sábado, 29 de março de 2014

[Patinação] Mundial

Mundial pós-Olimpíada é sempre estranho. Por um lado, muita gente boa não vai, o que deixa tudo meio vazio. Por outro lado, essa ausência cria aquela expectativa para ver quem vai aproveitar a brecha e pegar uma medalha.

Assim como a Olimpíada, o mundial foi a última competição de muitos patinadores. E aí você fica dividida querendo que todos deem seu melhor e ganhem medalhas, mas não há espaço para todos no pódio. :/

Não assisti nada da competição de pares. O mundial é no Japão, e, consequentemente, passa de madrugada aqui no Brasil, então não dava para assistir tudo.

No masculino vi apenas os dois últimos grupos nos dois dias. Fiquei impressionada com o SP do Tatsuki Machida, saltos super limpos! Também fiquei contente com a boa apresentação do Tomas Verner, uma pena que ele não foi bem no LP. O Jeremy Abbott caiu uma vez no SP, mas foi muito bem no LP (pena que ele não tenha ficado muito contente com a nota) e acabou em 5º, uma posição decente. E o Yuzuru Hanyu dessa vez inverteu as coisas: caiu no SP e acertou tudo no LP.

Eu meio que estava torcendo para o Machida ganhar, só para mudar um pouco as coisas, mas o Yuzuru lutou até o fim e ganhou por apenas alguns décimos. Foi emocionante assistir aos patinadores acertando quase tudo. No geral, foi uma competição mais satisfatória no sentido "todos deram o máximo" que a Olimpíada.

Akiko *-*

No feminino também só vi os últimos grupos. Estava torcendo pela Akiko Suzuki, mas sabia que ela não tinha grandes chances. Fico feliz que ela tenha se apresentado bem diante do público japonês, foi uma despedida digna. A Carolina Kostner foi linda no SP e voltou a ser a Carolina insegura depois de uma queda no LP, errando em mais dois saltos. Achei um pouco injusta a posição dela no LP com erros tão graves, mas tudo bem. A Julia Lipinitskaia ficou em segundo e apesar de eu não gostar muito dela, achei merecido. A Mao Asada foi ótima e fiquei muito contente em vê-la com mais um ouro. :D

Acho curioso aquele mostrador da pontuação técnica no canto da tela durante o programa. Tento não prestar muita atenção para não me distrair da apresentação, mas quando o programa acaba eu olho para ter uma ideia da pontuação. O problema é que no caso de várias patinadoras desse mundial, a pontuação começava a baixar feito louca e só dava para imaginar os inúmeros saltos under-rotated, downgraded etc. A Mao, por exemplo, acabou o programa com uma nota técnica imensa, mais de dez pontos acima da anterior, mas foi caindo aos poucos até ficar só uns dois pontos acima. Os juízes foram bem rigorosos no LP feminino, quase nenhuma patinadora saiu ilesa dessas deduções.

A dança foi disputada e cheia de drama. Com as duas duplas principais se aposentando (ou não?), os que disputavam o bronze passaram a disputar o ouro. E depois de uma SD morna no início, tivemos Ilinykh/Katsalapov (como todos os boatos sobre sua separação) cometendo um erro gigantesco nos twizzles. Mesmo com o erro, eles ficaram com uma pontuação acima da de outras duplas fortes, como os Shibutanis, e gerou-se certa polêmica. Pechalat/Bourzat não foram tão bem quanto puderam, tiveram pelo menos um erro visível e aí começa a derrota deles. ;___;

Depois dos franceses eu fui dormir porque já eram 3 da madrugada e eu não aguentaria esperar por mais quinze minutos de zamboni para poder ver o último grupo. No dia seguinte, fiquei meio surpresa ao ver que Capellini/Lanotte e Weaver/Poje ficaram em primeiro e segundo na SD, mas pensei: P/B não deram o melhor de si etc e tal, na FD eles iam arrasar etc.

A FD já começou com Hurtado/Diaz e um dos meus programas preferidos dessa temporada. Estou curiosa para ver o que eles trarão na próxima temporada!

