sexta-feira, 29 de julho de 2011

DL 2011 - Ovelhas que voam se perdem no céu

Gatos, vacas e velhas que caem do céu; hamsters abandonados pelo dono; formigas; aranhas; pessoas comuns e outras nem tanto.

São contos curtos, atuais, que refletem bem o que eu vejo como literatura contemporânea. Achei alguns meio estranhos. Talvez eu não tenha entendido muito bem, afinal, não sou lá uma boa leitora. Mas acho que a estranheza e a falta de compreensão ajudaram a tornar os contos mais interessantes e fascinantes.

O livro está disponível em pdf. Eu sei que minha resenha não foi das mais animadoras, como de costume, mas vale a pena ler pelo menos algum conto.

Vocês podem saber mais sobre o autor aqui.

É, eu não estou muito inspirada para escrever resenhas hoje.

terça-feira, 26 de julho de 2011

DL 2011 - Binno OXZ e o Clã de Prata


Título: Binno OXZ e o Clã de Prata
Autor: Fábio Henckel
Editora: Novo Século
Ano: 2008
Páginas: 334

Garoto órfão vive uma vida sofrida em um lugar onde todos o desprezam. Até que um homem gigantesco o leva a um local fantástico que ele nunca imaginara existir. Lá ele faz conhece dois amigos, um menino e uma menina, tem aulas pouco usuais e se mete em pequenas encrencas. E, claro, ele tem que se enfrentar o maior vilão que o mundo já viu.

Isso é Harry Potter? Não, é Binno OXZ!

Como podem ver, a trama principal do livro é bem semelhante à de HP. E há outras pequenas semelhanças, mas vou parar por aqui e ser mais bondosa.

Binno vive em Utoppy, última cidade humana sob a superfície, já que o mundo foi inundado por causa do aquecimento global. A cidade é um projeto de tentar recriar o ano de 2017, tido como época ideal, mas seus moradores não sabem disso, vivendo totalmente alheios ao resto do mundo e achando que lá fora só há um mundo selvagem e perigoso.

Binno sonha com o que há além e vive se perguntando se os boatos que ouve sobre outras cidades são verdadeiros, mas sabe que suas chances de sair daquela vida são mínimas. Observado o tempo todo pela Big Mãe, IA (inteligência artificial) de vigilância do internato onde vive, sua única felicidade são os poucos minutos na frente do computador, onde treina suas habilidades em programação.

Ele desenvolve um IA para poder participar de um misterioso RPG online e isso gera problemas. Esse IA aliou-se ao grande vilão Hefesto Xenon, o que faz com que a Aliança Maior prenda Binno e o julgue. Alguns acreditam que ele é um clone defeituoso, então decidem que para provar sua inocência ele precisa passar pela prova de ingresso da Universidade Maior. Para isso ele assiste a aulas, faz amizades (e inimizades), encontra figuras suspeitas, joga o esporte mais popular dos bruxos, digo, da Cidade Original, e descobre todo um universo que sua limitada vida anterior não poderia imaginar.

Apesar de seguir uma estrutura meio manjada, o livro tem seu charme. Para quem gosta de computadores, internet, RPGs online, games e afins, o apelo é maior. Para mim... bem, eu gostei bastante de algumas ideias aleatórias, como o banhado de cactos coloridos.

O desenvolvimento da história foi meio previsível em alguns pontos, algumas soluções pareceram meio forçadas, mas o livro é legal e eu imagino que muita gente vá gostar.

Para mim o livro seria melhor se focasse mais em Utoppy, que acho bem mais fascinante que a maravilhosa e tecnológica (e consequentemente, sem graça) Cidade Original. Utoppy transpira a romance distópico e eu fico aqui imaginando todas as possibilidades de tramas que a cidade oferece. Claro que isso geraria um livro totalmente diferente... Quem sabe em um próximo volume isso seja possível.

