali e Mamed, que se iniciou na adolescência e se estendeu por quase trinta anos. Os dois homens têm personalidades muito diferentes; um é mais impulsivo e egoísta enquanto o outro é bonzinho e ingênuo. Apesar disso, a amizade deles é forte e suporta os mais diversos percalços, até se desfazer subitamente, sem um motivo claro.
O mais interessante do romance é que ele dá espaço para os dois amigos contarem a sua versão dos fatos, o que nos permite ver as motivações e percepções de cada um. Fiquei bastante surpresa com as diferenças nos relatos dos dois personagens, principalmente nas memórias mais antigas, que divergem bastante e me fizeram ficar voltando para o começo do livro para comparar as versões.
Escolhi esse livro sem dar muito por ele, mas ele acabou se revelando uma boa leitura. Curiosamente, o outro livro que peguei na biblioteca no mesmo dias, As brasas, tem um enredo muito semelhante (dois amigos muito próximos que se separam de repente e cujo motivo do rompimento não é totalmente claro). Foi interessante ler dois livros com tema semelhante em seguida, e devo dizer que O último amigo saiu ganhando na comparação.
Confesso que também leio muitos livros americanos, Lígia. Mas venho mudando isso aos poucos.
ResponderExcluirBeijo!
Só comecei a mudar isso com meu projeto de volta ao mundo. Se eu não controlasse um pouco as leituras, acho que os americanos seriam mais de 90% D:
Excluir"O último amigo" eu não conhecia, mas só ouvi elogios para "As brasas".Os norte-americanos acabam sendo maioria, mas tento variar ao máximo. Acabo descobrindo muita coisa legal.
ResponderExcluirbjo
Também ouvi muitos elogios para As brasas, aí fui com altas expectativas ler e acabei não gostando tanto, infelizmente.
ExcluirFico feliz em estar lendo muitos brasileiros contemporâneos atualmente, mas os estadunidenses tbm são maioria na minha estante. :-/
ResponderExcluirGostei desse estilo do livro que os dois amigos contam as mesmas histórias. Bacana comparar como vc fez.
Também estou lendo mais brasileiros atualmente :)
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