No grupo seguinte, tivemos Papadakis/Cizeron, com um programa que eu gostei muito da primeira vez que vi, mas que vendo agora não achei tão bom. Acho que o forte dele é a música diferente e assim que a novidade passa, você que o programa não tem nada de muito especial.

Outra dupla que me chama a atenção é Zlobina/Sitnikov. Já comentei aqui no blog que amei um programa deles lá em 2012 (acho). Esse daqui não é tão "uau", mas é com a trilha sonora de Pina e achei a coreografia interessante.

Gosto muito do programa de Gilles/Poirier e fico feliz que esse programa me tenha feito perceber que o Paul Poirier é o mesmo que tinha um programa de Eleanor Rigby há uns anos. Assisti alguns vídeos dele com a Piper Gilles e uns mais antigos com a Vanessa Crone e amei o estilo deles. O programa do Hitchcock provavelmente é o meu preferido desta temporada e fiquei muito feliz em poder vê-lo na TV. Estou curiosa para ver o que eles trarão na próxima temporada!²

Pechalat/Bourzat vestidos de rosa e de Pequeno Príncipe

Pechalat/Bourzat foram lindos. Achei melhor que na Olimpíada. Muito suaves, em sintonia com a música. Vou sentir muuuuita falta deles. É muito triste pensar que não haverá mais aquela expectativa em relação ao próximo programa deles. Infelizmente, eles acabaram em terceiro e ficaram devastados com o resultado. Verdade, a culpa foi deles por terem errado na SD, mas o ouro estava tão próximo...  

Quanto mais vejo o programa de Lago dos Cisnes de Ilinykh/Katsalapov, menos eu gosto dele. Ele me parece cheio de levantamos demais, sem muita coerência e equilíbrio. E às vezes acho que falta refinamento nas entradas/saídas desses levantamentos. Depois de assistir, achei que eles venceriam, mas, ufa, ficaram atrás de P/B. (comentário besta: não gosto de ver patinadoras com francesinha na unha, e as da Elena são particularmente compridas, me dá aflição.)

Já Capellini/Lanotte foram impecáveis. O programa longo deles não é o mais forte, mas foram limpos e tinham a vantagem do curto. Achei fofa a reação dela no kiss & cry. Me acostumei demais a ver D/W e V/M ganhando, então é bom ver gente que realmente se mostra surpresa e emocionada ao ganhar. ;D

Adoro o tango de Weaver/Poje. É dramático na medida certa, tem aqueles movimentos de pernas de tango e eles o executaram bem durante toda a temporada. Achei a prata merecida e fiquei contente em vê-los contentes!

No final ficou aquele sentimento meio estranho de fim de temporada. Estou triste por quem vai embora e ansiosa para ver as novas gerações.

Muitos agradecimentos à Sportv, que transmitiu o evento. É muito bom poder assistir patinação na TV e não em streams que ficam travando! Sei que há poucas chances, mas espero que continuem transmitindo patinação, não apenas no ano olímpico.

sábado, 22 de março de 2014

DL do Tigre: Sua resposta vale um bilhão

Livro: Sua resposta vale um bilhão
Autor: Vikas Swarup
Editora: Companhia das Letras

Filme: Quem quer ser um milionário?
Diretor: Danny Boyle

Assisti ao filme na época do lançamento e achei okay. Quando soube que havia o livro fiquei com uma leve vontade de ler, mas fui deixando para depois, até chegar o DL do Tigre e dar esse empurrão que faltava para eu finalmente ler.

O livro é sobre Ram Mohammad Thomas, um jovem garçom que participa do programa de perguntas e respostas na TV Sua Resposta Vale Um Bilhão e, surpreendentemente, ganha o prêmio máximo. Ele é preso por suspeitarem que tenha trapaceado, pois como pode um jovem sem educação conseguir responder corretamente as doze perguntas do programa? Para se livrar da acusação e provar que sabia as respostas, ele conta a história de sua vida, cheia de miséria, dor e reviravoltas inesperadas.

