2017 não foi um ano muito bom para o blog. Com exceção dos posts de Randomicidades do mês, que se mantiveram constantes, escrevi pouquíssimo aqui. A verdade é que não consegui me animar muito a escrever e não tenho motivos bem definidos para explicar esse desânimo além da não-participação em desafios literários, que geralmente me dão um empurrão para escrever um pouquinho sobre o que leio.
No quesito leituras, filmes e séries, 2017 foi bastante movimentado, mas não particularmente empolgante e marcante. Li alguns livros fantásticos e muitos livros bons, vi séries e animes que adorei e uma boa dose de filmes bons, mas não excepcionais. Sinto que a cada ano que passa estou ficando mais chata (ou, pelo menos, menos empolgada com as coisas), então, por mais que eu tenha lido/visto muitas obras de que gostei, tenho dificuldade em elegê-las como as melhores do ano. Por isso a lista desse ano será um tanto enxuta, principalmente nos filmes.
Leituras
Em 2017 li o total de 106 livros.
Entre eles, 20 são HQs (8 delas mangás), 7 são livros de contos, 2 são peças de teatro e 1 é livro de poesia. O resto é tudo romance.
57 livros foram escritos por homens e 45 por mulheres. (Bem mais equilibrado que no ano passado, mas ainda longe do ideal.)
Li livros de autores de 22 países diferentes, mas apenas 5 foram de países que ainda não tinha lido, ou seja, válidos para o meu desafio Volta ao Mundo em 80 Livros. A maioria esmagadora deles é dos EUA (37), seguido pelo Japão (13, contando com mangás), Inglaterra (11), Brasil (8), Itália (5), França e Canadá (4), Holanda, Rússia, Chile e Finlândia (2), México, Portugal, Equador, Serra Leoa, Egito, Guiné Bissau, Grécia, Hungria, Espanha, Coreia do Sul e Albânia (1).
Melhores leituras
Série Napolitana – Elena Ferrante
Demorei um pouco, mas me rendi à Ferrante Fever! A história da amizade conflituosa entre Lila e Lenu e suas vidas em Nápoles me conquistou rapidamente. Como histórias sobre infância e adolescência são minhas preferidas, A amiga genial foi o volume que mais me agradou, seguido do último volume.
Desventuras em série – Lemony Snicket
Em preparação para a estreia da série da Netflix, finalmente reli os livros, que eram alguns dos meus favoritos no passado. Muitos livros/filmes/etc. ficam melhores no passado, envolvidos pela nostalgia, mas Desventuras sobreviveu bem, na minha opinião, e conseguiu me divertir com o estilo de narração, me entreter com as vidas desventuradas dos personagens e me envolver em seus mistérios quase como se eu estivesse lendo pela primeira vez. (Depois de terminar a leitura passei um dia inteiro lendo teorias de fãs na internet, haha.)
Menção honrosa à série Só perguntas erradas, uma espécie de prequel sobre a iniciação do narrador na CSC. Mais despretensiosa que Desventuras, talvez, mas igualmente divertida.
Nijigahara Holograph – Inio Asano
Fiquei fã do Asano com Solanin e depois Oyasumi Punpun. Depois de ler Nijigahara minha admiração só cresceu. O mangá mostra, de forma fragmentada, a vida de diversos personagens que conviveram no passado. Pode ser uma leitura um tanto confusa devido à narrativa não-linear, mas é o tipo de leitura que se torna mais impactante à medida que você vai juntando as peças.
A gigantesca barba do mal – Stephen Collins
Comprei essa graphic novel só porque achei o traço bonitinho e porque ela é descrita pela editora como uma fábula que faz lembrar Roald Dahl. Não sei se a comparação é tão válida assim, mas a história, de um homem cuja barba começa a crescer descontroladamente até ser vista como ameaça pública pela sociedade perfeitamente controlada e organizada é um tanto insólita.
Botchan – Natsume Soseki
Sou muito fã do Soseki e acho que aprecio especialmente os livros mais despretensiosos dele, como é o caso deste romance leve e divertido, em que um jovem professor inexperiente e impulsivo vai trabalhar em uma cidadezinha e sofre para se adaptar.