Sobre o autor: Fábio Henckel nasceu em Tramandaí, uma praia do litoral gaúcho onde está uma das maiores extensões de areia do mundo. No inverno o lugar é tão gelado que é comum encontrar pinguins visitando a orla. Outra característica é o tom prateado da água do mar. "Quem estiver por lá numa manhã realmente fria vai ver o tal mar de prata". Atualmente, Fábio mora em Porto Alegre. Já escreveu para jornal, tv e prepara seu primeiro trabalho para o cinema. Além disso, cuida do site oxz.com.br.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

DL 2011 - O Véu


Título: O Véu - Volume 1
Autor: Willian Nascimento
Editora: Sem editora

Sinopse: Como uma barreira tão fina pode esconder tão grande verdade?

Ana teve uma infância feliz ao lado de suas tias em Três Corações. Com elas, a garota aprendeu a sonhar e acreditar em toda a forma de magia que o mundo tinha a oferecer. Porém, crescer significou também amadurecer, e ambas as coisas a fizeram abdicar das fantasias do passado.

Porém, agora, as histórias contadas em volta da fogueira há tempos atrás voltaram com toda a força, quando aquele que esteve ao lado de Ana o tempo todo parece esconder um grande segredo.

Teria você também coragem de atravessar o Véu?

Comentários: Escolhi o livro sem muita emoção. Esse era um desses livros cujo o autor saí por aí fazendo propaganda no Skoob, coisa que não me agrada e já me rendeu uma leitura desagradável. Mas acabei escolhendo porque o livro estava disponível para download e eu sou preguiçosa...

(Digressão rápida: sou só eu que acho estranho o grande número de resenhas super positivas sobre livros de autores novos no Skoob? Acho que as pessoas ficam nessa de serem super elogiosas na resenha só para agradar e incentivar o autor e acabam soando meio falsas...)

Bem, esse é o primeiro volume de não sei quantos. Ele começa com ares de romance adolescente antes da ação começar realmente: Ana e Ian são melhores amigos, Ana acabou de terminar um namoro, os dois vão se aproximando, mas Ian age estranhamente e Ana percebe que ele está escondendo algo dela. Eu achei até agradável o começo, apesar de não ser o meu tipo de leitura favorito.

Ao mesmo tempo, o meu processo de envolvimento com o livro foi meio difícil. Durante as 50 páginas iniciais me vi tentada a desistir, mas felizmente continuei, porque o livro conseguiu fisgar minha atenção e acho que Willian conduziu bem a história.

No geral, acho que o livro teve umas boas ideias, como a teoria sobre os sonhos, toda a ideia do Véu e do conflito entre ceticismo e ciência vs magia. O mundo mágico foi muito bem construído e o fato da história se passar no Brasil torna tudo mais interessante e próximo a nós. Gostei particularmente do fato de que no universo criado todos têm potencial mágico, isso sempre nos dá uma certa esperança, né? Também gostei dos tipos de bruxos e grupos mágicos criados e da relação entre eles.

Agora vamos falar sobre as coisas ruins (eba!):

Apesar da história ser bem envolvente, acho que o autor pecou ao estender algumas explicações sobre a magia e sobre os personagens. É óbvio que ele quer expor toda a complexidade de sua invenção, mas ficou meio maçante, principalmente quando ele colocou uns trechos sobre magia dos livros que Ângelo lia.

Para um livro de quase 500 páginas, é surpreendente como acontece pouca coisa na trama. O autor não escreve de maneira prolixa nem nada, é tudo bem direto e tal. Mas acho que ele se perdeu em detalhes e explicações inúteis. Há certa repetição de ideias e aí eu acho que ele subestimou seus leitores. A trama é muito bem amarrada, há coisinhas que foram citadas antes que reaparecem depois e eu acho que ele gastou palavras demais para tentar exlicar essas coisinhas e mostrar como elas já apareceram antes no livro. (desculpa aí, eu não sei como explicar melhor). Concluindo essa ideia confusa: nós não precisamos que tudo que aparece na história seja explicado, deixe-nos usar o cérebro!