Gostei bastante do livro. Tem um estilo agradável de ler e personagens "gostáveis". Apesar da pobreza e da desgraceira em que boa parte dos personagens vive, ele é bem divertido. O livro é organizado de maneira não-cronológica; cada capítulo narra o período da vida de Ram Mohammad Thomas que o ajudou a saber a resposta de uma das perguntas do programa, e aos poucos vamos montando o quebra-cabeça e compreendendo como Thomas sabe as respostas e o que o levou ao programa.

Não me lembro muito bem do filme. Tentei revê-lo para escrever a resenha, mas não tive saco de procurar uma versão online legendada. Com minha lembrança vaga do filme, posso dizer que achei o livro bem diferente. A premissa é a mesma, mas poucos dos relatos de Thomas me despertaram lembranças do filme e a relação entre alguns personagens também me pareceu bem diferente.

terça-feira, 11 de março de 2014

Tag: 7 pecados capitais dos esmaltes

Depois de responder a tag dos sete pecados capitais dos livros, tenho que responder o dos esmaltes, é claro!

1. Ganância
Qual o seu esmalte mais caro? E o mais barato?

DS Extravagance lindão

O mais caro é o DS Extravagance, da OPI, que custou 35 reais. É caro, mas valeu a pena porque ele é maravilhoso e quando eu o vi dando sopa na loja meu coração disparou e tive que trazer ele para casa. ♥
O mais barato eu não sei, não tem nenhum que se destaque pelo preço excessivamente baixo. Acho que nunca paguei menos que 1 real em um esmalte. :(

Turma do balaio, que costuma ser baratinha


2. Ira
Com qual esmalte você tem uma relação de amor e ódio?

Avon e Impala
Não tenho propriamente um esmalte, mas tem algumas marcas que amo e odeio. A Impala é uma delas, foi pioneira nas cores legais, mas tem muitos esmaltes super ralos. Outra é a Avon, cujos esmaltes quase sempre enchem de bolinhas e parece que nunca secam, mas eu acho eles gostosos de aplicar.

3. Gula
Qual esmalte você comeu com os olhos até conseguir comprar?
DS Extravagance. Apesar de ele ser uma cor que chegou ao Brasil oficialmente, eu nunca o via em lojas físicas e nos sites estava sempre esgotado. Até que vi o lindão em uma perfumaria e foi só felicidade.

4. Preguiça
Qual esmalte você evita usar por preguiça de passar várias camadas ou tirar depois?

Alguns glitters e um flocado escolhidos aleatoriamente

Flocados e glitters. Uso a técnica do papel alumínio quando vou tirar, mas mesmo assim acho muito trabalhoso.

5. Orgulho
Qual esmalte você tem mais orgulho de ter?


Saint George

Não tenho nenhum esmalte raro, mas me orgulho de ter o Saint George da A-England porque ele é muito lindo e não tão conhecido por não esmaltólatras. Também me orgulho do meu kit de miniaturas Quo by Orly que veio direto do Canadá (por enquanto só usei um dos dezoito esmaltes, mas isso é o de menos).

Kit fofiguxo!

E me orgulho das misturinhas que minha irmã fez. :)

6. Luxúria
Qual esmalte você acha que deixa suas unhas mais bonitas?
Cores escuras em geral (verde, azul, tons acinzentados).

7. Inveja
Qual esmalte você gostaria de ter e ainda não tem?
Muitos.
Dos baratinhos: quero alguns dos glitters de pulguinhas da L'apogee (o azul e o vermelho pelo menos), mas no único lugar que sei que vende eles já estão todos desbotados.
Dos caros mas não tanto: Rain Forest da Revlon Colorstay.
Dos phynos e rycos: acho lindo o Wintergreen da Yves Saint Laurent.

segunda-feira, 10 de março de 2014

DL do Tigre - Peixe Grande

Livro: Peixe Grande - Uma fábula do amor entre pai e filho
Autor: Daniel Wallace
Editora: Rocco

Filme: Peixe grande e suas histórias maravilhosas
Diretor: Tim Burton


Assisti ao filme Peixe grande e suas histórias maravilhosas há muito tempo e, apesar de eu ser fã do Tim Burton, na época não achei o filme especialmente memorável. Mesmo assim, quando fiquei sabendo da existência do livro tive vontade de ler, mas ele acabou ficando no limbo do "tenho vontade de ler, mas não tanta assim". Graças ao DL do Tigre pude finalmente matar essa vontade (mas não tanta assim) e conhecer a obra que inspirou o filme.  