Tirza – Arnon Grunberg
Muita gente elogiou esse livro quando ele foi lançado, o que me deixou bem curiosa para ler. Tirza é sobre um homem de meia-idade aparentemente respeitável que esconde seu desconforto diante dos outros. É um livro lento e tenso.
Um cometa na terra dos Moomins – Tove Jansson
Esse é o segundo livro da série dos Moomins e narra a jornada de Moomintroll e seus amigos rumo a um observatório para tentar salvar o Vale dos Moomins de um cometa. É aqui que vários personagens importantes da série são apresentados, mas o que me conquistou no livro é o cenário apocalíptico combinado à ingenuidade dos personagens.
Filmes
Não costumo ver muitos filmes por ano, mas mesmo sem ver tantos, sempre tem uma meia-dúzia que surpreende e se destaca. Em 2017, infelizmente, a maioria dos filmes que vi me pareceu esquecível, assim, selecionei apenas dois para comentar aqui, um longa e um curta, os dois de animação porque sou fã de animação, se ainda não perceberam.
Minha vida de abobrinha
Essa animação em stop-motion é protagonizada por um garoto que perdeu a mãe e foi viver em um orfanato, cercado por outras crianças em situação semelhante. É um filme incrivelmente doce e fofo, porém permeado de tristeza.
Balance
Esse curta alemão mostra um grupo de homens que vive equilibrado sobre uma plataforma. Eles dependem uns dos outros para manter o equilíbrio e se organizam juntos para executar as tarefas, até que um deles pesca uma caixa misteriosa. O filme é bastante simples, mas me deixou refletindo por um bom tempo.
Séries e animes
No finalzinho de 2017 eu finalmente terminei de ver Mad Men, que foi o grande destaque do ano para mim em questão de séries. Assisti várias coisas legais, mas no fundo a maioria não foi tão boa assim. De qualquer forma, destaco cinco delas.
Mad Men
Apesar de Mad Men ser uma série muito elogiada e muito premiada, eu não esperava gostar tanto dela no início, pois não tenho muito interesse na vida de publicitários na década de 60, assim como não achei o protagonista tão fascinante quando ele deveria ser. Porém, a série se revelou merecedora de todos os elogios. Adorei acompanhar o desenvolvimento dos personagens em uma época de grandes mudanças na sociedade.
Aku no Hana
Anime polêmico devido ao seu estilo “feio” que eu não achei tão feio assim. Aku no Hana é sobre um garoto fraco que se sente o diferentão e é chantageado pela garota esquisitona da escola. É um anime bastante atmosférico, tenso, com trilha sonora marcante e algumas cenas pesadas e outras muito bonitas.
Made in Abyss
Anime de aparência fofinha e cenários deslumbrantes que mostra a aventura de uma menina e um robô mergulhando rumo ao desconhecido em um abismo profundo onde poucos ousam entrar. Made in Abyss conseguiu me despertar empolgação e fascinação diante do universo criado, cheio de perigos, criaturas misteriosas e paisagens peculiares.
Shouwa Genroku Rakugou Shinjuu: Sukeroku Futatabi-hen
Segunda temporada de Shouwa, dessa vez focada no Kikuhiko já idoso e na nova geração de artistas de rakugou, todos lutando para manter a arte viva em uma época de mudanças sociais e culturais. Apesar de eu preferir a primeira temporada, que tinha um clima de tragédia iminente que me agrada e me pareceu mais coesa, a segunda temporada mantém as qualidades da série, como a atenção aos detalhes e as ótimas atuações dos dubladores.
Dark
Essa série alemã sobre o desaparecimento de jovens em uma cidadezinha me deixou muito viciada. Cheia de mistérios, personagens que guardam segredos e viagens no tempo, é uma boa série se você gosta de se sentir confuso, haha.
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E assim encerro minhas pendências com 2017 aqui no blog. Analisando melhor, não foi um ano tão ruim assim. ;)