Em alguns trechos, pude enxergar algumas coisas que remetem a Harry Potter, como alguns feitiços e situações. Pode ser paranoia de minha parte, já que eu vejo HP em praticamente todo livro de ficção fantástica que leio. Talvez seja essa uma das razões para que eu tenha deixado a fantasia meio de lado atualmente... Mas fala sério, aquela parte do demônio "ressucitando" é MUITO parecida com a do Voldie no quarto livro!!!

E tem umas coisas meio parecidas com Crepúsculo na relação entre os protagonistas, aquela coisa irritante de "sou perigoso demais, não podemos ficar juntos!". Sei que isso não foi intencional e que atualmente qualquer relação assim será inevitavelmente comparada com Crepúsculo, mas que é meio chato é.

Não sei se isso foi corrigido em uma versão posterior à que eu baixei (acho que foi), mas a minha tinha centenas de erros de português um tanto quanto óbvios. O autor escreveu no início que o livro não passou por revisão profissional, mas julgando pelo que vi, o livro não teve revisão nenhuma, pois está repleto de erros que um corretor ortográfico ou uma releitura superficial captariam (como repetição de palavras e erros de digitação). Tudo bem, o livro não é de uma editora e está disponível gratuitamente, mas acho que qualquer um que expõe sua obra na internet deveria ser mais cuidadoso com essas coisas, não? De qualquer jeito, imagino que tem gente que não se incomoda em ler textos cheios de erros... mas eu me incomodo.

Ah, o livro tem um final meio em aberto, já que é o primeiro de uma série. Tenham isso em mente se quiserem ler mas não estão muito motivados a ler uma série...

Sobre o autor: Atual Estudante de História da UFRJ, escreveu seu primeiro romance aos vinte anos. A Saga Intitulada O Véu, sua primeira obra completa, se encontra disponível para livre download no Por Detrás do Véu, blog que ele gerencia e onde gostar de discutir temas relevantes a literatura, a fantasia e a produção de conhecimento. (fonte: Skoob)

Aqui dá para baixar os dois volumes do Véu: http://pordetrasdoveu.blogspot.com/2010/09/saga-o-veu-segundas-edicoes.html

terça-feira, 12 de julho de 2011

DL 2011 - Se eu fechar os olhos agora

Título: Se eu fechar os olhos agora
Autor: Edney Silvestre
Editora: Record
Nº de páginas: 304

Paulo e Eduardo são dois meninos de 12 anos que descobrem o corpo de uma jovem mulher perto do lago onde ele iam se divertir. O marido da mulher, um dentista, confessa ser o assassino. Intrigados pela falta de sentido em toda essa história, os meninos decidem investigar o crime e convencem um estranho velho que vive danda escapadas de seu asilo a se juntar a eles.

O que me instigou a ler esse livro foi toda a polêmica do Jabuti. Para quem não sabe, foi o seguinte: Se eu fechar os olhos agora venceu na categoria Melhor Romance, mas perdeu de Leite Derramado, do Chico Buarque, na categoria Livro do ano. Isso gerou toda uma onda de reclamações de que o prêmio favorecia certas editoras e autores mais famosos e originou até uma campanha para que Chico Buarque devolvesse seu prêmio.

Como eu já tinha lido Leite Derramado, fiquei curiosa para saber qual dos livros eu premiaria, se eu tivesse esse poder. E cheguei à conclusão de que fico com o livro do Chico mesmo.

Gostei bastante do começo de Se eu fechar os olhos, mas achei que a história foi decaindo a medida que se desenvolvia. Mesmo que eu não tenha perdido o interesse completamente em nenhum momento da leitura, o livro ficou um pouco aquém das minhas expectativas. Ele é interessante, bem escrito, tem umas passagens ótimas e conseguiu me entreter durante minha viagem de férias, mas é esquecível, pelo menos para mim.


Edney Silvestre
é escritor e jornalista, foi correspondente internacional por bastante tempo e aparentemente fez um monte de coisa na televisão (eu, alienada que sou, nem sabia que ele existia antes de ouvir falar do livro). Se eu fechar os olhos agora é seu primeiro romance.