O livro é sobre Edward Bloom e as histórias que ele conta. Segundo essas histórias, desde seu nascimento Edward foi cercado por acontecimentos surreais, como uma nevasca no Alabama, um peixe enorme e um gigante comilão na cidade. Em suas histórias, Edward sempre supera as adversidades com suas incríveis habilidades lendárias. Seu filho não tem muita paciência para as histórias e sente que, agora que o pai está à beira da morte, nunca teve a oportunidade de conhecer quem ele é de verdade. Ele só tem as histórias que o pai contou e é a partir delas que ele reconta a vida do pai para nós.

Gostei bastante do livro, é gostoso de ler e as histórias são bem divertidas. Achei interessante as diferentes tomadas com a conversa entre o filho e o pai no leito de morte, como se o filho precisasse reconstruir essa cena, modificando-a como uma história.

Foi bom eu não lembrar muito bem do filme ao ler o livro. E foi bom rever o filme depois de ler, porque eu adorei! Achei o filme melhor, mas acho que ele se torna melhor ainda quando se leu o livro antes. O que me agradou bastante no filme é que ele parece conectar melhor as histórias do pai, com personagens e lugares que aparecem no começo voltando a aparecer em vários momentos; isso torna o filme mais coeso que o livro, que parece mais uma sucessão de causos. De qualquer modo, tanto o livro quanto o filme valem a pena!

quarta-feira, 5 de março de 2014

O menino e o mundo


O menino e o mundo
Direção: Alê Abreu

Não tinha altas expectativas em relação a esse filme. Apesar de ele parecer fofo, eu tinha aquele preconceito por ser uma produção nacional. Não tenho preconceito com filmes "live-action" brasileiros, e costumo assistir a um bom número (relativamente) mas no caso das animações, que são mais escassas por aqui, fico meio com o pé atrás.

Talvez isso tenha sido bom, porque logo no começo do filme já fiquei impressionada com a qualidade da animação. O que costuma me atrair nas animações é a possibilidade de ver diferentes traços e estilos, e acho que a marca visual desse tipo de filme é muito importante. Isso acaba me deixando meio chata, torcendo nariz para filmes com um traço mais feio ou em 3D, que costumam ser meio parecidos. Por outro lado, isso me faz aproveitar filmes visualmente exuberantes com uma narrativa mais fraca.

No caso de O menino e o mundo o visual é o mais memorável, com seus traços de giz, cores e colagens, mas a narrativa também é bem impactante. A história é sobre um menino que vive com a família em uma casinha isolada no campo. Quando o pai vai embora, o filho vai atrás e se depara com um mundo desconhecido. Diferente de seu mundo colorido onde ele vivia brincando, o mundo externo é hostil e difícil de compreender.


A narrativa ocorre com poucas falas, todas em uma língua ao contrário incompreensível. Gostei disso, porque é um filme bem visual e as palavras não fazem falta nenhuma. A trilha sonora é fantástica e fiquei com a musiquinha do menino na cabeça.

O filme tem o seu lado de crítica social, abordando temas como desmatamento, industrialização, favelas, repressão, mas isso é tratado com delicadeza. Em alguns momentos mais para o final achei que faltou sutileza nessa abordagem e que isso destoou do resto do filme, mas não foi algo propriamente ruim.

Saí do cinema satisfeita e melancólica, e com vontade de assistir mais filmes do tipo.

Aqui a música que o Emicida fez para o filme: